sábado, 13 de agosto de 2016

Documentos atestam o extravio de bens da União na era PT


TCU diz que 4.564 bens vinculados à Presidência desapareceram nos últimos 13 anos e que 716 presentes recebidos por Lula e Dilma não foram incorporados ao patrimônio público, como prevê a lei




PALÁCIO DA ALVORADA Nos salões da residência oficial do presidente da República costumam ser expostos os presentes recebidos no exterior e que pertencem à União

Débora Bergamasco


Uma das características mais perniciosas da política brasileira é a deliberada confusão dos governantes entre o público e o privado. E se tem um partido político pródigo nesta cambulhada é o PT. Após um requerimento que partiu do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), o Tribunal de Contas da União passou três meses fazendo uma auditoria para verificar o desvio e o desaparecimento de bens pertencentes à União nos Palácios do Planalto e da Alvorada durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada, Dilma Rousseff. A apuração, realizada entre 15 de abril e 15 de julho deste ano, também averiguou como vem sendo realizada a gestão dos presentes recebidos pelos dois chefes do Estado no exercício do cargo. A situação encontrada pelo órgão de controle, nos dois casos, foi alarmante: 716 presentes recebidos oficialmente por Lula e Dilma simplesmente deixaram de ser registrados como patrimônio da União. E 4.564 itens sumiram do espólio nacional.





A reportagem teve acesso à lista dos 15 artigos incorporados ao patrimônio – o que dá uma ideia do tipo de lembrança que os mandatários do Brasil recebem nessas cerimônias com autoridades estrangeiras. Entre eles, duas taças de prata folheadas a ouro 18 quilates, entregues a Lula em 2007. Em 2016, Dilma recebeu uma peça em bronze chamada “Solidariedade e Paz”, com a figura de um anjo em atitude mística, obra de autoria do artista plástico italiano Guido Veroi.A ISTOÉ teve acesso com exclusividade ao documento sigiloso preparado pelo Tribunal de Contas, no qual são apontadas dezenas de falhas entre 2003 e 2016. No texto, o TCU detalha que dos 731 regalos registrados neste período e destinados aos presidentes petistas, apenas 15 itens foram incorporados ao patrimônio público. Desse total, 568 mimos foram endereçados ao então presidente Lula, mas apenas nove deles tiveram o acervo público como destino, ou 1,58%. Outros 163 foram encaminhados aos cuidados de Dilma, porém somente seis viraram bens da União. Os auditores que assinam o relatório ficaram impressionados: “Esse número é irrisório frente ao total de bens recebidos pelos presidentes de janeiro de 2003 a maio de 2016, em decorrência das audiências promovidas nas visitas oficiais ou viagens de estado, no exterior ou no Brasil”. Não fazem parte desse montante cerca de mil outros itens, que foram identificados como de natureza museológica, de cunho pessoal (como grã-colar, medalhas personalizadas) e os considerados de consumo direto do presenteado, como boné, camiseta, gravata, chinelo, perfume, etc. A minuta do órgão de controle conclui: “Não há como garantir que os acervos presumidamente privados de 568 bens, pertencente ao ex-presidente Lula, e o acervo de 163 bens, registrados como de propriedade da presidente Dilma, tenham sido corretamente classificados”. Em outras palavras, o acervo que deveria ser patrimônio da União pode ter sido catalogado como de propriedade pessoal dos dois governantes.

O cenário de presentes “perdidos” pode ser ainda pior dada à bagunça no registro desses itens. O documento do tribunal classifica como “frágil” e “não confiável” a classificação feita pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência (DDH/PR). O órgão responsável pela gestão desses presentes informou ao Tribunal de Contas que na triagem de cada peça, quando constatado tratar-se de artigos recebidos em cerimônia de troca de presentes, ele recebe um registro, uma plaquinha numerada e, depois disso, o item é disponibilizado para exposição em ambiente público. De acordo com o decreto 4.344/2002, não são considerados de propriedade pessoal do presidente da República os presentes recebidos em situações caracterizadas oficialmente como “cerimônia de troca de presentes”. O texto é claro ao determinar que, nessas ocasiões, os presentes devem passar a figurar imediatamente como propriedade da União.

Cruzando dados do cerimonial, fotos dos eventos e as informações prestadas pelo órgão de gestão do acervo, o Tribunal de Contas descobriu que houve ao menos cinco encontros entre os presidentes brasileiros e chefes de países estrangeiros com cerimônia oficial de troca de presentes, sem que esses bens tenham sido incorporados ao patrimônio, em flagrante desacordo com a lei. Em 2014, Dilma visitou a China, foi presenteada, mas o objeto sequer foi registrado. É como se nunca tivesse existido. Ao receber o presidente da França, François Hollande, Dilma ganhou um vaso de porcelana francesa, que também não foi para o espólio nacional. Ninguém sabe onde foi parar. Ao TCU, os órgãos como DDH, Ajudância-de-Ordem e Cerimonial protagonizam o famoso jogo de empurra de responsabilidades mas, em resumo, todos atestam que o sistema sempre foi uma esculhambação.

Entretanto, mesmo para troca de presentes que não acontecem estritamente nessas cerimônias oficiais, o TCU entende que o governante, regido pela “moralidade e razoabilidade”, deveria dar igual destino aos objetos, já que o chefe de Estado só está recebendo os artigos em função de cargo de natureza pública e representativa. O TCU argumenta ainda que “os presentes ofertados pelo presidente da República (brasileiro) aos chefes estrangeiros são adquiridos com recursos públicos da União. Logo, os presentes que ele receba em troca deveriam ser revertidos ao patrimônio”
BENS EXTRAVIADOS




A auditoria do TCU também fez uma devassa sobre a situação dos bens patrimoniais vinculados à Presidência – denominação que engloba desde uma obra de arte até um grampeador – e descobriu que dos 125.742 itens ativos em junho deste ano, 4.564 estão sob o registro de extraviado. De 2008 para cá, o pico aconteceu em 2013, quando desapareceram 1.761 bens. Dos 45 setores de onde as peças se escafederam, o campeão em número absoluto foi o depósito, por ser o que guarda o maior número de bens. Em segundo lugar, figurou o Palácio da Alvorada, a residência oficial da presidente.

Quando comunicados, os extravios se transformam em processo administrativo para apurar as responsabilidades, que costumam se arrastar por anos. O TCU detectou “limitações e deficiências” em todo o sistema eletrônico, chamado Automation System of Inventory, de propriedade da LinkData Informática e Serviços/A. Atualmente, o controle dos bens vinculados à Presidência da República é feito pela Coordenação de Patrimônio e Suprimento. Apenas dezessete servidores têm sob suas responsabilidades cerca de 126 mil itens distribuídos pelas 92 unidades administrativas vinculadas à Presidência. De acordo com a assessoria do TCU, a responsabilização pode culminar no pagamento de multas e inabilitação por exercício em função de confiança ou cargo em comissão na administração pública federal por de cinco anos. Mas isso tudo sobrará para os servidores. Segundo o TCU, nem Dilma nem Lula devem ser responsabilizados.

by Exame

A coisa mais estranha que você ainda não sabia sobre as gêmeas Olsen


Publicado: 

As gêmeas Olsen são misteriosas. Talvez tão misteriosas que são o maior enigma da cultura pop americana. Quem são elas? Vai saber...
Mary-Kate e Ashley perpetuaram seus mitos essencialmente desaparecendo da esfera pública mais ou menos depois de encerrarem suas carreiras como atrizes com um filme conjunto, No Pique de Nova York, em 2004. Alguns dizem que agora elas são magnatas da moda. Outros dizem que, se você escutar bem de perto o vento que ricocheteia os arranha-céus de Manhattan, ainda poderá escutar uma delas dizendo: “É isso aí, cara!”. Ambas as possibilidades podem ser interpretadas.
Quem passou a última década obcecado sobre a verdadeira persona das gêmeas teve a oportunidade de visitar um museu na cidade de Nova York essencialmente criado para atender aquele desejo.
Os comediantes e curadores Viviana Olen e Matt Harkins inauguraram, em abril, The Olsen Twins Hiding From the Paparazzi ("as gêmeas Olsen se escondendo dos paparazzi", em português), um museu exclusivo com pinturas sobre o tema.
A dupla havia aberto anteriormente um museu de arte sobre as patinadoras artísticasTonya Harding e Nancy Kerrigan, que os dois ainda administram do próprio apartamento (é preciso fazer um agendamento para visitá-lo).
Olen e Harkins lançaram o projeto das gêmeas Olsen depois de arrecadar quase US$ 10 mil no site de financiamento coletivo Kickstarter. As gêmeas não fizeram doações.
Confira abaixo a conversa com Olen, Harkins e a autora das principais pinturas, Laura Collins.
O museu dedicado às pinturas das gêmeas Olsen se escondendo dos paparazzi foi instalado no bairro de Williamsburg, Brooklyn.
gemeas
Entre abril e maio, turistas e moradores de Nova York tiveram oportunidade de “ver” bem de perto as famosas gêmeas Olsen em um museu instalado no bairro de Williamsburg, Brooklyn.
Quando Viviana Olen viu pela primeira vez as pinturas de Laura Collins sobre as gêmeas Olsen se escondendo dos paparazzi no Instagram, decidiu que queria encontrar uma forma de celebrar as obras. “Viviana imediatamente me enviou um SMS dizendo: ‘O que é isso?!’”, disse Collins.
Todas as pinturas são baseadas em fotos reais de paparazzi tiradas das gêmeas, o que serviu de grande fonte de inspiração para Collins. “As fotos delas se escondendo dos paparazzi não têm fim”, disse.
As pinturas estão atualmente à venda por US$ 800 cada no site de Collins, embora várias já estejam esgotadas. O museu não recebeu participação nos lucros.
Além das pinturas, o museu exibiu outras instalações, como a recriação do casamento de Mary-Kate.
mesa do casamento
Além das pinturas de Collins, o museu exibiu outras obras relacionadas às Olsen, incluindo desenhos das gêmeas feitos por outros artistas, um telefone que apenas recebe chamadas de Candace Cameron Bure oferecendo papéis na série
Três é Demais (os quais você recusa, claro) e uma recriação da mesa do casamento de Mary-Kate com Olivier Sarkozy. O casamento ficou famoso pelas “tigelas e tigelas cheias de cigarros”.
Os curadores afirmaram que ficaram fascinados pelos relatos sobre o casamento, especialmente porque as pessoas puderam fumar e não houve fotos. “Tudo é retransmitido [para a imprensa] através dessa sala enfumaçada”, disse Matt Harkins. “Você simplesmente não pode folhear [um tabloide] e ver [a festa], como [as fotos] de um bebê de uma celebridade.”
O museu também expôs outros tipos de arte dedicados à cultura das celebridades. Na parte de trás do museu, há uma sala de “selfie” da celebridade da TV norte-americana Kylie Jenner, com uma enorme bolsa e telefone para se esconder — exatamente como uma pintura das gêmeas Olsen.
O espaço usado para o museu era antes um consultório médico. As torneiras tinham água com cor de sangue e havia uma caixa com agulhas.
museu
Quando Olen e Harkins anunciaram no Kickstarter que haviam conseguido encontrar um espaço para o museu — antes um consultório médico —, foi mencionado que o lugar tinha “algumas caixas com agulhas de risco biológico”.
Em relação ao espaço, Olen disse: “Quando vi, pensei: ‘Isso tem muito de arte. Porra, amei’”. Mas logo os dois perceberam que organizar o espaço não seria uma tarefa fácil.
“‘Isso é permitido? O que podemos fazer?’”, Harkins se perguntava. Ele insistiu que deveriam fazer um seguro para o lugar, o que foi motivo de piada no grupo. Olen disse que a situação fez Harkins arrancar os cabelos.
Os dois também recordam de se sentirem assustados quando viram o lugar pela primeira vez, devido à atmosfera escura e assustadora. “Encontramos algumas pranchetas com coisas muito demoníacas escritas no verso delas”, afirma Olen.
“Havia algo colado na parede. Foi a única coisa deixada lá [no antigo laboratório] e dizia apenas algo como ‘Culto de Sangue’.” “Durante 24 horas, dizíamos: ‘este lugar está fodido...’”.
Atrás da cortina em uma das salas, os dois esconderam uma garrafa que, segundo eles, estava cheia de água benta.
Os curadores queriam celebrar as Olsens como “Verdadeiras Celebridades.” A nova onda de estrelas senso comum é muito menos icônica.
olsen
Nas informações sobre o museu no site Kickstarter, a dupla fez proselitismo para sua crença do que torna as gêmeas Olsen fenomenais:
As Gêmeas Olsen são Verdadeiras Celebridades. Extremamente incomparáveis. Elas têm tigelas (e tigelas) de cigarros em seus casamentos. Muito chique. Elas atendem ligações dos fãs para que apareçam na [série] ‘Três é Demais’ com um sussurro gentil “o que é isso”?.
Nos tapetes vermelhos, elas se vestem, caso seja preciso, para poder participar da [corrida de trenós de cães] Iditarod logo depois. Elas são donas de um império da moda. Este inclui a The Row. Muitas pessoas fazem piada sobre quão caras são as roupas, mas você já teve a oportunidade de vê-las?
São impressionantes. Dê uma olhada no Suéter-Túnica Longo Ethel. É um suéter que literalmente vai até o chão. Cada item na coleção conta uma história. Uma história pela qual nunca poderíamos pagar, mas que é muito divertida para ser contada on-line.
Empurradas para frente das câmeras antes que pudessem escolher, as Gêmeas Olsen têm sido uma marca nacional desde que eram bebês. Nós a invejamos, as reverenciamos, as olhamos por cima dos ombros.
Já adultas, elas são mulheres de negócio poderosas que facilitam suas vidas para se tornarem o mais inacessíveis possível.
No mundo do “Eu tropeço no Oscar, sou EXATAMENTE como VOCÊ”, elas se escondem em torres que imaginamos não existir nos mapas.
“Quando [as gêmeas Olsen] desapareceram foi quando fiquei fascinado”, disse Harkins. Sobre o que vamos ler? Alguém que é exatamente como você e odeia se exercitar?”, acrescentou Olen, “mas que é rico e tem tudo”.
Harkins então respondeu: “Eu prefiro ler sobre alguém que não tem nada a ver comigo e que vai para festas que eu adoraria ir. Porque é mais divertido.”
Muitas celebridades se escondem dos paparazzi, mas as gêmeas Olsen são mestres nesta arte, se transformando na perfeita inspiração para as obras de Collins. Sobre as pinturas, Harkins disse: “Você não sabe quem é quem”.
Olen acrescentou: “Poderia ser qualquer uma delas”.









Conselho de Ética instaura processo contra Jean Wyllys

BRASIL10/08/2016 17:05



Jean Wyllys: na representação, o PSC alega que Wyllys associou os nomes dos deputados Jair Bolsonaro e Marco Feliciano ao atentando em uma boate gay em Orlando
Marcella Fernandes, doHuffPost Brasil


O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta quarta-feira (10) processo de quebra de decoro contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Na representação, o PSC alega que Wyllys associou os nomes dos deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) ao atentando em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, em junho.

No post publicado no Facebook em 12 de junho, Wyllys afirma que discursos de ódio de pessoas com projeção podem levar cidadãos comuns a praticar atos de violência.

"Quando criticamos os discursos de ódio dos 'bolsomitos' e 'malafaias' e 'felicianos' e 'euricos' e das 'marisas lobos' e 'ana paulas valadões' da vida e dos legislativo contra gays, lésbicas e transexuais, estamos pensando justamente no quanto o discurso de ódio proferido por essas pessoas - agora em alta porque aliados dos golpistas que tomaram a presidência da República - pode levar pessoas 'de bem' a praticar atos de violência física - assassinatos e agressões físicas - contra membros da comunidade LGBT."

De acordo com o PSC, "o desequilíbrio manifestado" pelas opiniões do deputado do PSOL "incentiva que seus simpatizantes também o façam" e vai contra a responsabilidade de "construir uma sociedade com respeito às divergências".

O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), sorteou na tarde desta terça-feira a lista tríplice de relatores e vai escolher um nome nos próximos dias. Foram sorteados os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Silas Câmara (PRB-AM) e Capitão Augusto (PR-SP).

Conforme as normas da Câmara, foram excluídos da lista deputados do mesmo partido ou estado que o representado.

A partir da instauração, o colegiado tem 90 dias úteis para concluir a análise do caso.

by Exame

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

José Dirceu acha pouco propina de 11 milhões de reais

Em petição, ex-ministro considera que recebeu apenas uns “pixulecos” se comparado ao que embolsaram outros criminosos envolvidos no escândalo do petrolão

Por Hugo Marques

O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, durante audiência que ouve os presos da operação Lava Jato na CPI da Petrobras, no prédio da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (31) (Vagner Rosário/VEJA.com/VEJA.com)

A defesa do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, recorreu a uma comparação para rebater a acusação do Ministério Público Federal na qual ele é apontado como um dos chefes do esquema de corrupção na Petrobras. Em documento apresentado à Justiça, Dirceu sustenta que jamais ocupou posição de liderança ou de comando no petrolão.
“Ainda que se admita que houve pagamentos de propinas não se poderia explicar que o ex-ministro receberia ‘pixulecos’ enquanto pessoas quase que anônimas recebiam valores expressivos, inclusive devolvendo valores exorbitantes, como se deu com o delator e corréu Pedro José Barusco”, escreveram os advogados.
Para reforçar a tese de que o ex-ministro não é o cabeça da organização criminosa, a defesa fez cálculos: “Os valores supostamente recebidos por ele (valor de 11.884.205,50 de reais) não chegam perto nem de 2% do montante desviado pelo corréu e colaborador Pedro Barusco”. O ex-diretor da Petrobras, em acordo de delação premiada, se comprometeu a devolver quase 100 milhões de dólares em propinas.
Os defensores do ex-ministros recorrem a outras comparações financeiras para justificar a tese: “Justamente José Dirceu teria recebido valores menores, quase que inexpressivos se comparados aos recebidos por Barusco, um gerente executivo? E perto dos 80 milhões de reais que o corréu Milton Pascowitch admitiu ter ganhado?”. Dirceu já foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.
by Veja

Fisioterapeuta cria aparato de PVC com baixo custo para paciente de UTI


'Cadeira' para leito mudou rotina de UTI do Instituto Emílio Ribas, em SP.
Equipamento ajuda paciente a se sentar na beira do leito para exercícios.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo


 Profissionais do Instituto de Infectologia Emilio Ribas simulam uso da cadeira desenvolvida pelo fisioterapeuta Luís Antônio Nunes  (Foto: Luís Antônio Nunes/Divulgação)Profissionais do Instituto de Infectologia Emilio Ribas simulam uso da cadeira desenvolvida pelo fisioterapeuta Luís Antônio Nunes (Foto: Luís Antônio Nunes/Divulgação)
O cotidiano da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, mudou depois que o fisioterapeuta Luís Antônio Nunes implementou seu invento: um equipamento feito artesanalmente com tubos de PVC que ajuda os pacientes acamados a se sentar à beira da cama, medida essencial para evitar complicações decorrentes de passar longos períodos na mesma posição.
A "cadeira" desenvolvida por Nunes serve de apoio a pacientes que não conseguem se manter sentados. Sem o equipamento, os pacientes têm de ser retirados do leito e sentados em uma poltrona, o que envolve mais riscos. Ou então são necessários dois profissionais: um para sustentar o tronco do paciente e outro para ajudá-lo a fazer a rotina de fisioterapia.
"O paciente precisa de apoio lateral e nas costas. Ou o enfermeiro ficava só segurando ele por um tempo ou colocava cobertores e travesseiros nas costas para apoiá-lo, mas ele acabava escorregando", conta Nunes.
O invento consiste em uma estrutura feita de PVC que lembra uma cadeira, mas sem a parte do assento. Ela é colocada sobre o leito de modo que o paciente ganha um apoio para permanecer sentado. Isso permite que um único profissional consiga sentar o paciente à beira do leito e ajudá-lo a fazer os exercícios recomendados para cada situação.
Primeiro, Nunes tentou fazer o aparato de madeira e espuma, mas a estrutura ficou muito pesada e o protótipo não deu certo. Ele teve a ideia de usar PVC ao assistir a vídeos na internet que ensinavam a fazer objetos com esse tipo de material.
Cadeira feita de tubo de PVC dá apoio para paciente se sentar à beira do leito e fazer fisioterapia na UTI (Foto: Luís Antônio Nunes/Divulgação)Cadeira feita de tubo de PVC dá apoio para paciente se sentar à beira do leito e fazer fisioterapia na UTI (Foto: Luís Antônio Nunes/Divulgação)
"Foi por tentativa e erro. Medi o que seria o comprimento para acomodar braço do paciente adulto, o comprimento do tronco, como daria a estabilidade para trás e para os lados e fui aprimorando", diz. O material para construir o aparato custa cerca de R$ 70.
'Fez a diferença'
A fisioterapeuta Graziela Ultramari de Lima Domingues, chefe da sessão de reabilitação do Emilio Ribas, observa que a cadeira foi uma solução barata e criativa para lidar com uma limitação do serviço.
"Existem cadeiras desse tipo para comprar que são mais sofisticadas, mecanizadas, mas sabemos que no setor público não temos essa disponibilidade”, diz a profissional. "Este é um dispositivo barato, fácil de montar e foi aprovado pela comissão de controle interno de infecção hospitalar, pois pode passar por um processo de desinfecção entre um paciente e outro."
Graziela explica que só o fato de o paciente estar acamado já representa um risco para a saúde. "O paciente acamado começa a perder a funcionalidade, a força muscular, adquire vícios posturais. Por isso é tão importante a realização da fisioterapia tanto na parte respiratória como na parte motora e a cadeira ajuda nisso", afirma.
Para ela, Nunes foi além de sua função. "Essa visão que ele teve, de preocupação com o bem-estar dos pacientes, fez a diferença no nosso serviço para os pacientes da UTI."
Outros serviços adotaram
Agora, segundo Nunes, a ideia está se disseminando e ele tem recebido pedidos de colegas de outros estados por instruções de como montar a cadeira. "Não tem patente, é de domínio público e meu prazer será ver a reprodução desse invento simples pelo Brasil." 
A cadeira feita nesses moldes já está sendo usada em instituições no Acre, Paraíba, Piaui e Mato Grosso.

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