segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Cedo demais para esquecer



Por Fernando Gabeira

Circulou nas redes sociais um texto atribuído ao milionário Beto Sicupira no qual ele pedia aos empresários que não se discutisse mais a crise, nem se falasse de Dilma e Cunha. É preciso tocar os negócios, Dilma e Cunha não trabalham na empresa. Ouvido pela imprensa, Sucupira não confirmou nem desmentiu seu texto. Escrito por um milionário ou alguém mais pobre, o conselho para ignorar esta camada da realidade lembrou-me o caso dos nativos da Tasmânia, contado por John Gray em seu livro “Cachorros de palha”.

Os nativos da Tasmânia viviam mais simplesmente que os aborígenes da Austrália, dos quais se isolaram com a elevação do nível do mar cerca de 10 mil anos atrás.

Perderam a habilidade de tecer, pescar e fazer fogo. E quando os navios de colonos europeus chegaram, em 1772, incapazes de processar uma imagem para a qual nada os havia preparado, voltaram às suas vidas, como se nada tivesse acontecido.

Eles foram dizimados. Sua pele era vendida, e as mulheres eram obrigadas a carregar a cabeça cortada de seus maridos amarradas em seu pescoço.

“Quando morreu o último macho tasmaniano, a sepultura foi aberta pelo Dr. George Stockell, um membro da Sociedade Real da Tasmânia, que fez uma bolsa para fumo com sua pele”, conta John Gray.

Não corremos riscos tão dramáticos, se optarmos pelo distanciamento. No entanto, corremos risco. Nesse início de crise, o desemprego cresceu, três milhões de famílias foram ejetadas da classe média, e cresce a violência nas cidades.

Numa única semana ficamos sabendo que quatro estrelas do PT movimentaram R$ 300 milhões em suas contas, que o líder proletário sozinho recebeu uma fortuna em suas viagens, nas quais exigia um menu de travesseiros.

Estamos sendo investigados em, pelo menos três países. No Peru, José Dirceu teria comprado autoridades; em Portugal o PT teria levado € 50 milhões em propinas, e no Paraguai realizamos uma obra superfaturada ligada à Usina de Itaipu.

Entregue à máfia político-burocrática, o Brasil não vai apenas ser sugado até o último vintém. O país pode se tornar uma imensa plataforma para assaltos no exterior.

Sobreviveremos como as favelas dominadas pelo tráfico ou pela milícia. Deixaremos de ser conhecidos pelo futebol e o carnaval. A picaretagem será nossa modalidade, na olimpíada universal do crime.

Quem trabalha muito tem pouco tempo para se informar ou protestar. Nesse aspecto, o texto atribuído ao milionário até que faz sentido: é preciso continuar trabalhando, apesar de Dilma e Cunha.

No entanto, vivemos uma situação de emergência. Saquearam o país, arruinaram a Petrobras, vendem medidas provisórias no Planalto, vendem-se jabutis para medidas provisórias na Câmara, venderão, se puderem, a última árvore de nossa floresta, a última gota de nossas nascentes.

Não importa para eles que o país entre em parafuso. Muitos têm contas na Suíça, outros, como um deputado do PT, ganham apartamentos em Miami.

Para as grandes fortunas, esse vendaval é apenas uma brisa. No entanto, é devastador para os todos que vivem, modestamente, de seu trabalho.

Como deixar Dilma de lado, depois de utilizar o dinheiro público como quis, pedalando em nome dos pobres e canalizando o dinheiro para as grandes empresas? Como esquecer o maior escândalo da História e não relacioná-lo à milionária campanha do PT? Como acordar todas as manhãs sabendo que a Câmara é uma piscina cheia de ratos, cujo presidente é um gângster com contas na Suíça?

Assim como as pessoas, os países precisam de vez em quando se olhar no espelho. No momento, o Brasil não consegue fazer esse gesto. Quando há perigo de vida, como nas favelas dominadas por tráfico ou milícia, é prudente seguir trabalhando, conversar o mínimo possível, esperar que a mudança venha de cima.

Francamente, não há grande perigo em resistir à quadrilha política que domina o Brasil. Uma burocrata saiu espetando manifestantes com uma agulha, um professor ameaça levar os reacionários ao paredão e fuzilá-los com uma espingarda. Claro, sempre podem nos chamar de reacionários, vendidos, elite branca, fascistas. Quando criança, a gente simplesmente cruzava os dedos e isolava: tudo o que você falar está me ajudando. Uma agulha pelas costas, uma espingarda velha não são forte elementos de dissuasão. O obstáculo real está nas dúvidas sobre o futuro? O que virá depois? Se aparecer uma simples fresta no horizonte, a multidão passará por ela.

Os nativos da Tasmânia não tinham informações, sequer conseguiam processá-las. Nós sabemos de tudo, consumimos notícias instantâneas. De uma certa maneira, nossa pele está em jogo.

Seria um prazer deixar de pensar em Dilma e Cunha, concentrar no árduo trabalho cotidiano. Não enquanto estiverem lá, dando as cartas. Ainda que falsas, são as cartas do poder.

O Globo

domingo, 8 de novembro de 2015

8 LUGARES INCRÍVEIS QUE EMERGIRAM DA ÁGUA


Às vezes, terremotos, barragens artificiais ou simplesmente a seca podem revelar maravilhas que há tempos estavam ocultas dos nossos olhos. Esses 8 lugares surpreendentes surgiram da água, por diferentes motivos. Confira:

1 – Uma igreja de 400 anos que surgiu das águas de uma represa secando no México



Essa igreja católica do século XVI foi abandonada em 1773. O governo construiu uma barragem
no rio Grijalva, o que inundou toda a região, inclusive a igreja. No entanto, uma recente seca
proporcionou essa visão rara.

2 – Uma ilha em forma de tartaruga que fica submersa 9 meses por ano




Todos os anos, milhares de turistas chineses migram para o reservatório Gorges para ver uma ilha
em forma de tartaruga emergir das águas do rio Muodaoxi. O evento é comemorado pelos moradores,
porque as tartarugas são consideradas auspiciosas e um sinal de longevidade.

Soa como um fenômeno natural fascinante, mas a “mágica” é feita pelo homem. O nível de água do
rio Muodaoxi é controlado pela Barragem das Três Gargantas. Toda primavera, a água do reservatório é usada para abastecer algumas áreas, o que diminuiu o nível de água e expõe a ilha.

A aparência da ilha depende da quantidade de água. Durante nove meses do ano, ou ela está totalmente submersa ou só a sua ponta fica exposta. A forma de tartaruga é totalmente visível quando o nível da água está entre 163 e 168 metros. Se a água cai para cerca de 145 metros, a rocha torna-se ligada ao continente, perdendo a sua forma original.

3 – A cidade argentina que ressurgiu depois de ficar submersa por 30 anos


De volta na década de 1920, uma aldeia turística chamada Villa Epecuen foi estabelecida ao longo das margens do Lago Epecuen, um lago salgado a cerca de 600 quilômetros a sudoeste de Buenos Aires, na Argentina. O Lago Epecuen é como a maioria dos outros lagos montanhosos, exceto por uma diferença importante – tem níveis de sal perdendo apenas para o Mar Morto, e 10 vezes maiores do que qualquer oceano.

A população da cidade atingiu o pico na década de 1970, com mais de 5.000 pessoas. Cerca de 300 empresas prosperaram lá, incluindo hotéis, pousadas, spas, lojas e museus. Durante esse tempo, um evento climático de longo prazo estava entregando muito mais chuva do que o habitual para as colinas circundantes, e o Lago Epecuen começou a crescer. Em 10 de novembro de 1985, um volume enorme de água quebrou a barragem e inundou a maior parte da cidade. Em 1993, a cidade ficou coberta com 10 metros de água.

Quase 25 anos depois, em 2009, uma seca aconteceu e a cidade pôde ser contemplada novamente. Ninguém voltou para a cidade, exceto Pablo Novak, de 81 anos, que agora é único residente de Villa Epecuen.

4 – A Igreja de São Nicolau foi submersa em um lago artificial



Não muito longe da cachoeira mais alta dos Balcãs, reside o lago Mavrovo, um parque nacional na Macedônia que é famoso por sua igreja semi-submersa. Situado em meio a uma paisagem incrível de planaltos verdes e picos nevados, a igreja abandonada de São Nicolau foi vítima de um lago artificial criado para fornecer água a uma usina de energia local.


A metade superior de São Nicolau é ainda visível, que emerge do lago imediatamente ao largo da aldeia que uma vez serviu. Hoje, as ervas daninhas crescem a partir das ruínas e o telhado da torre está em colapso, mas este edifício em ruínas continuará a ser um ponto de interesse na paisagem nos próximos anos.

5 – O santuário subaquático surpreendente que se transforma em um parque



O Grüner See (também conhecido como “Lago Verde”) está localizada em Styria, na Áustria. Ele é conhecida por suas vistas panorâmicas e água verde-esmeralda que escorre das montanhas cobertas de neve ao redor. Durante o inverno, antes do gelo derrete , o lago tem apenas 1-2 metros de profundidade, e a área circundante é usada como um parque do condado. No entanto, na primavera, o gelo das montanhas derrete e o lago enche, transformando o parque em um santuário subaquático com quase 12 metros de profundidade, um paraíso para os mergulhadores.

6 – A cidade chinesa que inundou após um terremoto, mas ressurgiu após 5 anos sob a água



Estas imagens surpreendentes mostram uma aldeia inteira emergindo de um lago 5 anos depois que foi completamente inundada após um forte terremoto. Quase 10 edifícios – incluindo casas, escritórios e uma escola primária – surgiram a partir da água desde que a aldeia de Xuanping foi destruída em 2008.

Um terremoto de 8,0 graus devastou a aldeia em Beichuan County, província de Sichuan, na China, fazendo com que ela fosse completamente inundada por uma barreira quebrada.

7 – Uma cidade perdida do Velho Oeste que apareceu depois de uma seca em Nevada


A cidade de Saint Thomas foi inundada há 70 anos pelas águas do rio Colorado, quando foi represado para criar o lago Mead. Suas ruínas estão agora expostas enquanto uma seca contínua mantém o reservatório perto de níveis historicamente baixos.

As fundações de concreto subaquáticas de Saint Thomas foram vistAs pela primeira vez por pescadores em 2003. Hoje, arbustos cobrem a paisagem.

8 – A Igreja venezuelana que ressurgiu após 33 anos submersa




Entre 1985 e 2008, pescadores e os excursionistas que viajavam de barco ao longo do lago formado pelo Reservatório Uribante Reservoir em Tachara, Venezuela, foram presenteados com uma vista estranha.

Em 2008, a cruz começou a subir mais e mais para fora da água, revelando mais da estrutura gótico abaixo. Era literalmente apenas a ponta de algo muito maior.

Na realidade, a estrutura não estava subindo para fora da água, mas a água do reservatório estava retrocedendo, revelando o que o lago tinha escondido por mais de duas décadas. Até 2010, a água havia recuado quase totalmente, revelando uma grande extensão de terra plana e uma imponente igreja gótica.

A igreja pertencia à cidade de Potosi, que em 1985 foi propositadamente inundada pelo represamento de um rio próximo para criar energia hidrelétrica. Todos os cidadãos de Potosí tiveram que deixar o local. [Oddee]

Editor-Chefe do The Lancet Denuncia: Metade de Toda a Literatura Médica é Falsa


 
BY TON MÜLLER


O Dr. Richard Horton, editor chefe da atual revista The Lancet, uma das revistas médicas mais respeitadas do mundo, denunciou que grande parte das pesquisas médicas publicadas não são confiáveis ou até mesmo falsas.
Grande parte da literatura científica, talvez a metade, pode ser simplesmente falsa. Afetada por estudos com pequenas provas, efeitos minúsculos, análises exploratórias inválidas e flagrantes conflitos de interesse, juntamente com uma obsessão por perseguir tendências de moda de duvidosa importância; a ciência se voltou para a obscuridade“.
O mais preocupante desta denúncia, é que todos estes estudos, têm sido patrocinados pela indústria, a qual os utilizam para desenvolver medicamentos e vacinas que supostamente deveriam ajudar as pessoas, ajudar na formação do pessoal médico e educar os estudantes de medicina.
Horton continuou denunciando que os editores das revista médicas ajudam e apoiam os piores comportamentos, que a quantidade de pesquisa de má qualidade é alarmante, e que os dados são manipulados para que se encaixem com as teorias a serem defendidas.
Segundo o Dr. Horton, as confirmações importantes são muitas vezes rechaçadas e muito pouco é feito para corrigir as más práticas.
Dra. Marcia Angell
Outra das vozes prestigiadas que se somam às denúncias, foi a Dra. Marcia Angell, editora chefe da revista New England Medical Journal (NEMJ), considerada outra das revistas médicas mais prestigiadas do mundo:
Simplesmente, já não é possível acreditar em grande parte da pesquisa clínica que é publicada, ou confiar no juízo dos médicos de confiança ou nas diretrizes médicas autorizadas. Não me ´da nenhuma prazer esta discussão, a qual entrou lentamente e com relutância ao longo das minhas duas décadas como editora da New England Journal of Medicine“.
Leia também: “A Máfia Médica” e a Indústria da Doença
Como vemos, são denúncias muito fortes de pessoas prestigiadas do mundo da medicina e que demonstram o que muita gente tem denunciado há muito tempo: a ciência médica está corrompida e dado que baseia-se muito suas conclusões em estudos manipulados e falsos que, atualmente, já não atua como uma ciência… [FONTE]

Barbeiro se desdobra para cortar cabelo de menino autista e fotos viralizam na internet


james willians 1
Após um gesto de gentileza, as imagens do barbeiro James Williams, do País de Gales, cortando o cabelo de um menino autista, viralizaram na internet e foram compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais.
Ele escreveu no Facebook que o pequeno, chamado Mason, foi diagnosticado com a doença há poucos meses. Desde então, tem tentado aparar os fios da criança, mas sem êxito. O garoto não gostava quando chegavam perto de sua orelha e podia até sair correndo algumas vezes.
Eis que James finalmente conseguiu o feito quando ambos deitaram no chão “em silêncio”, escreveu ele, e Mason permitiu que lhe dessem seu primeiro “corte de cabelo adequado”, enquanto brincava com um celular. “Amei ter deixado os pais felizes, dando atenção extra para Mason”, escreveu ele.
Ao terminar, o profissional pediu para o pequeno “tocar aqui”, mas recebeu um abraço em vez disso. Em sua página de Facebook, James tem recebido diversos comentários de pais de crianças especiais, que sabem o quão difícil é esse momento para elas, apesar de parecer tão comum na vida de outras pessoas.


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8 dicas para ajudar um doente com fibromialgia no dia a dia






Via 

cuidar


Muitas vezes descrita como a “doença invisível”, um doente com fibromialgia pode parecer bem, mas na realidade sofre com dores musculares e articulares acentuadas, assim como a fadiga constante, dores de cabeça crônicas, ansiedade e depressão. Se vive ou lida diariamente com um doente com fibromialgia, saiba como atenuar o seu sofrimento, proporcionando-lhe uma maior e melhor qualidade de vida.

Informe-se. Uma das melhores formas de apoiar um doente com fibromialgia (ou qualquer outra doença) é informar-se acerca da mesma. Pesquise tudo o que puder sobre a fibromialgia para poder perceber quais os sintomas que afetam e fazem sofrer o doente – tenha a verdadeira consciência acerca daquilo com que está ou vai lidar diariamente. Desta forma, será mais fácil compreender, lidar com e apoiar o doente, assim como fazer o respetivo acompanhamento médico.

Tarefas diárias. As dores corporais e a fadiga incapacitante que caracteriza a fibromialgia são as grandes responsáveis por dificultar o quotidiano de quem sofre desta doença. Uma das formas de ajudar é através do apoio físico, ou seja, a execução de tarefas domésticas que precisam de ser feitas, caso da limpeza da casa; fazer as compras de supermercado; limpar e regar o jardim; fazer o jantar; arrumar a cozinha; lavar, estender e passar roupa a ferro; lavar e aspirar o carro; entre muitas outras tarefas. O doente com fibromialgia vai certamente agradecer.

Saiba comunicar. A fibromialgia é conhecida como a “doença invisível” porque embora o doente aparente estar bem, na realidade pode estar em grande sofrimento. Se vive com ou cuida diariamente de uma pessoa com fibromialgia, é crucial que comunique abertamente com ela – só assim saberá como é que se está a sentir, se quer sair, se precisa de descansar, se necessita que trate de algum assunto por ela. Aprenda a comunicar com um doente com fibromialgia, sabendo o que deve e não deve dizer.

Seja flexível. A fibromialgia é uma doença caracterizada por “crises”, ou seja, uma pessoa que viva com esta doença pode sentir-se muito bem num dia e no dia seguinte não conseguir sair de casa. Esteja preparado para enfrentar e lidar com a imprevisibilidade da doença, uma vez que esta pode pôr em causa rotinas diárias, viagens, fins-de-semana a passear ou outros planos especiais.
Incentivo para o exercício físico. Quem sofre de fibromialgia pode querer fazer tudo menos praticar exercício físico, no entanto, esta é uma atividade que deve incentivar o doente a fazer. Vários estudos já revelaram que a prática regular de exercício físico de baixa intensidade traz inúmeros benefícios para quem sofre de fibromialgia: diminui a dor e a rigidez, alivia o stress e a ansiedade, melhora os padrões de sono e pode precaver contra a ocorrência de crises constantes. A melhor forma de motivar um doente com fibromialgia a mexer-se é fazer-lhe companhia: deem caminhadas ou passeios de bicicleta juntos; façam meditação; inscrevam-se numa aula de ioga, pilates ou hidroginástica.

6- Tempo de qualidade sozinho. Ser diagnosticado com fibromialgia vai virar do avesso a vida de qualquer pessoa, mas isso não significa que o doente tenha de colocar a sua vida em standby. Parte do tratamento desta doença deve consistir em assegurar que o doente com fibromialgia tenha, diariamente, tempo de qualidade sozinho para se poder dedicar àquelas pequenas coisas como tomar um banho de imersão, ler, ouvir música, pintar ou fazer jardinagem – até para a pessoa não sentir que a doença está a tomar conta da sua vida por completo. Faça o que puder, para que a pessoa consiga este tempo, ou seja, liberte-lhe de alguma tarefa, faça de babysitter durante algumas horas ou um fim-de-semana inteiro, ofereça-lhe um tratamento spa. São pequenas coisas que, no âmbito da fibromialgia, podem fazer uma grande diferença: reduzir os níveis de stress, aumentar os níveis de energia e viver uma vida mais equilibrada.

7-Assegure que o seu quarto seja um refúgio. Se existe alguma coisa da qual um doente com fibromialgia não pode abdicar é de uma boa noite de sono, todas as noites. Dormir bem é fundamental para dissipar a fadiga incapacitante que infelizmente caracteriza a fibromialgia e assegurar que a pessoa acorde com energia para enfrentar um novo dia sem crises. Nesse sentido, se cuida de um doente com fibromialgia, é crucial que o seu quarto seja um refúgio zen: escuro, fresco, tranquilo e sem distrações (televisão, rádio, computador, equipamento de exercício…), o quarto deve ser exclusivamente utilizado para dormir.

8- Grupo de apoio. Não há nada como conversar com alguém que perceba exatamente aquilo que sentimos e pelo qual estamos a passar – isto também se aplica, naturalmente, à fibromialgia. Motive o doente com quem vive ou de quem cuida, a participar num grupo de apoio à fibromialgia que pode ser presencial ou virtual: o importante é que tenha acesso a essa comunidade, onde vai encontrar apoio emocional, dicas úteis e um lugar para desabafar.

“Nunca tivemos uma geração tão triste”



Para o psiquiatra Augusto Cury, é urgente ficar mais offline e ensinar os filhos a contemplar o belo


BY Liliane Prata


Divulgação

Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-seller Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século. O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Confira!

Excesso de estímulos

“Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reação, no esquema 'bateu, levou', e a desenvolver altruísmo e generosidade.”

Geração triste

“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”

Dor compartilhada

“É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’. Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”

Intimidade

“Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio-emocionais.”

Mais brincadeira, menos informação

“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento. Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”

Parabéns!

“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”

Conselho final para os pais

“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”

30 verdades difíceis de questionar



1. Você não pode mudar outras pessoas, e é grosseiro tentar.
2. É muito mais difícil queimar calorias do que se controlar para não
 comer alguma coisa.
3. Crianças são criaturas extremamente honestas até que a gente as ensine
 a não ser.
4. Gritar sempre piora as coisas.
5. Sempre que você se preocupa com o que os outros vão pensar de
você, na verdade você está se preocupando com o que você irá pensar
 de você mesmo.
6. Talvez você tenha se esquecido disso, mas fomos feitos pra
 pisar na grama e celebrar o sol nascendo.
7. Se você nunca questiona suas crenças, então provavelmente você está
errado.
8. Ninguém sabe tudo sobre a vida.
9. Cada rosto que passa ao seu lado na rua representa uma história tão
 complicada quanto a sua.
10. A vida é uma viagem solitária, mas você vai receber várias
 visitas. Algumas duram um bom tempo, mas a maioria não.
11. As pessoas sempre embelezam tudo pra fazer as coisas parecerem mais
 bonitas e legais do que realmente são.
12. Aqueles que mais reclamam são os que menos realizam.
13. Evitar fazer algo o torna automaticamente mais difícil e mais assustador.
14. A maioria das coisas que você vê é somente o que você acha 
daquilo que vê.
15.  Às vezes você tem que afastar algumas pessoas da sua vida – mesmo
 que elas sejam da família.16. Culpar os outros é o passatempo 
favorito dos que não gostam de responsabilidades.
17. Qualquer pessoa que você conhece é melhor do que você em algo.
18. Nada – nunca – acontece exatamente como você imaginou.
19. O que torna os humanos diferentes dos animais é que os animais
conseguem ser eles mesmos com facilidade.
20. Auto-reflexão é a única saída do caminho da infelicidade.
21. Quase todo clichê carrega uma verdade tão profunda que as pessoas
 tendem a repeti-lo até que você se canse de ouvi-lo. Mas a sabedoria ainda
 está lá.
22. Todo mundo acha que dirige melhor que a maioria das pessoas.
23. Se você não é feliz sozinho não vai conseguir ser feliz em
 nenhum relacionamento.
24. Mesmo se não custar dinheiro, se tomar seu tempo, então
 não é de graça.
25.  Os problemas, quando surgem, raramente são tão dolorosos
quanto a experiência de temê-los.
26. Crianças entendem tudo que você diz a elas, mesmo que não
 seja em palavras.
27. A maioria das coisas que as crianças aprendem dos seus pais não foi
 ensinada de propósito.
28. O ingrediente secreto geralmente é manteiga, em quantidades 
obscenas.
29. Sempre é válido experimentar de novo alguma comida que você não
gostou da primeira vez.
30. A maioria dessas frases fez sentido!!!
by Contioutra
Frases selecionadas da matéria: Casal sem vergonha

sábado, 7 de novembro de 2015

“Justo a mim me coube ser eu!”


Por Dulce Critelli

Toda vez que minha avó paterna me dizia que o molde em que fui feita fora quebrado quando nasci, eu achava que ela estava me elogiando. Acreditava que somente eu era “única” no mundo. Aos poucos, fui percebendo meu engano.
Primeiro, porque, em vez de me tornar diferente, o fato de ser uma criatura única era o que me igualava a todos os seres humanos. Entendi que é parte da nossa condição humana sermos indivíduos exclusivos. Dela ninguém escapa. Em segundo lugar, porque essa exclusividade – recebida com meu nascimento – não me foi dada assim de mão beijada. Nem veio pronta nem tinha um manual. Ela se parece com aquelas massinhas de modelar que, quando a gente ganha, ganha só a massa, não a forma, e o resultado é sempre o fruto de um longo processo de faz e desfaz.
mafaldaCedo percebi que jamais teria sossego e que teria muito trabalho. Típico presente de grego, uma armadilha. Encontrei eco para o meu espanto nas palavras da Mafalda, a famosa personagem de Quino, o cartunista argentino, no momento em que ela diz: “Justo a mim me coube ser eu!”. Ser quem só a gente mesmo pode ser é quase uma desolação. Quem eu sou e deverei ser? Minha individualidade é um mistério.
Quantas vezes eu não preferi ser outra pessoa! Se não, pelo menos pensei se não seria melhor ter nascido em outra família, em outra época, com outra situação financeira, outra cara, outro corpo, outro temperamento. Ainda mais porque, aparentemente, sempre soube resolver a vida dos outros muito melhor do que a minha própria.
Para ser sincera, quando penso que o meu “eu” está aberto, o que sinto mesmo é um grande alívio. Se eu tivesse nascido pronta, não teria conserto. E se não houvesse remédio para os meus erros e uma chance para os meus fracassos? E se eu não pudesse mudar de ponto de vista, de gosto, de planos, de opinião? E se eu não tivesse escolhas nem alternativas?
Mas também vejo um lado sombrio em ser um projeto aberto: o de nunca ter certeza, sobretudo de antemão, de ter tomado a atitude certa, de ter feito a escolha mais apropriada – aquela em que não me traio. Quando percebo que um gesto qualquer vai afetar o meu destino, sinto medo, angústia, suo frio, tenho vertigens, adoeço. Aí, a tentação de pegar carona na escolha dos outros ou no estilo de vida deles é grande, mas minha alma grita que não vai dar certo e me lembra que o meu molde foi quebrado, que ele é exclusivo.
Levei muito tempo para entender que minha exclusividade não está simplesmente em mim, na minha cor de olhos ou nos meus talentos mais especiais. Ela está sempre lançada adiante de mim como um desafio, como um destino a que tenho de chegar, como uma história que tem de ser vivida. Minha exclusividade – eu mesma – virá apenas quando eu puder afirmar que a história que vim realizando só eu – e ninguém mais – poderia tê-la vivido.
É a isso que a personagem Amparo, no filme de Almodóvar “Tudo Sobre Minha Mãe”, se refere quando afirma que ela é tanto mais autêntica quanto mais perto estiver daquilo que projetou para si mesma. Fala com orgulho e alegria, revelando, assim, que desvendou o mistério que envolve o problema de ser quem somos: autenticar nossa biografia. Avalizá-la.
Onde estou, senão no rastro da história que venho deixando atrás de mim, naquilo que vim fazendo e dizendo? Onde estou, senão nessa biografia que realizo e atualizo a cada instante por meio das minhas decisões e do meu empenho?
Hoje não importa mais se sou diferente dos outros, mas se faço alguma diferença neste mundo.
by Contioutra

Como descobrir o que o Facebook sabe sobre você

BBC BRASIL

Já parou para pensar sobre tudo o que o Facebook sabe sobre você? E mais do que isso, sobre que conexões ele faz para obter informações a seu respeito?



Uma investigação no seu arquivo pessoal do Facebook revela tudo o que você disse à empresa, mas não sabiaFoto: iStock

A rede social mais popular do mundo reúne dados detalhados sobre quase 1,5 bilhão de pessoas, cerca de 96 milhões delas no Brasil. Com esses dados, a gigante criada por Mark Zuckerberg consegue vender anúncios segmentados para outras empresas – um restaurante que quer atingir mulheres de 25 a 40 anos em determinada cidade e que gostem de culinária asiática, por exemplo.


Para tornar esses anúncios mais eficientes, o Facebook precisa ter um raio-X bastante preciso das pessoas que eles podem atingir. Para isso, usa não só as informações sobre tudo o que você faz na rede – o que curte, o que decide que não quer ver, de onde você se conecta, onde faz check-in (marcar onde está), etc – como também tudo o que você faz em outros sites e aplicativos nos quais optou por se cadastrar via seu perfil de Facebook.

É por isso que, mesmo ajustando configurações de privacidade, é impossível evitar que o site armazene informações sobre você. Não adianta compartilhar mensagens, avisos nem manifestos.


Dados pessoais podem ser baixados clicando no cadeado no canto superior direito da sua página, indo em "Veja mais configurações" e escolhendo "Geral" no menu à esquerdaFoto: Reprodução Facebook

Dados pessoais podem ser baixados clicando no cadeado no canto superior direito da sua página, indo em "Veja mais configurações" e escolhendo "Geral" no menu à esquerda

"Quando você cria uma conta no Facebook, automaticamente concorda que ele usará seus dados para ganhar dinheiro. É o preço que você paga", explica o especialista em direito digital Thiago Tavares, da ONG Safernet.

Nos últimos anos, e após casos polêmicos como o do austríaco Max Schrems — cuja investigação sobre o que o Facebook sabia sobre ele levou à maior ação coletiva contra a empresa no mundo, o caso Europa vs. Facebook —, a empresa tem deixado mais claras suas políticas de dados e de privacidade.


Mesmo assim, ainda pode ser surpreendente mergulhar na infinidade de dados que você fornece, voluntária e involuntariamente, ao Facebook.

"É um exercício de tirar o fôlego, porque quando você recebe o arquivo com todos os seus dados, passa a ter uma dimensão do quão exposto você está. Passo isso como exercício para meus alunos na universidade. A maioria das pessoas diz 'não sabia que eles tinham tantas informações a meu respeito'", conta Tavares.

Motivada pela pergunta, decidi fazer o download dos dados que o site tem sobre mim — opção disponibilizada na seção "Geral", das configurações do Facebook — e investigar outros dados que ficam armazenados no meu perfil.

Confira algumas das informações surpreendentes que o Facebook armazena sobre você:
1 - As 'coordenadas' do seu rosto


'Mapa' da sua face permite que Facebook marque você em fotos de amigos; é possível desabilitar esta opção nas configuraçõesFoto: Arquivo Pessoal

Ao baixar uma cópia dos principais dados sobre mim no Facebook, obtive um pacote com pastas para fotos e vídeos e um arquivo chamado "index.htm", que deve ser aberto em um navegador. Esse arquivo permite visualizar essas informações de maneira organizada.

Logo na primeira página do arquivo, onde estão as informações pessoais, é possível ver três linhas de números que equivalem a uma espécie de impressão digital do seu rosto, segundo Thiago Tavares.

"Existem 34 pontos na face que são fixos e mapeáveis. A distância entre esses pontos pode ser calculada e esse cálculo permite que um algoritmo consiga identificar automaticamente uma face."

É por isso que, quando um amigo coloca uma foto com você, o Facebook consegue saber que você está lá e sugerir que ele te marque nela.

"Esse é um tipo de dado que as pessoas compartilham sobre você, mesmo que você não queira", explica Tavares.

No entanto, você pode impedir que a empresa guarde esse mapa da sua face e reconheça você nas fotos. Basta ir em "Configurações da linha do tempo e marcações" e escolher a opção "Ninguém" na pergunta "Quem vê as sugestões de marcações quando fotos parecidas com você são carregadas?".
2 - Por onde você anda – dentro e fora da internet

Para muitos, uma das seções mais surpreendentes do arquivo do Facebook é a de "Segurança". Ali estão, por exemplo, informações sobre os computadores, celulares e tablets que você usou para entrar no site.

No meu caso a lista cobria os três últimos anos. Ali estão os IPs — espécies de endereços numéricos usados pelos dispositivos para se comunicarem entre si na internet — e também as datas e horários em que acessei o Facebook, os navegadores que eu utilizei e até a operadora do celular com o qual eu me conectei.

Estes são tipos de "logs de acesso", que, de acordo com o Marco Civil da Internet no Brasil, devem ser armazenados por pelo menos seis meses para permitir que a polícia investigue qualquer crime que possa ter sido cometido na rede social com sua participação.

Além disso, o arquivo também lista cookies que o Facebook armazenou no seu navegador – são arquivos que registram rastros de navegação sobre tempo que você permaneceu em cada página, a sequência de cliques que deu, os dados que você colocou em um formulário online, o site através do qual você chegou naquela página, etc.

"Se eu desabilitar no meu navegador o armazenamento de cookies, não consigo usar o Facebook e muitos sites ou serviços. É por isso que esses produtos não são de graça como a maioria acha que são. Você paga com seus dados pessoais e com sua privacidade, fornecendo esse rastro de tudo o que faz", diz Tavares.


Site armazena localização e dados de dispositivos que você usou para acessá-lo, além dos seus arquivos de loginFoto: iStock

Até mesmo as fotos que você compartilha no seu perfil podem trazer dados detalhados sobre onde você estava quando as tirou – e não é preciso ser um grande detetive para descobri-los.

O EXIF, uma espécie de "etiqueta" que arquivos digitais de imagem possuem, contém mais dados do que se imagina.

Ao chegar na sessão "Fotos" do arquivo, percebi que as imagens feitas com câmeras analógicas que postei no site traziam informações como o modelo e o fabricante da câmera e, no caso das digitais, também as configurações usadas na foto (abertura do diafragma e foco, por exemplo), além de data e hora em que a imagem foi feita.

Já algumas fotos compartilhadas do Instagram traziam coordenadas de latitude e longitude de onde foram postadas.

Se você é do tipo que faz "check-in" nos lugares onde vai, não deve ser surpresa encontrar alguns deles, aqueles que você criou ("casa da minha avó", por exemplo), no arquivo que baixou.

3 - Fotos que você 'esqueceu' no celular

A seção de "fotos sincronizadas" dos dados baixados do Facebook também é intrigante. Como eu não tinha nenhuma, não sabia exatamente o que aquela "gaveta" deveria armazenar.

O app do Facebook para smartphones traz, atualmente, uma opção de sincronizar automaticamente o seu celular com o seu perfil na rede.

Se você usa bastante a opção "conectar com o Facebook" em outros sites e serviços, para evitar ter diversos cadastros, saiba que o que você faz nestes sites também poderá ser usado na rede de Mark Zuckerberg

Habilitando a opção, o site se comunica com seu celular e transfere as últimas fotos que você tirou, sem que você precise fazê-lo manualmente, para um álbum privado. Caso você queira, pode tornar o álbum público ou compartilhar fotos individuais com amigos.

De acordo com a empresa, "o recurso tem o objetivo de facilitar o compartilhamento com aqueles que importam para você. Nenhuma foto é postada no Facebook, a menos que o usuário decida compartilhá-las e confirme a ação".

Mas Thiago Tavares alerta também para os perigos da ferramenta. Afinal, fotos indesejadas também podem acabar indo parar no site, mesmo que não estejam públicas. E se alguém conseguir a senha da sua conta, terá acesso a elas.

"Muitos vazamentos não intencionais de fotos íntimas acabam acontecendo assim, com a ativação da sincronização de fotos automática do celular com o Facebook. A pessoa nem sabe que vazou", afirma.


"Registro de atividades" permite acompanhar em tempo real o que você está informando ao FacebookFoto: iStock


4 - O que você 'gostaria' de comprar

Na seção "Anúncios" do meu arquivo de dados, encontrei uma longa lista de empresas e tópicos que o Facebook acha que eu gostaria de ver na minha linha do tempo.

A maioria dos itens estava correto, mas alguns não faziam muito sentido, como filmes dos quais eu não gosto especialmente ou nomes de cidades e personalidades com os quais não tenho relação. Mais abaixo, há ainda uma lista dos anúncios em que eu cliquei no site.

De acordo com Tavares, o Facebook decide quais anúncios mostrar a você a partir do seu comportamento na rede social – o que você curte, onde faz check-in, o que os seus amigos fazem.

Mas o site não informa exatamente quais ações executadas por você leva a essa seleção. Qual curtida fez com que aparecesse para mim algo sobre um baixista americano chamado John Patitucci, que eu não conhecia até agora? Nem consigo imaginar.

Se você usa bastante a opção "conectar com o Facebook" em outros sites e serviços, para evitar ter diversos cadastros, saiba que o que você faz nesses sites também poderá ser usado na rede de Mark Zuckerberg.

Nas suas configurações, você pode impedir que o Facebook use dados sobre sua atividade nestes outros sites e aplicativos para refinar os anúncios que mostra a você. Mesmo assim, a empresa continua coletando estas informações — e elas não estão disponíveis para download.

Mas e se eu não quiser mais ver nenhuma propaganda no Facebook? Impossível, diz Tavares.

"É impossível não ver anúncios no Facebook, da mesma forma que é impossível ter 100% de privacidade usando redes sociais. Uma coisa se tornou incompatível com a outra. É vendendo anúncios que a plataforma ganha dinheiro", afirma.

Mas isso significa que o Facebook está enviando estas informações sobre você diretamente para outras empresas? A empresa diz que não e, de fato, segundo Tavares, não é possível afirmar que esteja.

"Os anunciantes customizam campanhas e as segmentam (escolhem o público que querem atingir com cada campanha). Como o Facebook sabe quem exatamente preenche aquele perfil, ele direciona esse anúncio para esse usuário", explica.

Também nas configurações do seu perfil, na seção "Anúncios", você tem acesso a uma lista muito mais completa do que o Facebook acha que você gostaria de ver ou comprar. Nesse caso, é possível até tirar e adicionar coisas à lista.

É importante lembrar, no entanto, que isso também significa fornecer mais informação específica sobre suas preferências ao Facebook.
5 - Todas as suas buscas



Interação com amigos permanece na rede mesmo depois que você sai delaFoto: iStock

Nem todos os dados que o Facebook armazena sobre você estão no arquivo disponível para download. Todas as suas interações, comentários, curtidas, marcações e buscas na rede social – desde o momento em que você entrou lá – estão armazenados no "Registro de Atividades".

Para chegar lá, clique na setinha para baixo que fica no canto superior direito da sua página, ao lado do cadeado.

Um dos detalhes surpreendentes que encontrei nessa sessão, no item "Fotos", são todos os vídeos a que assisti dentro do Facebook, mesmo que não tenha curtido os posts em que eles estavam, nem deixado comentários. Basta apertar o play e o site registra ao que eu assisti.

Da mesma forma, estão registradas absolutamente todas as coisas que eu digitei na seção de busca desde que criei minha conta, em 2007 — nomes de pessoas, eventos e outras palavras-chave.

O registro de atividades, aliás, é a melhor maneira e saber, em tempo real, o que você está informando ao site. Se compartilha músicas que está ouvindo, livros que está lendo, se decide não ver posts de um amigo na sua linha do tempo ou confirma presença em eventos, tudo estará ali.
6 - O que seus amigos quiserem que ele saiba

Por ser uma rede social, o Facebook reúne informações principalmente através das interações que seus usuários têm entre si. Então cada vez que você manda uma mensagem para alguém ou aparece em uma foto de amigos, esta interação passa a pertencer a vocês dois. E ela não desaparece quando você sai da plataforma.

Atualmente, o Facebook possui duas opções de saída. Desativar sua conta é como "dar um tempo" no relacionamento. Todas as suas informações permanecem lá, segundo a empresa, até que você decida voltar. Já a opção de excluir a conta significa um ponto final.

O Facebook diz que pode levar até 90 dias para deletar todas as suas publicações, mas mensagens privadas trocadas com amigos, por exemplo, continuam nas caixas de mensagens deles.

"A sua privacidade hoje não depende só do que você publica sobre si mesmo, mas também do que o outro compartilha ou publica sobre você", diz Thiago Tavares.

"Enquanto seus amigos estiverem no Facebook, você nunca vai sair completamente dele, porque suas interações permanecem lá."

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A Metamorfose de Kafka e a nossa dificuldade amar sem interesses



“As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente fazem mal, e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos fatos reais.” A sabedoria de Sêneca, na citada frase, poderia ser uma bela sinopse do que Franz Kafka apresenta na obra “A Metamorfose”, uma vez que o real parece não fazer sentido ante as aparências. Então, “Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto.

A novela do escritor tcheco inicia-se de forma incisiva, em que o protagonista da história – Gregor Samsa – encontra-se metamorfoseado num inseto gigante. Dessa forma, o início da novela já é o clímax, o que faz da obra extremamente profunda nas suas poucas páginas. Talvez, não haveria como ser diferente, pois o que pretende-se mostrar é a verdadeira face humana e esta parece demonstrar-se somente nos momentos de conflito.
Ao estar metamorfoseado em inseto, Gregor Samsa não é visto como de fato é, mas sim por aquilo que aparenta ser, isto é, um monstro, o qual todos tinham de suportar. Embora, continuasse sendo o mesmo Gregor, perante os outros, isso não importava, pois o que enxergavam era um inseto gigante. O próprio protagonista chega, logo no início a questionar-se sobre a sua essência:
“Estarei agora menos sensível?”
Gregor Samsa, assim, era visto como um peso para a família, a qual deveria suportar. Kafka, aqui nos mostra a realidade da sociedade, sobretudo, capitalista que restringe o valor do ser humano ao que produz e às aparências, uma vez que, quando “normal”, era Gregor o responsável pelo provimento da família. Contudo, ao metamorfosea-se em inseto, tornou-se impossibilitado de prover a sua família, de modo que esta na medida em que Gregor não pode os prover, perde o seu valor.
A metamorfose de Gregor evidencia que as relações sociais são pautadas pelos interesses, pois, embora o protagonista seja uma pessoa altruísta, preocupada com o bem estar da família, ele passa a ser excluído pela mesma, dado que o que os interessava em Gregor não é possível naquela situação. Essa exclusão gera um sentimento de solidão em Gregor, a qual alimenta o seu sentimento de impotência e tristeza e, por conseguinte, diversos problemas psicológicos (típicos do homem contemporâneo).
Assim sendo, o que importa são os resultados, ou seja, somente relações que possam trazer benefícios são necessárias, de tal maneira que uma relação que traga apenas custo é vista como um peso que deve ser jogado fora na primeira oportunidade. Aquele inseto gigantesco, o qual Gregor acreditava que ainda fosse ele, para a família não passava de um peso que tinha que suportar:
“Não que eles desejassem que ele morresse de fome, claro está, mas talvez porque não pudessem suportar saber mais sobre as suas refeições do que aquilo que sabiam pela boca da irmã, e talvez ainda porque a irmã os quisesse poupar a todas as preocupações, por mais pequenas que fossem, visto o que eles tinham de suportar ser mais do que suficiente.”
Como dito, o próprio Gregor se vê como um peso e senti-se na obrigação de poupar os outros daquela visão asquerosa que possuía, como se os sentimentos que o constitui não estivessem no mesmo lugar. Embora, fosse ele que estivesse naquela situação e, portanto, devesse receber ajuda para atravessar o infortúnio, em verdade, acontecia o contrário, em que ele deveria esconder-se para não assustar a sua família.
“Este acontecimento revelou a Gregor a repulsa que o seu aspecto provocava ainda à irmã e o esforço que devia custar-lhe não desatar a correr mal via a pequena porção do seu corpo que aparecia sob o sofá. Nestas condições, decidiu um dia poupá-la a tal visão e, à custa de quatro horas de trabalho, pôs um lençol pelas costas e dirigiu-se para o sofá, dispondo-o de modo a ocultar-lhe totalmente o corpo, mesmo que a irmã se baixasse para espreitar.”
Essa repulsa que a família tinha ao seu aspecto representava a repulsa àquela condição que nada poderia oferecer além de trabalho. O medo já começara a transforma-se em ódio, já que, à proporção que o tempo passava a família entendia que, naquele estado, Gregor era um peso desnecessário. Aliás, aquilo não era Gregor, não possuía sentimentos, causava pânico e colocava em choque a tranquilidade da família. Assim, aquela criatura asquerosa só poderia ser tratada da mesma forma que se aparentava. Eram necessárias medidas violentas para provocar o entendimento de Gregor.
“Mas Gregor não podia arriscar-se a enfrentá-lo, pois desde o primeiro dia da sua nova vida se tinha apercebido de que o pai considerava que só se podia lidar com ele adotando as mais violentas medidas.”
Esse ódio que a família passa a nutrir por Gregor é simbolicamente condensado na maçã que o pai o atirara. O inseto monstruoso merecia aquele ódio, pois para a família, naquele estado, Gregor era desprovido de virtudes. Gregor acreditava ser sua a obrigação de cuidar da família – e a família agia como se fosse – de tal maneira que a única virtude que ele possuía era garantir os proventos e, assim, quando metamorfoseado Gregor perde a sua única virtude, sendo merecedor do ódio da família. Afinal, o que restara?
Para a família, apenas trabalho, uma vez que agora (sem Gregor) deveriam cuidar dos seus proventos, fato o qual lhes custavam enorme energia. Ademais, tinha o “pesado” inseto gigantesco, o qual lhes consumia o resto da energia. Portanto, seria uma injustiça por parte de Gregor exigir mais do que faziam. Ora, ele mesmo deixou-os naquela situação de exaustão. Curioso é, que Gregor sozinho conseguia prover tudo que a família precisava, tendo que aguentar um trabalho que não suportava, mas, ainda assim, não reclamara da família. O Gregor, contudo, deveria receber de bom grado tudo que sua família fazia por ele.
“Naquela família assoberbada de trabalho e exausta, havia lá alguém que tivesse tempo para se preocupar com Gregor mais do que o estritamente necessário!”
O tratamento que recebia, assim como o isolamento fazia Gregor entristecer e perder potência, pois já não era fácil estar naquela situação e ainda ser tratado da forma como aparentava não fazia sentido para ele, já que continuava o mesmo Gregor Samsa por dentro. Ou seja, como poderia ser tratado como um monstro se ainda sentia as mesmas coisas?
“Poderia ser realmente um animal, quando a música tinha sobre si tal efeito?”
É evidente que Gregor em nenhum momento foi visto como um ser com sentimentos e que precisava de ajuda, todos ao seu redor só conseguiam enxergar o superficial, o raso. Por medo? Talvez, sabemos que é preciso coragem para ter uma relação verdadeira e profunda. Mas, acima de tudo, Gregor Samsa perdera o seu valor. Não o valor que faz dele quem é, mas o valor simbólico que a sua família o atribuía e que se restringia a provê-los.
Esse traço, hoje, parece ser ainda mais claro e nisso reside a genialidade de Kafka. As relações são líquidas e pautadas em resultados, esforçar-se por alguém está fora de questão. A sua família é incapaz de colocar-se em seu lugar, logo ele, que até ali carregava o peso da família sozinho, era visto com um fardo insuportável.
“Não pronunciarei o nome do meu irmão na presença desta criatura e, portanto, só digo isto: temos que ver-nos livres dela. Tentávamos cuidar desse bicho e suportá-lo até onde era humanamente possível, e acho que ninguém tem seja o que for a censurar-nos.”
A de se reconhecer que ter alguém naquela situação era difícil, contudo, os relacionamentos trazem peso, esforço e o que nos permite carregá-los é o amor, e este não existia em relação a Gregor. Além disso, a exclusão e a culpa que impunham a Gregor foram pouco a pouco o tornando mais impotente, triste e se sentido o monstro que todos achavam.
Diante disso, só restara um fim, a morte, que representou uma libertação para sua família. A causa da morte? Uma maçã podre que carregara no seu dorso, que o fazia pesado, embora estivesse vazio; uma maçã que representava o ódio que sua família o nutria; uma maçã que o levava ao chão, como um inseto. E assim –
“… a cabeça pendeu-lhe inevitavelmente para o chão e soltou-se-lhe pelas narinas um último e débil suspiro.”

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

HOMEM SE ISOLA DA SOCIEDADE POR 25 ANOS APENAS COM SEU CÃO. O QUE ELE REVELA DENTRO DESSA CAVERNA É INCRÍVEL

No deserto do Novo México, nos Estados Unidos, vive um artista. Seu nome é Ra Paulette.
Paulette passou 25 anos da sua vida trabalhando no subsolo apenas com uma única companhia: seu cachorro.
Trabalhando isolado de tudo e de todos, o artista transformou a caverna numa estrutura de cair queixos.
Dê uma olhada no que havia dentro dela:

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