sábado, 11 de outubro de 2014

Delator da Petrobras diz que a campanha de Dilma em 2010 foi beneficiada por dinheiro desviado

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o 

doleiro Alberto Youssef afirmam que o PT foi o 

partido mais contemplado pela propina. As 

revelações estarrecedoras escancaram a falência 

moral do Estado nos últimos anos


Josie Jerônimo (josie@istoe.com.br)
Na quarta-feira 8, vieram à tona áudios de depoimentos feitos em regime de delação premiada na Justiça Federal em Curitiba por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef – considerados hoje dois dos maiores arquivos vivos da República e detentores dos segredos mais explosivos da maior estatal do País. As declarações dos delatores descrevem uma gigantesca rede de corrupção formada por dirigentes da Petrobras, empreiteiras e partidos políticos integrantes da base de sustentação do governo Dilma Rousseff. As revelações são estarrecedoras. A corrupção estatal poucas vezes foi exposta de maneira tão crua e direta narrada abertamente por seus executores a serviço do Estado. Nos áudios, os depoentes apontam PT, PMDB e PP como as legendas beneficiadas pelo propinoduto e colocam sob suspeição a campanha de 2010 da presidenta Dilma Rousseff. “Dos 3% da Diretoria de Abastecimento, 1% seria repassado para o PP e os 2% restantes ficariam para o PT. Isso me foi dito com toda a clareza”, afirmou o ex-diretor da Petrobras. “Outras diretorias também eram PT. O comentário que pautava dentro da companhia era que em alguns casos os 3% ficavam para o PT”, acrescentou. Um dos operadores dos desvios na Petrobras, de acordo com os depoimentos, era João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. Indicado para o cargo pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-diretor de Serviços Renato Duque e Nestor Cerveró, ex-dirigente da Área Internacional da Petrobras da cota do PMDB, também recebiam propina. “Bom, era conversado dentro da companhia e isso era claro que sim. Sim. A resposta é sim”, afirmou Paulo Roberto Costa, questionado sobre o pagamento de suborno aos dois. As movimentações irregulares, segundo disseram, continuaram até 2012, quando Costa deixou a estatal, e pode ter contaminado a atual campanha de Dilma à reeleição.
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É fato que se a sociedade brasileira encarar como natural esse assalto à coisa pública terá de estar preparada para aceitar todo e qualquer tipo de desmando de seus governantes. Os limites estarão rompidos indissoluvelmente. Mas, sabe-se, não é da índole do brasileiro compactuar com malfeitos. Neste caso, malfeitos perpetrados no coração da maior estatal do País, motor do desenvolvimento e outrora símbolo da soberania nacional. O dinheiro desviado tinha origem no superfaturamento dos contratos da Petrobras. A taxa média do sobrepreço, além da boa margem de lucro, girava em torno de 3%. Paulo Roberto Costa explicou como funcionava a fábrica de dinheiro para as campanhas políticas e o bolso dos corruptos. Costa confessou que atuava como guardião dos numerários da corrupção. Ele intermediava contatos políticos, gerenciava o pagamento de propina das empreiteiras e cuidava dos critérios da distribuição dos lucros aos partidos envolvidos. O ex-diretor foi assertivo ao apontar o PT como o maior beneficiário dos desvios. Cada partido tinha seus próprios operadores. De acordo com os depoimentos, o ex-deputado José Janene (PR), que faleceu em 2010, e Youssef eram os responsáveis por distribuir o dinheiro da propina no PP. Eles também entregavam a parte que cabia ao ex-diretor da Petrobras por sua atuação nas irregularidades. Costa não detalhou como era feita a divisão dos recursos no PT, tarefa do tesoureiro João Vaccari. No organograma do crime, o delator aponta o ex-diretor de Serviços Renato Duque, apadrinhado de José Dirceu, como o contato do tesoureiro do PT na estatal. 
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O MAGISTRADO
Os depoimentos, colhidos pelo juiz Sérgio Moro,
impressionaram pela riqueza de detalhes e pela
sofisticação do esquema corrupto narrado
A farra da base aliada na estatal se iniciou, de fato, em 2007, quando a Petrobras direcionou o orçamento para grandes projetos, como a construção de refinarias. Mas a idealização e a montagem da rede de corrupção remetem a 2004, com a nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento. Na cúpula da estatal, ele teve grande importância na ampliação do poder do cartel das empreiteiras e na geração de mais divisas para a ala de políticos da quadrilha. Por isso, contou com o lobby de fortes lideranças do cenário nacional para chegar ao posto, com o aval do Palácio do Planalto. Nesse ponto, o doleiro Youssef fez uma das revelações mais importantes de seu depoimento. “Para que Paulo Roberto Costa assumisse a cadeira de diretor da Diretoria de Abastecimento, esses agentes políticos trancaram a pauta no Congresso durante 90 dias. Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco, teve que ceder e realmente empossar o Paulo Roberto Costa”, contou Youssef no interrogatório.
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Ao afirmar que Lula se curvou aos interesses de um bando especializado em drenar dinheiro dos cofres da Petrobras, o doleiro pode ter fornecido um dos fios da meada para se entender como os governos petistas contemplaram as práticas ilícitas. Registros do Congresso trazem indícios de que o doleiro, realmente, tinha razão. Na primeira quinzena de abril de 2004, um mês antes de Costa ser nomeado diretor da Petrobras, o governo Lula sofreu com uma rebelião da base, capitaneada pelo PMDB. À época, o presidente mandou ao Congresso uma medida provisória que reajustava o salário mínimo para R$ 260. Para retaliar o governo, a base passou a exigir o cumprimento de uma promessa de campanha de Lula, que previa o salário mínimo a US$ 100, o equivalente a R$ 289. O PT trabalhava, ainda, para aprovar um projeto que criava 2.800 cargos de confiança no governo. O PP de José Janene passou algumas semanas sem sequer registrar presença no plenário, com o único objetivo de prejudicar o governo do Planalto. Renan Calheiros (PMDB-AL), hoje presidente do Congresso e também citado nas investigações da Lava Jato, comandou a rebelião no Senado.
Presos no início do ano durante a Operação Lava Jato da Polícia Federal, Costa e Youssef aceitaram contribuir com as investigações em troca do abrandamento de suas penas. Nos depoimentos em Curitiba, eles não tinham autorização para explicitar os nomes das autoridades com direito a foro especial, caso de parlamentares, por se tratar de Justiça de primeira instância. Esses casos são apurados somente no Supremo Tribunal Federal (STF).
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OS SEGREDOS DO DOLEIRO
Preso em Curitiba, Alberto Youssef disse que o Congresso ameaçou
paralisar a pauta e Lula capitulou às pressões para
que Paulo Roberto Costa fosse nomeado
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Mesmo sem poder citar nomes, o ex-diretor forneceu informações que, de forma indireta, tiram o sono de muitas autoridades. O delator descreveu, por exemplo, uma consultoria prestada a um político fluminense candidato a cargo majoritário, que queria fazer um plano de governo direcionado ao setor de energia para captar recursos de financiamento de campanha das empresas da área. Costa também envolveu o PMDB ao citar a Diretoria Internacional da Petrobras como feudo da sigla. Segundo o ex-diretor, o responsável por fazer o serviço sujo do recolhimento da propina junto às empreiteiras seria Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. “Na Diretoria Internacional, o Nestor Cerveró foi indicado por um político e tinha ligação forte com o PMDB”, disse o delator. Nos bastidores do Congresso, atribui-se a indicação de Cerveró a Renan Calheiros.
“Em diretorias como gás, energia e exploração, o comentário
na companhia é que 3% ficavam com o PT”
Chamou a atenção dos investigadores o tom de deboche muitas vezes adotado nas conversas dos envolvidos nas práticas corruptas. Nesse contexto, uma das expressões mais usadas pelos interlocutores era um trecho da Oração de São Francisco de Assis, aquele que prega “é dando que se recebe”. “Nós tínhamos reuniões, com certa periodicidade, com esse grupo político e nesses encontros comentava-se, recebemos isso, recebemos aquilo”, afirmou o ex-diretor, sobre os acertos de propina. As cifras astronômicas que abasteciam o esquema são tratadas com naturalidade pelo ex-diretor, mas deixam confusos até mesmo os experientes investigadores do caso. Ao narrar episódio em que recebeu R$ 500 mil das mãos do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, por ter ajudado a intermediar contratação de empresas de navios, os interrogadores não esconderam o espanto e questionaram Costa sobre a forma de pagamento da propina. “Uma parcela”, respondeu.
“Tem uma tabela e ela revela valores de agentes
de vários partidos relativos à eleição de 2010”
Meio milhão de reais é uma cifra desprezível no universo de dígitos dos contratos firmados entre as empreiteiras que compunham o cartel que dominou a Petrobras. Relatório da Polícia Federal estima que, de R$ 5,8 bilhões em transações firmadas, R$ 1,4 bilhão escoou pelo ralo graças a obras superfaturadas para abastecer a quadrilha. Paulo Roberto Costa apontou 11 empresas envolvidas nos desvios. Ele detalhou a ação orquestrada das companhias, mas faz questão de dizer que nem todos os contratos da estatal estão contaminados. Como exemplo, ele cita a Refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco. De acordo com Costa, o empreendimento reúne aproximadamente 50 empresas, mas o cartel não encampa todas as contratadas. A máquina de irregularidades era tocada pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, UTC, Engevix, Iesa, Toyo Setal, Galvão Engenharia, OAS e Queiroz Galvão. O delator listou, também, o nome de diretores responsáveis por negociar as condições especiais proporcionadas às firmas. As empreiteiras repudiaram publicamente as denúncias. O ex-diretor envolveu os altos escalões das empresas: “Os presidentes das companhias tinham conhecimento do esquema”. As empresas agiam como se fossem donas da Petrobras, segundo relato do delator. Rateavam os contratos conforme a disponibilidade de suas equipes e determinavam a taxa de lucro que queriam. Quando uma firma fora do grupo conseguia romper a barreira do cartel, as empreiteiras protestavam. “Às vezes participaram empresas que não eram do cartel, ganhavam a licitação e isso deixava as empresas do cartel muito zangadas”, afirmou.
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DRENAGEM DE BILHÕES
Erguida ao custo de US$ 20,1 bilhões - valor dez vezes superior ao
estimado preliminarmente (US$ 2,5 bilhões) -, a Refinaria Abreu e
Lima é o retrato da corrupção, incompetência e malversação
de recursos, revelou a Polícia Federal
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O cartel formado pelas empreiteiras para sangrar as contas da Petrobras, segundo Paulo Roberto Costa, agia também em alguns ministérios. A rede de pagamento de propina da estatal funcionaria para abrir portas em pastas com gordos orçamentos para obras de infraestrutura. “Empresas que tinham interesses em outros ministérios, capitaneados por partidos, participaram de obras de rodovias, saneamento básico, do Minha Casa Minha Vida. No meu tempo na Petrobras, nenhuma empresa deixou de pagar propina. Se você cria um problema de um lado, pode gerar de outro”, afirmou.
“Na refinaria Abreu e Lima a Camargo Corrêa participou
do cartel e efetuou os repasses a políticos”
Ao fim do trabalho de análise e recolhimento de provas, os empresários atrelados à fraude responderão a processo criminal. Além dos relatos do ex-diretor, os investigadores da Lava Jato conseguiram obter de uma das companhias um tipo de colaboração no formato de um acordo de leniência. A empresa está ajudando a reunir provas financeiras para demonstrar a atuação do cartel. A ajuda garantirá a essa empreiteira a possibilidade de evitar sanções, como firmar novos contratos com o poder público. Seus diretores, no entanto, terão de responder penalmente pela participação nas negociatas.
“Recebia em espécie na minha casa, no shopping ou escritório.
Recebi da Transpetro R$ 500 mil e quem pagou foi Sérgio Machado
A divulgação do interrogatório do doleiro e do ex-diretor da Petrobras incendiou o ambiente eleitoral e os citados se apressaram em repudiar as acusações. O ex-presidente Lula usou um repertório que já lhe é peculiar ao reagir às novas denúncias. Em discurso em Campo Limpo, São Paulo, bradou como se vítima fosse e como se ele e o seu partido estivessem acima do bem e do mal: “Eu já estou de saco cheio (das denúncias contra o PT). Daqui a pouco eles estarão investigando como nós nos portávamos dentro do ventre da nossa mãe”. No governo, intensificam-se as pressões para a demissão de Sérgio Machado, da Transpetro, que teria entregado R$ 500 mil para Paulo Roberto Costa. O objetivo é evitar mais desgastes para o Planalto. O PT, como Lula, também cumpre roteiro conhecido. Pretende procurar o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para pedir que não ocorram novos vazamentos, durante o segundo turno das eleições, dos depoimentos feitos em sigilo de justiça. Zavascki desempenha papel de protagonista nas investigações. Como ministro do STF, instância responsável por julgar políticos e autoridades com foro privilegiado, coube a ele validar os depoimentos colhidos pelo juiz Sérgio Moro. Na etapa atual, ele analisa as provas colhidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal que envolvem parlamentares e ministros do Estado na rede de corrupção. Não são poucas.
“Dentro do PT a ligação do diretor de serviço
era com o tesoureiro, o senhor João Vaccari”
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Fotos: JF DIORIO/AE, Nacho Doce/Reuters, Ricardo Borges/Folhapress; Guga Matos/JC Imagem/Folhapress

Como fazer um frontline caseiro

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Dizem que só existem cães e gatos que tomam “prozac” porque estão acabando com as suas pulgas que os mantinham ocupados. Brincadeiras à parte, o fato é que as pulgas e os carrapatos veem se tornando um flagelo para os nosso peludos, e que os frontlines industriais além de custarem muito caro, não estão dando conta do recado. Esta receita abaixo funciona, mesmo, e custa muito pouco, basta dar uma olhada nos relatos de usuários.
É muito simples, é só seguir a receita que não tem erro.

Ingredientes:
  1. 1 litro de álcool - compre álcool de cereais - é melhor do que o de supermercado;
  2. 30g de cânfora
  3. 1 pacotinho de cravo da índia;
  4. 1 copo de vinagre branco;
Obs: não leva água

Modo de fazer:

Misture tudo e deixe em infusão até dissolver a cânfora. Misture todos os ingredientes, coloque num borrifador de plantinhas.

Use bastante nos pelos dos cães e gatos, na casa depois de varrer, nas casinhas deles.
Carrapatos aparecem ás vezes, pois o vento traz, mas morrem na hora!

Quando chega um peludo resgatado da rua, antes do banho eu borrifo esta solução neles e envolvo com uma toalha. As pulgas saem mortas e os carrapatos quase morrendo! Depois é só dar o banho, secar e colocar mais a solução pra garantir."

Fonte original: Rede

Obs 1.

Em função da polêmica em torno da quantidade de pedras ou gramas de cânfora no frontline, fiz uma pesquisa e, conforme a FDA (Food and Drug Administration) dos EUA, o percentual recomendado de cânfora em composição de fórmulas e medicamentos é de 3%.

Como um litro de álcool equivale a 790 gramas, a quantidade de cânfora seria de 24g e se considerarmos, tambem, os 250ml de vinagre, a quantidade de cânfora seria algo em torno de 30g. Ainda, conforme a FDA, deve ser evitado a administração do composto que contenha a cânfora em bebês humanos.

frontline como estava antes, com as 30 pedras ou 60 gramas, sempre foi utilizado por uma infinidade de pessoas com resultados excelentes e sem relatos de ocorrência de problemas de qualquer natureza nos cães e gatos, muito pelo contrário, como pode ler nos depoimentos em comentários abaixo, de muitos usuários.

Obs 2.

Embora a cânfora seja tida como de fácil dissolução em álcool, isso não acontece com tanta facilidade assim, logo, você deve amassá-la e só depois colocar na mistura.


Atenção! 


Resolvemos publicar este receita: Como fazer o Dersani caseiro, o cicatrizante em função da necessidade de muitos usuários de resolver problemas de lesão de pele provocadas em cães e gatos, sobretudo por pulgas, já que, conforme relatos ele realmente funciona. Dê uma olhada!

 Atendendo a pedidos de alguns usuários decidimos publicar uma fórmula para facilitar a limpeza dos ouvidos dos cães feita por você mesmo. Não tem erro. Além da formula, muito simples, segue um passo a passo de como proceder na aplicação: Como fazer a limpeza dos ouvidos dos cães. (16/04/13) 

É isso! 

Perfume nacional tem cheiro de maconha, dizem usuários





FELIPE PATURY E TERESA PEROSA

11/10/2014 

Três meses sem consumir maconha são necessários para que os efeitos no esperma desapareçam  (Foto: Getty Images)
A Natura enfrenta uma onda de reclamações sobre seu novo perfume masculino, o #urbano. Em redes sociais, como o Twitter, e o ReclameAqui acumulam críticas do mesmo teor: ele cheira a maconha. Alguns dizem que tiveram de dar explicações em casa e no trabalho sobre o odor que exalaram. A Natura diz que não existe similaridade química entre a matéria-prima do #urbano com notas que remetam a cheiros como fumo, fumaça e afins e que troca produtos, em caso de queixa. O #urbano na embalagem de 100 ml custa aproximadamente R$ 90.

Aécio dispara e abre 17 pontos de vantagem sobre Dilma, mostra pesquisa Istoé/Sensus

Primeiro levantamento após divulgação de áudios da Petrobrás mostra que escândalo atingiu em cheio campanha da petista

Mário Simas Filho
Primeira pesquisa ISTOÉ\Sensus realizada depois do primeiro turno da sucessão presidencial mostra o candidato Aécio Neves (PSDB) com 58,8% dos votos válidos e a petista Dilma Rousseff com 41,2%. Uma diferença de 17,6 pontos percentuais. O levantamento feito entre a quarta-feira 7 e o sábado 10 é o primeiro a captar parte dos efeitos provocados pelas revelações feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o detalhamento do esquema de corrupção na estatal. “Além do crescimento da candidatura de Aécio Neves, observa-se um forte aumento na rejeição da presidenta Dilma Rousseff”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Segundo a pesquisa, o índice de eleitores que afirmam não votar em Dilma de forma alguma é de 46,3%. A rejeição de Aécio Neves é de 29,2%. “O tamanho da rejeição à candidatura de Dilma, torna praticamente impossível a reeleição da presidenta”, diz Guedes. A pesquisa também capta, segundo o diretor do Sensus, os apoios políticos que Aécio recebeu durante a semana, entre eles o do PSB, PV e PPS.
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As 2000 entrevistas feitas em 24 Estados e 136 municípios mostra que houve uma migração do eleitorado à candidatura tucana mais rápida do que as manifestações oficiais dos líderes políticos. No levantamento sobre o total dos votos, Aécio soma 52,4%, Dilma 36,7% e os indecisos, brancos e nulos são 11%, tudo com margem de erro de 2,2% e índice de confiança de 95%. Nos votos espontâneos, quando nenhum nome é apresentado ao eleitor, Aécio soma 52,1%, Dilma fica 35,4% e os indecisos são 12,6%. “A analise de todos esses dados permite afirmar que onda a favor de Aécio detectada nas duas semanas que antecederam o primeiro turno continua muito forte”, diz Guedes. O tucano, segundo a pesquisa ISTOÉ\Sensus, vence em todas as regiões do País, menos no Nordeste. No PSDB, a espectativa é a de que a diferença a favor de Dilma no Nordeste caia nas próximas pesquisas, principalmente em Pernambuco, na Bahia e no Ceará. Em Pernambuco devido o engajamento da família de Eduardo Campos na campanha, oficializado na manhã do sábado 10. Na Bahia em função da presença mais forte do prefeito de Salvador, ACM Neto, no palanque tucano. E, no Ceará, com a participação do senador eleito Tasso Jereissati.
Além da vantagem regional, Aécio, de acordo com o levantamento, supera Dilma em todas as categorias socioeconômicas, o que, segudo a análise de Guedes, indica que a estratégia petista de apostar na divisão do País entre pobres e ricos não tem dado resultado.

PESQUISA ISTOÉ|Sensus
Realização – Sensus
Registro na Justiça Eleitoral – BR-01076/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – de 07 a 10 de Outubro de 2014
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95%

Dilma lança artilharia contra trajetória de Aécio

Presidente-candidata diz que adversário fez “mau uso do dinheiro público” na construção de aeroporto e que, ao contrário dele, não foi nomeada para vice-presidência da Caixa Econômica aos 25 anos

Felipe Frazão, de Contagem (MG)A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, em Contagem, Minas Gerais
A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, em Contagem, Minas Gerais (Felipe Frazão/VEJA.com)
Na semana em que o candidato do PSDB à Presidência da Republica, Aécio Neves, apareceu pela primeira vez em vantagem numéroca nas pesquisas de intenção de voto, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) fez críticas em série à história do adversário e aos doze anos de gestão do PSDB em Minas Gerais. Segundo o Datafolha, Dilma e Aécio ficaram em empate técnico, com o tucano à frente: 51% contra 49% da petista.
Dilma lançou a artilharia petista contra Aécio insinuando que o tucano beneficiou familiares ao reformar um aeroporto em um terreno que foi desapropriado de familiares dele em Claudio, cidade do interior de Minas. Vale lembrar, a representação do PT contra o tucano foi arquivada pelo procurador-geral da República, que afirmou que não há provas contra Aécio.
“Eu não faço mau uso do dinheiro público. Eu jamais desapropriei um pedaço da fazenda de algum familiar meu, jamais construí um aeroporto nessa fazenda e jamais peguei a chave desse aeroporto e entreguei para ser gerida por um familiar meu. Não tem essa história de tentar explicar o inexplicável, não é só uma questão de ser legal ou ilegal”, disse Dilma em entrevista a jornalistas. Ela repetiu o discurso no palanque a militantes.
Leia também:
Contra as críticas de Aécio sobre o aparelhamento do governo com indicados pelos aliados da base governista no Congresso, Dilma voltou a dizer que o PSDB instalou na direção da Polícia Federal um filiado tucano no fim do governo Fernando Henrique Cardoso, Agílio Monteiro Filho. Ela também afirmou que Aécio ocupou cargo na Caixa Econômica por influência política do avô, Tancredo Neves. Aécio foi diretor de Loterias na estatal.
“O candidato adversário fala sempre em aparelhamento da máquina. Não há maior aparelhamento da máquina do que colocar na direção geral da Polícia Federal um filiado a partido político”, criticou. “Eu nunca virei vice-presidente da Caixa Econômica Federal aos 25 anos de idade. Todos os cargos que tive foram por meus méritos e não por indicação de ninguém.” 
A presidente também afirmou que os sucessivos governos do PSDB em Minas Gerais não investiram em Saúde. “Uma coisa me chama atenção. Minas Gerais tem uma cobertura baixíssima do Samu, 28% apenas. Isso não é usual no Brasil. Me deixa estarrecida. O Estado deixou os municípios sem parceria”. Dilma também citou que o Tribunal de Contas de Minas Gerais fez um termo de ajustamento de gestão para que o Estado invista 12% de seu orçamento em Saúde. “No período do ex-governador Aécio Neves e do último governador [Antonio Anastasia, também do PSDB] eles não cumpriram com o mínimo constitucional e segundo o Tribunal de Contas há um déficit não investido de 7,8 bilhões de reais. É impressionante este fato. Então qual é a credibilidade do meu adversário para dizer que vai investir em Saúde se quando pode não fez.”
Campanha — Neste sábado, Dilma marcou um ato político na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde ele se saiu melhor nas urnas no primeiro turno. Apesar de ter liderado a votação no Estado com 43,4% dos votos contra 39,7% do tucano, Dilma ficou atrás de Aécio na Grande BH, onde o oposicionista reverteu o placar: 47% contra 31% da petista. Minas concentra 15,2 milhões de eleitores, o segundo maior colégio eleitoral do país com de 10,6% do eleitorado nacional.
Dilma promoveu uma reunião com militantes e cabos eleitorais em hotel e antes circulou em carro aberto no comercio de Contagem, na Região Metropolitana de Minas Gerais. Na cidade, ela perdeu por seis pontos porcentuais (39% a 33%) de Aécio, embora o petista Fernando Pimentel, governador eleito, tenha derrotado com folga o tucano Pimenta da Veiga por 59,9% a 32,5%. Pimentel acusou a oposição de fazer uma campanha “sórdida, venenosa e fétida”.


No palanque da presidente, surgiu uma bandeira do PSB, empunhada por militantes dissidentes. O partido declarou apoio a Aécio no segundo turno e ocupa cargos no governo mineiro. Segundo os petistas presentes, além dos pessebistas, militantes da Rede, do PMDB, do PRTB e do PPL também manifestaram apoio a Dilma.
by Veja

João Santana, tremei! Os bastidores de um vídeo viral

turma do chapéu

Campanhas eleitorais são ganhas com o melhor marketing que o dinheiro pode comprar.
Foi assim com Collor em 1989, Lula em 2012 e, pelo menos até uma semana atrás, com a Presidente Dilma Rousseff.
Mas na era do Complexo Facebook-Google-Whatsapp, um bando de garotos munidos de laptops, bebendo água e suco e programando freneticamente estão conseguindo — de graça — fazer o contraponto virtual à cara e primorosa (honestidade intelectual à parte) campanha do PT.
Os jovens aecistas cybermilitantes se reúnem numa espécie de confraria chamada Turma do Chapéu. São cerca de cinquenta membros “atuantes e rotativos”, a maior parte em Minas e São Paulo, tradicionais redutos tucanos.
Essa semana, a Turma do Chapéu jogou na internet duas iniciativas que aumentaram a autoestima dos aecistas numa campanha marcada por seu complexo de inferioridade em relação ao talento do marketeiro de Dilma, João Santana, o homem que já elegeu seis presidentes.
Na quarta-feira, a Turma do Chapéu colocou no ar o Aécio de Verdade — um site que desconstrói o que os garotos chamam de “mentiras” do PT contra seu candidato.
Na quinta, um membro da Turma cercou Aécio no Rio e gravou o vídeo caseiro que se viralizou no Whatsapp nas 24 horas seguintes. No vídeo, Aécio fala olhando para a câmera do celular e convida o “pessoal desse grupo de Whatsapp” a “combater as mentiras com a verdade.” O texto-base foi feito pelos garotos de Minas, que juram que Aécio também improvisou um pouco. (Nota: Se você ainda não recebeu este vídeo no celular, você provavelmente só tem amigos petistas.)
No Twitter, Vinícius Melo Justo, eleitor de Aécio, comentou: “O vídeo do Aécio para o Whatsapp é, na minha opinião, a primeira bola-dentríssimo da campanha do PSDB.”
Já um eleitor de Dilma… “Aceito de boas no whatsapp essas correntes, orações, imagens santas, Chapolin Sincero… Mas se mandar esse vídeo do aecio é block na hora.”
Os quatro jovens que fizeram o site e o vídeo são Alberto Lage (20 anos), Marcel Beghini (22), Guilhermina Abreu (21) e Sam Jovana (24).
“A ideia do site surgiu em uma reunião de voluntários da campanha do Aécio na segunda-feira à noite,” diz Lage. “Quando fiquei sabendo que não havia nenhum plano para combater a onda de mentiras, fiquei indignado e mobilizei esses amigos.”
O site foi feito na madrugada de terça para quarta em BH. Sabendo que a noite ia ser longa, os guerrilheiros digitais passaram num mercado do lado de casa para se abastecer. Lage tomava água e comia pé de moleque. Jovana se alternava entre água e suco. Abreu comia batata chips. E Beghini, que estuda à noite, chegou mais tarde, direto da aula, com um pacote de viagem do McDonald’s.
Lage e Jovana são filiados ao PSDB de Minas; os outros dois, não. Lage é parente distante do Padre Lage, um dos fundadores do PT em Minas Gerais — fato sempre relembrado pela família quando querem atormentar o garoto.
Lage está no sétimo período de direito na UFMG. O pai é professor da UFMG e a mãe, da PUC. Nenhum deles ocupa cargo público comissionado. Beghini fez jornalismo na PUC e agora cursa Direito. Abreu estuda direito no IBMEC pelo PROUNI e, além da Turma, participa do Embaixadores de Minas, um movimento voluntário de ex-alunos de escolas públicas que tentam devolver algo à sociedade. Jovana é formada em Design pela UEMG.
A Turma do Chapéu já atuou na campanha de 2010, quando trabalharam para José Serra (contra Dilma) e para Antonio Anastasia, que concorria ao Governo de Minas. Foi o próprio Anastasia quem, involuntariamente, batizou o grupo. No evento de lançamento de sua candidatura, os jovens combinaram de ir de chapéu para ficar mais fácil de se encontrar no meio da multidão. Ao vê-los de cima do palco, Anastasia saudou a militância jovem: “Está aqui a turma do chapéu,” disse no microfone.
Começou aí uma relação mais profunda com o PSDB. Nos dois anos seguintes, o Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do PSDB, bancou três viagens da Turma pelo Brasil. O objetivo era produzir um documentário falando dos problemas nacionais e entrevistando lideranças locais. A ideia era falar só com políticos tucanos, mas como a política é a arte do improviso, os garotos saíram um pouco do script. Em Tocantins, falaram com o pessoal do PT. Em Sergipe, com o PSB. Em Rondônia, com o PMDB.
Nesta campanha, a Turma não passou o chapéu para receber nada do PSDB. “Nós nunca recebemos salário ou qualquer forma de remuneração, mas o PSDB já cobriu os custos de projetos anteriores,” diz Lage. “Mas neste caso, não houve um pedido da campanha. Estamos gastando o nosso.”
Como é natural, Lage comemorou o sucesso dos últimos dias com a métrica típica da Geração Y:
“Eu vivi pra ver um projeto meu saindo no YouPix como ‘genial’ hahahah”, tuitou ele na sexta-feira.
***
PS: Se você só tem amigos petistas, segue o vídeo.
Por Geraldo Samor

Quem é você?



BY  

“Não voto em Aécio, mas minha empregada vota em Dilma. E quem sou eu para dizer o que é melhor para a Maria?”, diz o blogueiro. E eu tenho que concordar.
Quem é você para condenar Maria e seus filhos a terem uma educação diferente da sua, em escolas e universidades públicas decrépitas e aparelhadas por professores-militantes que abdicaram do dever de dar aulas em nome de uma ideologia, de um partido e de manter suas carreiras medíocres a despeito do desempenho?
Quem é você para eternizar Maria e seus filhos na pobreza, num país que aleija o empreendedorismo, a inovação tecnológica e os investimentos, para que ela possa deixar de ser doméstica não por decreto, o que é insustentável, mas por que encontrou melhores oportunidades de trabalho, o que é desejável, verdadeiro, recompensador e meritório?
Quem é você para manter Maria e seus filhos sob o controle do crime, vivendo em comunidades em que a polícia faz vista grossa para a bandidagem e onde adolescentes delinquentes são protegidos por estatutos feitos para blindar quem vive do narcotráfico e humilhar os jovens que estudam e trabalham?
Quem é você para ridicularizar Maria e seus filhos em questões morais, quando ela tenta dizer aos filhos para serem honestos, trabalhadores e dedicados à família enquanto são governados por gente que zomba de tudo que Maria entende por certo, justo e sagrado?
Quem é você para calar e ensurdecer Maria e seus filhos, criminalizando a divergência de opinião, a liberdade de expressão e controlando a imprensa, fazendo com que eles sejam impedidos de ter acesso à informação sem patrulha ideológica e conhecerem o verdadeiro caráter dos seus governantes?
Quem é você para acorrentar Maria e seus filhos na estagflação, criando um ciclo vicioso de falta de perspectivas, de ambição e de mobilidade social, fazendo com que ela e sua família se tornem para sempre as vítimas que você finge identificar e proteger?
Quem é você para selecionar por Maria e seus filhos seus livros, músicas, filmes e programas de TV, optando por conteúdos de baixa qualidade e militantes achando que são incapazes de entender e apreciar por eles mesmos o bom, o belo e o justo?
Você é alguém que quer que Maria continue para sempre limpando seu banheiro e tirando seu prato da mesa enquanto você toma vinho francês com seus amigos e fala mal do sistema econômico que deu oportunidades para que outros cem vinhos continuem esperando por você na sua adega climatizada ao lado do seu sofá posicionado como manda o Feng Shui.
Quem é você? Você é um paradoxo: você é alguém e também não é ninguém, é apenas um aristocrata de uma casta obscurantista e preconceituosa que tem uma visão “zoológica” de quem tem menos recursos que você, que trata pobre como incapaz e pobreza como doença incurável.
Pobreza é uma condição transitória e perfeitamente superável com educação e oportunidades de trabalho, mas você disfarça e olha para o outro lado quando vê alguém que vence por mérito, trabalho duro e talento e não porque você forjou atalhos e depois cobrou subserviência, genuflexão e votos em troca.
Quem é você? 
Você é quem mantém Maria onde está. E é contra você que vou lutar até o fim.

Aécio tem 46%, e Dilma, 44%, diz 1ª pesquisa Ibope do segundo turno



09/10/2014

Levantamento com 3.010 pessoas foi realizado entre 7 e 8 de outubro.
Margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.



Do G1, em São Paulo







Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (9) aponta os seguintes percentuais de intenção de voto no segundo turno da corrida para a Presidência da República:


- Aécio Neves (PSDB): 46%

Dilma Rousseff (PT): 44%

- Branco/nulo: 6%

- Não sabe/não respondeu: 4%
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
Na margem de erro, os candidatos estão empatados tecnicamente. É o primeiro levantamento divulgado pelo instituto no segundo turno da eleição presidencial.
Votos válidos

Se forem excluídos os votos brancos e nulos e dos eleitores que se declaram indecisos, mesmo procedimento utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição, os índices são:

Aécio - 51%
Dilma - 49%
Na margem de erro, os candidatos estão empatados tecnicamente.
O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 205 municípios nos dias 7 e 8 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01071/014.
1º turno

No primeiro turno, Dilma teve 41,59% dos votos válidos e Aécio, 33,55% (veja os números completos da apuração no país).
Rejeição

O Ibope perguntou, independentemente da intenção de voto, em qual candidato o eleitor não votaria de jeito nenhum. Veja os números:

Dilma - 41%
Aécio - 33%
Expectativa de vitória

O Ibope também perguntou aos entrevistados quem eles acham que será o próximo presidente da República, independentemente da intenção de voto. Para 49%, Dilma sairá vitoriosa; 40% acreditam que Aécio ganhará; 11% não sabem ou não responderam.

Da Série "Relembrando" O que Lindbergh queria? (2013)

“Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio Soares – antes de avalizar um contrato de caixa dois com uma agência de publicidade, em 2004

MURILO RAMOS E DIEGO ESCOSTEGUY
27/09/2013 

O ano de 2004 foi especial para Lindbergh Farias, atualmente senador e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT. Inexpressivo como deputado federal e empacado politicamente pela imagem juvenil de cara-pintada, imagem que o perseguia desde o impeachment de Fernando Collor de Mello, nos anos 1990, Lindbergh percebeu que era hora de dar uma sacudida na carreira. Com o apoio da cúpula do PT, decidiu sair candidato a prefeito de Nova Iguaçu, uma das principais cidades da Baixada Fluminense. Administrar Nova Iguaçu seria, como se confirmou depois, um trampolim para projetos políticos mais ousados. Lindbergh sabia que precisava tornar seu nome conhecido na região e, nessa cruzada, contava com o respaldo dos próceres do partido, principalmente do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, que via nele grande potencial. O primeiro passo era evidente: contratar uma assessoria de marketing político para promover a metamorfose, aos olhos do eleitorado, de líder dente de leite em gestor qualificado. Escolheu-se para o trabalho a agência paulista Supernova Mídia, do marqueteiro Carlos Colonnese, conhecido como Cacá. A parceria deu certo, e a passagem de Lindbergh para o segundo turno das eleições municipais entusiasmara a direção do PT. Mas também causara preocupação. Como a campanha de Lindbergh arrumaria os R$ 2,7 milhões que o marqueteiro Cacá exigia para continuar trabalhando?
ENDOSSO Delúbio Soares e o contrato de Lindbergh Farias com a Supernova Mídia. Mesmo relutante, Lindbergh assinou – e Delúbio topou ser fiador (Foto: Elio Rizzo/Futura Press)
ENDOSSO Delúbio Soares e o contrato de Lindbergh Farias com a Supernova Mídia. Mesmo relutante, Lindbergh assinou – e Delúbio topou ser fiador (Foto: Reprodução)
Lindbergh, de acordo com líderes do PT que coordenaram as campanhas do partido em 2004, fez o que todos no partido faziam: foi pedir dinheiro a Delúbio Soares, então tesoureiro petista. Encontrou-se com Delúbio no restaurante de um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro, de acordo com esses relatos. Os dois conversaram a sós por alguns minutos. Quando Lindbergh foi embora, os interlocutores de Delúbio perguntaram o que ele queria. “Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio, segundo o relato de um dos presentes. Delúbio consultou Dirceu, que aprovou o repasse do dinheiro – ou, no mínimo, o compromisso do partido de pagar a conta assim que se obtivessem fundos para tanto. Naquele momento, a vitória de Lindbergh era uma das prioridades do grupo de Dirceu. A direção do PT sabia que Lindbergh viria a ser, como agora se demonstra, um candidato forte ao governo do Rio de Janeiro.

Em 2004, o PT tinha muitas campanhas – e muitas dívidas – país afora.Mesmo com o dinheiro do operador Marcos Valério, hoje condenado no caso do mensalão, Delúbio não conseguia fazer frente às demandas dos candidatos. Como alternativa, segundo pessoas próximas a ele, Delúbio se comprometeu com Lindbergh a avalizar a dívida com o marqueteiro Cacá. Delúbio exigia, porém, que Lindbergh também assinasse um contrato e as respectivas notas promissórias com Cacá. Era uma maneira de garantir que, caso eleito, Lindbergh arcaria com a quitação da dívida, por meio de contratos da prefeitura de Nova Iguaçu com Cacá, como determinam as regras silenciosas da política nacional. Lindbergh hesitou, segundo os relatos. Disse que seu coordenador de campanha assinaria. Como Delúbio estivesse inflexível, Lindbergh finalmente capitulou. Topou assinar os papéis.
Em 2004, a vitória de Lindbergh
em Nova Iguaçu era uma
das prioridades do grupo
de José Dirceu no PT
E assim foi feito. ÉPOCA teve acesso aos documentos, que estavam com dirigentes graúdos do PT. Os papéis revelam que, no dia 14 de outubro de 2004, a duas semanas do segundo turno, Lindbergh e Cacá assinaram um contrato secreto de R$ 2,7 milhões, avalizado por Delúbio. Cinco dias depois, Delúbio endossou três notas promissórias oferecidas como garantia de pagamento. Uma no valor de R$ 500 mil, outra de R$ 1 milhão e a última de R$ 1,2 milhão. As promissórias também foram assinadas por Lindbergh. Em 26 de outubro daquele ano, a cinco dias do segundo turno, o contrato foi registrado no Cartório do 10o Ofício de Notas de Nova Iguaçu. Todas as firmas foram reconhecidas.

O esforço do PT foi recompensado com a vitória de Lindbergh. Na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, Lindbergh reconheceu apenas R$ 500 mil em despesas com a empresa do marqueteiro Cacá. O contrato público, do caixa oficial, tem, além do valor de R$ 500 mil, uma importante diferença em relação ao contrato secreto. Nele, não aparece Delúbio Soares. O conjunto de papéis secretos constitui evidência forte de que Lindbergh cometeu crimes eleitorais, ao fornecer informações falsas à Justiça Eleitoral – e, claro, ao recorrer ao célebre caixa dois de Delúbio. 
 
A PROMISSÓRIA que subiu Lindbergh Farias (à esq.) e o endosso de Delúbio (acima). “As despesas  de campanha de 2004 foram assumidas pela direção nacional  do PT”, disse Lindbergh em nota (Foto: Sergio Lima/Folhapress)
Apesar do compromisso assinado por Delúbio e Lindbergh, o marqueteiro Cacá tomou um calote parcial, de acordo com os relatos. Em 2005, no primeiro ano do mandato de Lindbergh à frente da prefeitura de Nova Iguaçu, o município firmou um contrato de R$ 600 mil com a empresa de Cacá. Seria o primeiro de muitos, mas, segundo a narrativa, disputas impediram os demais repasses. Só esse primeiro contrato foi suficiente para causar um belo estrago jurídico a Lind­bergh. Em 2008, o então pro­curador-geral de Justiça do Rio de Janeiro denunciou Lindbergh, Cacá e outras seis pessoas por fraude em licitação. Foi aberto um inquérito, que, agora, está sob a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. É um dos processos que fazem de Lindbergh, segundo levantamento do site Congresso em Foco, o campeão de processos entre os parlamentares. São 13. Neles, Lindbergh, que ajudou a derrubar o ex-presidente Fernando Collor, é acusado de corrupção passiva, corrupção eleitoral, desvio de recursos públicos, formação de quadrilha e crimes contra a Lei de Licitações.

Depois de romper com Lindbergh, Cacá, usando o contrato secreto e as promissórias, cobrou dos dirigentes do PT o pagamento do restante da dívida. Foi ignorado. Com os anos, reaproximou-se de Lindbergh e, no ano passado, trabalhou para o PT nas campanhas municipais do Rio, com o objetivo específico de tornar o nome de Lindbergh mais conhecido. Procurado por ÉPOCA para comentar o caixa dois de Lindbergh, Cacá primeiro disse que cobrara apenas R$ 500 mil do PT naquela campanha, e que o PT lhe devia R$ 250 mil até hoje (sem correções). Negou a existência das promissórias. Depois, confrontado com os papéis, reconheceu a veracidade deles. Afirmou que o contrato secreto foi assinado “no calor das comemorações” do primeiro turno – e que os serviços de marketing acabaram não sendo executados. “Não houve entrega, não houve serviço, não houve pagamento. O que houve foi o distrato do contrato”, disse. ÉPOCA, então, pediu uma cópia do tal distrato. Não apareceu. Quanto ao contrato com a prefeitura de Nova Iguaçu, Cacá disse que não houve fraudes.

Delúbio não respondeu aos questionamentos de ÉPOCA. O atual tesoureiro do PT, João Vaccari, limitou-se a afirmar que todas as informações relativas à prestação de contas do partido constam do site do Tribunal Superior Eleitoral. Lindbergh não respondeu às perguntas de ÉPOCA sobre os valores pagos ao marqueteiro Cacá, nem sobre as promissórias assinadas por ele e Delúbio Soares, nem sobre o contrato secreto. Em nota, afirmou que “as despesas de campanhas de 2004 foram assumidas pela direção nacional do PT, e as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

“O senador Lindbergh Farias manifesta sua indignação com o fato de ÉPOCA abrir mais uma vez espaço para atacá-lo com uma denúncia antiga e sem fundamento”, disse ainda Lindbergh na nota. Ele se refere a duas reportagens recentes de ÉPOCA. Uma noticiou detalhes de um processo sobre suspeitas de compra de uma decisão judicial permitindo sua candidatura à reeleição em 2008. A outra revelou documentos de um processo em que ele é acusado dedesviar dinheiro de contratos da prefeitura de Nova Iguaçu. Com tantos processos, talvez Lind­bergh precise novamente de um contrato com o marqueteiro Cacá.

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