terça-feira, 16 de setembro de 2014

Reintegração em SP acaba em quebra-quebra, ônibus incendiado, 70 detidos e mulher grávida ferida


200 famílias ocupavam o imóvel no centro 
da cidade quando PM cumpriu mandado
 judicial
    Do R7, Agência Record
Integrantes de grupo de sem-teto atiram objetos em policiais que participam de reintegração
Reprodução/Rede Record

Confronto entre Policiais Militares e sem-teto que ocupavam um prédio no centro de São Paulo acabou em tumulto nesta terça-feira (16). Houve quebra-quebra, incêndio de um ônibus e cerca de 70 pessoas foram detidas acusadas de vandalismo. Há informação, não confirmada, de que uma mulher grávida teria sido ferida. A confusão ocorreu numa ação de reintegração de posse iniciada às 6 horas da manhã por determinação judicial. Um policial ficou ferido após ser atingido por um objeto jogado de um dos andares do prédio, na altura do número 601 da avenida São João.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via ficou completamente bloqueada, nos dois sentidos. O trânsito local foi desviado pelo largo Paissandu, avenida Cásper Líbero e avenida Ipiranga. Cerca de 30 linhas de ônibus operam com itinerário alterado, segundo a SPTrans

Ssegundo o movimento FLM (Frente de Lutaq por Moradia), cerca de 200 famílias estariam  no imóvel há cerca de seis meses. Os sem-teto atearam fogo em objetos para montar barricadas, depredaram ônibus no Largo do Paissandu, e atacaram os PMs. A Tropa de Choque respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Por causa do protesto, comércios e agências bancárias da região foram fechadas e um ponto de ônibus desativado.
Ao menos um ônibus foi queimado, no centro de São PauloReprodução/Rede Record
Em nota, a SSP informa que "a juíza Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível do Foro Central, determinou a reintegração de posse do edifício de 20 andares, após pedido de seu proprietário, a Aquarius Hotel Limitada. A Justiça requisitou que a Polícia Militar auxilie na desocupação".
De acordo com o comunicado "a ação estava prevista para acontecer no dia 11 de junho, porém, na ocasião, foi cancelada porque não foram disponibilizados pela empresa proprietária do local — conforme previamente estabelecido — os meios necessários, caminhões e carregadores, para o transporte dos pertences dos moradores. A reintegração foi reagendada para o dia 27 de agosto. Porém, no dia, foi novamente suspensa porque os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões e transportadores ainda não era suficiente".   
A nota ainda diz que "foram feitas reuniões entre a Polícia Militar, advogados da empresa proprietária e moradores, para acertar como seria a saída. As reuniões serviram para avaliar os riscos da operação e orientar quanto ao papel que os policiais do 7º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano) exerceriam durante a ação".
Segundo o FLM, o imóvel ficou "abandonado por mais de dez anos e estava ocupado pelas famílias sem-teto há seis meses e que agora, por decisão do judiciário, o local deverá ser devolvido à especulação imobiliária, sem levar em conta o problema social. Aproximadamente 800 pessoas, crianças e idosos serão jogados na rua, sem uma solução definitiva".

“Concurso público é uma máquina de injustiça social”

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Por Taís Laporta

Autor de estudo que critica os métodos de seleção de funcionários públicos no País, professor da FGV propõe o fim das provas de múltipla escolha e das taxas de inscrição

Os concursos públicos no Brasil não foram feitos para escolher os melhores candidatos. Essa é a opinião do professor de Direito da FGV Rio, Fernando Fontainha, crítico voraz do sistema que filtra os ocupantes de cargos públicos no País.
Para o acadêmico, a ideologia concurseira que se firmou ajuda a alimentar uma “indústria milionária de cursos preparatórios e um sistema de arrecadação que desvirtuou os processos seletivos”.
Boa parte destas críticas está no livro recém-lançado “Processos Seletivos para a Contratação de Servidores Públicos: Brasil, o País dos Concursos”, fruto de uma pesquisa do Centro de Justiça e Sociedade da FGV Direito Rio em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). Na obra, Fontainha propõe criar um marco regulatório para mudar radicalmente os critérios de seleção de funcionários públicos no Brasil.
O professor propõe, entre outras ideias, abolir as provas de múltipla escolha e acabar com as taxas de inscrição. No estudo, aparecem exemplos de provas em 20 órgãos federais, entre eles Banco Central, INSS, Polícia Federal e Receita. Para selecionar os candidatos com as competências mais adequadas, Fontainha sugere que a experiência profissional prévia seja requisito básico para inscrever-se no concurso.
iG – Por que, na sua opinião, os concursos públicos não são capazes de selecionar os melhores candidatos?
Fernando Fontainha - Os concursos no Brasil são autocentrados, voltados para si mesmos. Neles, impera a ideologia concurseira, que acontece em enorme prejuízo do serviço público brasileiro, sem dúvida alguma. Eles servem para selecionar os que mais se prepararam para as provas, e não os mais competentes. Isso reflete na qualidade dos serviços públicos no Brasil.
Como você sugere mudar esse sistema?
Existem duas maneiras de se averiguar os candidatos mais competentes: de forma profissional ou acadêmica. Criamos propostas provocativas de um novo marco regulatório, com 10 itens que passam pelo fim das provas de múltipla escolha e pela necessidade de expor as habilidades e competências exigidas pelas carreiras já no edital.
Você propõe acabar com as provas de múltipla escolha. Por quê?
Com certeza, esse tipo de prova não avalia bem o candidato, é uma prova cheia de macetes. Ela averigua capacidades completamente desligadas das competências acadêmicas. Não são provas de múltipla escolha que os alunos estão acostumados a fazer na faculdade e não elas não vão definir o que farão na carreira. As questões de múltipla escolha não avaliam nem competências acadêmicas, nem profissionais. Esse é o problema. Todo mundo sabe como se treina para essas provas em cursinhos. Você pega os truques e técnicas para escapar das pegadinhas.
Deveria haver uma prova prática para substituir o método atual?
Nós sugerimos que sim. Ou prova prática ou requisitos de experiência prévia. O médico do Ministério da Saúde faz apenas uma prova de múltipla escolha para ser admitido. A única exigência é de que ele seja bacharel em medicina. Isso é no mínimo questionável. Mas não quero parecer elitista.
“Pra fazer cursinho, você precisa ter tempo. E ter tempo é poder não trabalhar. O brasileiro que sai do ensino médio e precisa trabalhar estará concorrendo em desvantagem com alguém que pode ficar só em cursinhos”
O cargo de técnico do INSS, que pede ensino médio, e que em 2012 recebeu quase um milhão de candidatos, é alguém que fica atrás do balcão atendendo pessoas. Ele é avaliado por uma prova de múltipla escolha, com questões de direito previdenciário, português, informática. Mas a competência fundamental pra prestar um bom atendimento público não é avaliada, apesar de ser fundamental.
A ideia seria selecionar apenas pessoas com alguma experiência prévia?
Seria uma solução muito simples pra diminuir essa quantidade alucinante de inscritos e, com certeza, aumenta as chances de contratar pessoas que vão prestar um bom serviço. Exige que, para se inscrever, a pessoa comprove que tem cinco anos de experiência com atendimento ao público. Isso não é elitista, pelo contrário. Você exige que a pessoa demonstre que durante cinco anos ela foi caixa de supermercado ou balconista de farmácia por exemplo. Aquele sujeito que hoje tem condições de ser liberado para se preparar para os cursinhos não vai poder concorrer ao cargo, por exemplo.
Na sua opinião, os concursos públicos favorecem pessoas de nível social mais elevado?
O concurso público hoje é uma máquina de exclusão social, e não de inclusão. Esse sistema é voltado para quem tem tempo e dinheiro para pagar um bom cursinho. Pra quem pode pagar um bom colégio, que já no ensino médio ministra disciplinas para preparar o seu filho para os concursos da administração pública. Esse é um dos reflexos perversos da ideologia concurseira. Pra fazer cursinho, você precisa ter tempo. E ter tempo é poder não trabalhar. O brasileiro que sai do ensino médio e precisa trabalhar estará concorrendo em desvantagem com alguém que pode ficar só em cursinhos. É uma máquina de injustiça social.
Por que vocês acham necessário eliminar as taxas de inscrição dos concursos?
No Brasil, se acha natural pagar para fazer um concurso público. Mas não é assim em todos os países do mundo. Temos um capítulo no livro que mostra uma comparação com a França, onde ninguém nem compreende dizer que você vai pagar uma taxa para prestar um concurso. É um verdadeiro absurdo por lá, mas aqui é normal.
Mesmo com a taxa, os concursos recebem um grande número de candidatos…
Para essa máquina poder funcionar, é preciso haver um contingente enorme de pessoas que não param de fazer provas, uma atrás da outra. A ideia de vocação, de desejo de um cargo desaparece diante da ideia de que se vai sair fazendo vários concursos por aí, até passar em algum. Isso é ser um concurseiro profissional, faz parte da sua ideologia se inscrever para todos os cargos que puder. Ele não sabe se gostaria de trabalhar com previdência ou ser policial. Mesmo que não queira fazer aquilo da vida, vai pelo salário, pela estabilidade e por outras vantagens que a vida de funcionário público oferece.
Por isso vocês propõem também que o candidato não possa prestar mais de três vezes o mesmo concurso?
Sim. Isso acontece na França. Você só vai se inscrever se achar que tem condições reais de passar. Vai acabar com essa coisa de prestar por prestar. E inverte essa relação de cliente que existe nos concursos. Quando você instaura uma taxa, está privatizando a relação. Por isso é um problema grave no Brasil. O que se discute hoje não é a qualidade do serviço público e do recrutamento, mas o rol de direitos dos concurseiros. Acho que tem que haver esses direitos, mas o foco do concurso é pensar num recrutamento que vai ampliar a qualidade da prestação do serviço público. Esse deveria ser o foco principal.
As bancas examinadoras também precisariam mudar?
Sim. Dependendo do foco, dizemos que todo serviço público precisa ter uma escola profissional. Se você recrutou o candidato, agora tem que formá-lo. A menos que seja um concurso que já recrute profissionais gabaritados no mercado. Pela nossa proposta, metade da banca tem que ser formada por acadêmicos da área. Existem até membros de banca profissionais. A gente propõe que isso acabe. O profissional vai pra a banca e publica um livro que deve ser lido pelos candidatos. O ideal é que se ele participou de uma banca, tem que ficar dois anos sem participar de novo. No caso de um concurso de vocação profissional, que a banca seja composta por profissionais não acadêmicos com pelo menos 10 ou 15 anos de experiência comprovada na área.
Fonte: iG 

Carta à Lucia Santaella


Publicado: 13/09/2014 17:18 BRT 
lucia santaella
Cara Lucia Santaella,
"conheço" você dos livros de semiótica adotados nos diversos cursos de comunicação Brasil afora. No primeiro ano da faculdade de jornalismo, você foi palestrar no nosso departamento. Perguntei a um amigo se ele iria à sua palestra. Ele respondeu: "vou e vou levar um cartaz: Santaellaaaaaaa, I wanna have your babyyy". Isso virou uma espécie de bordão depois. Bons e bobos tempos. Enfim.
Qual não foi meu espanto ao ver seu mimimi classe média sofre compartilhado na minha timeline. Incrível como a perda de um privilégio (e veja que estamos falando de um privilegiozinho de nada, que é poder estacionar seu carro aqui ou mais acolá) esteja levando até pessoas inteligentes como você a soltar os argumentos mais rasos.
Uma simples pesquisa no Google revelaria à senhora que vermelho é uma cor muito utilizada para sinalizar ciclovias mundo afora:
ciclovia 1
Winterthur, Suíça
ciclovia 2
Bristol, Inglaterra
ciclovia 3
Madison, Wisconsin -- ou seja: nos Estados Unidos, lugar que, todos sabemos, é um antro comunista.
ciclovia 4
Cambridge, Inglaterra
Diversas cidades brasileiras (com prefeitos de vários partidos) também possuem ciclovias em vermelho.
ciclovia porto alegre
Porto Alegre
ciclovia curitiba
Curitiba
ciclovia santos
Santos, SP
ciclovia indaiatuba
Indaiatuba, SP
Não consta que os habitantes destas cidades tenham ficado mais agressivos, agitados ou estressados desde que as ciclovias vermelhas foram implementadas.
Posso também te dar meu testemunho pessoal. Há quase dois anos moro em Utrecht, na Holanda, e trabalho em Amsterdam. Ambas têm ciclovias vermelhas. Pedalo na primeira cidade e uso o transporte público na segunda. Não sinto que meu sistema nervoso central esteja entrando em parafuso. Eu e as pessoas à minha volta parecem muito bem, obrigada.
Aliás, nunca me senti menos estressada do que hoje em dia, dona Lucia. Pedalar tem me feito um bem danado. Sabe quando eu era agressiva, agitada, acelerada e estressada? Nos seis anos em que morei em São Paulo. Passava quase três horas presa no ônibus para ir ao trabalho e à faculdade. Isso, num dia normal. Se chovesse...
Quando a empresa me mandava fazer uma pauta no outro lado da cidade e essa pauta acabava por volta das seis da tarde, nem o conforto do táxi pago pelo patrão compensava o suplício de ficar horas dentro dele. Quantas vezes me vi presa na Marginal, presa na Teodoro Sampaio, presa na Faria Lima, presa-presa-presa. Todos, sozinhos em seus carros com espaço para mais quatro pessoas, presos-presos-presos. Xingando o motorista da frente. Respirando poluição. Aguentando a poluição sonora. Me diga com sinceridade, Santaella: o que tem mais chances de te fazer entrar em parafuso, viver desse jeito ou ver um pouquinho de vermelho todo dia?
Não precisa responder. Toma mais Google rápido: 1) São Paulo tem índices de ansiedade e depressão semelhantes a zonas de guerra. 2) Especialista diz que trânsito de São Paulo pode ocasionar doenças. 3) Pesquisa da IBM relaciona níveis de estresse e a mobilidade das cidades.
Outra coisa que o Google poderia ter te mostrado é que Haddad não está permitindo que os ciclistas também utilizem as vias, ao pintar as ciclovias no chão. A bicicleta já é prevista como meio de transporte no código de trânsito. Com ou sem ciclovia, o ciclista sempre teve o direito de circular ali. O que a ciclofaixa faz é dar mais segurança ao ciclista -- coisa que se faz muito necessária numa cidade como São Paulo, onde os motoristas se acham os donos das ruas e muitas vezes resolvem "dar um susto" no ciclista para ele "saber seu lugar". Se o motorista paulistano se finge de surdo, que o aviso para respeitar os ciclistas seja em vermelho berrante então.
Vale lembrar que, na Holanda, nem todas as ruas possuem demarcações no chão. Mas os ciclistas são bem-vindos em todas as ruas, a não ser que seja explicitamente dito o contrário. Assim também é no código de trânsito de Sampa.
Aliás, falando em Holanda, devo dizer que a parte que mais me incomoda do teu "desabafo" é quando você diz "será que Haddad pensa que vivemos em plena Amsterdam?". É uma frase recorrente. Já vi mjitas vezes nos comentários de portais de notícias: "tá pensando que isso aqui é Amsterdam?". E aí eu pergunto: por que, cara pálida, São Paulo não pode ser como Amsterdam? O que é que Amsterdam tem de tão especial, tão inatingível, que São Paulo sequer possa tentar ter?
A ideia de que existe algo especial e inatingível em Amsterdam está contida no uso da palavra "plena" na sua frase. Veja só que irônico, Santaella. Nunca pensei que usaria o que aprendi nos seus livros para analisar você. Este "plena" está tão carregado de síndrome de vira-lata que acho surpreendente que você mesma não veja.
Amsterdam não nasceu tendo ciclovias em todo canto. Para se tornar o que é hoje, houve muitos protestos. Veja:

Os holandeses não pedalam porque são seres iluminados, super preocupados com o futuro do planeta. Ou porque querem ser saudáveis e se exercitar todo dia. Eles pedalam porque é preciso. Porque há políticas públicas que priorizam a bicicleta. O transporte público na Holanda é caro e o serviço muitas vezes deixa a desejar (só para se ter uma ideia de quào caro é, quando cheguei aqui, não sabia andar de bicicleta. Em quatro meses, gastei mais de mil euros só com transporte. Quanto aos probleminhas que me fazem dizer que ele deixa a desejar, deixo para outro post porque tenho comigo vários mimimis). Os carros, como o vídeo diz, não têm acesso aos centros das cidades -- e os estacionamentos são uma fortuna. Andar de bicicleta é então a opção mais econômica e mais rápida -- e às vezes a única forma de chegar a um determinado destino.
Essas políticas públicas, vale repetir, não vieram sem luta. E é essa luta que está acontecendo agora no Brasil. A estrutura da cidade está começando a mudar, como nos anos 1970 a Holanda começou a mudar.
Eu sei que São Paulo não é Amsterdam. Andar de bicicleta em Amsterdam, que é toda plana, é mais fácil. São Paulo tem ladeiras que eu jamais me arriscaria a enfrentar. Mas não pense que aqui é mamão com açúcar: chove com frequência e venta muito (e a lei de Murphy faz com que esse vento seja sempre frontal, não importa pra onde você vire). Quando neva, o chão fica escorregadio. Se tem ciclista disposto a enfrentar as intempéries na Holanda, com certeza tem ciclista disposto a enfrentar uma subidinha em São Paulo.
São Paulo também é consideravelmente maior que Amsterdam. A primeira tem 10 milhões de habitantes, contra 800 mil da segunda. Mas o fato de ser maior é mais um argumento a favor da bicicleta. Não faz sentido que uma cidade enorme, com tanta gente, priorize o meio de transporte individual, que mais ocupa espaço.
Todo mundo sabe que a mobilidade em São Paulo entrou em colapso, e faz tempo. Talvez a senhora também devesse perceber isso, antes de xingar muito no Facebook.

Governador cearense teve o nome citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, segundo matéria publicada pela Istoé



Governador do Ceará Cid Gomes entrou com ação na Justiça pelo recolhimento da revista - Gustavo Miranda

   
SÃO PAULO - A juíza Maria Marleide Maciel Queiroz, de Fortaleza, determinou no fim de semana que a edição desta semana da Revista Istoé seja impedida de circular em todo o país ou, caso já tenha sido distribuída, que seja imediatamente recolhida das bancas de jornais. Segundo informações do site “Consultor Jurídico”, a magistrada tomou a decisão após o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), ir à Justiça relatando ter recebido e-mail da reportagem da revista citando o seu nome como um dos delatados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
ja Também

O processo corre em segredo de Justiça. Segundo o “Consultor Jurídico”, caso desobedeça a ordem, a revista pagará multa de R$ 5 milhões.

"Entendo que a veiculação de seu nome com os fatos ligados à operação Lava Jato poderá lhe causar (ao governador) dano irreparável ou de difícil reparação, vez que exerce um cargo público da mais alta relevância, governador do estado do Ceará", escreveu a magistrada, na liminar concedida.

Na ação, Cid Gomes acusa a publicação de "calúnia, difamação e dano moral". Ele ainda diz que são falsas as informações prestadas por Paulo Roberto Costa à Polícia Federal (PF), e acrescenta que a investigação sobre a estatal ainda está em curso.

A matéria já foi retirada do site da revista. No site da Istoé, há um texto no lugar. "A matéria que você tentou acessar foi retirada do ar por decisão da juíza Maria Marleide Maciel Queiroz, de Fortaleza", diz. "A revista estuda medida judicial que garanta seu direito constitucional de informar à sociedade assuntos de interesse público", acrescenta o texto.

Em nota enviada à imprensa, Cid Gomes diz que está processando a Istoé “por calúnia, difamação e por dano moral por ter abrigado clara armação criada por meus adversários, visando interferir na disputa eleitoral no Ceará” e que não tem nem nunca teve “qualquer envolvimento nem qualquer tratativa pessoal com o citado ex-diretor da Petrobras, muito menos qualquer conversa indecente ou corrupta”.


Read more: http://oglobo.globo.com/brasil/justica-do-ceara-proibe-circulacao-de-revista-por-relacionar-cid-gomes-ao-caso-petrobras-13945987#ixzz3DVBBUrqL

Com medo de condenação, empreiteiras propõem acordo para revelar corrupção na Petrobras Por leniência, empresas terão de confessar participação em desvio de dinheiro da estatal


POR JAILTON DE CARVALHO E ANDRÉ DE SOUZA
13/09/2014

Alberto Youssef: empresas vinculadas a ele teriam recebido depósitos das empreiteiras - Agência O Globo / Geraldo Magela/Agência Senado/18-10-2005


CURITIBA e BRASÍLIA
— Pressionadas pelo volume de provas e pelo alto risco de condenação, pelo menos duas grandes empreiteiras que têm contratos com o governo estão negociando com o Ministério Público Federal um acordo de leniência para confessar participação em desvios de dinheiro da Petrobras e, a partir daí, obter redução de penas em processos criminais.

Essa é a primeira vez na História do país em que emissários de grandes empreiteiras manifestam interesse em colaborar com a Justiça em um caso relevante de corrupção. O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada para empresas acusadas de crimes.

Se concretizado, o acordo pode ajudar o MPF e a Polícia Federal a desvendarem toda a estrutura da corrupção em torno de contratos e obras da Petrobras que já vem sendo denunciada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, e por ex-auxiliares do doleiro Alberto Youssef.

A iniciativa de propor o acordo de leniência partiu das empreiteiras. Representantes de pelo menos duas delas fizeram contatos com integrantes da força-tarefa encarregada das investigações da Operação Lava-Jato, oferecendo-se para uma possível delação. Os procuradores gostaram da ideia, mas advertiram que as empresas precisarão de fato colaborar com as investigações se quiserem se livrar de parte de futuras punições.

— Estamos conversando com mais de uma (empreiteira). Não negamos a possibilidade de um acordo de leniência. Mas as exigências são grandes. Só vamos aceitar se as exigências forem cumpridas — disse ao GLOBO uma das autoridades responsáveis pelas investigações.

EMPREITEIRAS TERÃO DE CONFESSAR CRIMES


Nos primeiros contatos, os procuradores explicaram aos representantes das empresas que elas terão de confessar os crimes cometidos, pagar multas proporcionais aos danos causados aos cofres públicos e se comprometer a não cometer novos delitos. As empresas teriam que adotar práticas de boa governança como transparência, lisura e retidão. A Siemens, envolvida em fraudes no metrô de São Paulo, já fez esse acordo na Alemanha.

As duas empreiteiras interessadas no acordo de leniência estão entre as sete maiores do país, segundo a fonte do GLOBO. Representantes dessas construtoras procuraram o Ministério Público porque sabem que têm poucas chances de escapar de pesadas condenações. Os procuradores já estão, inclusive, preparando ações para responsabilizar empreiteiras por lavagem de dinheiro. A acusação terá como base os depósitos das empreiteiras na MO Consultoria e na GFD, empresas vinculadas ao doleiro Alberto Youssef.

Não há prazo para os acordos de leniência serem fechados. O resultado final depende do grau de colaboração de cada empresa com as investigações da Operação Lava-Jato.

As revelações da contadora Meire Poza de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado André Vargas (sem partido-PR) ajudaram o doleiro Alberto Youssef nas negociações com fundos de pensão de empresas estatais serão a nova munição da oposição na CPI mista da Petrobras.

O líder do Solidariedade na Câmara, Fernando Francischini (PR), disse que vai apresentar requerimentos para ouvir os diretores do Postalis, fundo de pensão dos Correios, e do Funcef, da Caixa Econômica. Mesmo o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), não descartou que a CPI venha a investigar o caso, embora tenha destacado que o foco da CPI hoje é outro.

Meire Poza já trabalhou para Youssef e, em agosto, prestou depoimento à Polícia Federal indicando que teria sido feito um acordo para que Renan Calheiros e André Vargas, na época filiado ao PT, ajudassem o doleiro a fechar negócios com os dois fundos. As negociações, que renderiam R$ 50 milhões a Youssef, não foram adiante porque o doleiro acabou preso em março, durante a Operação Lava-Jato, da PF. O teor do depoimento de Meire foi revelado ontem pelo GLOBO.

— Vamos apresentar requerimentos para saber com quem (entre os políticos) os diretores dos fundos falaram — disse Francischini.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), defendeu que o caso dos fundos de pensão também seja investigado na CPI. O partido já pediu que Meire Poza preste depoimento na comissão, mas o requerimento até agora não foi votado.

Ontem, o fundo de pensão dos Correios, o Postalis, confirmou, em nota, que havia recebido proposta para que fizesse um investimento Marsans Viagens, uma das empresas de Youssef. O Postalis afirmou, no entanto, que a proposta foi rejeitada, e que a decisão não foi tomada por conta da prisão doleiro, cuja ligação com a Marsans nem seria de conhecimento do fundo de pensão. “A decisão foi eminentemente técnica”, diz a nota.

Segundo o Postalis, no dia 28 de março, 11 dias após a prisão do doleiro Youssef, um parecer técnico recomendou a rejeição da proposta. A negativa foi referendada em reunião do comitê de investimentos um mês depois.

“O investimento teve parecer negativo por parte da equipe de analistas da área financeira e, em seguida, pelo Comitê de Investimentos do Postalis, conforme ata de 28/04/2014 daquele comitê. Não havia nada na documentação analisada que pudesse ligar o papel aos senhores Paulo Roberto Costa e/ou Alberto Youssef. O Postalis nunca teve conhecimento de que o investimento tivesse qualquer relação com essas pessoas”, diz a nota.


RENAN DIZ QUE NUNCA OUVIU FALAR DE YOUSSEF

Renan Calheiros negou, em nota, conhecer Youssef. Disse também que sequer tinha ouvido falar do doleiro antes dos fatos relacionados a ele se tornarem públicos. “Portanto, a possibilidade de ter me encontrado com a referida pessoa a qualquer pretexto é zero. Também é zero a chance de ter tratado de temas não republicanos com qualquer pessoa”, afirmou Renan, na nota.

O ministro Teori Zavascki, do STF, informou que a CPI da Petrobras tem o direito de convocar quem quiser para prestar depoimento, inclusive Paulo Roberto Costa. Segundo o ministro, não cabe a ele autorizar ou vetar a presença de alguém na comissão. A explicação foi dada em resposta a pedido de autorização feito pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para o depoimento de Costa ao Congresso na próxima quarta-feira.

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Lula logo dirá que nem sabe o nome do meliante que chamava de ‘Paulinho’

15/09/2014
 às 20:24 \ Direto ao Ponto
Brazil's former president da Silva gives the thumbs-up during a demonstration in Rio de Janeiro
Lula veste macacão da Petrobras no comício diante da sede da estatal. Foto: Sergio Moraes/Reuters
Na discurseira diante do prédio da Petrobras, Lula prorrogou o prazo de validade do Glossário da Novilíngua Companheira, adotado pelo PT há 12 anos para substituir termos muito chocantes por outros que podem ser pronunciados sem que antes se tire as crianças da sala. Os bandidos de estimação do mestre, por exemplo, jamais praticam crimes. Apenas cometem, de vez em quando, um ou outro “erro”, palavrinha que parece reduzir a pecado venial até um matricídio consumado a machadadas.
Nesta segunda-feira, durante a escala no centro do Rio, o palanque ambulante ensinou que foi isso ─ na pior das hipóteses ─ o que aconteceu na estatal transformada em sucursal de quadrilha. Se alguém errou, concedeu, deve ser investigado. O que Lula não tolera é ver a Petrobras alvejada por “ataques” que comprometem a excelente imagem da empresa. “Ataque”, segundo o glossário dos linguistas de porta de cadeia, é qualquer espécie de crítica a sacerdotes da seita lulopetista. Era, portanto, um recado enviesado a Aécio Neves, Marina Silva e outros inimigos da pátria.
Em países civilizados, o criminoso só volta ao local do crime em romances policiais. No Brasil, o chefe do bando se enfia num uniforme usado pelos funcionários da vítima, aparece sem algemas no cenário das muitas delinquências e ameaça aos berros quem ousa espantar-se com um portentoso caso de polícia. Para Lula, atacantes são os defensores da lei e da empresa atacada desde 2004 pela turma que nomeou e a afilhada manteve. Desta vez, o palavrório não convenceu sequer os nacionalistas de galinheiro.
A Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário já sabem o suficiente para induzir a um acordo de delação premiada o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Dilma garante que nunca teve intimidade com o amigo que fez questão de convidar para o casamento da filha. Lula logo estará jurando que não conhece nem de vista o companheiro que chamava de “Paulinho” nas frequentes conversas no Planalto. As revelações do ex-diretor estão longe do fim. É bom que os quadrilheiros se cuidem.
O juiz federal Sérgio Moro, que cuida do caso, é homem íntegro. Ao contrário do que ocorreu na última etapa do julgamento do mensalão, não pode ser substituído por algum magistrado que, em vez de cumprir a lei, cumpre ordens.

Cidade chinesa cria faixa exclusiva para usuários de celular

Por Bruno Capelas, estadao.com.br
Em Chongqing, pedestres podem escolher entre calçada normal ou 'pista' voltada para usuários de celular

Cidade chinesa cria faixa exclusiva para usuários de celular (© Reprodução Twitter)
Cidade chinesa cria faixa exclusiva para usuários de celular



CHONGQING - Quem nunca tropeçou, quase bateu a cabeça no poste ou esbarrou em ninguém enquanto andava na rua usando seu smartphone? Buscando prevenir esse tipo de acidentes, uma cidade chinesa teve uma ideia criativa: a partir de agora, pedestres de uma rua de Chongqing têm opções no percurso de uma calçada de 165 metros, podendo andar em uma faixa normal ou em uma faixa exclusiva para quem está usando seu celular.

"Existem muitos idosos e crianças na nossa rua, e andar com um celular pode causar acidentes desnecessários por aqui", disse Nong Cheng, responsável pelo marketing do grupo responsável pela área central de Chongqing.

A ideia é baseada em um experimento conduzido pela National Geographic no começo desse ano em Washington DC (EUA), supostamente feito para aumentar os cuidados com a falta de atenção que muitas pessoas têm ao usar seus smartphones enquanto andam por aí.

O problema de se andar por aí sem prestar atenção em nada além da telinha à frente não é exclusivo da China. De acordo com a Universidade de Washington, um em cada três americanos está ocupado com um smartphone ou outro tipo de dispositivo enquanto atravessa a rua em cruzamentos perigosos. Além disso, o departamento de transportes dos EUA estabeleceu recentemente uma conexão entre a quantidade de atropelamentos e mortes de pedestres e o uso de smartphones.

Entretanto, a prática de faixas exclusivas para quem está usando um smartphone não parece bem sucedida: logo após a introdução da faixa em Chongqing, ela parecia não fazer muito sucesso. "Quem está usando smartphones não usou a faixa exclusiva na calçada. Eles nem notaram que ela existia!", dizia Nong.

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