sábado, 13 de setembro de 2014

Com medo de condenação, empreiteiras propõem acordo para revelar corrupção na Petrobras Por leniência, empresas terão de confessar participação em desvio de dinheiro da estatal


POR JAILTON DE CARVALHO E ANDRÉ DE SOUZA
13/09/2014 7:00

Alberto Youssef: empresas vinculadas a ele teriam recebido depósitos das empreiteiras - Agência O Globo / Geraldo Magela/Agência Senado/18-10-2005


CURITIBA e BRASÍLIA
— Pressionadas pelo volume de provas e pelo alto risco de condenação, pelo menos duas grandes empreiteiras que têm contratos com o governo estão negociando com o Ministério Público Federal um acordo de leniência para confessar participação em desvios de dinheiro da Petrobras e, a partir daí, obter redução de penas em processos criminais.

Essa é a primeira vez na História do país em que emissários de grandes empreiteiras manifestam interesse em colaborar com a Justiça em um caso relevante de corrupção. O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada para empresas acusadas de crimes.

Se concretizado, o acordo pode ajudar o MPF e a Polícia Federal a desvendarem toda a estrutura da corrupção em torno de contratos e obras da Petrobras que já vem sendo denunciada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, e por ex-auxiliares do doleiro Alberto Youssef.

A iniciativa de propor o acordo de leniência partiu das empreiteiras. Representantes de pelo menos duas delas fizeram contatos com integrantes da força-tarefa encarregada das investigações da Operação Lava-Jato, oferecendo-se para uma possível delação. Os procuradores gostaram da ideia, mas advertiram que as empresas precisarão de fato colaborar com as investigações se quiserem se livrar de parte de futuras punições.

— Estamos conversando com mais de uma (empreiteira). Não negamos a possibilidade de um acordo de leniência. Mas as exigências são grandes. Só vamos aceitar se as exigências forem cumpridas — disse ao GLOBO uma das autoridades responsáveis pelas investigações.

EMPREITEIRAS TERÃO DE CONFESSAR CRIMES

Nos primeiros contatos, os procuradores explicaram aos representantes das empresas que elas terão de confessar os crimes cometidos, pagar multas proporcionais aos danos causados aos cofres públicos e se comprometer a não cometer novos delitos. As empresas teriam que adotar práticas de boa governança como transparência, lisura e retidão. A Siemens, envolvida em fraudes no metrô de São Paulo, já fez esse acordo na Alemanha.

As duas empreiteiras interessadas no acordo de leniência estão entre as sete maiores do país, segundo a fonte do GLOBO. Representantes dessas construtoras procuraram o Ministério Público porque sabem que têm poucas chances de escapar de pesadas condenações. Os procuradores já estão, inclusive, preparando ações para responsabilizar empreiteiras por lavagem de dinheiro. A acusação terá como base os depósitos das empreiteiras na MO Consultoria e na GFD, empresas vinculadas ao doleiro Alberto Youssef.


Não há prazo para os acordos de leniência serem fechados. O resultado final depende do grau de colaboração de cada empresa com as investigações da Operação Lava-Jato.

As revelações da contadora Meire Poza de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado André Vargas (sem partido-PR) ajudaram o doleiro Alberto Youssef nas negociações com fundos de pensão de empresas estatais serão a nova munição da oposição na CPI mista da Petrobras.

O líder do Solidariedade na Câmara, Fernando Francischini (PR), disse que vai apresentar requerimentos para ouvir os diretores do Postalis, fundo de pensão dos Correios, e do Funcef, da Caixa Econômica. Mesmo o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), não descartou que a CPI venha a investigar o caso, embora tenha destacado que o foco da CPI hoje é outro.

Meire Poza já trabalhou para Youssef e, em agosto, prestou depoimento à Polícia Federal indicando que teria sido feito um acordo para que Renan Calheiros e André Vargas, na época filiado ao PT, ajudassem o doleiro a fechar negócios com os dois fundos. As negociações, que renderiam R$ 50 milhões a Youssef, não foram adiante porque o doleiro acabou preso em março, durante a Operação Lava-Jato, da PF. O teor do depoimento de Meire foi revelado ontem pelo GLOBO.

— Vamos apresentar requerimentos para saber com quem (entre os políticos) os diretores dos fundos falaram — disse Francischini.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), defendeu que o caso dos fundos de pensão também seja investigado na CPI. O partido já pediu que Meire Poza preste depoimento na comissão, mas o requerimento até agora não foi votado.

Ontem, o fundo de pensão dos Correios, o Postalis, confirmou, em nota, que havia recebido proposta para que fizesse um investimento Marsans Viagens, uma das empresas de Youssef. O Postalis afirmou, no entanto, que a proposta foi rejeitada, e que a decisão não foi tomada por conta da prisão doleiro, cuja ligação com a Marsans nem seria de conhecimento do fundo de pensão. “A decisão foi eminentemente técnica”, diz a nota.

Segundo o Postalis, no dia 28 de março, 11 dias após a prisão do doleiro Youssef, um parecer técnico recomendou a rejeição da proposta. A negativa foi referendada em reunião do comitê de investimentos um mês depois.

“O investimento teve parecer negativo por parte da equipe de analistas da área financeira e, em seguida, pelo Comitê de Investimentos do Postalis, conforme ata de 28/04/2014 daquele comitê. Não havia nada na documentação analisada que pudesse ligar o papel aos senhores Paulo Roberto Costa e/ou Alberto Youssef. O Postalis nunca teve conhecimento de que o investimento tivesse qualquer relação com essas pessoas”, diz a nota.

RENAN DIZ QUE NUNCA OUVIU FALAR DE YOUSSEF

Renan Calheiros negou, em nota, conhecer Youssef. Disse também que sequer tinha ouvido falar do doleiro antes dos fatos relacionados a ele se tornarem públicos. “Portanto, a possibilidade de ter me encontrado com a referida pessoa a qualquer pretexto é zero. Também é zero a chance de ter tratado de temas não republicanos com qualquer pessoa”, afirmou Renan, na nota.

O ministro Teori Zavascki, do STF, informou que a CPI da Petrobras tem o direito de convocar quem quiser para prestar depoimento, inclusive Paulo Roberto Costa. Segundo o ministro, não cabe a ele autorizar ou vetar a presença de alguém na comissão. A explicação foi dada em resposta a pedido de autorização feito pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para o depoimento de Costa ao Congresso na próxima quarta-feira.


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Paulo Roberto Costa tem sete contas na Suíça



FELIPE PATURY E TERESA PEROSA
13/09/2014 09h30

ARQUIVO Paulo Roberto Costa, ex-executivo  da Petrobras.  Ele guardava provas de suas transações (Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press)
O ex-diretor de Abastecimento da PetrobrasPaulo Roberto Costa mantinha nada menos do que sete contas na Suíça. Todas estavam em seu nome, com seus dados, documentos e endereços verdadeiros. É o contrário do que faz a maioria dos profissionais que atuam no, digamos, mesmo ramo em que Costa é acusado de operar. O mais comum é colocar as contas em nome de empresas de paraísos fiscais. Como se vê, ninguém pode acusá-lo de não ser transparente, ao menos nesse caso. Os advogados de Paulo Roberto não se manifestaram até o fechamento desta edição.

Pesquisas do PMDB mostram que Marina encara onda de críticas com resiliência

FELIPE PATURY


A candidata do PSB, Marina Silva, apresenta seu programa de governo em reunião em São Paulo (Foto: Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Agência O Globo)
O PMDB reagiu com menos otimismo do que o PT ao Ibope que deu a presidente Dilma Rousseff com oito pontos na frente de Marina Silva (PSB). Suas pesquisas não registradas constataram que a onda em torno de Marina parou três dias antes de ela começar a ser alvejada por Dilma e Aécio Neves (PSDB). Os levantamentos feitos até a semana passada indicam que Marina se manteve estável durante o tiroteio. Ou seja, que demonstrou resiliência.


Parece mais recente, mas…

12:38 \ Eleições 2014







O Ibope divulgou uma pesquisa agora há pouco. Por ela,  Dilma Rousseff tem 39%, Marina, 31%, e Aécio, 15% das intenções de voto.
Anteontem, o Datafolha cravou Dilma com 36%, Marina com 33%, e Aécio com  15%.
Qual das duas pesquisas é a mais atual?
Apesar da pesquisa Ibope ter sido apresentada há algumas horas, as entrevistas com os eleitores foram feitas entre sexta-feira passada e segunda-feira. A pesquisa Datafolha foi realizada entre segunda-feira e terça-feira.  É, portanto, mais atual.
Para o distinto público, no entanto,  a do Ibope fica parecendo mais recente, pois apenas uma minoria está atenta para as datas de realização das entrevistas.
Quem encomendou a pesquisa divulgada hoje foi a CNI, de Robson Andrade. A entidade não deve estar preocupada de ser acusada de manipulação.
Por Lauro Jardim

Marina e a arte da vitimização


SAB, 13/09/2014 



A candidata Marina Silva (PSB) chorou, na noite de quinta--feira (11), ao desabafar junto à Folha sobre a série de ataques que está sofrendo desde que entrou na disputa presidencial e virou uma ameaça verdadeira à campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT). No banco de trás do carro que a levava de volta ao hotel após um dia longo de agendas no Rio de Janeiro, Marina disse à Folha que irá reagir conforme aprendeu com Lula "lá atrás", quando era do PT: não vai se render às "mentiras" propagandas pelos adversários.
Por Marina Dias, na Folha de S. Paulo
Alvo de uma série de ataques desde que entrou na corrida pelo Palácio do Planalto e virou uma ameaça para a presidente Dilma Rousseff (PT), a ex-senadora Marina Silva (PSB) fez um desabafo e chorou ao ser questionada pela Folha sobre as críticas que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi aliada por 24 anos.
"Eu não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim, mas posso controlar que não quero fazer nada contra ele", disse na noite de quinta-feira (11), no banco de trás do carro que a levava ao hotel após mais de 13 horas de campanha no Rio de Janeiro.
Emocionada, disse ser quase impossível acreditar que o petista esteja fazendo isso, mas demonstrou que ainda nutre admiração pelo ex-presidente.
"Quero fazer coisas em favor do que lá atrás aprendi, inclusive com ele [Lula], que a gente não deveria se render à mentira, ao preconceito, e que a esperança iria vencer o medo. Continuo acreditando nessas mesmas coisas", afirmou.
Marina, que frequentemente se declara "injustiçada" pelos ataques do PT, lembrou o que aconteceu com Lula nas eleições de 1989, quando ele disputou a Presidência da República e perdeu para Fernando Collor.
"Sofri muito com as mentiras que o Collor dizia naquela época contra o Lula. O povo falava: Se o Lula ganhar, vai pegar minhas galinhas e repartir'. Se o Lula ganhar, vai trazer os sem-teto para morar em um dos dois quartos da minha casa'."
Em seguida, acrescentou: "Aquilo me dava um sofrimento tão profundo, e a gente fazia de tudo para explicar que não era assim. Me vejo fazendo a mesma coisa agora".
Na porta do hotel em Copacabana, após alguns segundos em silêncio, Marina desceu do carro recomposta. Virou o rosto e disse à reportagem: "Mas não tenho raiva de ninguém, não, nem da Dilma. Vou continuar lutando".
Desde que subiu nas pesquisas, Marina está sob ataques do PT, partido ao qual foi filiada de 1985 a 2009.
Ela deixou a legenda depois de se afastar do Ministério do Meio Ambiente, que comandou por cinco anos no governo de Lula. Marina teve várias divergências com o ex-presidente nesse período. A principal, alega, era a dificuldade para desenvolver sua agenda ambiental.
ESPETÁCULO
Em maio de 2008, ela entregou sua carta de demissão a Lula, que avaliou que a aliada estava fazendo de sua saída do governo um "espetáculo desnecessário". Era o primeiro atrito público entre os dois.
Pouco mais de um ano depois, ao se desfilar do PT, comparou sua saída a um "divórcio" e disse que nem a legenda nem o governo haviam avançado no tema da sustentabilidade". Mais desconforto com Lula.
Nos últimos dias, o PT iniciou uma campanha para desconstruir Marina, afirmando que ela não vai dar prioridade à exploração do petróleo do pré-sal e sugerindo que ela é sustentada por banqueiros, numa referência a Neca Setubal, herdeira do banco Itaú que coordena o programa de governo da candidata.
A propaganda petista também apontou problemas de governabilidade numa eventual gestão Marina, associando a candidata a presidentes que não terminaram os mandatos, como Jânio Quadros (1961) e Collor (1990-1992).
A candidata do PSB diz que é vítima de uma "indústria de boatos e mentiras", que tem o objetivo de "fazer terrorismo" com os eleitores.
CAMPANHA CRUEL
Em seus discursos e entrevistas, porém, a ex-senadora costuma poupar Lula. O petista, por sua vez, usou um comício em Recife (PE), na semana passada, para atacar Marina indiretamente, dizendo que "tem gente querendo acabar com o pré-sal". "Se for necessário, Dilma, me fale que vou mergulhar e buscar lá no fundo [do mar] o petróleo."
Aliados afirmam que o petista ainda se constrange ao criticar a ex-companheira de partido, mas ponderam que a disputa eleitoral é mesmo "bastante cruel"
by jornalggn.com.br

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