domingo, 3 de agosto de 2014

Enfim, nossa recompensa: "O Maranhão sem Sarney – pelo menos nas urnas"


Desde 1966, apenas um governador se elegeu contra a vontade de José Sarney. Neste ano, o grupo dá sinais claros de enfraquecimento com a aposentadoria de Sarney e a desistência de Roseana de disputar as eleições

Gabriel Castro, de São Luís

Revista em loja de São Luís destaca aposentadoria de Sarney
Revista em loja de São Luís destaca aposentadoria de Sarney - Gabriel Castro/VEJA
O município de Presidente Sarney parece uma versão maranhense das cidades do Velho Oeste americano: tudo se resume a uma empoeirada avenida principal, cortada por ruas onde o asfalto é raro, e bodes, bois e porcos pastam livremente. No dia em que o site de VEJA esteve na cidade, na última quarta-feira, uma camionete da Polícia Militar patrulhava incessantemente o ponto mais movimentado da cidade, como que em busca de suspeitos. Mas Presidente Sarney fica no Maranhão: ao mesmo tempo, dezenas de pessoas chegavam das áreas rurais amontoadas em paus de arara e se organizavam em uma longa fila do lado de fora da casa lotérica onde são distribuídos os recursos do Bolsa Família. 
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Grande parte da população de Presidente Sarney vive na área rural, de agricultura familiar e extrativismo. O analfabetismo está na casa dos 40%. A cidade é o melhor exemplo do que, 48 anos atrás, o recém-eleito governador José Sarney apontava como o dilema maranhense: "O Maranhão não suportava mais, nem queria, o contraste de suas terras férteis, de seus vales úmidos, de seus babaçuais ondulantes, de suas fabulosas riquezas potenciais com a miséria, com a angústia, com a fome e o desespero".

O contraste continua. Em 2014, as casas de pau a pique continuam existindo por todo o território maranhense. O Estado tem o segundo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Mas, hoje, às vésperas de se aposentar, o outrora jovem político se tornou o maior símbolo daquilo que dizia combater. Desde 1966, apenas um governador se elegeu contra a vontade de Sarney: Jackson Lago, em 2006. Ele não concluiu o mandato porque foi retirado do posto pela Justiça Eleitoral. Quem assumiu o cargo foi Roseana Sarney. O nome de Sarney, seus parentes e aliados está presente em incontáveis escolas, pontes, rodovias, avenidas, hospitais, fóruns e municípios – além de Presidente Sarney, existe a cidade de Governador Edison Lobão.
Na pobreza, Presidente Sarney se iguala à maior parte dos municípios do Maranhão. Obviamente, o ex-governador não inventou a miséria no Estado. Mas, em cinco décadas, ele e seu grupo político foram incapazes de dar aos municípios maranhenses um padrão de vida digno. Ao mesmo tempo, recorreram a métodos condenáveis de cooptação política. Sarney assumiu o cargo como um renovador: era um jovem político de boa formação intelectual e pouco ligado aos coronéis. Aos poucos, ele concentrou um poder muito superior ao dos cargos que ocupava. 
As eleições deste ano ficarão marcadas pela aposentadoria do ex-presidente da República, que se preparava para disputar mais um mandato no Senado quando anunciou sua desistência em meio a um prognóstico de incertezas na disputa. O cenário já foi melhor para Sarney. A filha dele, Roseana, vai concluir em dezembro seu mandato de governadora e também ficará foradessas eleições. O favorito para sucedê-la é um adversário histórico da família.
O nome que pode derrotar o grupo de Sarney é o de Flávio Dino (PC do B), um ex-juiz federal que aparece com uma larga vantagem nas pesquisas de intenção de voto. Ele tem a seu lado partidos de peso, como PSDB e PP, e atrai até mesmo uma ala considerável do PT – que, oficialmente, apoia Lobão Filho (PMDB).
"Nós queremos derrotar o Sarney como um caminho para o Estado crescer. É um poder familiar, patriarcal, patrimonialista e oligárquico impede que o Estado desenvolva suas potencialidades", diz o candidato comunista, que conta com apoio de PSB, PP e PSDB.
Já Lobão Filho, herdeiro político do grupo de Sarney, não teme entrar para a história como o responsável por uma derrota emblemática. "Tenho 195 prefeitos dos 217, tenho o dobro de tempo de televisão, sou muito mais preparado que o candidato adversário. Quando começar a campanha de verdade,  tenho  absoluta certeza da vitória do meu grupo político", diz ele.
A perda de influência de Sarney é nítida. Entretanto, não foi resultado de uma reviravolta súbita, nem de uma revolução política no Estado. A decadência ocorre de forma lenta e constante. Um fator importante é a simples renovação de eleitores. Edrielle de Cássia, por exemplo, tem 17 anos e é estudante em Presidente Sarney. Mas o primeiro voto dela será é de Flávio Dino. "O Sarney nunca fez nada pela nossa cidade", diz ela. 
Lobão Filho, apesar de herdeiro de uma figura influente no Estado, também não é tão popular quanto os integrantes do clã Sarney. "Se fosse a Roseana, era mais fácil. Mas não conheço o Lobão", diz a balconista Valdelice Chagas, da cidade de Central do Maranhão.
Há também os que se desiludiram com o grupo de Sarney, como o fisioterapeuta Frederico de Araújo, que vive em Pinheiro – terra-natal do ex-presidente: "Sempre votei neles, mas chega uma hora em que é preciso mudar". 
Os eleitores fiéis ao ex-presidente, entretanto, ainda são muito numerosos. "É igual casamento. Você pode se desentender com sua mulher de vez em quando. Mas ruim com ela, pior sem ela", diz a funcionária pública Maria das Virgens Nogueira, moradora de Pinheiro e fiel defensora de Sarney.
Independentemente do resultado das eleições deste ano, a popularidade de José Sarney deve continuar em declínio. Mas popularidade em queda não significa ostracismo. O homem mais poderoso do Maranhão continua exercitando muito bem uma prática típica dos coronéis do começo do século XX: o suporte ao presidente do momento em troca de sua lealdade incondicional no Estado. Por isso, muito tempo ainda vai se passar até que a influência de Sarney suma da política brasileira. Mesmo com o o ex-presidente fora do poder público, ele manterá seus indicados em estatais, continuará tendo grande poder nas decisões do PMDB e manterá sua influência no Judiciário. Mas a História é escrita sobretudo a partir de eventos simbólicos, e as eleições de 2014 podem ficar marcadas como a derrocada do homem mais poderoso do Maranhão.
by Veja

Sedentarismo é o maior vilão da epidemia de obesidade nos EUA

Obesidade

Estudo mostrou que aumento do peso da população foi acompanhado por redução na prática de exercícios, mas não por piora na alimentação

Sedentarismo: estudo aponta a falta de atividade física como principal causadora da epidemia de obesidade americana
Sedentarismo: estudo aponta a falta de atividade física como principal causadora da epidemia de obesidade americana(Thinkstock/VEJA)
O principal culpado pela atual epidemia de obesidade nos Estados Unidos não é a má alimentação, mas sim o sedentarismo. É o que conclui uma nova pesquisa da Universidade Stanford, que analisou dados coletados durante vinte anos por um levantamento nacional de saúde.
Os pesquisadores observaram que, durante esse período, os americanos diminuíram significativamente os seus níveis de atividade física, ao passo que o índice de massa corporal (IMC) médio da população aumentou. Por outro lado, a quantidade de calorias consumidas permaneceu estável.
CONHEÇA O CASO

Título original: Move More, Eat Less:It’s Time for Americans to Get Serious about Exercise​

Onde foi divulgada: periódico The American Journal of Medicine​

Quem fez: Uri Ladabaum, Ajitha Mannalithara, Parvathi Myer e Gurkirpal Singh,

Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, Estados Unidos

Resultado: A epidemia de obesidade dos EUA ocorreu com o aumento do sedentarismo entre a população, e não com mudanças na alimentação.
Para se ter uma ideia, em 2010 mais da metade (51,7%) das mulheres adultas do país eram consideradas sedentárias, ou seja, não praticavam nenhuma atividade física nas horas vagas. É mais que o dobro da taxa de sedentarismo registrada em 1994, que foi de 19,1%. Os homens, embora se exercitem mais do que as mulheres, também apresentaram um aumento na prevalência de sedentarismo, de 11,4% em 1994 para 43,5% em 2010.
Durante esse intervalo de tempo, o IMC médio da dos americanos cresceu 0,37% ao ano, sendo que o aumento mais acentuado aconteceu entre mulheres mais jovens. Além disso, a circunferência abdominal da população feminina aumentou 0,37% por ano e a da masculina, 0,27%.
O total de calorias consumidas ao dia, no entanto, não teve alterações significativas ao longo desse tempo. “A nível populacional, encontramos uma relação significativa entre aumento do IMC e da circunferência abdominal e o sedentarismo, mas não a ingestão calórica”, diz Uri Ladabaum, professor da Faculdade de Medicina de Stanford e coordenador da pesquisa. Segundo ele, porém, isso não significa que uma má alimentação não provoca a obesidade, mas sim que o sedentarismo é o maior causador do aumento do problema nos Estados Unidos.
O estudo foi publicado nesta semana no periódico The American Journal of Medicine.

Cinco passos para sair do sedentarismo
Avalie o seu físico

Passar por uma avaliação de flexibilidade, fôlego, força muscular e composição corporal é importante para medir o progresso que virá com a prática de exercícios. Esse teste pode ser feito por um profissional de educação física. Já pessoas sedentárias com mais de 40 anos ou que tenham algum fator de risco, como sobrepeso e hipertensão, devem agendar uma consulta com um médico antes de iniciar uma atividade física. "Há recursos que traçam o perfil do indivíduo e permitem dizer se ele pode fazer exercícios mais intensos ou se deve optar pelos moderados", diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros. Trata-se de testes como o cardiopulmonar, que mede a aptidão cardiorrespiratória, e o ergométrico, que avalia o coração em situação de stress, geralmente com o paciente se movimentando em uma esteira ou bicicleta estacionária.

Estabeleça metas realistas

Ter objetivos ao iniciar uma atividade física é motivador – desde que eles sejam realistas. "Uma pessoa que decidir perder 10 quilos em dois meses dificilmente vai conseguir alcançar a meta e, de certo, vai desistir do compromisso", diz Renato Dutra. O ideal, segundo o educador físico, é estabelecer objetivos de curto (um a três meses), médio (quatro a seis meses) e longo prazo (um a dois anos). "Metas possíveis para um sedentário são, por exemplo, emagrecer 1 quilo em dois meses ou, em um mês, correr 10 minutos ou subir um lance de escada sem se sentir tão cansado." Um dos melhores estímulos é enxergar os resultados.

Escolha um exercício prazeroso

É comum que corrida e musculação, pela difusão e pela praticidade, sejam as primeiras opções na hora de escolher um exercício. Mas isso não quer dizer que elas sejam prazerosas para todo mundo. A regra é experimentar diferentes modalidades até encontrar a mais agradável. "Para sair do sedentarismo, a pessoa deverá buscar um exercício com o qual se identifique", diz Renato Dutra. "Só assim ela descobrirá que, em vez de musculação, prefere pilates, ou que se sai melhor na dança do que na corrida.

Comece devagar

Pessoas que não estão acostumadas a se exercitar devem começar uma atividade física aos poucos, com uma intensidade leve e respeitando os limites do corpo. Isso vai ajudar a evitar lesões e diminuirá as chances de o indivíduo se sentir desestimulado com o exercício. Variar as modalidades também é uma medida que ajuda a espantar o desânimo. "Faça, por exemplo, musculação em um dia, um exercício aeróbico no outro e uma aula de alongamento no dia seguinte”, diz o educador físico Renato Dutra.  

Persista nos novos hábitos

É normal que uma pessoa decida se exercitar duas vezes por semana, mas, logo no início, um imprevisto a impeça de cumprir esse objetivo. "Ela não pode desanimar por causa disso. Se não deu, deve tentar de novo na outra semana. Para criar um hábito, é preciso investir nele, reforçando determinados comportamentos. Uma pessoa que sempre foi sedentária não pode ser tão exigente consigo mesma”, afirma Dutra

by Veja

Catadora de lixo de Volta Redonda passa em Direito na UFF


Publicado em 05/06/2014, às 19h39 
JM Coelho
Maria Nazaré disse que escolheu o Direito para poder defender as mulheres e principalmente outras catadoras
Objetivo: Maria Nazaré disse que escolheu o Direito para poder defender as mulheres e principalmente outras catadoras

Pedro Borges
pedro.borges@diariodovale.com.br

Volta Redonda


Um exemplo de superação e persistência. É assim que pode ser definida a história da catadora de lixo, Maria Nazaré dos Santos. Com 55 anos, a moradora de Volta Redonda estudou sozinha, e contra todas as adversidades, conseguiu ser aprovada no vestibular da UFF (Universidade Federal Fluminense), através da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e agora cursa Direito na instituição.
Natural de Viçosa, em Minas Gerais, Maria Nazaré contou que estudava sempre à noite, duas horas por dia, além de buscar dicas com outras pessoas.
- Começava 23h, quando estava em casa e ia até 1h da manhã. A ficha está começando a cair e junto com ela vai vir à responsabilidade. Eu não imaginei que iria passar. Além do material que eu tinha para estudar, eu procurava conversar com pessoas que tem estudo e sabem como funciona a prova para pegar dicas de como fazer a prova. Sabia que a redação era a mais complicada e por isso me dediquei mais nesse quesito - falou Maria Nazaré, lembrando que mesmo estudando até de madrugada, tinha que acordar às 6h para trabalhar.
Além da faculdade, ela divide o tempo com a presidência da Cooperativa Multifuncional de Catadoras do Sul Fluminense, onde coordena outras 14 mulheres. Segundo ela, o ingresso na faculdade e o novo cargo na cooperativa, são apenas fruto de uma caminhada que começou no ano 2000, quando começou a trabalhar em Volta Redonda.
Ela contou que como parou de estudar na 6ª série do Ensino Fundamental, resolver retomar os estudos após 18 anos longe das salas de aula. Para isso, ela se inscreveu em um supletivo.
- Quando resolvi voltar a estudar eu trabalhava lá no final da Cicuta, perto da UBM e usava o horário do almoço para poder ler as matérias. Saía do trabalho umas 17h e ia andando até o Conforto e aproveitava o caminho para também poder estudar, mesmo andando. Tenho essa facilidade para poder aprender as coisas e consegui terminar o Ensino Fundamental - disse ela, que também concluiu o Ensino Médio através de um supletivo.
- A conclusão (do Ensino Médio) me proporcionou uma carteira assinada que eu nunca havia tido na minha vida. Nunca é tarde para começar a mudar a sua vida e voltar a estudar. Para conseguir alguma coisa tem que se sacrificar e foi isso que eu fiz e consegui - completou, orgulhosa do feito.

Exemplo no trabalho

E a conquista de Maria Nazaré serve como exemplo para as demais catadoras da cooperativa.
- Sou a primeira das catadoras a entrar em uma faculdade. Assim que fiz a inscrição no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) levei o comprovante para elas e falei que gostaria muito que elas crescessem junto comigo. E tenho certeza que isso irá acontecer. Não só elas, mas a juventude, que ao invés de desperdiçar o tempo com coisas erradas, deveriam ocupar com os estudos. Os nossos jovens estão se perdendo e se a pessoa quiser algo na vida, tem que estudar - afirmou. 
Ligada a movimentos em pró das mulheres, Maria Nazaré contou que exatamente por isso optou pela faculdade de Direito, já que pretende continuar lutando pelos direitos das catadoras do Sul Fluminense.
- Existem muitas leis que não são respeitadas e também muitas que precisam ser renovadas. A constituição é antiga, mas se a gente ficar parados nada vai mudar. Eu quero me aperfeiçoar e aprender mais para poder lutar cada vez mais sobre os direitos das catadoras - garantiu Maria Nazaré que está contando os dias para o primeiro dia de aula.
- Um sonho sem agir é apenas um sonho. Já se você agir se torna realidade. Eu consegui e espero que mais gente também consiga. Estou muito ansiosa para começar as aulas e não quero parar na faculdade. Quero cada vez mais e continuar lutando pelos direitos das catadoras. Uma Nazaré sozinha lutando é uma coisa, agora todas lutando é muito mais forte - enfatizou.

Orgulho

Uma das professoras de Maria Nazaré foi a secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Volta Redonda, Glória Amorim. Ela revelou que tem um orgulho muito grande da ex-aluna, que segundo Glória, é formada na escola da vida.
- Sempre falei que ela iria ouvir muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. Então sempre disse para apenas absolver as boas e fazer uma análise crítica daquilo e procurar entender. Foi assim que ela aprendeu tudo. Tenho muito orgulho dela e tenho certeza que ela é um grande exemplo para qualquer pessoa - falou Glória que ainda destacou que Nazaré é uma grande parceira nas lutas pelos direitos das mulheres.
- É uma guerreira. Sempre está com a gente em diversos lugares lutando pelas catadoras e mulheres. Ela está de parabéns por tudo que andou conquistando e pode ter certeza que mais coisas boas estão por vir - encerrou.

by diario do vale

New York Times' veicula anúncio de página inteira de empresa de cannabis


O jornal americano The New York Times estampa na sua edição deste domingo um anúncio de página inteira de uma companhia da indústria de marijuana – reforçando a posição do jornal em favor da legalização desta substância.

A companhia, Leafly, avalia e critica diferentes variedades de cannabis, mais ou menos como revistas voltadas para produtos de consumo ajudam a informar a escolha dos compradores.

No mês passado, Nova York se tornou o 23º Estado americano a legalizar o uso de cannabis para fins medicinais.

O diário nova-iorquino, de tendência liberal, saudou a iniciativa e pediu a legalização da maconha em editorial no último domingo.

No texto, o conselho editorial do jornal argumentou que a atual proibição da droga é prejudicial à sociedade, já que a maconha causa me nos danos à saúde que o álcool ou o tabaco.



Debate crescente


O assunto virou um tema central no debate público americano, principalmente desde que os Estados do Colorado e de Washington passaram a permitir a substância para fins recreativos, neste ano.

Os defensores da legalização acreditam poder conseguir algum tipo de liberalização também no Alasca, Arizona e Oregon, e talvez uma espécie de referendo nos próximos anos na Califórnia.

Porém, a legislação federal americana proíbe o uso de maconha, considerada uma droga perigosa e sem valor medicinal.

O governo do presidente Barack Obama disse que vai tolerar a experiência dos dois Estados que legalizaram a marijuana, mas que não tem intenção de mudar a legislação nacional.

O tema também levanta uma discussão regional sobre as drogas, já que os EUA são o principal defensor da estratégia de "guerra" contra o narcotráfico no hemisfério.

Enquanto a tática até agora privilegiou a ação armada, requereu bilhões de dólares e resultou em dezenas de milhares de mortos da Colômbia ao México, outros países discutem saídas alternativas, ilustradas pela legalização da maconha no Uruguai.



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Terremoto deixa 150 mortos e 80 feridos no sudoeste da China

Tremor atingiu magnitude de 6,1. Pelo menos duas pessoas estão desaparecidas

03/08/2014 
09:43:00

Um terremoto de magnitude de 6,1 atingiu o sudoeste da China na manhã deste domingo (3) - horário de Brasília. Segundo a agência chinesa Xinhua, pelo menos 150 pessoas morreram e 2 estão desaparecidas. Oitenta ficaram feridos no distrito de Qiaojia, área mais afetada.

Uma equipe de resgate de 30 pessoas foi enviada ao epicentro do terremoto. Foto: AFP


















O início do terremoto foi registrado a 11km da cidade de Wenping, a uma profundidade de 10km.
Ainda segundo a agência chinesa, a eletricidade e o serviço de telecomunicações foram cortados e o tremor danificou prédios antigos. As autoridades mandaram 2 mil tendas, 3 mil camas dobráveis, 3 mil edredons e 3 mil casacos à área afetada.
O sudoeste da China é a área mais afetada por terremotos e, nesta época do ano, por chuvas intensas, que já causaram inundações e deslizamentos de terra.
by correio 24h

sábado, 2 de agosto de 2014

Thanks!


EUA: Socorristas quebram vidro de carro para salvar bebê, mas encontram boneco


                                    Todd descansando - Reprodução/Facebook(Luz Mieles)


Uma equipe de emergência chamada a uma rua de Hoboken (Nova Jersey, EUA) chegou rapidamente e não pensou duas vezes para resgatar um bebê deixado em um carro: quebrou um vidro do veículo e tomou um susto... O bebê era, na verdade, um boneco!

Luz Kitty Mieles, dona do carro, ficou surpresa ao encontrar socorristas ao redor do veículo. O boneco pertence à sua neta, de acordo com a WCBS. E tem até nome: Todd.

A verdadeira história de Gaza: um artigo de Robert Fisk

GAZA
Publicado originalmente no Independent.
POR ROBERT FISK

OK, só nessa tarde, o escore de dois dias de mortes é 40 mortos palestinos e nenhum morto israelense. Passemos agora à história de Gaza de que ninguém falará nas próximas horas.
É terra. A questão é terra. Os israelenses de Sderot estão recebendo tiros de rojões dos palestinos de Gaza, e agora os palestinos estão sendo bombardeados com bombas de fósforo e bombas de fragmentação pelos israelenses. É. Mas e como e por que, para início de conversa, há hoje 1 milhão e meio de palestinos apertados naquela estreita Faixa de Gaza?
As famílias deles, sim, viveram ali, não eles, no que agora é chamado Israel. E foram expulsas – e tiveram de fugir para salvar suas vidas – quando foi criado o estado de Israel.
E – aqui, talvez, melhor respirar fundo antes de ler – o povo que vivia em Sederot no início de 1948 não eram israelenses, mas árabes palestinos. A vila palestina chamava-se Huj. Nunca foram inimigos de Israel. Dois anos antes de 1948, os árabes de Huj até deram abrigo e esconderam ali terroristas judeus do Haganah, perseguidos pelo exército britânico. Mas quando o exército israelense voltou a Huj, dia 31/5/1948, expulsaram todos os árabes das vilas… para a Faixa de Gaza! Tornaram-se refugiados. David Ben Gurion (primeiro primeiro-ministro de Israel) chamou a expulsão de “ação injusta e injustificada”). Pior, impossível. Os palestinos de Huj, hoje Sderot, nunca mais puderam voltar à terra deles.
E hoje, bem mais de 6 mil descendentes dos palestinos de Huj – atual Sderot – vivem na miséria de Gaza, entre os “terroristas” que Israel mente que estaria caçando, e os quais continuam a atirar contra o que foi Huj.
A história do direito de autodefesa de Israel é a história de sempre. Hoje, foi repetida e a ouvimos mais uma vez. E se a população de Londres estivesse sendo atacada como o povo de Israel? Não responderia? Ora bolas, sim. Mas não há mais de um milhão de ex-moradores de Londres expulsos de suas casas e metidos em campos de refugiados, logo ali, numas poucas milhas quadradas cercadas, perto de Hastings!
A última vez em que se usou esse falso argumento foi em 2008, quando Israel invadiu Gaza e assassinou pelo menos 1.100 palestinos (escore: 1.100 mortos palestinos, a 13 mortos israelenses). E se Dublin fosse atacada por foguetes – perguntou então o embaixador israelense? Mas nos anos 1970s, a cidade britânica de Crossmaglen no norte da Irlanda estava sendo atacada por foguetes da República da Irlanda – nem por isso a Real Força Aérea britânica pôs-se a bombardear Dublin, em retaliação, matando mulheres e crianças irlandesas.
No Canadá em 2008, apoiadores de Israel repetiram esse argumento fraudulento: e se o povo de Vancouver ou Toronto ou Montreal fosse atacado com foguetes lançados dos subúrbios de suas próprias cidades? Como se sentiriam? Não. Os canadenses nunca expulsaram para campos de refugiados os habitantes originais dos bairros onde hoje vivem.
Passemos então para a Cisjordânia. Primeiro, Benjamin Netanyahu disse que não negociaria com o ‘presidente’ palestino Mahmoud Abbas, porque Abbas não representava também o Hamás. Depois, quando Abbas formou um governo de unidade, Netanyahu disse que não negociaria com Abbas, porque ‘unificara’ seu governo com o “terrorista” Hamas. Agora, está dizendo que só falará com Abbas se romper com o Hamas – quando, então, rompido, Abbas não representará o Hamas…
Enquanto isto, o grande filósofo da esquerda israelense, Uri Avnery – 90 anos e, felizmente, cheio de energia – ataca a mais recente obsessão de seu país: a ameaça de que o ISIS mova-se para oeste, lá do seu ‘califato’ iraquiano-sírio, e aporte à margem leste do rio Jordão.
“E Netanyahu disse”, segundo Avnery, que “se não forem detidos por uma guarnição permanente de Israel no local (no rio Jordão), logo mostrarão a cara nos portões de Telavive”. A verdade, claro, é que a força aérea de Israel esmagaria qualquer ‘ISIS’, no momento em que começasse a cruzar a fronteira da Jordânia, vindo do Iraque ou da Síria.
A importância da “guarnição permanente”, contudo, é que se Israel mantém seu exército na Jordânia (para proteger Israel contra o ISIS), um futuro estado “palestino” não terá fronteiras e ficará como enclave dentro de Israel, cercado por território israelense por todos os lados. “Em tudo semelhante aos bantustões sul-africanos” – diz Avnery.
Em outras palavras: nenhum estado “viável” da Palestina jamais existirá. Afinal, o ISIS não é a mesma coisa que o Hamas? É claro que não é.
Mas Mark Regev, porta-voz de Netanyahu, diz que é! Regev disse à Al Jazeera que o Hamas seria “organização terrorista extremista não muito diferente do ISIS no Iraque, do Hezbollah no Líbano, do Boko Haram…” Sandices. O Hezbollah é exército xiita que está lutando dentro da Síria contra os terroristas do ISIS. E Boko Haram – a milhares de quilômetros de Israel – não ameaça Telavive.
Vocês entenderam o ‘espírito’ da fala de Regev. Os palestinos de Gaza – e esqueçam as 6 mil famílias palestinas cujas famílias foram expulsas pelos sionistas das terras onde hoje está Sederot – são aliados das dezenas de milhares de islamistas que ameaçam Maliki de Bagdá, Assad de Damasco ou o presidente Goodluck Jonathan em Abuja.
Sim, mas… Se o ISIS está a caminho para tomar a Cisjordânia, por que o governo sionista de Israel continua a construir colônias ali?! Colônias ilegais, em terra árabe, para civis israelenses… na trilha do ISIS?! Como assim?!
Nada do que se vê hoje na Palestina tem a ver com o assassinato de três israelenses na Cisjordânia ocupada, nem com o assassinato de um palestino na Jerusalém Leste ocupada. Tampouco tem algo a ver com a prisão de militantes e políticos do Hamas na Cisjordânia. E nem o que se vê hoje na Palestina tem algo a ver com foguetes. Tudo, ali, sempre, é disputa por terra dos árabes.

MP investiga se terra contaminada da USP Leste veio de obras do Templo de Salomão

Aterro de origem desconhecida, formado entre 2010 e 2011, é uma das principais causas da contaminação do câmpus


MP investiga se terra contaminada da USP Leste veio de obras do Templo de Salomão
"MP investiga se terra contaminada da USP Leste veio de obras do Templo de Salomão"


O Ministério Público Estadual (MPE) investiga se parte da terra clandestina levada para o câmpus da USP Leste, interditado em janeiro por problemas ambientais, saiu das obras do Templo de Salomão, no Brás, inaugurado nesta quinta-feira, 31. O aterro de origem desconhecida, formado entre 2010 e 2011, é uma das principais causas da contaminação do câmpus.

De acordo com o MPE, a área do templo, “ao que tudo indica”, também estava contaminada. “O fato novo é que ainda se desconhece se esse local foi efetivamente descontaminado. Tal circunstância será objeto de inquérito civil público a ser instaurado pela Promotoria de Justiça do Meio Ambiente”, afirma o MPE. Segundo a Promotoria, se comprovada a contaminação, a Universal pode ser obrigada a providenciar a reparação ambiental e a indenizar a USP pelos prejuízos causados.

Professores relatam, no processo movido contra a USP em 2013, que mais de 6 mil caminhões com terra clandestina entraram no câmpus no período. Um funcionário de terraplenagem disse ter feito pelo menos cem viagens para levar material das obras do templo da Igreja Universal. A movimentação, segundo as testemunhas, era autorizada pelo então diretor da USP Leste, José Jorge Boueri Filho, em troca de favores.

A Igreja nega a denúncia e afirma que toda a terra removida da obra foi levada para uma central de tratamento certificada pela Companhia Ambiental do Estado (Cetesb). A reitoria da USP disse que abriu sindicância e processo para investigar a responsabilidade do ex-diretor no caso, mas não a origem da terra. Procurado por e-mail, Boueri Filho, licenciado, não respondeu às perguntas da reportagem.

O câmpus da USP Leste foi fechado em janeiro, por contaminação no solo. Um dos requisitos para que o local fosse liberado pela Justiça, o que ocorreu há 12 dias, foi o isolamento do aterro clandestino com grama e tapumes. As principais substâncias suspeitas, apontam laudos da Cetesb, são bifenilas policloradas (PCBs), que podem causar câncer. Os próximos laudos técnicos vão indicar se há necessidade de remover a terra, o que custaria R$ 20 milhões. Sem definições sobre os riscos à saúde, parte dos 5 mil professores, funcionários e alunos da USP Leste resiste em voltar ao local.

Universal. De acordo com o MPE, se for confirmada a contaminação no imóvel da Universal e a destinação de terra para a USP Leste, o próximo passo será definir se a igreja não determinou o devido descarte do material em um centro da Cetesb. Isso configuraria crime ambiental e o transportador também seria responsabilizado. No entanto, caso tenha havido “desvio” do material sem conhecimento da Universal, transportador e construtora podem ser responsabilizados.

A Cetesb informou que desconhece a possibilidade de contaminação na obra. A igreja ainda informou que “cumpre, rigorosamente, as legislações municipal e estadual”. O Estado revelou nesta semana que o templo foi construído só com “alvará de reforma”, o que livrou a Universal de pagar R$ 35 milhões em contrapartidas.

by Estadão.com

Gravações comprovam: CPI da Petrobras foi uma grande farsa

A CPI da Petrobras foi criada com o objetivo de não pegar os corruptos. Ainda assim, o governo e a liderança do PT no Senado decidiram não correr riscos e montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigadores as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores. A trama foi gravada em vídeo.

Hugo MarquesTEATRO: Parecia uma encenação — e era mesmo. As perguntas que seriam feitas pelos parlamentares ao ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli foram
enviadas a ele antes do depoimento por José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da estatal em Brasília, que aparece no detalhe da foto
TEATRO: Parecia uma encenação — e era mesmo. As perguntas que seriam feitas pelos parlamentares ao ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli foram enviadas a ele antes do depoimento por José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da estatal em Brasília, que aparece no detalhe da foto      (Geraldo Magela/Ag. Senado)
Era tudo farsa. Mas começou parecendo que, dessa vez, seria mesmo para valer. Em março deste ano, os parlamentares tiveram um surto de grandeza institucional. Acostumados a uma posição de subserviência em relação ao Palácio do Planalto, eles aprovaram convites e convocações para que dez ministros prestassem esclarecimentos sobre programas oficiais e denúncias de irregularidades. Além disso, começaram a colher as assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI destinada a investigar os contratos da Petrobras. Ventos tardios, mas benfazejos, finalmente sopravam na Praça dos Três Poderes, com deputados e senadores dispostos a exercer uma de suas prerrogativas mais nobres: fiscalizar o governo. O ponto alto dessa agenda renovadora era a promessa de escrutinar contratos firmados pela Petrobras, que desempenha o papel de carro-chefe dos investimentos públicos no país. Na pauta, estavam a suspeita de pagamento de propina a servidores da empresa e o prejuízo bilionário decorrente da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, operação que jogou a presidente Dilma Rousseff numa crise política sem precedentes em seu mandato. O embate estava desenhado. O Legislativo, quem diria, esquadrinharia o Executivo. Pena que tudo não passou de encenação.     
VEJA teve acesso a um vídeo que revela a extensão da fraude. O que se vê e ouve na gravação é uma conjuração do tipo que, nunca se sabe, pode ter existido em outros momentos de nossa castigada história republicana. Mas é a primeira vez que uma delas vem a público com tudo o que representa de desprezo pela opinião pública, menosprezo dos representantes do povo no Parlamento e frontal atentado à verdade. Com vinte minutos de duração, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido.
A decupagem do vídeo mostra que, espantosamente, o encontro foi registrado por alguém que participava da reunião ou estava na sala enquanto ela ocorria. VEJA descobriu que a gravação foi feita com uma caneta dotada de uma microcâmera. A existência da reunião e seus participantes foram confirmados pelos repórteres da revista por outros meios — mas a intenção da pessoa que fez a gravação e a razão pela qual tornou público seu conteúdo permanecem um mistério. Quem assiste ao vídeo do começo ao fim — ele acaba abruptamente, como se a bateria do aparelho tivesse se esgotado — percebe claramente o que está sendo tramado naquela sala. E o que está sendo tramado é, simplesmente, uma fraude caracterizada pela ousadia de obter dos parlamentares da CPI da Petrobras as perguntas que eles fariam aos investigados e, de posse delas, treiná-los para responder a elas. Barrocas revela no vídeo que até um “gabarito” foi distribuído para impedir que houvesse contradições nos depoimentos. Um escárnio. Um teatro.  

CPI da Petrobras: uma farsa patética

A reportagem de capa da Veja desta semana explode mais uma bomba no colo do PT: a CPI da Petrobras, que todos sabiam ser “chapa-branca”, não era “apenas” isso, mas sim algo muito pior. Era uma completa farsa, um teatro patético montado por gente ligada ao PT, para simular perguntas e respostas que tinham sido combinadas antes! Diz um trecho:
CPI Petrobras a farsa
“Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do governo no Senado, e Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT na Casa, são citados como peças-chave da tenebrosa transação”. É o PT e o governo envolvidos até o pescoço. Fácil entender o ódio que sentem da Veja, não é mesmo?
Até quando o Brasil vai assistir passivo a esse teatro montado pelos petistas? Até quando vamos esperar cada instituição republicana, cada estatal, cada entidade pública ser destruída por um partido que enxerga na democracia apenas uma farsa, um simulacro para se perpetuar no poder? Acorda, Brasil!
Rodrigo Constantino ​

by VEJA

No Minha Casa de Dilma ´trambique`, falhas em todas as obras vistoriadas

 André Borges - O Estado de São Paulo

                                                          
                                                          

TCU fiscalizou 416 casas, em cinco Estados, e encontrou 'víciosconstrutivos que dificultam ou inviabilizam o uso das moradias'


Casas sem portas e revestimento interno, ocorrências de afundamento de piso, rachaduras nas paredes e por aí vai. A lista de problemas encontrados em auditorias realizadas em unidades habitacionais do Programa Minha Casa, como revelou ontem o 'Estado', explica por que o Tribunal de Contas da União (TCU) pressiona o Ministério das Cidades, responsável pelo programa, a melhorar a fiscalização e o processo de acompanhamento das obras pelo País. 

Em Lajes (RN), vazamentos hidráulicos e ligações clandestinas de energia. Na baiana Irará, buracos nas paredes de sustentação das lajes. 

Em Jatobá (MA), instalações elétricas em situação precária. O TCU visitou dez municípios nos Estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Norte. Ao todo, foram inspecionadas 416 casas. 

O objetivo era checar a qualidade das obras executadas no programa na vertente que atende a municípios de até 50 mil habitantes e famílias com renda até R$ 1.395 mensais. 

A auditoria apontou que 100% das obras apresentaram problemas de qualidade por causa de "vícios construtivos que dificultam ou mesmo inviabilizam o uso pleno da moradia pelo beneficiário". Em alguns casos, segundo os auditores, há "risco a segurança ou a saúde do morador". 

UPAs. Problemas estruturais básicos também foram encontrados nas unidades de pronto atendimento (UPAs 24 Horas), programa vinculado ao Ministério da Saúde. Nas 26 UPAs visitadas em 11 municípios, os auditores encontraram quatro situações em que as unidades sequer tinham o "habite-se", documento que autoriza o funcionamento do local. "A ausência de habite-se configura descumprimento à legislação municipal (...) e impossibilita a confirmação se essas unidades foram construídas conforme as exigências técnico-legais necessárias", informa o relatório do tribunal. 

Os auditores acharam trincas nas paredes em Formosa (GO) e infiltrações graves nas unidades de Belém (PA) e Porto Velho (RO). A missão das UPAs é ajudar a reduzir filas nos prontos-socorros de hospitais ao prestar atendimento de casos clínicos agudos e o primeiro atendimento em situações de cirurgia ou trauma de pacientes antes do hospital.

Questionado sobre os problemas encontrados no programa habitacional, o Ministério das Cidades informou, por meio de nota, que a fiscalização da modalidade auditada pelo TCU cabe aos bancos intermediadores dos repasses, além dos Estados e municípios que solicitaram os recursos. "É responsabilidade dos entes públicos, na qualidade de proponentes das operações, prover toda a infraestrutura necessária ao empreendimento e aprovar os projetos." O ministério disse, ainda, que cabe aos bancos firmar os termos de compromissos, atestar a viabilidade técnica, jurídica e documental dos empreendimentos, além de acompanhar a execução da obra até a conclusão, mediante termo de entrega e emissão do 'habite-se'. 

Sobre as UPAs, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que a liberação de recursos para a construção das unidades só é feita à medida que os municípios ou Estados comprovam o andamento da obra. "A execução das obras, incluindo a contratação das empresas, é de responsabilidade dos gestores municipais ou estaduais", informa. 

Para melhorar o controle sobre os projetos, o ministério afirma que criou, em 2012, um novo sistema de monitoramento. "O município ou Estado que não atualiza no sistema as informações por mais de 60 dias consecutivos pode ter o repasse dos recursos suspenso pelo Ministério. 

Outra medida adotada foi a oferta de projetos de arquitetura padronizados para a construção das UPAs. "Em casos de desconformidades ou problemas na estrutura das unidades, o Ministério da Saúde estabelece prazo para adequação. Caso a situação não seja solucionada, pode haver a exigência da devolução de parte proporcional dos recursos investidos."

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