sábado, 2 de fevereiro de 2013

O que é cianeto.


Os Cianetos (do grego κυανός (kyanós) = "de cor azul-esverdeada" + sufixo), são compostos químicos que contém o grupo ciano -C≡N, com uma ligação tríplice entre o átomo de carbono e o de nitrogênio. São classificados como cianetos iônicos, ou cianetos covalentes conforme o modo como se ligam ao resto da molécula.[1]

[editar]O que é e onde
Os cianetos iônicos, têm como característica o grupamento C≡N
, ou Aníon cianeto, associados a metais como o sódio ou o potássio. Foram no passado denominados cianuretos, nome que persiste na tradição literária e no uso popular.[1] São sais derivados do Cianeto de hidrogênio (HCN) também chamado ácido cianídrico ou ácido prússico. Tanto os sais como o ácido são conhecidos por serem altamente letais, causando uma morte quase imediata. Entretanto, ao contrário de outros venenos, doses sub-letais não se acumulam no organismo.Cianetos Iônicos

[editar]Cianetos covalentes

São compostos em que o grupamento -C≡N é ligado covalentemente a átomos de carbono em moléculas orgânicas. São também denominados nitrilas. São exemplos a acetonitrila, (cianeto de metila) e a fenilacetonitrila (cianeto de benzila).[1] São isômeros dosisocianetos ou isonitrilas que contêm o grupamento -N≡C. Nenhum destes compostos exibe o tipo de toxidez característica dos cianetos iônicos, pois o grupamento é firmemente preso ao restante da molécula.

[editar]Aspecto

cianeto de hidrogênio é gás incolor com típico odor amargo, lembrando amêndoas. Não é seguro utilizar o olfato para identificá-lo. Os cianetos de sódio e de potássio são pós brancos. Um pigmento azul-profundo, chamado azul da Prússia , usado em impressões, consiste de ferrocianeto (daí o nome cianeto, do grego kyanos, uma tonalidade do azul) Férrico. O azul da prússia liberta cianeto de hidrogênio, sob a ação de ácidos.

[editar]Mecanismo de ação

O cianeto tem uma elevada afinidade por metais, formando complexos com cations metálicos em locais catalíticos de várias enzimasimportantes e inibindo as suas funções como é o caso do metabolismo do glicogênio e dos lípideos.
Mas a toxicidade do cianeto é maioritariamente devida à ligação reversível ao ferro no estado férrico (Fe (III) ou Fe3+) da enzima citocromo oxidase mitocondrial (citocromo a-a3) da cadeia transportadora de eletrons. O citocromo a-a3 medeia a transferência de eletrons para ooxigênio molecular, o último passo da fosforilação oxidativa. Ao bloquear esta enzima, a célula é incapaz de utilizar o oxigênio e usa um metabolismo anaeróbio reduzindo o piruvato a ácido láctico (fermentação láctica), o que resulta em anóxia tecidular e no rápido desenvolvimento de acidose láctica. Há também uma alteração no metabolismo da célula uma vez que há uma depleção na produção deATP. Como o oxigênio não é utilizado ao nível das células, há uma maior tensão periférica de oxigénio uma vez que não há dissociação daoxiemoglobina, por essa razão um indivíduo com intoxicação por cianeto fica rosado. O efeito causado pelo cianeto é denominado hipóxia histotóxica.[1] O efeito causado pela depleção de ATP afecta todas as células mas o cérebro e o coração são os mais susceptíveis, pelo que após uma intoxicação por cianeto podem ocorrer arritmias cardíacas e outras alterações resultando numa circulação deficiente e em anóxia isquémica. A morte pode ser resultante do dano das células que controlam a respiração ao nível do sistema nervoso central, uma vez que estas são muito sensíveis à hipóxia, provocando incapacidade em respirar.
O cianeto é considerado uma neurotoxina específica e está frequentemente associado a elevados níveis de cálcio celular e à inibição deantioxidantes, o que conduz à formação de espécies reactivas de oxigénio (ROS) e consequente peroxidação lipídica.
O mecanismo de aumento do cálcio celular envolve a libertação do glutamato armazenado o que origina activação dos canais de cálcio sensíveis à voltagem, activação de receptores do N-metil-D-aspartato (NMDA) e mobilização de reservas de cálcio intracelulares. Pensa-se que o aumento do cálcio activa a protease que converte a xantina desidrogenase em xantina oxidase que na presença de oxigênio catalisa a formação de radicais livres que iniciam a peroxidação lipídica. A peroxidação lipídica vai provocar disfunção mitocondrial e consequente libertação do citocromo C que desencadeia mecanismos de morte celular. Se as células forem as do sistema nervoso pode-se falar em morte neuronal e neurodegeneração.

[editar]Sintomas

Os sintomas e sinais estão directamente relacionados com a dose de cianeto, a via de exposição e o tipo de composto.
Os sais de cianeto são cáusticos e pode ocorrer sensação de queimação na língua e inflamação da mucosa gástrica após a ingestão. Em casos de inalação pode ocorrer irritação nasal.
Os cianetos podem cheirar a amêndoas amargas, o que pode ser uma pista, mas caso não se detecte o odor de uma substância, não significa que não tenha cianetos, porque 40 a 60% da população não consegue detectar o odor, sendo esta anosmia determinada geneticamente .
Os sintomas propriamente ditos começam poucos minutos após a ingestão de sais de cianeto. A exposição aguda afecta o sistema nervoso central inicialmente estimulando-o e depois deprimindo-o e os sintomas são dependentes da concentração administrada. Concentrações baixas de cianetos podem produzir sintomas e sinais não específicos como: dor de cabeçaagitaçãonáuseasdesmaios,vómitosconfusão e incontinência. Exposição a concentrações mais elevadas pode provocar hipertensão seguida de hipotensãotaquicardiaseguida de bradicardiadispneiadescoordenação de movimentos, convulsõescianose, coma e disfunção cardíaca ou respiratória que pode ser fatal. Estes sintomas são na sua maioria resultado da hipóxia tecidular que se instala após a intoxicação por cianeto.
A ingestão crónica de pequenas doses pode ocorrer por ingestão de plantas ricas em glicosídeos cianogénicos, como por exemplo amandioca mal processada, muitas vezes associada a uma dieta com poucas proteínas e por isso deficiente em enxofre que ajuda a destoxificar o veneno. Nestes casos, o resultado pode ser uma neuropatia denominada atáxica tropical uma vez que estas situações são mais comuns nos trópicos, onde a mandioca é uma das plantas mais utilizadas na alimentação. A neuropatia atáxica tropical é uma doença do sistema nervoso que torna a pessoa instável e descoordenada.
O envenenamento grave por cianeto, especialmente durante períodos de fome está associado com o konzo, uma paralisia irreversível e debilitante e em alguns casos com a morte. Em certas áreas a incidência de neuropatia atáxica tropical e konzo podem chegar aos 3%.
Os cianetos causam também insuficiência da produção de hormonas da tiróide porque quando há ingestão de cianeto ocorre destoxificação por conversão do cianeto em tiocianatoque é uma substância que inibe a captação de iodo pela glândula tiróide, impedindo-a de produzir T3 e T4 e provocando o seu aumento (bócio).
ambilopia associada ao tabaco e a neuropatia periférica associada à amigdalina são outras condições provocadas pela intoxicação crónica por cianetos.

[editar]Uso Agrícola

Muitas substâncias venenosas são usadas no combate de pragas em porões de navios e em grandes silos onde são armazenados grãos. Geralmente o tratamento não pode ser feito com inseticida liquido e nem com o processo de nebulização. No lugar desses são usados compostos paradiclorofenol e cianetos, esses elementos altamente tóxicos enquanto na embalagem são inofensivos e apresentam-se em estado sólido. A partir da abertura do lacre do fabricante, iniciam o processo da volatilização que por motivo de segurança é liberado algum tempo depois. Para que uma pastilha entre no estado gasoso à temperatura ambiente, seriam necessário 3 horas, tempo suficiente para injeta-las 20 m. No interior dos silos, como o gás é mais pesado do que o ar, é preciso aguardar algum tempo para abertura dos silos, geralmente em torno de 24 horas após a aplicação.

[editar]Embalagem

Essas pastilhas (enquanto na embalagem do fabricante) encontram-se protegidas do ar externo acondicionadas no vácuo. A embalagem é um tubo de alumínio cilíndrico e possui paredes em alumínio anodizado (resistir oxidação pelo tempo) e sua tampa de náilon possui alguns obstáculos para evitar que qualquer indivíduo retire o lacre de segurança.
Para uso em porões de navio que transportam grãos a granel é necessário enterrar até o fundo, três grandes tubos destes 6x3=18 m. por m² e, depois de aberto um tubo "deve-se usar todas as pastilhas, para então abrir-se outro tubo". Esta operação que envolve muito risco pode ser letal ao operador.

[editar]Usos industriais

Cianetos são usados na revelação fotográfica e na produção de plásticos, acrilato e colas instantâneas (cianoacrilato). O cianeto de ouro é usado para a douração de certos metais, a frio (sem a necessidade de processo de eletrólise).
O cianureto é encontrado na natureza em diversas plantas, como nas sementes lenhosas de algumas frutas, e em uma variedade damandioca, vulgarmente chamada de mandioca-brava: uma planta sul-americana altamente tóxica quando in natura, mas sua raiz é muito consumida e apreciada na forma de farinha torrada, quando perde suas toxinas.

[editar]Cianeto como veneno

Supostamente o cianureto foi muito utilizado em suicídios na Segunda Guerra Mundial, por espiões de ambos os lados do conflito que, ao se verem cercados por forças inimigas, optavam por pôr termo à própria vida para não serem capturados. A ingestão de uma dose de 0,5 a 1mg seria suficiente para matar instantaneamente um adulto.
Nos campos de extermínio alemães da Segunda Guerra Mundial, foi usado um gás tóxico a base de cianureto, conhecido como Zyklon B("Ciclone B") nas câmaras de gás. Criado originalmente como um pesticida para a eliminação de piolhos e pulgas, o Zyklon B acabou sendo usado para o extermínio de seres humanos.
Acredita-se que o próprio Adolf Hitler possa ter suicidado-se com uma dose de Zyklon B ("Ciclone B"), no fim da guerra, mas a verdade sobre seu suicídio nunca foi totalmente esclarecida.
Nos Estados Unidos, cápsulas concentradas de cianureto foram a forma de aplicação da pena capital. Na câmara de gás que funcionava na prisão de San Quentin, Estado da Califórnia, as cápsulas eram derramadas em um balde contendo ácido, liberando os vapores mortais. Como a aspiração dos vapores provocava uma morte dolorosa e relativamente lenta, este método de execução caiu em desuso. Uma descrição bastante contundente da câmara de gás de San Quentin, é encontrada nos livros escritos na prisão por Caryl Chessman, um prisioneiro condenado à morte em 1948 e executado em 1960.
Devido à liberação de cianeto de hidrogênio durante a queima de diversos tipos de plástico, as vítimas de incêndios eventualmente têm como causa mortis o envenenamento por cianureto.

[editar]Suicídio de personalidades históricas

Sais de cianeto são eventualmente usados para um suicídio instantâneo. Ao entrar em contato com os sucos digestivos, íons CN- são liberados, paralisando o sistema nervoso e respiratório do indivíduo, conclui-se que a ação é mais rápida se a vítima estiver de estômago vazio.
Entre as personalidades históricas que se suicidaram com cianureto, estão:

[editar]Arma química

Cianetos foram estocados em arsenais de armas químicas, tanto na União Soviética quanto nos Estados Unidos, nas décadas de 1950 e1960. Durante a Guerra Fria, a União Soviética planejou o uso de cianeto de hidrogênio como uma arma de blitzkrieg (guerra-relâmpago) para eliminar a resistência das linhas inimigas, contando que o gás se dissiparia, permitindo posterior acesso às áreas capturadas. Contudo, o cianeto não é considerado eficaz para uso militar, visto que é mais leve que o ar e é necessária uma elevada dosagem para incapacitar ou matar.

[editar]Referências na ficção

[editar]Literatura

  • Um dos romances policiais de Agatha Christie tem o título "Sparkling Cyanide" ("Cianureto Faiscante/Brilhante"), publicado no Brasil com o título "Um Brinde de Cianureto".
  • O escritor Evertom Freitag sempre teve um carinho particular pelo cianureto.
  • No livro "A marca de uma lágrima" de Pedro Bandeira, a trama é sobre um envenenamento por um bombom com cianureto.
  • No Livro "O vencedor está só" de Paulo Coelho.
  • No livro "O Escaravelho do Diabo", da autora Lucia Machado de Almeida, uns dos personagens é assassinado com cianeto de potássio.
  • No conto de Stephen King, "O Leiteiro", o primeiro assassinato se dá graças ao gás armazenado em uma garrafa de leite.

[editar]Música

  • Na música nacional Macaé, de Clarice Falcão, cianureto é citado como forma de suicídio.
  • Na música "O Casamento dos Pequenos Burgueses" da peça de teatro Ópera do Malandro, de Chico Buarque, é citada a palavra "cianureto" pela personagem Teresinha.
  • A banda norte-americana Metallica compôs uma música chamada Cyanide (Cianureto) em seu álbum Death Magnetic. Ela fala sobre suicídio e cianureto.
  • Na música "To the end" dos My Chemical Romance, "cianureto" também é citado:
"(So say goodbye) to the vows you take / (And say goodbye) to the life you make / (And say goodbye) to the heart you break / And all the cyanide you drank"
Em português: "(Então diz adeus) aos votos que fizeste / (E diz adeus) à vida que criaste / (E diz adeus) ao coração que quebraste / E a todo o cianureto que bebeste"
  • "Cyanide" é o título de uma música do grupo sueco Deathstars.
  • É referido na música "Cyanide Sweet Tooth Suicide" da banda Shinedown.
  • É representado Na musica do Facção central "Bala Perdida"
  • Também está em uma das músicas da banda HIM chamada Cyanide Sun
  • É citado em uma música da banda australiana AC/DC chamada "Dirty Deeds Done Dirt Cheap, do álbum homônimo de 1976."
  • A Banda Sueca de metal alternativo/djent Meshuggah, possui uma música chamada " New Millenniun Cyanide Christ" do seu álbum "Chaosphere"
  • "Cyanide" também é o título de uma música da banda punk Bad Religion que esta no álbum The Dissent Man.

[editar]Banda Desenhada

  • No universo dos quadrinhos de KISS Psycho Circus, desenhado por Todd McFarlane, Fortunado L'Etoile utiliza-se de uma taça de vinho contaminada com cianureto para assassinar Reynard, o homem que assediava e maltratava sua amada Penelope.
  • Também no universo dos quadrinhos, mais especificadamente em V de Vingança, o protagonista, V, usa cianureto para assassinar suas vítimas. Umas dessas vítimas, um bispo, é obrigado a comer uma hóstia envenenada com o composto químico.
  • DC comics, possui um personagem chamado diretor Bones, também conhecido como Tanatos, ex-membro do grupo Helix e atual diretor do Departamento de Operações Extranormais, que possui um toque venenoso de cianureto, além de ter um aspecto cadavérico, pois sua pele e músculos são invisíveis, sendo possível enxergar seus ossos.

[editar]Televisão

  • No episódio 11 da 2ª temporada de Cold Case (Arquivo Morto), a vítima é assassinada com cianureto.
  • No episódio 5 da 4ª temporada de CSI Miami, uma sócia de agência de moda é morta por intoxição a cianeto em plena sala de interrogatório, fruto de armação da própria amiga, que veio depios a ser assasinada com um tiro no peito, pela propria envenada.
  • Em vários episódios da série Havaí 5-0 (1968), o cianeto é usado para o suicídio de agentes secretos. Na primeira temporada, ao menos duas vezes o cianeto aparece. No filme-piloto, o personagem principal, Steve McGarrett, supostamente ia usar uma cápsula para se matar, e em "Face of The Dragon", um agente chinês pretendia tirar sua própria vida usando outra cápsula, mas a polícia o para a tempo.
  • Na novela "Ribeirão do Tempo" (Record, 2010/2011), o presidente do Brasil (Paulo Gorgulho) é morto por cachaça com cianureto.

by Wikipédia

O mesmo gás de Hitler

Incêndio produziu uma fumaça tóxica com
 elementos semelhantes aos usados nas câmaras 
nazistas de extermínio. 

Seu efeito duradouro pode fazer mais vítimas
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SOCORRO
Com o corpo queimado, as vítimas também recebem ajuda para respirar
Os efeitos do fogo que atingiu a boate Kiss foram devastadores para o organismo dos jovens. Em menos de dez minutos, quem não conseguiu sair morreu por asfixia causada pelos gases tóxicos presentes na fumaça. Já os que escaparam sobreviveram carregando dentro dos pulmões sequelas quase sempre graves, sérias o bastante para que muitos fossem internados dias depois.
No incêndio, a primeira coisa a faltar dentro do organismo foi o ar. Por várias razões. A primeira delas é a intoxicação pelo monóxido de carbono, o principal gás presente na fumaça. Ele se liga à hemoglobina, a molécula do sangue que carrega o oxigênio para todas as partes do corpo. Ao fazer isso, toma o lugar do O2. A consequência é a perda gradual da consciência e a morte por asfixia cerca de dez minutos depois, dependendo da quantidade inalada.
Na tragédia de Santa Maria, no entanto, houve a produção de outro gás, tão letal quanto o monóxido: o cianeto, um subproduto da combustão do plástico, material presente no ambiente onde os músicos se apresentavam e o primeiro ponto a ser atingido pelas chamas. Trata-se do mesmo gás usado pelos nazistas em seus campos de extermínios durante a Segunda Guerra Mundial. Ele impede que as células absorvam o oxigênio e, por isso, pode levar à morte por asfixia cerca de cinco minutos depois de inalado. Mas, ao contrário do monóxido, que começa a ser eliminado do organismo cerca de quatro horas depois, o cianeto permanece no corpo, continuando a impedir a oxigenação correta das células. Por isso, há casos de vítimas que sobreviveram ao fogo, mas necessitam de auxílio para respirar, feito por meio do uso de ventilação mecânica, até que ele saia completamente do organismo. Também é possível usar uma droga, a hidroxicobalamina. “Ela se liga ao cianeto e o retira das células”, explica o pneumologista Ricardo Borges Magaldi, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

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A associação desse e dos outros gases tóxicos presentes na fumaça causa outro problema: uma inflamação gravíssima dos alvéolos pulmonares, as estruturas que garantem a chegada do oxigênio ao sangue. É a chamada pneumonia química, enfermidade que pode levar à morte por insuficiência respiratória. Dependendo de sua gravidade, os sintomas podem aparecer até três dias depois. Os sobreviventes são submetidos a suporte ventilatório e há casos nos quais surgem infecções oportunistas, tratadas com antibióticos. “O que se pode fazer é lutar para que o pulmão se cicatrize”, explica o médico Paulo Saldiva, chefe do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O calor da fumaça pode queimar as estruturas das vias aéreas superiores, ocasionando uma enorme dificuldade para respirar. E a presença de partículas nessa mesma fumaça desencadeia uma intoxicação igualmente grave. Seu acúmulo nas membranas pulmonares leva à dificuldade de respiração, obrigando muitas vezes à adoção de medidas como o uso de ajuda respiratória. “Em casos de vítimas de incêndios, todo o esforço é feito para fazer com que o pulmão se recupere e o oxigênio volte a chegar a todo o corpo”, diz o médico Carlos Fontana, especialista em queimados do Centro de Referência em Trauma do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. 
by Isto É

Caso a DEVOLUÇÃO de valores na conta, fosse realmente DESCONTO, eu diria que é pelo PESSIMO SERVIÇO PRESTADO. by Deise


02/02/2013 22h01 

Cerca de 28 mil clientes seguem sem 



energia elétrica no Rio Grande do Sul



Previsão é que até o final deste sábado a situação se normalize.
Área controlada pela CEEE é a mais afetada pela falta de luz.


O temporal que caiu em diversas regiões do Rio Grande do Sul neste sábado (2) ainda deixa cerca de 28 mil clientes sem energia elétrica no Rio Grande do Sul. A área mais afetada pela queda no abastecimento é a região controlada pela CEEE, onde mais de 16 mil residências seguem às escuras. A interrupção ocorre principalmente nas cidades de Pelotas, Viamão e Xangri-lá.
Na área controlada pela AES Sul, cerca de 6 mil clientes seguem sem luz. São 1,7 mil em São Leopoldo, 1,6 mil em Montenegro, 1,3 mil em Canoas, 1 mil em Novo Hamburgo e 400 em Sapucaia do Sul.

Também 6 mil pontos estão sem energia na área controlada pela RGE. As cidades mais afetadas são Bento Gonçalves, Taquara,Cruz Alta e Santo Ângelo. A previsão é que até o final do dia a situação esteja normalizada em todo o estado
by G1
.

Entenda o que aconteceu, de acordo com as informações divulgadas:


O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 236 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:


- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.

- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.

- A banda comprou um sinalizador proibido.

- O extintor de incêndio não funcionou.

- Havia mais público do que a capacidade.

- A boate tinha apenas um acesso para a rua.

- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.

- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.

- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.

- Equipamentos de gravação estavam no conserto.



 Bombeiros combaterm chamas durante resgate na
boate Kiss(Foto: Germano Roratto/Agência RBS)


O que já se sabe: O incêndio começou por volta de 2h30 de domingo, durante apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que contou com efeitos pirotécnicos. As chamas no teto se alastraram rapidamente devido ao material inflamável usado como isolamento acústico, o que produziu fumaça preta e tóxica.
As versões: Sobreviventes relataram que o incêndio iniciou depois do vocalista ter segurado um dispositivo pirotécnico no palco. Faíscas atingiram o teto, forrado de espuma e isopor, e as chamas se espalham rapidamente. O vocalista Marcelo Santos admitiu em depoimento que segurou uma espécie de sinalizador, mas disse não acreditar que as faíscas tenham provocado o incêndio. Integrantes da banda levantaram a hipótese de curto-circuito em fios que estavam no teto.
O que falta ser esclarecido: A perícia poderá apontar onde o fogo começou e o que causou o incêndio. Peritos acharam no chão da boate pedaços do sinalizador, que serão analisados.


Vídeo publicado em canal do YouTube mostra uso
de pirotecnia no palco (Foto: Reprodução/YouTube)


O que já se sabe:

 O uso de artefatos pirotécnicos era comum em shows do Gurizada Fandangueira. Segundo a polícia, a banda utilizou um produto mais barato, próprio para ambientes abertos, que não deveria ser acionado em local fechado.

As versões: Não há lei específica que proíba show pirotécnico em ambientes fechados. No entanto, para que isso seja feito, é preciso liberação do Corpo de Bombeiros, que avalia as condições do local. O vocalista do grupo admitiu que segurou uma espécie de sinalizador, mas disse não acreditar que as faíscas tenham provocado o incêndio. Ele relatou que já havia manipulado esse tipo de artefato diversas vezes em outros shows. Segundo a revista Época, em depoimento à polícia, uma produtora da banda admitiu que comprou “fogos gelados” – espécie de fogo de artifício que não queima – e que a banda não tinha autorização para usá-los.

O que falta ser esclarecido: A Polícia Civil aguarda os resultados das perícias que poderão dizer se o sinalizador usado pela banda provocou o incêndio. Caberá ao inquérito policial apontar também se os integrantes da banda cometeram algum crime ao utilizar um sinalizador proibido para ambiente fechado.


Foto divulgada pela polícia mostra interior da boate
destruído (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RS)


O que já se sabe:

 Pelo menos um extintor de incêndio foi manipulado quando o incêndio teve início, mas não funcionou.
As versões: Testemunhas relataram que alguns seguranças tentaram apagar as chamas no teto da boate com extintores e que os equipamentos não funcionaram. Segundo o guitarrista Rodrigo Martins, um segurança e o vocalista da banda tentaram operar o equipamento, que falhou. A boate sustenta que contava com "todos os equipamentos previsíveis e necessários para o sistema de proteção e combate contra o incêndio". O delegado Marcelo Arigony disse que os extintores poderiam ser falsos. Uma ex-funcionária da boate disse à polícia que Elissandro Spohr, um dos sócios da casa noturna, mandava retirar os extintores das paredes por questão estética.

O que falta ser esclarecido: A investigação precisa verificar se os equipamentos estavam regularizados e em condições de funcionamento. Uma perícia deve apontar se os extintores eram ou não falsos. Também é preciso saber se os funcionários souberam manuseá-los de maneira adequada e se receberam treinamento para esse tipo de situação.



O que já se sabe:

 Os bombeiros informaram que o local tinha 615 m² de área e que, portanto, a lotação deveria ser de 691 pessoas. Para o delegado Marcos Vianna, o excesso de pessoas no local está entre os fatores que contribuíram para que o incêndio na boate deixasse tantas vítimas fatais.

Versões: Jader Marques, advogado de um dos sócios da boate, disse que foram impressos 850 convites para a festa e que com 1.000 pessoas a circulação na boate "é considerada boa". De acordo com investigadores, estavam no local cerca de 1.300 pessoas. O Corpo de Bombeiros estimou inicialmente o número de frequentadores em cerca de 1.500.

O que falta ser esclarecido: O número de pessoas que estava dentro da boate na noite ainda é desconhecido. Com essa informação seria possível avaliar se o excesso de gente foi determinante para a tragédia.


Foto mostra as duas saídas que levavam para uma
única porta para rua (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
saiba mais


O que já se sabe: 
A boate tinha apenas um acesso, usado tanto para entrada quanto para saída de pessoas, com porta de tamanho reduzido. Não havia saídas de emergência. A porta, quando totalmente aberta, chegava a uma largura de 3 metros. Saídas de emergência são obrigatórias, mas a quantidade e a posição onde devem ser colocadas são determinadas por uma avaliação técnica feita por um engenheiro ou arquiteto.

As versões: A boate afirmou que contava com "todos os equipamentos previsíveis e necessários para o sistema de proteção e combate contra o incêndio". Segundo major dos Bombeiros, a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas pela lei. Segundo a polícia, a saída única está entre os fatores que contribuíram para que o incêndio deixasse tantas vítimas.Testemunhas relataram que a boate não possuía sinalização interna e que o local ficou às escuras logo que o fogo começou, o que dificultou a saída do público e fez com que muitos frequentadores acabassem no banheiro, onde morreram asfixiados.

O que falta ser esclarecido: Ainda não está claro se o estabelecimento atendia a todos os requisitos de segurança exigidos, uma vez que o alvará não tinha sido renovado, nem se a boate estava funcionando regularmente. A polícia apura se eventuais falhas nas instalações contribuíram para a tragédia.


Prefeitura entregou documentos para a polícia e se
eximiu de responsabilidade (Foto: Iara Lemos/G1)

O que já se sabe:
 O alvará fornecido pelo Corpo de Bombeiros para o funcionamento do estabelecimento está vencido desde 10 de agosto de 2012.

As versões: 
A prefeitura de Santa Maria afirma que a sua responsabilidade era apenas sobre o alvará de localização. Segundo o prefeito Cezar Schirmer, o que estava vencido era o alvará de prevenção e proteção contra incêndio, que é fornecido pelos Bombeiros. O major Gerson Pereira disse que a corporação "fez tudo o que estava ao alcance". A boate sustenta que a situação estava regular pois já havia pedido a renovação.

O que falta ser esclarecido: A polícia apura se a boate efetuou mudanças no local após a última vistoria dos bombeiros, se o processo de renovação do alvará estava regular e se a casa noturna poderia estar funcionando normalmente.




O que já se sabe: Segundo testemunhas, centenas de pessoas ficaram desesperadas com o início do incêndio e começaram a correr em busca de uma saída para a rua. Houve tumulto e muitos frequentadores caíram e foram pisoteados.

As versões: 
Testemunhas relataram que inicialmente os seguranças bloquearam a porta da boate, o que teria atrapalhado a evacuação, e que os funcionários barraram as pessoas que tentavam sair sem pagar a comanda. Conforme os relatos, ao perceberem a fumaça, os seguranças liberaram a passagem. Sobreviventes disseram ainda que a saída da boate foi dificultada por um biombo na porta de entrada e saída e grades colocadas no lado externo para organizar a fila de entrada, o que fez muita gente cair no chão e acabar pisoteada.

O que falta ser esclarecido: A polícia investiga se os funcionários seguiram o protocolo correto para situações de emergência e se os seguranças receberam orientação prévia da direção da casa para barrar clientes em caso de tumultos. Também é preciso avaliar se as portas foram totalmente liberadas e se posição das grades era adequada.


Ilustração mostra o passo a passo da tragédia em
boate que pegou fogo (Foto: Editoria de Arte / G1)

O que já se sabe: 

A boate desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas como a instalação de uma segunda porta, de emergência. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.

As versões: 

O advogado da boate Kiss, Jader Marques sustenta que a casa noturna estava em "plenas condições" de receber a festa. Para o delegado Marcelo Arigony, " diversos indicativos" apontam que a casa estava irregular e não podia estar funcionando.

O que falta ser esclarecido: A polícia apura que outras instalações e sistemas da boate não atendiam às exigências da legislação. O Ministério Público, por sua vez, apura a possibilidade de improbidade administrativa por parte de integrantes da Prefeitura, do Corpo de Bombeiros e de outros órgãos públicos.




O que já se sabe:
 Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros da boate.

As versões: 

O capitão da Brigada Militar Edi Paulo Garcia disse que a maioria das vítimas tentou escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabou morrendo. Testemunhas afirmam que muitas pessoas foram para a porta dos banheiros achando que era a saída da boate e acabaram ficando presas ali.

O que falta ser esclarecido: Os investigadores apuram porque as pessoas fizeram dos banheiros uma alternativa de saída e se problemas e a falta de sinalização da boate teriam confundido os clientes.





O que já se sabe: 

A maioria dos mortos, cerca de 90%, tiveram como causa da morte asfixia. Segundo o delegado Marcos Vianna, a espuma usada no revestimento influenciou na formação de gás tóxico, contribuindo para as mortes.

As versões: 

 A médica legista Maria Ângela Zuccheto afirmou que 90% dos mortos tiveram asfixia como causa da morte em razão da rapidez com que o fogo se alastrou e a quantidade de fumaça. Segundo o pneumologista José Eduardo Afonso Junior, do Hospital Albert Einstein, a fumaça deveria conter substâncias tóxicas liberadas devido à queima de materiais inflamáveis, como a espuma do isolamento acústico presente no teto da boate
O que falta ser esclarecido: Ainda não está claro se algumas vítimas morreram após terem sido pisoteadas no tumulto.




O que já se sabe: 

A agonia de parentes e amigos começou por volta das 3h da madrugada, mas o momento em que ocorreram as mortes não foi determinado. A combinação da fumaça com o calor das chamas causa danos diretos ao sistema respiratório, podendo provocar o óbito em poucos minutos.

As versões: A perícia acredita que muitas das vítimas possam ter morrido poucos minutos após o início do incêndio. O médico otorrinolaringologista Richard Voegels, do Hospital das Clínicas da USP, explica que 5 minutos sem respirar pode provocar parada cardiorrespiratória.

O que falta ser esclarecido: A polícia apura se vítimas morreram asfixiadas antes de poderem buscar a saída da boate.



O que já se sabe:
 Não foram localizadas imagens das câmeras da boate. Uma empresa que presta serviços de manutenção para câmeras de segurança entregou à polícia um gravador que seria usado para registrar imagens e informou que recebeu o equipamento há uma semana para ser consertado.

As versões: O dono da boate afirmou que o sistema não estava funcionando havia três meses e que, por isso, o computador não estava mais na boate. A empresa de manutenção disse que o equipamento foi trazido para conserto há uma semana e que o sistema não esteve em funcionamento nesse período.

O que falta ser esclarecido: A polícia apura se o equipamento foi de fato retirado da boate antes do incêndio e se imagens não foram apagadas. Uma perícia vai esclarecer se o equipamento entregue pela empresa de manutenção realmente ficou desativado dutante os últimos dias.




Mauro Hoffmann, um dos donos da boate, é preso
após tragédia (Foto: Emerson Souza/Agência RBS)

O que já se sabe: 

Quatro pessoas tiveram prisão temporária de cinco dias decretada na segunda-feira (27): o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, conhecido como Kiko; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, que fazia serviços de segurança e outras funções auxiliares. Spohr está internado em hospital de Cruz Alta, sob custódia da polícia. Na terça-feira (28), ele tentou suicídio. Os outros três estão no Presídio de Santo Antão. A Justiça também bloqueou os bens da empresa que gere a boate. Os proprietários do estabelecimento também tiveram os seus bens retidos a pedido da Defensoria Pública. Na sexta (1º), foi prorrogada por 30 dias a prisão temporária dos envolvidos.

As versões: Segundo o Ministério Público, a polícia diz que a manutenção da prisão é necessária porque há possibilidade de fuga caso eles sejam soltos nesta sexta, data em que se encerraria a prisão temporária de cinco dias expedidas pelo Judiciário.

O que falta ser esclarecido: Ainda não se sabe se as defesas vão pedir que a liberdade dos suspeitos de envolvimento.



O que já se sabe: 
O inquérito policial que apura as causas e os responsáveis pela tragédia deve levar cerca de 30 dias para ser concluído. O Ministério Público também abriu inquérito civil para investigar a possibilidade de improbidade administrativa por parte de integrantes da Prefeitura de Santa Maria, do Corpo de Bombeiros e de outros órgãos públicos por terem permitido que a boate continuasse funcionando mesmo licenças vencidas. Segundo especialistas ouvidos peloG1, os crimes possíveis para o caso são homicídio (culposo ou com dolo eventual), incêndio e lesão corporal.

As versões:

 O delegado Marcelo Arigony e a promotora Waleska Agostini dizem que existe a possibilidade dos donos da boate e dos músicos serem acusados de homicídio culposo. "É possível, mas ainda é muito prematuro responsabilizá-los", declarou a promotora. Segundo o promotor Cesar Augusto Claran, o inquérito civil visa apurar se houve falhas ou negligências por parte de órgãos públicos.

O que falta ser esclarecido: Caberá à polícia e ao Ministério Público apontar responsáveis pela tragédia e decidir se haverá indiciamentos e denunciados, e quais os crimes cometidos.


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