domingo, 16 de setembro de 2012

Sérgio Buarque de Holanda – Raízes do Brasil


"Não se deve confundir 'cordialidade' com 'boas maneiras'. (...) O 'homem cordial' 

não pressupõe bondade, mas somente o predomínio dos comportamentos de 
aparência afetiva, inclusive suas manifestações externas, não 
necessariamente sinceras nem profundas, que se opõem aos ritualismos da polidez."
São Paulo, 11 de julho de 1902 — São Paulo, 24 de abril de 1982.

Jornalista, sociólogo e historiador nascido em São Paulo, um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX, que tentou interpretar o Brasil, sua estrutura social e política, a partir das raízes históricas nacionais. Antes de se tornar historiador e escrever, foi jornalista e tornou-se amigo dos principais representantes do Modernismo, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, e passou a escrever em revistas ligadas ao movimento. Além disso, trabalhou em agências de notícias internacionais e diversos órgãos da imprensa brasileira, como o “Jornal do Brasil” e a “Folha de S. Paulo”, durante muitos anos da sua vida. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro (1921) e participou ativamente do Movimento Modernista (1922). Formou-se em Direito (1925), pela extinta Universidade do Brasil, mas continuou exercendo o jornalismo e chegou a ser correspondente internacional dos Diários Associados, na Europa. Entrou em contato com o movimento modernista europeu, conheceu a obra do sociólogo alemão Max Weber e presenciou a ascensão do nazismo na Alemanha. De volta ao Brasil (1936), passou a ensinar História Moderna e Contemporânea na então Universidade do Distrito Federal e publicou o seu clássico Raízes do Brasil(1936). Distraído, emotivo e irônico, Sérgio Buarque lia em seis línguas, cantava tango em alemão e samba em latim. Em suas conversas nunca se sabia onde ia parar: Roma, Estados Unidos, Idade Média ou Brasil Colônia. Foi diretor do Museu Paulista, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, das Universidades de Roma, Harvard, Columbia, Yale e outras.

Prestigiado internacionalmente, foi para a Itália (1952) e fez parte da cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade de Roma, durante dois anos. Tornou-se catedrático de História da Civilização Brasileira, USP (1958), onde permaneceu até requerer sua aposentaria como professor (1969), em solidariedade aos colegas afastados pela ditadura. Foi casado com Maria Amélia Alvim Buarque de Holanda, a Memélia, com quem teve sete filhos: Heloísa Maria (Miucha), Sérgio Filho (Sergito), Álvaro Augusto, Francisco (Chico), Maria do Carmo, Ana Maria e Maria Cristina, e faleceu na cidade de São Paulo. Dentre as suas obras merecem ainda destaque Cobra de Vidro (1934), Monções (1945) e Visão do Paraíso (1958).

Sérgio Buarque de Holanda acompanhado de seus filhos: Álvaro, Francisco, Sérgio Filho, Maria do Carmo, Heloísa Maria, sua esposa Maria Amélia, sua neta Isabel Oliveira Gilberto (Bebel) no colo de Maria Cristina, Ana Maria e sua irmã Cecília, em sua residência à Rua Buri, por ocasião das comemorações de seu Aniversário.São Paulo, 11/07/1974. (foto Acervo SBH/UNICAMP) 

HOLANDA, SÉRGIO BUARQUE DE (1902 - 1982)
Comentário crítico*

Embora mais conhecido como historiador, Sérgio Buarque é também importante crítico literário, tendo atuado em revistas modernistas e militado em vários suplementos e rodapés literários. Certamente essas duas facetas da produção intelectual de Sérgio Buarque não aparecem de modo tão radicalmente separadas e, volta e meia, pode-se reconhecer na produção ensaística do historiador a presença do estudioso da literatura e vice-versa. Basta lembrar sua tese de cátedra, Visão do Paraíso, as associações imaginárias e projeções do Novo Mundo com o encontro do paraíso terreal.

Como nota Walnice Nogueira Galvão, nesse "livro, embora ninguém possa negar que se trata de um marco na historiografia, a contribuição dos estudos literários é enorme [...]". É sabido também que suas concepções sobre o Brasil expostas em sua obra mais conhecida, Raízes do Brasil, vêm a encontrar repercussão em contribuições decisivas da crítica literária brasileira para a cultura, como um clássico estudo de Antonio Candido (1918) sobre Manuel Antonio de Almeida (1831-1861) (Dialética da Malandragem) e os de Roberto Schwarz (1938) sobre Machado de Assis (1839 - 1908).


A atuação de Sérgio Buarque como crítico literário antecede o modernismo , com a publicação de artigos e crônicas nos anos de 1920 a 1922, nas páginas do jornal Correio Paulistano e das revistas A Cigarra e Fon-Fon, nos quais já se opõe ao repertório da velha crítica, externando convicções antipassadistas, que seriam abraçadas pelo futuro movimento. Sergio Buarque abre, assim, o caminho dos novos e estabelece uma primeira medida crítica que funciona como referência estética aos propósitos de ruptura modernista. No primeiro informe sobre o grupo paulistano, alerta para o embate que se anuncia entre os que, na ocasião, chama de beletristas e seus adversários futuristas.

Com a repercussão da Semana de 22, Sérgio vai fortalecer suas convicções antipassadistas e dar provas de sua cumplicidade na avaliação do ideário estético modernista, divulgando as manifestações dos integrantes da Semana, em notas e comentários publicados no periódico Mundo Literário e colaborando para as revistas modernistas como Klaxon e Terra Roxa. De acordo com Antonio Arnoni Prado, "não foi pequena a contribuição intelectual de Sérgio Buarque de Holanda nessa etapa da trajetória de 22. O diálogo iniciado com Blaise Cendrars (1887 - 1961), a criação da revista Estética, com Prudente de Moraes Neto (1895 -1 961), a revelação das fontes poéticas de Manuel Bandeira (1886 - 1968), a valorização precoce da estrutura sem unidade do João Miramar de Oswald de Andrade (1890 - 1954), o reconhecimento de um complexo arte-crítica-pesquisa em expansão na obra de Mário de Andrade (1893 - 1945)" são alguns dos exemplos a serem citados.
Toda sua produção crítica, incluindo os ensaios juvenis, é recolhida postumamente em dois volumes organizados por Arnoni Prado, sob o título de O Espírito e a Letra: Estudos de Crítica Literária (1948-1959). Mas, ainda em vida, Sérgio Buarque publica parte desses estudos em dois livros: Cobra de Vidro e Tentativas de Mitologia. Surpreendem nesses estudos a erudição e a abrangência temática, incluindo notícias de lançamentos, como é próprio dos rodapés literários. Tais estudos vão desde as análises detidas de poemas (nos seus aspectos temáticos e formais) até a consideração de questões mais amplas, como o romantismo ou o americanismo. A gama variada de autores e obras abordadas inclui nomes nacionais e estrangeiros, como Franz Kafka (1883-1924), Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987), Ezra Pound (1885-1972), Lima Barreto (1881 - 1922), Gilberto Freyre (1900 - 1987), André Gide (1869-1951), João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999) e Thomas Hardy (1840-1928), entre muitos outros, sem falar no insistente diálogo com os modernistas.

Arnoni Prado considera como contribuições definitivas desse conjunto impressionante de artigos e ensaios a discussão inovadora de método e funções, com bibliografia atualizadíssima; a concepção da literatura como forma privilegiada de conhecimento; e a fidelidade aos deveres do crítico, ao acompanhar e questionar tudo o que cada geração vai sucessivamente realizando em literatura. No diagnóstico das principais tendências poéticas e críticas do período, surpreende o debate em torno dos ideais dos new critics e da recepção dessa corrente crítica norte-americana no Brasil. Como nota, mais uma vez, Arnoni Prado, a "discussão da teoria literária de língua inglesa" promovida por Sérgio Buarque, "como um contraponto da influência francesa que nos subjugava", resulta em "uma das mais fecundas avaliações do new criticism jamais feitas no Brasil".
Ao longo dos anos 1940 e 1950, Sérgio Buarque produz também vários capítulos para uma projetada obra sobre o barroco e o arcadismo que deixa inacabada e também só é publicada postumamente, com o título de Capítulos de Literatura Colonial. A pedido da viúva de Sérgio Buarque, Maria Amélia Buarque de Holanda, esse volume póstumo é organizado por Antonio Candido, que esclarece no prefácio a procedência do material aí reunido. Salvo um escrito panorâmico sobre a literatura colonial, feito talvez para palestra ou curso e recolhido em apêndice, as partes elaboradas ou rascunhadas destinam-se com certeza ao volume Literatura Colonial, que seria o 7º volume da História da Literatura Brasileira planejada no início dos anos 1940 por Álvaro Lins (1912-1970) para a Livraria Editora José Olympio, com a colaboração de importantes nomes como Roberto Alvim Correia, Astrojildo Pereira (1890-1965), Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989), Alceu Amoroso Lima (1893-1983) e Otávio Tarquínio de Souza (1889-1959). Do planejado, entretanto, só são publicados dois volumes: o de Lúcia Miguel-Pereira (1901-1959), sobre a prosa de ficção, e o de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), sobre a literatura oral.

Sérgio Buarque continua a escrever e reelaborar os capítulos e chega a anunciar, em edições de outros de seus livros, uma obra em preparo com título de A Era do Barroco no Brasil (Cultura e Vida Espiritual nos Séculos XVII e XVIII) em três volumes, que deveriam incluir tais capítulos, mas não chegam a ser concluídos e lançados em vida. Na publicação póstuma, esses capítulos compreendem estudos sobre a poesia épica do período colonial (tratando do ideal heróico, das epopéias sacras, do mito americano e da Arcádia heróica), sobre o ideal arcádico e sobre Cláudio Manuel da Costa (1729-1789). Em apêndice, Candido inclui, além do Panorama sobre a Literatura Colonial, um estudo inacabado sobre Pe. Antonio Vieira (1608-1697).

Na apreciação de conjunto desses capítulos, o organizador chama a atenção para a maneira independente de conceber o período na sua relação com as literaturas matrizes e o relevo dado a certas obras e autores. Em termos metodológicos, Sérgio Buarque obedece a um sentido de continuidade vertical dos estilos de época, sem se amarrar ao corte horizontal das divisões de período (barroco, arcadismo...). Segundo Antonio Candido, "Sérgio acha que o Arcadismo e seu humanismo inovador foi um fato isolado, que nem repercutiu imediatamente, nem cortou o florescimento das tendências ligadas ao Barroco tardio". As análises inovam, também, ao demonstrar, na produção literária do período colonial, a profunda influência do poeta italiano Giambattista Marino (1569-1625), sobretudo, de sua obra La Strage degli Innocenti.

A parte mais extensa do livro póstumo é um capítulo de mais de 250 páginas sobre Cláudio Manuel da Costa, considerado o mais profundo e original da crítica brasileira pelo organizador, que define o método empregado como "pesquisa da constituição do texto". E explica: "Não se trata da análise típica, voltada para dentro [...], mas de uma análise que parte do texto e se expande para fora dele, procurando vincular as suas expressões, os seus temas, a sua visão do mundo a fontes e análogos, de maneira a situá-lo num vasto tecido de cultura que mostra, ao mesmo tempo a sua singularidade e a sua integração em contextos gerais.

Para Candido, Sérgio demonstra que a literatura brasileira da Colônia é parte, ou seja, se integra à perspectiva mais ampla das literaturas do ocidente da Europa, apesar de apresentar alguns traços distintivos que lhe são peculiares. Esse olhar, por sua vez, se opõe e desconstrói um "nacionalismo estratégico" adotado pela crítica literária como forma de afirmação da identidade brasileira pós-independência.

No mesmo período em que se encontra envolvido com os estudos sobre a literatura colonial, Sérgio Buarque elabora uma conhecida antologia da produção poética do período (Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Colonial), que é parte do projeto realizado pelo Ministério da Educação, ao qual pertencem também as duas organizadas por Manuel Bandeira (sobre a poesia do romantismo e a do parnasianismo) e uma por Andrade Muricy (1895-1984) (sobre o simbolismo).

Sobre a qualidade estilística da prosa ensaística (historiográfica ou crítico-literária) de Sérgio Buarque de Holanda, nota Walnice Galvão: "Característica que perpassa a obra de ponta a ponta é a perícia estilística: estamos diante de um verdadeiro escritor, sem prejuízo dos méritos científicos daquilo que escreve. Em suma, um mestre da prosa, com certo pendor castiço e até clássico, ou classicizante, como que absorvendo a atmosfera linguística das fontes primárias que tanto prezava".





"iluminar o presente com o passado, ou vice-versa"

CRONOLOGIA

1902 - Nasce Sérgio Buarque de Holanda, em 11 de julho, em São Paulo, filho de Christovam Buarque de Holanda, professor de botânica, e Heloisa Gonçalves Buarque de Holanda.

1902/1920 - A infância é vivida em diversos endereços tradicionais da cidade, com constantes mudanças. A primeira escola na qual ingressa é o Colégio Progresso Brasileiro. Em seguida, estuda no Caetano de Campos. A maior parte do ginásio é cursada no Colégio de São Bento, onde um de seus amigos é Alcântara Machado (1901 - 1934). Tem a dança entre os seus principais divertimentos, e frequenta os clubes Paulistano, Trianon e outros em Campinas, além de varar a noite em maratonas de dança.

1911 – Sua primeira obra é uma valsa, aos 9 anos, compõe Vitória Régia, publicada pela Revista Tico-Tico.

1918/1920 - Convive com colegas imersos em assuntos culturais, como o jornalista e poeta Guilherme de Almeida (1890 - 1969), o jornalista, escritor e professor Antonio Carlos Couto de Barros (1896 - 1966) e o historiador e bibliófilo Rubens Borba de Moraes (1899 - 1986). Os encontros se dão na confeitaria Fazzolli, na rua São Bento, com participação de Sérgio Milliet (1898 - 1966). Nessa época, Holanda inicia amizade com Mário de Andrade (1893 - 1945) e Oswald de Andrade (1890 - 1954).

1920 - Sai seu primeiro artigo no Correio Paulistano, por interferência do escritor e historiador Afonso de Taunay (1876 - 1958).

Sérgio Buarque de Holanda, autografando o livro
"Velhas Fazendas do Vale do Paraíba", 
na Fazenda do Pasin. Roseira(SP), 1975. 

1921 - Sua família muda-se definitivamente para o Rio de Janeiro e se fixa na Gávea. Matricula-se na faculdade de direito da Rua do Catete. Na faculdade torna-se amigo do jornalista e escritor Prudente de Morais Neto (1904 - 1977) e do ensaísta, historiador, jurista e político Afonso Arinos de Mello Franco (1905 - 1990).

1922 - É nomeado pelo grupo modernista de São Paulo como representante da Revista Klaxon no Rio de Janeiro.

1924/1926 - Com Morais Neto e Graça Aranha (1868 - 1931), funda a revista modernista Estética, de curta existência, com apenas três números. É apresentado por Américo Facó (1885 - 1953) à Agência Havas, onde produz matérias sobre o Brasil para a imprensa internacional. Transfere-se para a United Press, e se torna amigo de Múcio Leão (1898 - 1969) e Austregésilo de Ataíde (1898 - 1993). Ao mesmo tempo colabora com O Jornal, dirigido por Assis Chateaubriand (1892 - 1968). Conhece Alceu Amoroso Lima (1893 - 1983), o Tristão de Athayde. Em Minas Gerais, a serviço de O Jornal conhece a geração modernista mineira: Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987), Pedro Nava (1903 - 1984), Emilio Moura (1902 - 1971) e João Alphonsus (1901 - 1944). Em 1925, Bacharelou-se em direito pela Universidade do Brasil.

1927 - Aceita a proposta de dirigir o jornal O Progresso, em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo.

1928 - Volta ao Rio e retoma os trabalhos na agência United Press e em O Jornal, assinando reportagens e uma crônica diária.

1929 - Vai para a Alemanha, Polônia e Rússia, como enviado de O Jornal, por Chateaubriand. Em setembro vai à Polônia. Regressando a Berlim, a Embaixada o indicou para trabalhar na Revista "Duco", redigida em alemão e português e especializada nas relações comerciais teuto-brasileiras. Depois, recomendado pelo consulado, traduziu scripts de vários filmes da Ufa. Entre eles, o Anjo Azul. Sem muito compromisso, assiste a aulas com o professor Friedrich Meinnecke de história e ciências sociais na Universidade de Berlim.

1930 - Regressando a Berlim, a Embaixada o indicou para colaborar na Revista Brasilianische Rundschau, do Conselho do Comércio Brasileiro de Hamburgo. Depois, recomendado pelo consulado, traduziu scripts de vários filmes da Ufa. Entre eles, o Anjo Azul. Sem muito compromisso, assiste a aulas com o professor Friedrich Meinnecke de história e ciências sociais na Universidade de Berlim.

1931/1935 - No Rio, retoma o jornalismo e o trabalho nas agências telegráficas Havas, Agência Brasileira, United Press. É diretor de sucursal do Jornal de Minas, fundado e orientado por Virgílio de Mello Franco (1897 - 1948) e Afonso Arinos. Entre seus escritos, surge um conto na Revista Nova: Viagem a Nápoles (1931). Em 1935 na Revista Espelho, Holanda publica “Corpo e Alma do Brasil” um estudo no qual despontam algumas das proposições que seriam apresentadas no seu primeiro livro Raízes do Brasil.

1936 - É assistente dos professores Henri Hauser (1886 - 1946), na cadeira de história moderna e econômica, e de Henri Tronchon, na cadeira de literatura comparada na Universidade do Distrito Federal, Rio de Janeiro. Colabora em "Em Memória de Antonio Alcântara Machado". Colabora no volume em homenagem aos 50 anos de Manuel Bandeira. Publica Raízes do Brasil, inaugurando a série Documentos Brasileiros, dirigida por Gilberto Freyre (1900 - 1987), pela Editora José Olympio.

1937 - Após a partida dos professores franceses, assume as cadeiras de história da América e de cultura luso-brasileira. Convidado por Gustavo Capanema (1900 - 1985), faz parte da Comissão de Teatro do Ministério da Educação. Transfere-se da United para a Associates Press, como redator-chefe. Nasce em 30 de novembro sua filha Miucha (Heloisa Maria).

1939 - Extinta a Universidade do Distrito Federal, Buarque de Holanda passa a trabalhar no Instituto Nacional do Livro - INL, recém-fundado no Ministério da Educação, a convite de seu diretor, Augusto Meyer, assumindo a Seção de Publicações. No Instituto, trabalhavam, entre outros, com Mário de Andrade, Américo Facó, Liberato Soares Pinto, Chico Barbosa, Eneida e José Honório Rodrigues, Souza da Silveira e Manuel Said Ali. Desliga-se da Associated Press. Escreve o prefácio de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1811 - 1882), edição do Ministério da Educação. Começa a Guerra.

1940 - Principia a seção de crítica literária no Diário de Notícias. Estreita sua grande amizade com Octavio Tarquinio de Sousa e Lúcia Miguel Pereira. Muda-se para o apartamento do Lido e logo nasce seu filho Sergio (Sergito) em 20 de abril.

1941 - Traduz Memórias de um Colono no Brasil, do suíço Thomas Davatz. A convite do State Departament, viaja para os Estados Unidos, visita Nova York, Washington, Chicago e faz palestras na Universidade de Wyoming.

1942 - Nasce seu filho Álvaro Augusto, em 3 de janeiro. Inicia relações pessoais com Caio Prado Jr. (1907 - 1990) e publica a tradução de Etnologia Sul-Americana: Círculos Culturais e Estratos Culturais na América do Sul, de Wilhelm Schmidt (1868 - 1954).

1943 - Viaja para Belo Horizonte, em grupo organizado por Vinicius de Moraes (1913 - 1980), a convite do futuro presidente da república Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), então prefeito da cidade. Estada em São Paulo coincidindo com a de Octávio Tarquinio e Lúcia. Em almoço oferecido pelo editor José de Barros Martins, quando conhece o jovem Antonio Candido (1918), de quem se torna amigo.

1944 - Nasce seu filho Chico Buarque (Francisco) compositor e escritor, em 19 de junho. Holanda trabalha na Biblioteca Nacional, dirigindo a Divisão de Consultas, sob a direção geral de Rodolfo Garcia. Publica o livro Cobra de Vidro e organiza a coleção História do Brasil (didático) em colaboração com Octávio Tarquínio (1889 - 1959), publicado pela Editora José Olympio. Prefacia “Diários de Viagem” de Francisco José Lacerda e Almeida, publicado pelo Instituto Nacional do Livro.

1945 - Lança Monções pela Casa Estudante do Brasil. Toma parte no 1º Congresso de Escritores em São Paulo, sendo signatário da conhecida Declaração de Princípios contra a ditadura do presidente da república, Getúlio Vargas (1882 - 1954). Em seguida, é eleito presidente da seção carioca da Associação Brasileira de Escritores, promotora do congresso. Prefaciou "Poesias de Américo Elísio" (José Bonifácio), pelo Instituto Nacional do Livro.

1946 - Depois de uma ausência de 25 anos, retorna a São Paulo e assume a direção do Museu Paulista, no Ipiranga. Consegue a ampliação das atividades do museu, cria as seções de história, de etnologia, numismática e lingüística. Permanecendo a frente da direção do Museu, até fins de 1956. Publica "Monções" no curso de Bandeirologia. Publica prefácio ao 1º volume das obras completas de José Bonifácio no Ministério da Educação. Crítica Literária no "Diário de Notícias" até 1950. Nasce sua filha Maria do Carmo em 5 de novembro.

1948 - Leciona história social e história econômica do Brasil na Escola de Sociologia e Política. Publica A Expansão Paulista do Século XVI e Começo do Século XVII, pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de São Paulo – USP. Nasce Ana Maria, sua filha em 12 de agosto.

1949 - É publicado o ensaio Índios e Mamelucos na Expansão Paulista, nos Anais do Museu Paulista. Escreve Crítica Literária no "Diário de Notícias". Prefacia a tradução de Fausto, do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749 - 1832). Participa do 2º Congresso Paulista de Escritores, em Jaú, São Paulo. Viaja para França e Itália, faz palestras na Sorbonne e participa de um comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, em Paris.

1950 - Assume a seção de crítica literária no Diário Carioca e na Folha de S. Paulo. É eleito, novamente, presidente da Associação Brasileira de Escritores, seção de São Paulo. Viaja para os Estados Unidos para participar do 1º Colóquio de Estudos Luso-Brasileiros, em Washington. Participa, também de um seminário na Universidade de Colúmbia. Nasce sua filha Maria Cristina em 23 de dezembro.

1951 - Museu - Escola de Sociologia - Crítica Literária.

1952 - Publica "Antologia de Poetas Brasileiros na Fase Colonial" (Ministério da Educação). Crítica Literária no "Diário Carioca". Duas traduções em revistas do Museu Paulista. Aparecida e Paulo Mendes de Almeida festejam os 50 anos de Sérgio, promovendo um grande jantar na Maison Suisse.

1953 - Licencia-se no Museu Paulista e assume a cadeira de estudos brasileiros, criada na Universidade de Roma. Colabora, igualmente, no Instituto de Studi Brasiliani. Envia, irregularmente, correspondências para o Diário Carioca e a Folha de S. Paulo.

1954 - Fixando-se em Roma, viaja por quase toda a Itália e pela França. Na Suíça, toma parte nas Rencontres Internationales de Genève, e apresenta a conferência sobre o Brasil na Vida Americana, dentro do tema L'Europe et le Nouveau Monde. Em Veneza, participa do Congresso da Société Européenne de Culture. Faz palestra no Campidoglio, publicada em L'Illustrazione Nazionale. Organiza um volume da revista Ausonia, dedicado ao Brasil, e colabora com o artigo Apporto Italiano nella Formazione del Brasile. Raízes do Brasil é publicado em italiano (Alle Radici del Brasile).

1955 - Retorna ao Brasil e reassume a direção do Museu Paulista. É eleito vice-presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, cargo que ocupa durante os próximos 6 anos. Sua conferência "Le Brásil dans la Vie Américaine" é publicada em Neufchatel no volume "IX Rencontre Internationale de Genève". Prefacia livro de Karl Oberacker "Das Deutsche Betrag gum..."

1956 - Leciona história do Brasil na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba, São Paulo. Raízes do Brasil é publicado em espanhol (Raices del Brasil), pelo Fondo de Cultura Economica, no México.

1957 - Assume a cátedra de história da civilização brasileira, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP. Lança “Caminhos e Fronteiras”, pela editora José Olympio. Muda-se para a rua Buri 35, Pacaembu.

1958 - Recebe o grau de mestre em ciências sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Presta concurso para a cátedra, apresentando, como tese sua obra Visão do Paraíso. Recebe o Prêmio Edgard Cavalheiro por Caminhos e Fronteiras, como o melhor livro de ensaio de 1957. Publica “Trajetória de uma Poesia” - Introdução à Poesia e Prosa de Manuel Bandeira.

1959 - Participa do 2º Colóquio de Estudos Luso-Brasileiros, em Salvador. Publica Visão do Paraíso, com tiragem limitada, pela José Olympio. E cria o Instituto de Estudos Brasileiros - IEB, na USP.

1960 - Organiza e dirige os sete primeiros volumes da obra História Geral da Civilização Brasileira, composta de 11 volumes - dois dedicados à época colonial, cinco ao Brasil monárquico e quatro ao Brasil republicano. Recebe do governo francês a condecoração de Officer de l'Ordre des Arts et des Lettres. Participa do 1º Simpósio dos Professores de História na Faculdade de Marília.

1962 - Assume a presidência do conselho organizador do IEB, do qual é eleito diretor, por indicação do Dr. Antonio de Barros Ulhôa Cintra, Reitor da USP.

1963 - Preside as comissões organizadoras do Instituto de Pré-História, do Museu de Arte e Arqueologia, do Museu de Arte Moderna (depois Contemporânea) e da Comissão de Bibliotecas, na USP. A convite da Universidade do Chile vai a Santiago dar cursos e organizar seminários sobre história do Brasil. Sua 1ª aula é publicada em espanhol num volume intitulado"Tres Leciones Inaugurales - Buarque , Romano, Savelle". Na volta passa em Buenos Aires prefacia "As Minas Gerais e os Primórdios do Caraça" de José Ferreira Carrato. É publicado o 1º volume da série Brasil Monárquico: "Processo de Emancipação", na História Geral da Civilização Brasileira, pela Editora Difel.


1964 – É publicado o 2º volume do Brasil Monárquico: "Dispersão e Unidade". E no Chile, em espanhol, a "História de Nicolas I Rei do Paraguai", com prefácio de Sérgio. Participa de um curso de História do Brasil na Universidade de Brasília, onde o Reitor é Zeferino Vaz. Vai ao Rio Grande do Sul.

1965 - Viaja para os Estados Unidos a convite do governo norte-americano, por interferência de Georg Boehrer, adido cultural do Rio. Para realizar conferências e participar de seminários nas Universidades de Columbia, Harvard e Los Angeles. É professor visitante na universidade de Indiana, Bloomington, e na New York State University (Stony Brook). Participa do 6º Colóquio de Estudos Luso-Brasileiros nas Universidades de Harvard e Columbia. Faz uma palestra no Queen's College, em Nova York. Prefacia as Obras Econômicas de J.J. da Cunha de Azeredo Coutinho e Relação dos Manuscritos da Coleção J. F. de Almeida Prado, organizada por Rosemarie E. Horch e publicada pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP.

1967 - Termina o curso em Stony Brook e profere uma palestra na Universidade de Princeton. Na volta dos EUA, passa pela Europa, visitando a França, a Espanha e Portugal, onde efetua pesquisas no Arquivo Ultramarino e na Biblioteca Nacional (Reservados e Coleção Pombalina). Vai a Cuiabá, onde permanece uma quinzena, pesquisa os documentos do Arquivo. Convidado pela UNESCO, participa das reuniões do Comitê de Estudo das Culturas Latino-Americanas, em Lima, Peru. Apresenta a conferência “Elementos Básicos da Nacionalidade - O Homem”, na Escola Superior de Guerra. É publicado o 3º volume do Brasil Monárquico: "Reações e Transações".

1968 - Participa do Congresso Teuto-Brasileiro, no Recife. Novamente convidado pela UNESCO, vai a San José, Costa Rica, participar do Comitê de Estudo das Culturas Latino-Americanas. No dia 30 de abril, pede aposentadoria na USP, em solidariedade aos professores aposentados pelo Ato Institucional nº 5 - AI-5, no dia anterior. Viaja ao Paraguai, tentando pesquisar os documentos relacionados com o Brasil. Prefacia "A Amazônia para os Negros Americanos" de Nícia Vilela Luz. Prefacia "A Baleia no Brasil Colônia" de Myriam Ellis. Prefacia "Cristãos Novos, Jesuítas, Inquisição" de J. G. Salvador. Colabora em volume de Homenagem a Rodrigo Melo Franco de Andrade. Colabora com o capítulo "Die Geschite Eines tablen Kontinentes" (A História de Meio Continente), no livro "Brasilien" da Atlantis Verlag A. G. - Zurique.

1970 - Passa a trabalhar com pesquisas e ensaios em sua casa.

1971 - É publicado o 4º volume da Série Brasil Monárquico: "Declínio e Queda do Império".

1972 – É publicado o 5º volume da Série Brasil Monárquico: "Do Império à República", sendo este último volume da série totalmente escrito por Sérgio Buarque de Holanda. Prefacia "Imigração Italiana em São Paulo (1880-1889)" de Lucy Maffei Hutter. E inicia-se a publicação da História do Brasil didática, da Editora Nacional, sob supervisão e organização de Sérgio Buarque de Holanda.


1973 - Vai à Europa, visitando a Itália, a Grécia, a Turquia, a Hungria, a Áustria, parte da Alemanha, a Holanda, a Inglaterra e a França.

1974 - Participa novamente do Comitê de Estudo das Culturas Latino-Americanas, desta vez no México. A convite do governo venezuelano, vai a Caracas para a instalação da Biblioteca Ayacucho. Publica "Vale do Paraíba - Velhas Fazendas", com ilustrações do Tom Maia. Prefacia "A Escravidão Africana no Brasil", de Maurício Goulart. Prefacia "O Fardo do Homem Branco" de Maria Odila Silva Dias.

1976 - Prefacia "O Barão do Iguape" de Maria Thereza Schoerer Petrone. Prefacia "Tudo em cor de Roda" de Yolanda Penteado. Vai à Europa, visitando a Itália, a Tchecoeslováquia, Berlim e Paris, aqui pesquisando e trazendo material do Quai d`Orsay.

Toquinho, Vinicius de Moraes e Sérgio Buarque de Holanda 

1977 - Recebe do Governo do Estado de São Paulo o Prêmio Governador do Estado, na categoria literatura. Toma parte na fundação do Centro Brasil Democrático, assumindo o cargo de vice-presidente. Prefacia "Escravidão Negra em São Paulo", de Suely Robles de Queiroz. Prefacia "Milicia Cidadã", de Jeanne Berrance de Castro. Prefacia "Cultura e Sociedade no Rio de Janeiro", de Maria Beatriz Nizza da Silva. Prefacia o "Livro do Tombo do Mosteiro de S. Bento em S.Paulo". Publica 2ª edição, ampliada, de "Cobra de Vidro", na Editora Perspectiva.

1979 - Colabora em volume de homenagem a Antonio Candido: Esboço de Figura. Escreve uma carta-prefácio e seleciona poesias para antologia de Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Publica Tentativas de Mitologia, uma seleção de estudos antigos e recentes, Editora Perspectiva. Prefacia "O Atual e o Inatual em Leopold von Ranke". Recebe os prêmios Juca Pato e Jabuti.

1980 - Inscreve-se como membro fundador do PT (Partido do Trabalhador). Recebe o troféu Juca Pato de intelectual do ano de 1979, concedido pela União Brasileira de Escritores e pela Folha da Manhã S.A. e o Prêmio Jabuti, na categoria ensaio, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

1981 - Grava um depoimento para o Museu da Imagem e do Som de São Paulo -MIS/SP.

1982 - Morre no dia 24 de abril, em São Paulo.

2001 - O cineasta Nelson Pereira do Santos (1928) dirige um documentário, em duas partes, intitulado Raízes do Brasil - Uma Cinebiografia de Sérgio Buarque de Holanda.


"Não creio que o brasileiro seja fundamentalmente bom. 
Quem lê meus livros de história percebe isso."

CONDECORAÇÕES E PRÊMIOS


1957 - Recebe o prêmio Edgard Cavalheiro do Instituto Nacional do Livro, pela publicação de "Caminhos e Fronteiras".

1960 - Recebe do governo francês a Condecoração de Officer de l'Ordre des Arts et des Lettres.

1967 – Recebe do Governo do Estado de São Paulo, o Prêmio Governador do Estado, na seção de literatura.

1979 – Recebe o Troféu Juca Pato, Prêmio Intelectual do ano, concedido pela União Brasileira de Escritores e pela Folha da Manhã S.A.

1980 - Recebe o Troféu "Jaboti" na categoria de Ensaios, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.


Diploma de Direito de Sérgio Buarque de Holanda 

HOLANDA, sobre os Livros:
“Eles me deram o sentido da história. São a vida em comprimidos."

OBRAS DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. (Coleção documentos brasileiros, 1). Prefácio: Gilberto Freyre. Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1936.

_____ . Cobra de Vidro. Livraria Martins Editôra, São Paulo, 1944, pag. 121.

_____ . Monções. Casa Estudante do Brasil, Rio de Janeiro, 1945. pag. 255, ilustrado (Estudos brasileiros, série A, n. 3). E 1976, pela Editora Alfa-Omega.


______ . Expansão Paulista em Fins do Século XVI e Princípio do Século XVII, Editora da Faculdade de Ciências Econômicas da USP. São Paulo, 1948, pag. 23.

______ . Índios e Mamelucos na Expansão Paulista. (Separata do tomo XIII dos Anais do Museu Paulista) Editora: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, ano 1949, pag. 177-290.

______ . Antologia dos poetas brasileiros na fase colonial. Ministério da Educação e Saúde/Instituto Nacional do Livro, 1952-1953. 2 vol. /e São Paulo: Perspectiva, 1979. 512 p.

______ . Caminhos e fronteiras. Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 1957. 334 p. il. (Coleção documentos brasileiros, 89).

______ .Visão do Paraíso. Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. (Apresentado originalmente como tese para a cátedra de História da Civilização Brasileira, USP: São Paulo, 1958), Editora José Olympio, 1959.

______ . Trajetória de uma poesia. (introdução a Poesia e Prosa de Manuel Bandeira), Editora: Aguilar, 1958.

______ . Livro dos prefácios [edição póstuma]. Editora: Companhia das Letras, 1996. pag. 432.

______ . Vale do Paraíba: velhas fazendas. (com desenhos de antigas fazendas feitos a bico de pena pelo artista Tom Maia), Companhia Editora Nacional, 1975.

______ . Tentativas de Mitologia. São Paulo, Editora Perspectiva, pag. 284, 1979.

______ . O Extremo Oeste [edição póstuma]. São Paulo, Editora Brasiliense - São Paulo, pag. 172, 1986.

______ . Sérgio Buarque de Holanda: história. (Org.) DIAS, Maria Odila Leite da Silva. (Coleção grandes cientistas sociais, 51). São Paulo, Ática, pag. 208, 1985.


______ . Capítulos de literatura colonial. [edição póstuma]. (Org.) CANDIDO, Antônio. São Paulo: Ed. Brasiliense, pag. 465, 1990.

______ . Livro dos prefácios [edição póstuma]. São Paulo, Editora Companhia das Letras, 1996.

______ . O espírito e a letra. [estudos de crítica literária I - 1920-1947 e II 1948-1959.] 2 vols. (Org.) PRADO, Antonio Arnoni. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

______ . Sérgio Buarque de Holanda - Escritos coligidos. 2 vols. (Org.) COSTA, Marcos. (“textos alemães”, originalmente publicados no exterior. Também estão presentes nesta coletânea as primeiras versões de textos que posteriormente seriam incluídos em suas obras clássicas), Editora: Unesp/Fundação Perseu Abramo, 2004.

______ . A Viagem a Nápoles [Conto]. Publicado originalmente em 1931 pela Revista Nova, é a única obra de ficção do autor. Nesta edição traz desenhos de Vallandro Keating. Editora Terceiro Nome, pag. 77, 2008.

Marcelo "Vai Tomar No Cu" Reis - Fundador Revoltados ON LINE

SEXTA-FEIRA, SETEMBRO 14, 2012

Não me parece que a verdade esteja sendo dita aos que seguem esta "liderança":


Vamos lançar uma campanha: Cuspa na cara de um político, ministro e abutre togado... É o que 99% deles merecem... Já que cuspiram na cara de nossos bravos militares que impediram a comunização do Brasil na década de 60... Se eles podem, porque não podemos??? Se querem paz, prepara-te para a guerra (Sun Tzu)
Por: Bruno Toscano Franco

Esta laia de gente "lidera" pessoas que acreditam que "movimentos apartidários" são políticos, mas fazem a política do SEM PARTIDO seguindo o Manual de Pacifascismo do Gene Sharp lutando contra um "governo tirânico" que não existe no Brasil - mas vai existir se esta laia de gente assumir cargos políticos -, sem dizer para as pessoas que fazem palhasseata que estão sendo usadas para apoiarem o registro do partido dos revoltados quando o "movimento" tiver momentum para tal.

Como se trata de "política de alcova", só mesmo que está na cama com o troglodita é que sabe das coisas.


"Marcello Reis: Nossa Revolta não consiste em ódio, e sim em uma COBRANÇA VEEMENTE !@! Mas perder tempo com você Marcio Carneiro é ser duplamente IDIOTA... Vc me parece um VELHO BABÃO QUE NÃO FAZ PORRA NENHUMA E FICA SÓ CRITICANDO !@!
Assinado
Marcello Reis.
Fundador Revoltados ON LINE

Marcio Carneiro, antes que eu me esqueça, VÁ TOMAR NO SEU CÚ !@!
Agora tenho mais o que fazer !@! PTralha do Caralho !@!
TRATO IMORAIS COMO IMORAIS !@!
Assinado
Marcello Reis.
Fundador Revoltados ON LINE", ou você tem dúvida sobre onde você deve estar para saber, com o Marcello "Vai Tomar No Cu"Reis?

O que eles não dizem é que para fazer MOVIMENTO SOCIAL você tem de ter um OBJETIVO SOCIAL, e não um objetivo MENOR, como a fundação de um partido de oclocratas mentindo para as pessoas sobre o porque estão na palhasseata.

Se você quer ACABAR COM A CORRUPÇÃO DEVE EXIGIR ELEIÇÕES GERAIS EM 2013!


Se é para fazer PASSEATA é por um OBJETIVO MAIOR:

RENOVAR 100% DO LEGISLATIVO E EXECUTIVO!!!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

No país dos petralhas, Lobato vai para a cadeia, e a pornografia infantil, para a sala de aula. Vejam o que a gestão Fernando Haddad liberou para crianças de 10 anos

(...)" No país dos petralhas, Monteiro Lobato vai para a cadeia, e uma variante do que considero pronografia infantil vai para a sala de aula."(...)


“Olha, ele fica duro! O pênis do papai fica duro também?
“Algumas vezes, e o papai acha muito gostoso. Os homens gostam quando o seu pênis fica duro.”
“Se você abrir um pouquinho as pernas e olhar por um espelhinho, vai ver bem melhor. Aqui em cima está o seu clitóris, que faz as mulheres sentirem muito prazer ao ser tocado, porque é gostoso.”
“Alguns meninos gostam de brincar com o seu pênis, e algumas meninas com a sua vulva, porque é gostoso. As pessoas grandes dizem que isso vicia ou “tira a mão daí que é feio”. Só sabem abrir a boca para proibir. Mas a verdade é que essa brincadeira não causa nenhum problema”.

O que é isso? São trechos de “Mamãe, como eu nasci?”, que está na lista de livros do MEC, aprovado pelos aloprados que estavam sob o comando deste impressionante Fernando Haddad. Segundo o Ministério da Educação, é recomendado para alunos na faixa dos 10 anos. O livro, claro!, é ricamente ilustrado. Já foi o tempo em que a molecada se cotizava pra comprar gibi de sacanagem. O pênis, a vagina, o clitóris e a ereção foram estatizados, entenderam? O livro é ricamente ilustrado, como se percebe no vídeo abaixo (vão tentar tirá-lo do ar; aguardem para ver). Volto em seguida.


Voltei
Como a gente nota, 64 anos depois de sua morte, Monteiro Lobato está sendo julgado pelo Tribunal Politicamente Correto do Santo Ofício, e a pornografia infantil recebe a chancela do MEC. Não é de estranhar que esse mesmo ministério tenha preparado os kits gays, certo? Eles ensinam, por exemplo, que ser bissexual traz vantagens comparativas no cotejo com a heterossexualidade — que a patrulha politicamente correta chama “heteronormatividade”. A imprensa jamais indagou Fernando Haddad sobre o assunto e ainda tacha de reacionário quem o faz. 
Notem que o texto, além de tudo, incita crianças de 10 anos à desobediência. Os pais seriam os desprezíveis “adultos”, com suas proibições.
Como escrevi no ano passado, fico cá me perguntando como a civilização chegou até aqui sem a ajuda desses libertadores sexuais. Se, sem eles, tivemos Leonardo, Michelangelo, Schopenhauer e Beethoven, imaginem o que vai acontecer, agora que a masturbação foi estatizada e pode ser tratada por professores convertidos em animadores sexuais…
Ninguém mais vai querer pintar, fazer música ou esculpir. A humanidade passará a eternidade a brincar com o pingolim e a escarafunchar a borboletinha, num estado de gozo permanente.
Peço cadeia ou médico pra essa gente?

A escola brasileira, que pode censurar Monteiro Lobato, também não gosta, como é sabido, de matemática e língua portuguesa. Precisamos é de cidadãos que, à falta de um bom argumento, metam a mão na genitália — e em público, que é para demonstrar desprezo pelas convenções burguesas. Afinal, Freud nos ensinou que a civilização nasce justamente do gozo sem censura, certo? Ou teria sido o contrário?
Eis aí mais uma conquista da educação brasileira sob a gestão deste espetacular Fernando Haddad, o homem novo!

by - Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cúpula do PT será julgada no período das eleições - Os 30 dias que abalarão o PT


José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino irão a julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) precisamente no momento da escolha dos prefeitos municipais. Os estrategistas do PT já emitiram a ordem para tentar deixar claro aos eleitores que os candidatos não têm nenhum relação com o processo.

Integrantes da cúpula do partido, Dirceu, Delúbio e Genoino serão julgados pelo Supremo na fase decisiva da campanha eleitoral nas maiores cidades do país, deixando petistas em risco.

Os petistas fizeram as contas e descobriram que a cúpula do partido corre o risco de ficar sob os holofotes no julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF) justamente no momento de escolha dos prefeitos municipais ou, na pior das hipóteses, na passagem para o segundo turno. "Achamos que isso vai interferir na eleição, mas há um sentimento no PT de que José Dirceu e José Genoino não serão penalizados, uma vez que Delúbio Soares assumiu a responsabilidade", diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que ontem participou de uma carreata do candidato à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad.

Esta semana continuarão em evidência a parte mais técnica e os réus menos conhecidos, uma vez que estará em alta a lavagem de dinheiro. Nos últimos 10 dias de campanha, começará o julgamento dos políticos (leia quadro nesta página), aumentando a ansiedade de um PT hoje dividido entre os mais otimistas, como Paulo Texeira, e os pessimistas, caso do próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pelo histórico do julgamento até agora, os estrategistas do partido decidiram não contar apenas com a "sorte" da não condenação de Genoino ou Dirceu para respirar melhor nessa temporada eleitoral. A ordem é separar as estações, tratar de deixar claro aos eleitores que os candidatos não têm relação com o processo. "O PT tem história e não pode ser julgado apenas pela ação penal. As pessoas que respondem ao processo têm CPF e não CNPJ", comentou dia desses o secretário de Comunicação do partido, André Vargas (PT-PR), quando saía de uma reunião da cúpula partidária sobre eleições.

Essa avaliação foi inclusive repetida na reunião entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff na semana passada. No núcleo do PT, há a convicção de que a data do julgamento foi escolhida a dedo justamente para deixar o partido na berlinda durante as eleições municipais. E, para completar, veio a votação fatiada do processo, que ajuda a colocar os petistas à beira do cadafalso na hora em que os eleitores estiverem atentos ao cenário político — algo que torna mais difícil separar as estações, especialmente, nas capitais, onde os adversários do PT começam a citar o mensalão.

A orientação para esses casos é não perder muito tempo respondendo a esses ataques e centrar o foco nos problemas municipais de saúde, educação, transporte e segurança. Em São Paulo, por exemplo, o programa de Fernando Haddad tem tratado dos temas de interesse direto para a vida das pessoas, além é claro de ataques enviesados a José Serra (PSDB), ao citar um governo de quatro anos (Serra ficou apenas dois anos e largou a prefeitura para concorrer ao governo do estado, em 2006, quando Geraldo Alckmin foi candidato a presidente).

O problema é que isso não tem servido para alavancar os candidatos do PT em outras capitais. A sensação da cúpula petista é a de que o partido terá melhor performance no interior, onde o noticiário do mensalão não tem o menor efeito, ou na periferia, em que os programas sociais, geralmente associados ao governo federal, surtem mais efeito na vida das pessoas.

Genoino e Delúbio: partido tentará deixar os envolvidos do mensalão fora do debate eleitoral

"Tenho andado pela minha periferia de São Paulo. Essa história de mensalão não tem o menor efeito. Não tem plano A, B ou C. Vamos jogar com a massa que sabe que o Brasil melhorou, está empregada, ganhando melhor. Vem aí a redução do preço da energia, ou seja, as coisas estão funcionando, e é isso que o eleitor deseja", comenta o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). "O PT sempre cresceu na adversidade. Esse julgamento agora, que é mais político do que técnico, é mais uma, e estamos enfrentando de cabeça erguida", completa Devanir.

Ausência
Diante de um cenário tão difícil como o traçado nas últimas reuniões dos réus do processo e também da cúpula do PT, veio outra notícia para deixar os petistas ainda mais preocupados: a crise de garganta de Lula, que impede o ex-presidente, recém-curado de um câncer, de participar dos comícios petistas pelo Brasil afora. Lula é o que PT tem de mais eficaz no diálogo direto com o eleitor. Venceu a Presidência da República em 2006, pouco depois do estouro do escândalo do mensalão. Sem Lula, o jeito será contar com a participação de Dilma em algumas capitais importantes, nem que seja apenas de passagem ainda no primeiro turno.

Quanto aos réus do processo, a avaliação do PT é a de que, desde a condenação de João Paulo Cunha, eles estão fora da cena eleitoral. E agora não é momento de manifestações públicas a respeito de resultados do julgamento. O foco do partido é a eleição municipal e os problemas das cidades, e o mensalão não é considerado uma dessas mazelas. Portanto, o partido fará tudo o que puder para deixar esse tema fora dos debates eleitorais. Falta combinar com os adversários.

"O PT sempre cresceu na adversidade, esse julgamento agora, que é mais político do que técnico, é mais uma, e estamos enfrentando de cabeça erguida"
Devanir Ribeiro (PT-SP), deputado federal


Correio Braziliense - 10/09/2012

Enquanto isso no Congresso Brasileiro 85% no Senado e 64% na Câmara, ganham acima de R$ 20 mil.

Maioria dos servidores do Congresso ganha R$ 20 mil ou mais. No Senado, porcentagem de pessoas nessa faixa de renda chega a 84,7%

Os dados não estão totalmente ao alcance do contribuinte, como manda a Lei de Acesso à Informação. Mas um levantamento detalhado do Correio, com base no que está disponível nos sites da Câmara dos Deputados e do Senado, revela uma radiografia dos salários mais altos da República. Mesmo com rendimentos iniciais de R$ 6,7 mil (Câmara) e R$ 13,9 mil (Senado), a maioria dos seus servidores tem renda bruta de R$ 20 mil ou mais. No Senado, essa proporção chega a 84,7%. Na Câmara, a 63,6%.

O detalhamento da folha de pessoal do Senado revela ainda que, entre os técnicos legislativos, cargo para o qual se exige apenas o ensino médio, 83% estão nessa faixa salarial. Entre eles, há os técnicos de informática, operadores de câmera e antigos motoristas e seguranças que foram reenquadrados como policiais legislativos.

Com salário inicial de R$ 18,5 mil, apenas 15% dos analistas legislativos (de nível superior) — os que ingressaram em 2010 e em 2011 — estão na margem a partir desse valor até R$ 19,9 mil. Quase o que ganham, por exemplo, juízes de tribunais estaduais, R$ 21,7 mil, e de federais, R$ 22,7 mil. Apenas 6,1% dos técnicos do Senado têm salário entre R$ 13,9 mil (remuneração inicial da carreira) e R$ 17,9 mil (veja ilustração).

Os 64 auxiliares legislativos remanescentes, que ingressaram apenas com o ensino fundamental para servir cafezinho, fazer limpeza e operar máquinas de tirar cópias, têm proventos entre R$ 17,2 mil e R$ 27 mil. Hoje, todos estão lotados na gráfica do Senado. Mais de um terço dos servidores da Casa, 36,7%, recebem mais que um ministro do Supremo Tribunal Federal, que é o teto constitucional. Entre os 1.109 funcionários desse seleto grupo, estão dois antigos auxiliares legislativos e 285 técnicos. Há ainda 680 analistas, 123 advogados e 157 consultores.

Todos esses quantitativos são maiores porque boa parte recebe também adicional de especialização por ter curso de graduação (caso dos auxiliares e dos técnicos), pós-graduação ou mesmo mestrado e doutorado. Em julho, o Senado também fez diversos pagamentos em folha suplementar, que não foram incluídos no levantamento do Correio pela dificuldade de identificar a quem pertencem. Além desses valores brutos, os servidores do Legislativo recebem auxílio-alimentação líquido de R$ 740, que é creditado em dinheiro na conta.

Câmara

Embora costume alegar que paga remunerações menores que as do Senado, a Câmara não fica muito atrás. Lá, 23% dos funcionários — 780 pessoas — ganham acima do teto do funcionalismo. Quase dois terços do quadro de pessoal efetivo têm contracheque de R$ 20 mil ou mais. Apenas 7,3% dos técnicos (de nível médio) estão com vencimentos totais entre R$ 6,7 mil, que é o piso desse cargo na Casa, e os R$ 13,9 mil, que correspondem ao menor salário inicial vigente no vizinho Senado. Outros 20% embolsam bruto por mês entre R$ 16 mil e R$ 19,9 mil. Isso se deve ao fato de a categoria ter tido reajuste em julho.

No Executivo, que tem 1,05 milhão de servidores ativos, entre civis e militares, são 456 os que com renda acima do teto constitucional de R$ 26.723,13 — ou 0,04% do total. Com uma diferença: no Executivo e no Judiciário, nenhum deles recebe mais que esse valor, pois sofre o abate-teto, que corta a parcela de toda a remuneração acima do topo legal.

Os funcionários da Câmara e do Senado, por sua vez, conseguiram liminar no Tribunal Regional Federal da 1º Região que deixa de fora do cálculo do teto as gratificações por cargos comissionados. Um analista, por exemplo, que tem rendimento básico de R$ 22.727, vantagens pessoais de R$ 8.758 e gratificação de função de R$ 3.194 consegue manter o salário bruto em R$ 29.917, e não nos R$ 26,7 mil, como ocorre com os trabalhadores dos outros Poderes.

A exceção no Executivo são os ministros e alguns servidores que embolsam remuneração extra — os chamados jetons — por participação em conselhos de empresas em que a União tem algum tipo de participação. Por decisão do governo, o jetom não entra no cálculo do teto. Os ministros do STF também decidiram que a renda que alguns recebem por dar aula em universidades públicas não é computada no limite.

Regulamentação
Ao Correio, o Senado afirmou que a forma de publicação da remuneração dos servidores, que não inclui a soma de todas as verbas que compõem o salário do mês, foi definida pelo Ato nº 10 de 2012, do Primeiro-Secretário, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). A determinação incluía a divulgação dos nomes dos funcionários, mas foi suspensa por ordem judicial.

"Todos os demais dados são públicos e estão divulgados em dois formatos — texto e planilha —, o que facilita a leitura e viabiliza a pesquisa e a realização de quaisquer cálculos pretendidos", diz a nota da assessoria de comunicação da Casa, destacando que o Senado foi "pioneiro na divulgação dessas informações em formato de dados abertos".

Já a Câmara alegou que a Lei de Acesso à Informação não faz referência à divulgação de salários. Assim, afirmou, "cada órgão fez sua regulamentação interna". No caso da Câmara, foi determinada por meio do Ato da Mesa 45/2012.

» Nomes divulgados
O Senado será obrigado a divulgar os nomes dos servidores na internet. O presidente do Tribunal Regional Federal da 1º Região, Mário César Ribeiro, suspendeu a liminar da 7ª Vara Federal em Brasília, que havia permitido a omissão dos nomes dos funcionários na publicação da lista de salários. A liminar foi concedida a pedido do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindlegis). A Advocacia-Geral da União recorreu. Falta agora a decisão do TRF para a Câmara, que deverá ser no mesmo sentido.

by Correio Braziliense - 10/09/2012

O aparelhamento da AGU

Criada pela Constituição de 88 para defender o Executivo nos tribunais e assessorar juridicamente o presidente da República, a Advocacia-Geral da União (AGU) está vivendo a maior crise de sua história. Instalado em 1993, o órgão tem 7.481 integrantes, entre advogados da União, procuradores federais e procuradores da Fazenda Nacional - todos selecionados por concurso público. Mas, numa decisão tomada sem consulta a esses profissionais, o chefe do órgão, Luís Inácio Adams, elaborou um projeto de lei complementar que prevê a nomeação, como advogados federais, de pessoas de fora da carreira e sem concurso.

O projeto foi encaminhado ao Congresso no dia 29 de agosto pela presidente Dilma Rousseff. O Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal - integrado por sete entidades de procuradores da Fazenda, Previdência Social, do Banco Central e de procuradores lotados em autarquias e ministérios - acusa Dilma e Adams de tentar aparelhar politicamente a AGU, colocando-a a serviço do Partido dos Trabalhadores (PT). Para os dirigentes do Fórum, a partir do momento em que Adams assumiu a AGU, em outubro de 2009, ela deixou de ser um órgão de Estado, convertendo-se em órgão de assessoria jurídica e política dos ocupantes do Palácio do Planalto e dos líderes da base aliada na Câmara e no Senado.

Os dirigentes do Fórum também alegam que a gestão de Adams é "caótica", do ponto de vista do interesse público, e afirmam que o polêmico projeto de lei foi elaborado na surdina, para criar um fato consumado. Pela legislação em vigor, apenas o advogado-geral da União pode ser de fora do quadro de profissionais do órgão. Todos os demais cargos são exclusivos de servidores concursados. Pelo projeto de lei complementar enviado por Dilma ao Congresso, os postos de procurador-geral da União, procurador-geral da Fazenda Nacional, procurador-geral federal, procurador-chefe do Banco Central, consultor-geral e consultores jurídicos dos Ministérios são de livre indicação do chefe da AGU - que, por sua vez, exerce um cargo de confiança do chefe do Executivo.

O projeto de Adams tem outros pontos polêmicos. Ao redefinir as atribuições do chefe da AGU, ele aumenta significativamente seus poderes decisórios, esvaziando parte das competências dos advogados públicos concursados. E também tipifica como infração funcional o parecer do advogado público que contrariar as ordens de seus superiores hierárquicos. Assim, a vontade dos procuradores-chefes, indicados com base em conveniências políticas, prevaleceria sobre o entendimento técnico dos advogados de carreira.

Hoje, mesmo não sendo aprovados pelos chefes, os pareceres dos advogados e procuradores são anexados aos processos administrativos e judiciais - o que permite à população conhecer as discussões jurídicas travadas dentro de órgãos e autarquias. "Vai ser falta grave o profissional concursado da AGU contrariar a orientação administrativa de seu chefe. É o outro lado do aparelhamento, ao tirar a independência funcional dos advogados de carreira", diz Marcos Luiz Silva, presidente da Associação Nacional dos Advogados da União. "A possibilidade de eliminação de pareceres contrários ao entendimento do superior hierárquico fulmina a independência que se exige para o exercício de uma advocacia de Estado, possibilitando intervenção política em diversas matérias sensíveis à sociedade, como os pareceres em licitações e convênios. O projeto é um atentado ao Estado Democrático de Direito e põe em risco a existência da própria AGU", afirmam os dirigentes do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal.

Após a condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pelo Supremo Tribunal Federal, por crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o mensalão foi um "golpe da elite", que recorreu a "setores conservadores da Justiça para derrotar o partido".

O projeto de lei complementar que abre caminho para o aparelhamento da AGU é a primeira tentativa efetiva do PT de interferir no universo jurídico, esvaziando sua independência e atrelando-o aos interesses do partido.

O Estado de S. Paulo - 10/09/2012

Justiça impede veiculação de vídeo de Cabral e Cavendish

RIO - A Justiça Eleitoral proibiu a veiculação de propaganda eleitoral do candidato do DEM à Prefeitura do Rio, Rodrigo Maia, em que o prefeito Eduardo Paes (PMDB) é associado à construtora Delta e ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O vídeo mostra imagens do governador Sérgio Cabral (PMDB), aliado de Paes, e do secretário de Urbanismo da prefeitura, Sérgio Dias, em confraternização com o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish.

O juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Luiz Fernando Pinto, determinou a suspensão da propaganda após um pedido de direito de resposta de Paes que ainda não foi julgado. Na sua decisão, o juiz afirmou que o vídeo é “propaganda eleitoral negativa, visando exclusivamente a difamação” do candidato à reeleição pelo PMDB.

O candidato Rodrigo Maia classificou como censura a decisão da Justiça. “Não podemos ser prejudicados só porque o prefeito quer esconder os seus aliados políticos”, afirmou o candidato do DEM em nota.

Em abril, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) divulgou em seu blog fotos e vídeos de confraternizações entre Cavendish, Cabral e diversos secretários de governo do Estado do Rio, além de Sérgio Dias. Garotinho é pai da candidata à vice-prefeita na chapa de Maia, Clarissa Garotinho (PR).

by - Guilherme Serodio | Valor

Enfim, uma novidade na política: Lula está pintando os cabelos, o bigode e as sobrancelhas


“Vanitas, vanitatum” – todos nós padecemos deste pecado capital, a vaidade das vaidades. A diferença é que, no caso do ex-presidente Lula, essa falha de caráter emerge em proporções ciclópicas. Com o passar dos anos, a atividade política e a glória do exercício do poder fizeram com que a humildade fosse sepultada no coração de Lula e hoje praticamente já não se vê sinais dela.

É pena. Já comentamos aqui que, em seu permanente delírio de grandeza, Lula acabou perdendo a noção das coisas. Foi o primeiro operário a chegar à presidência da República de um país realmente importante, eleito pelo voto popular. Tornou-se uma festejada personalidade mundial, mas o sucesso lhe subiu à cabeça, transformando-o numa figura verdadeiramente patética.

Lamentamos essa situação, porque Lula poderia ficar na História como um dos mais destacados líderes da Humanidade, mas não tem a humildade de um Mahatma Ghandi, a sobriedade de um Nelson Mandela nem o brilho de um Martim Luther King. Suas tiradas acabam soando em falso e os erros cometidos vão se avolumando.

Agora, Lula decide pintar os cabelos, e a tintura avançou-lhe pelo bigode e até pelas sobrancelhas. A primeira aplicação foi até discreta, para que as pessoas possam ir se acostumando a esse novo visual. E na primeira foto em que posa para posteridade com as mechas alouradas, ele enverga uma extravagante jaqueta da CBF, presenteada pelo amigo Ricardo Teixeira, que anda meio sumido.

É constrangedor. Será que o Lula não tem nenhum auxiliar com alguma coisa na cabeça, que possa dele se aproximar e dizer: “Presidente, para com isso, vai pegar muito mal. Imagine se o Bill Clinton de repente pintasse o cabelo… Cuidado, presidente, daqui a pouco poderão estar chamando o senhor de Louro José.”

Não, ninguém é tão amigo o suficiente para ajudá-lo a recuperar a razão. Ninguém tem coragem suficiente para contrariá-lo em suas fantasias.

Sabe-se que é saudável as pessoas quererem mudar. É um sinal até de amadurecimento. Mas se Lula realmente pretende mudar, por que então não entra numa livraria e compra um livro. Orgulhar-se de jamais ter lido um livro é uma postura muito triste e negativa, que ficará marcada em sua biografia como se fosse uma tatuagem ou uma cicatriz. Poderia mudá-la. Ainda há tempo. Mas falta vontade política, como se diz.

by - Carlos Newton

domingo, 9 de setembro de 2012

Anarquismo: por um mundo livre, pacífico e ordeiro.



Meu clube.
Minha marca.


Bases do Anarquismo:

1. Repulsa total a qualquer tipo de hierarquia imposta ou domínio de umas pessoas sobre as outras, defendendo uma organização social baseada na igualdade e no valor supremo da liberdade.

2. Nos meios anarquistas, de forma geral, rejeita-se a hipótese de que o governo, ou o Estado, sejam necessários ou mesmo inevitáveis para a sociedade humana. Os grupos humanos seriam naturalmente capazes de se auto-organizarem de forma igualitária e não-hierárquica.

3. Os anarquistas afirmam que não se deve delegar a solução de problemas a terceiros, mas antes, atuar diretamente contra o problema em questão, ou, de forma mais resumida, "A luta não se delega aos heróis".

4. Os anarquistas acreditam que todas as sociedades, quer sejam humanas ou animais, existem graças à vantagem que o princípio da solidariedade garante a cada indivíduo que as compõem.

5. A maioria dos anarquistas acredita que a violência contra indivíduos é inútil, já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que a mantêm. Entretanto, os anarquistas acreditam ser inevitável o recurso à violência como legítima defesa contra a violência do Estado ou de instituições coercivas.

6. A idéia popular de anarquismo como absoluto caos e desordem, que os estudiosos chamam de anomia (ausência de normas) é rejeitada por todos os anarquistas tradicionais... Os anarquistas concebem os governos como as atuais fontes de desordens defendendo, portanto, que a sociedade estaria melhor ordenada sem a sua existência. 

(Fonte: Wikipedia)

Aos amigos e inimigos

O julgamento do mensalão até agora tem sido "um massacre", como diz o advogado Márcio Thomaz Bastos numa avaliação de premissa reta e conclusão torta quando aponta "retrocesso" no trato rigoroso que o Supremo Tribunal Federal tem dado aos réus e na interpretação "flexível" das exigências legais para a configuração dos crimes.

Realmente massacrante para os réus em geral e para o PT em particular o relato detalhado e quase diário de um episódio que os envolvidos prefeririam ver esquecido e do qual imaginavam já ter se livrado depois de o partido ganhar duas eleições presidenciais desde então.

Errático, porém, o arremate com o qual, em última análise, Thomaz Bastos compara a Corte Suprema do País a um tribunal de exceção, na medida em que acusa o STF de solapar garantias constitucionais.

A referência enviesada ao AI-5 e ao alerta de Pedro Aleixo sobre o uso que o "guarda da esquina" faria do instrumento de arbítrio soou especialmente fora de esquadro na boca de um ex-ministro da Justiça cuja influência, como ele mesmo gosta de lembrar, se fez presente nas indicações de vários ministros alvos de sua diatribe.

Compreende-se a chateação do comandante em chefe da tese do caixa dois a defensor vencido por unanimidade na condenação de seu cliente José Fernando Salgado, do Banco Rural.

Mas isso não o credencia a desqualificar a fundamentação exaustiva, lógica e majoritariamente convergente de votos que, sem combinação prévia, partem de diferentes cabeças para chegar a um mesmo lugar.

Não sendo mera coincidência, dada a impossibilidade de o acaso atuar nessa amplitude, tal convergência só pode ser obra do vigor dos fatos cotejados com a lógica e a percepção da realidade.

Como bem reiteraram alguns ministros na sessão de quinta-feira na defesa do tribunal como guardião e garantidor da Constituição, o STF não retrocede.

Antes contribui para que o Brasil evolua e almeje ser um País onde a aplicação da lei não fique refém do cinismo que, sob o argumento da legalidade estrita, presta serviço à impunidade.

O Supremo vai fazendo muito mais que condenar. Vai dando um aviso aos navegantes da vida política e adjacências para que andem devagar com os respectivos andores, porque os santos não precisam ser de barro para se quebrar.

Podem ser de ouro, podem integrar um governo popular, podem contar com o benefício da desinformação do eleitor, podem pagar fortunas a medalhões da advocacia.

Podem ter base social, podem ter abrigo na intelectualidade, podem ter base de sustentação parlamentar, podem agir sob o guarda-chuva de uma figura de grande apelo popular, podem muito e algo mais.

by - O Estadão

Em Alta

Glândula Pineal: o nosso terceiro olho

Max-kegfire / Getty Images / Canva Escrito por Eu Sem Fronteiras Localizada no centro do cérebro, sua função é controlar o ritmo do corpo, c...

Mais Lidas