domingo, 20 de março de 2022

Para cumprir promessa a Biden, Bolsonaro teria que demitir Ricardo Salles

 


O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente)Imagem: Adriano Machado/Reuters

Leonardo Sakamoto

15/04/2021 09h03


Jair Bolsonaro prometeu a Joe Biden acabar com o desmatamento ilegal no Brasil até 2030. Mais do que isso, afirmou que o país pode avançar na redução da emissão de carbono a fim de mitigar mudanças climáticas. Mais ainda: disse que topa trabalhar com ONGs e com povos indígenas nesse sentido.

Para nós, que conhecemos Bolsonaro, essas promessas são conversa para boi dormir.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu 1 bilhão de dólares aos Estados Unidos para reduzir o desmatamento neste ano. O mesmo ministro que acaba de ser acionado no Supremo Tribunal Federal pela Polícia Federal no Amazonas por dificultar a ação da fiscalização ambiental de forma criminosa.

Essas promessas mostram que nosso governo de extrema direita finalmente entendeu como funcionam compromissos ambientais internacionais: você não precisa defender tombar floresta, bradando pelo direito de desmatar, e virando um pária global. Basta contar mentiras de que vai fazer e tirar o corpo fora, como muitos países.

Desculpem o cinismo, mas essa é a razão pela qual o termostato do planeta está na posição "Gratinar os Idiotas Lentamente" e não deve mudar tão cedo.

Para cumprir as promessas, Bolsonaro teria que dar um cavalo de pau na política de terra arrasada que vem adotando desde que sentou a bunda no Palácio do Planalto. Ou seja, deixar de corroer, enfraquecer e deslegitimar as ações de fiscalização ambiental.

Dar, portanto, as costas para os grupos que ajudaram em sua eleição e o apoiam até hoje, como pecuaristas, madeireiros e garimpeiros que atuam de forma ilegal, além da turma da grilagem de terras - que circula bem em Brasília, aliás.

E isso não vai acontecer.

Esses pontos estão em uma carta enviada por JB a JB antes de cúpula com chefes de Estado sobre mudanças climáticas, como relatou Ricardo Della Coletta, na Folha de S.Paulo. "Queremos reafirmar, nesse ato, em inequívoco apoio aos esforços empreendidos por V. Excelência, o nosso compromisso de eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", disse Bolsonaro. A cartinha foi discutida com o chanceler Carlos França, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Ironicamente, a cúpula está marcada para o dia 22 de abril, quando comemoraremos o aniversário de um ano da "boiada" de Salles.

Naquela data, o ministro acabou por prestar um enorme serviço ao seu país por conta de sua agora antológica participação na não menos antológica reunião ministerial de 22 de abril, quando constatamos as bizarras entranhas do governo.

Ele sugeriu a Jair Bolsonaro aproveitar que a imprensa está preocupada com o combate ao coronavírus para enfraquecer uma série de regras, como as de proteção ambiental e de preservação do patrimônio histórico.

"Nós temos a possibilidade, nesse momento em que a atenção da imprensa tá voltada quase que exclusivamente pro covid (...), de ir passando a boiada e mudando o regramento", afirmou Salles, como pode ser visto no vídeo divulgado, no dia 22 de maio, após decisão do ministro Celso de Mello, do STF. Em outras palavras, aproveitar que o país está preocupado com uma pandemia assassina e passar o trator.

Salles prestou dois favores com suas declarações que vieram a público: tirou a estratégia do governo das sombras e a levou para o centro da pauta nacional e mostrou que ela é real e não "paranoia de ongueiro" - como parte do agronegócio, das mineradoras e dos militares gosta de afirmar.

Tudo o que ele disse não é novidade para organizações e movimentos de defesa dos direitos ambientais, sociais, trabalhistas, culturais, indígenas que estão diuturnamente alertando a sociedade de que o governo Jair Bolsonaro tem se aproveitado do foco da sociedade e da imprensa na tragédia para tentar reduzir o que ele considera entraves ao crescimento. Que, na realidade, são proteções à qualidade de vida no país.

E que o governo mente, mente descaradamente, mente até doer. E, depois, mente mais um pouco, sem corar a bochecha.

Se Joe Biden acreditar nas palavras de Bolsonaro, não será sinal de burrice, mas que seu pragmatismo geopolítico e comercial é tão grande que ele topa ajudar a rifar o futuro das próximas gerações e engolir uma cascata dessa em troca de um 5G.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


Localização e extensão das TIs



O Brasil tem uma extensão territorial de 851.196.500 hectares, ou seja, 8.511.965 km2. As terras indígenas (TIs) somam 726 áreas, ocupando uma extensão total de 117.377.553 hectares (1.173.776 km2). Assim, 13.8% das terras do país são reservados aos povos indígenas.

A maior parte das TIs concentra-se na Amazônia Legal: são 424 áreas, 115.344.445 hectares, representando 23% do território amazônico e 98.25% da extensão de todas as TIs do país. O restante, 1.75% , espalha-se pelas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e estados de Mato Grosso do Sul e Goiás.



Essa situação de flagrante contraste pode ser explicada pelo fato de a colonização do Brasil ter sido iniciada pelo litoral, o que levou a embates diretos contra as populações indígenas que aí viviam, causando enorme depopulação e desocupação das terras, que hoje estão em mãos da propriedade privada. Aos índios restaram terras diminutas, conquistadas a duras penas. Por exemplo, em São Paulo, a terra Guarani Aldeia Jaraguá tem apenas dois hectares de extensão, o que impossibilita que vivam da terra.

Há vozes dissonantes em relação ao tamanho das TIs na Amazônia, alegando que haveria "muita terra para poucos índios". Esses críticos se esquecem de que os índios têm que tirar todo seu sustento da terra. Muitas vezes, as TIs têm grandes partes não agricultáveis, e sofrem ou sofreram diversos tipos de impactos

Terras Indígenas por Estado na Amazônia Legal* (em 22/10/ 2014)UFárea da UFTerra indígena% sobre a UF

Acre 16.491.871 2.459.834 14,92%
Amapá 14.781.700 1.191.343 8,06%
Amazonas 158.478.203 45.232.159 28,54%
Maranhão** 26.468.894 2.285.329 8,63%
Mato Grosso 90.677.065 15.022.842 16,57%
Pará 125.328.651 28.687.362 22,89%
Rondônia 23.855.693 5.022.789 21,05%
Roraima 22.445.068 10.370.676 46,20%
Tocantins 27.842.280 2.597.580 9,33%
Total 506.369.425 112.869.914 22,29%


* áreas calculadas pelo SIG/ISA, utilizando os limites das TIs lançados sobre a base 1:250.000 e os limites de Estado do IBGE/Sivam na escala 1:250.000

Situação Juridica TIs no Brasil Beba na fonte

Referências externas

De Olho nas Terras Indígenas no Brasil - mapas, dados, notícias e mais
''Terras ocupadas? Territórios? Territorialidades?'', por Dominique Tilkin Gallois, antropóloga, docente do Departamento de Antropologia Social da FFLCH-USP e coordenadora do NHII-USP (Núcleo de História Indígena e do Indigenismo)

by socioambiental.org/pt/

Foragido e sem dinheiro, Allan dos Santos pede desbloqueio de contas

Militante bolsonarista que há anos ataca o STF e seus ministros apelou à Corte pedindo para recuperar acesso aos recursos do Terça Livre

17/03/2022 

Reprodução/Redes sociais

Foragido nos Estados Unidos desde outubro do ano passado, quando teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o militante bolsonarista Allan dos Santos apelou à Corte pedindo o desbloqueio das contas bancárias de sua empresa de comunicação, o canal Terça Livre.

Em mandado de segurança protocolado no último domingo (13/3), a defesa do extremista alegou que o bloqueio, também determinado em outubro de 2021 por Moraes, “inviabilizou a subsistência própria e familiar do impetrante”, pois lhe privou de “renda e recursos de natureza alimentar”.

Em petição com quase 50 páginas (veja íntegra abaixo), o advogado Renor Oliver Filho, que representa Allan dos Santos, argumenta contra as medidas cautelares impostas ao ativista e comunicador, critica sua prisão preventiva e apela à ministra Cármen Lúcia* para reconsiderar a última sentença do ministro Edson Fachin, que negou provimento pedido em novembro do ano passado, ou levar o tema ao plenário do STF.

“A pergunta é: será que o caminho brasileiro se dirige, no que se refere à liberdade de expressão e imprensa, ao mesmo destino de países como Venezuela, Cuba e outros submetidos a regimes totalitários?”, questiona, na petição, o advogado do militante.




A conta no Twitter do blogueiro foi retida pela plataforma a mando do STFReprodução/Twitter

Allan dos Santos está foragido nos EUA após ter prisão decretada pelo STFHugo Barreto/Metrópoles


Allan dos Santos e Eduardo BolsonaroReprodução

Vida de foragido

Desde que chegou aos EUA, já com contas em redes sociais também suspensas pela Justiça brasileira, Allan dos Santos tem se dedicado a atacar as autoridades que lhe impuseram medidas cautelares e um mandado de prisão. O alcance dos ataques do bolsonarista só foi reduzido no último dia 26 de fevereiro, quando o Telegram, que é uma rede sem sede no Brasil, cumpriu outra decisão de Moraes e bloqueou o canal do extremista. A rede russa informou que o canal, que tinha 128 mil seguidores, “violou as leis locais”.

No início de fevereiro, o Metrópoles revelou que Santos vinha se esforçando para mostrar ao STF que não respeita suas determinações ou seus ministros. Com contas alternativas no Instagram, que ele divulgava nesse canal no Telegram, Santos burlava o bloqueio e insultava sobretudo o ministro Alexandre de Moraes.

Naqueles dias, Santos divulgou viagens, posou com fuzis e uma foto do presidente Jair Bolsonaro (PL) e postou um vídeo de si mesmo cantando um blues que ofende Alexandre de Moraes.
conteudo patrocinado

“O cabeça de piroca pensa que pode me calar, mas não esperava que tenho amigos e estou livre agora. O escravo é você, que não pode sair na rua e ainda é amigo do PCC”, diz a letra da canção improvisada por ele. O PCC do blues é a quadrilha criada em prisões paulistas e que Santos liga constantemente a Moraes em suas críticas. Relembre:

Apesar do comportamento belicoso e de circular pelos EUA confraternizando até com ministros brasileiros, como Fábio Faria, Allan dos Santos também vem indicando que tem problemas para sustentar a si mesmo e à família nessa estadia no estrangeiro, onde se beneficia do não reconhecimento, pelo governo norte-americano, do pedido de extradição feito pelo STF.

Em seus canais alternativos, o militante criou mecanismos para receber doações em moeda estrangeira e até em Bitcoin, e chegou a dizer aos seguidores, em janeiro deste ano, que já não tinha dinheiro para pagar nem a própria defesa.

“Por falta de dinheiro para pagar o único advogado que sobrou, preciso encontrar advogados voluntários para tocar os processos em andamento no Brasil. Quem estiver interessado em ajudar, por favor, entre em contato comigo pelo site”, pediu ele.
Sem resposta do STF até agora

Até o fechamento desta reportagem, Fachin não havia respondido ao último pedido de liminar da defesa de Allan dos Santos. A mais recente movimentação nos inquéritos envolvendo o militante na Corte foi obra de Alexandre de Moraes, que determinou, no último dia 14 de março, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública prestar informações sobre o que já foi feito pela pasta para garantir a extradição de Santos. O prazo determinado para a resposta é de cinco dias, e está correndo.


Aliado próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos no Supremo: o de fake news e ataques a ministros da Corte e o das milícias digitais.

Em seu despacho, Moraes determinou que o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, explique detalhadamente as medidas adotadas para assegurar a extradição junto ao governo dos Estados Unidos.
Suposto líder de grupo criminoso

Em seus ataques a Moraes, Santos costuma alegar que não cometeu nenhum crime e que seria perseguido pelo ministro por suas opiniões. Na ordem de prisão da qual Allan dos Santos foge, no entanto, Moraes anotou que “a Polícia Federal apresentou indícios fortes, plausíveis e razoáveis da vinculação do representado à prática de diversos crimes”.

Moraes afirma na peça que Santos é um dos líderes do grupo criminoso responsável por atacar integrantes das instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral, reforçar o discurso de polarização e gerar animosidade na sociedade brasileira.

O militante, segundo o ministro, montou uma “verdadeira estrutura destinada à propagação de ataques” contra o STF, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Senado Federal, com foco voltado contra a CPI da Pandemia.

O ministro aponta ainda que Allan dos Santos é suspeito de cometer crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Veja a íntegra do pedido protocolado pela defesa de Allan dos Santos no STF:

Mendonça agora é ministro substituto do TSE


20/03/2022 às 12:44
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 by Jornal da Cidade On line

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, foi eleito para a vaga de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável pela organização das eleições no Brasil.

O plenário do STF votou a favor de Mendonça para a vaga; já que o ex-Advogado-Geral da União (AGU) nunca havia participado do tribunal eleitoral.


Mendonça acumulará as atividades no TSE com as da Suprema Corte, mas somente será requisitado na função quando os titulares das vagas estiverem ausentes ou impedidos de participar dos julgamentos.

O TSE é composto por sete ministros, sendo três do STF, dois do STJ, e dois advogados com notório saber jurídico, nomeados pelo presidente da República.

Além de Mendonça, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski fazem parte do TSE. Já Cármen Lúcia e Nunes Marques completam a lista como substitutos.

Quem é quem nas denúncias sobre superfaturamento de vacinas



Conheça as empresas e os personagens citados nas denúncias de irregularidades em compras de vacinas da Covid-19
O deputado Luis Miranda (DEM-DF); o deputado Ricardo Barros (PP-PR); o policial militar Luiz Paulo Dominghetti; e o secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco: alguns dos envolvidos nas acusações sobre compras irregulares de vacinaFoto: Arte CNN

Figura praticamente anônima na política nacional até aquele momento, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) depôs na sexta-feira (25) na CPI da Pandemia e acabou por reverter a trajetória até então descendente da comissão.
A denúncia de Miranda sobre uma suposta inação do presidente Jair Bolsonaro diante de um possível esquema de corrupção na compra de doses da Covaxin dominou a pauta política durante a semana passada e nesta foi acrescida de outra denúncia.

O representante de vendas da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominghetti, afirmou em entrevista publicada pela “Folha de S. Paulo” na terça-feira (29) ter recebido pedido de propina do diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, durante as negociações da vacina da AstraZeneca. Dias foi exonerado na mesma noite.

Também um outro suposto esquema está na mira da CPI e envolve compras de vacinas chinesas do laboratório CanSino. A compra de mais de R$ 5 bilhões, com as doses mais caras a serem pagas pelo governo brasileiro (US$ 17 por dose), já estava assinada desde o dia 15 de junho, mas as denúncias relacionadas a outros laboratórios e seus representantes fizeram com que o laboratório chinês cancelasse suas representações no Brasil.

Conheça as empresas e os personagens citados nas denúncias de corrupção em compras de vacina.

Precisa Medicamentos

A Precisa Medicamentos se apresentou ao Ministério da Saúde como representante no Brasil da Bharat Biotech, a farmacêutica indiana responsável pelo desenvolvimento da vacina Covaxin. Em comunicação junto ao ministério, a Precisa se colocava à disposição para intermediar a compra da vacina junto ao laboratório indiano.

A proposta era de 20 milhões de doses por R$ 1,6 bilhão, o que colocaria a Covaxin como a vacina mais cara adquirida pelo país até aquele momento, por US$ 15 a dose. As conversas entre a Precisa e o ministério começaram em 20 de novembro de 2020, sob a gestão de Eduardo Pazuello.

Segundo documentos recolhidos pela CPI, em 18 de janeiro, o Ministério enviou um ofício ao presidente da Precisa dizendo ter interesse em começar as negociações.

O acordo para compra das 20 milhões de doses foi assinado no dia 25 de fevereiro.

Antes das acusações sobre a Covaxin, a Precisa já estava sob a mira do Ministério Público Federal na operação Falso Negativo por problemas na venda de testes rápidos para identificação de Covid-19.

Segundo o MPF, a empresa teria superfaturado o valor dos testes e ainda entregue produtos de qualidade inferior.

Bharat Biotech e Madison Biotech

O grupo farmacêutico Bharat Biotech é responsável pelo desenvolvimento e fabricação da vacina indiana Covaxin.

Entre as empresas do grupo está a Madison Biotech, que foi utilizada pela Precisa Medicamentos para emitir uma nota cobrando o governo brasileiro por um pagamento antecipado de US$ 45 milhões referente às 20 milhões de doses do imunizante que o governo brasileiro havia reservado.

A Anvisa alegou que o laboratório não comprovou condições sanitárias suficientes em suas fábricas para fornecimento do imunizante e por isso a aprovação da vacina saiu só dois meses depois da assinatura do contrato entre Precisa e Ministério da Saúde. Com as denúncias, porém, o contrato foi cancelado no dia 29 de junho.

Em comunicado, a Bharat Biotech diz que a Covaxin já recebeu autorização de uso de emergência em 16 países e tem acordos em andamento com outros 50 países, além de já ter sido exportada para diferentes nações.

Além disso, diz que as condições oferecidas ao Brasil estiveram com “preço na menor faixa praticada em todo o mundo, entre US$ 15 e US$ 20, e o governo brasileiro não pagou valores antecipados como ocorreu com outros mercados”.
Francisco Emerson Maximiano

Maximiano é sócio da Precisa Medicamentos e atua no setor farmacêutico há mais de 10 anos, quando se tornou sócio da Global Gestão em Saúde, empresa que adquiriu em 2014.

A Global ficou conhecida por ter firmado contrato com o governo federal para venda de medicamentos de alto custo durante o governo Michel Temer. A companhia não fez a entrega dos produtos.

O Ministério Público move uma ação contra a Global, de Maximiano, e cobra R$ 119 milhões por danos coletivos pela não entrega dos medicamentos. O não cumprimento do contrato teria causado a morte de 14 pessoas que não receberam os remédios.

A companhia também já havia sido multada em R$ 2,3 milhões pela Petrobras por não entregar medicamentos comprados pela estatal que seriam distribuídos a funcionários.

Maximiano deveria depor na última quinta-feira na CPI, mas obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar em silêncio.

Ricardo Barros

Escolhido por Jair Bolsonaro para ser o líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) é investigado por improbidade administrativa por ter se negado a cancelar o contrato com a Global Gestão em Saúde quando foi ministro da Saúde, entre 2016 e 2018, mesmo diante da recusa da empresa em entregar os medicamentos e devolver os R$ 20 milhões pagos antecipadamente pelo ministério.

O presidente Jair Bolsonaro e o deputado Ricardo Barros (28.set.2020)
Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Barros é o autor de uma emenda à Medida Provisória 1026/2021, que estabelece condições para importação de vacinas e insumos para o combate à pandemia.

O trecho incluído pelo deputado permitiu acelerar a aprovação de vacinas autorizadas em outros países sem depender da Anvisa.

Em depoimento para a CPI, Luis Miranda revelou que, ao contar para o presidente Jair Bolsonaro sobre os indícios de corrupção na aquisição da Covaxin, Bolsonaro teria dito que aquilo era “rolo” de Ricardo Barros. Em nota, o deputado afirma que nunca participou de nenhuma negociação referente à compra da Covaxin.

Jair Bolsonaro

No dia 6 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro apresentou a Medida Provisória 1026/2021 que permitiu a contratação de vacinas sem licitação e com a participação de intermediários, o que permitiu a participação da Precisa Medicamentos na aquisição da Covaxin, entre outros representantes.

No dia 20 de fevereiro, já depois da aprovação da MP no Congresso, o presidente teria sido pessoalmente avisado pelo deputado Luis Miranda e seu irmão, o servidor público do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, que havia um esquema fraudulento por trás da chegada dos imunizantes indianos ao Brasil.

Bolsonaro se prontificou a acionar a Polícia Federal, que investiga o caso.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o Ministério Público Federal pediram à PF que apure os fatos relacionados à compra da Covaxin. Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República determinou a abertura de um inquérito para investigar se Bolsonaro prevaricou.

Luis Ricardo Miranda

No dia 18 de junho, a “Folha de S.Paulo” disse que um servidor técnico do Ministério da Saúde teria sofrido “pressão de forma atípica” para aceitar a importação da vacina indiana Covaxin. A reportagem foi baseada em um áudio vazado de uma oitiva do Ministério Público Federal.

No depoimento, o servidor havia dito que recebia mensagens aos fins de semana e tarde da noite de pessoas de diferentes setores do ministério, inclusive de seus superiores, perguntando o que falta para fazer a importação.

Alguns dias depois, o nome do servidor veio a público. Luis Ricardo Miranda é chefe de importação do Ministério da Saúde desde 2018 e está lotado no departamento de logística, o que faz dele responsável por autorizar a entrada de produtos estrangeiros adquiridos pelo ministério no país.

Convocado à CPI junto com o irmão, o deputado federal Luis Miranda, o servidor público confirmou que havia recebido pressão de superiores para que facilitasse a entrada da Covaxin no país e disse que havia gente pedindo propina às empresas de dentro do ministério.

Irmãos Miranda depõem à CPI da PandemiaFoto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Luis Miranda

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) apareceu como figura central da CPI da Pandemia no dia 25 de junho, quando disse aos senadores ter apresentado ao presidente Jair Bolsonaro “provas contundentes” de irregularidades nas negociações da compra da vacina Covaxin em conversa que teria tido com Bolsonaro no dia 20 de março.

As provas dizem respeito a documentos recolhidos pelo seu irmão, Luis Ricardo Miranda, de dentro do Ministério da Saúde. O deputado diz que pode provar também que apresentou as irregularidades a Bolsonaro, mas ele nega que tenha gravado o presidente.

Cumprindo seu primeiro mandato como deputado federal, Miranda se elegeu apoiado no bolsonarismo e na defesa da reforma tributária. Hoje, é parte dos dissidentes que abandonaram a base de apoio do presidente. Seu passado é repleto de denúncias, especialmente sobre estelionato.

Foi acusado por clientes, sócios e funcionários quando era dono de uma rede de clínicas de estética e por alguns de seus antigos seguidores, que entraram em negócios com o deputado e alegam nunca mais terem visto o dinheiro.

Alex Lial Marinho

Marinho foi nomeado coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos para Saúde do Ministério da Saúde em 9 de junho de 2020 por Eduardo Pazuello, de quem era homem de confiança. Marinho estava imediatamente acima de Luis Ricardo e abaixo do general Élcio Franco e teria sido um dos superiores que o servidor menciona que fizeram pressão pela aprovação da vacina a toque de caixa.
Élcio Franco

Secretário-executivo do Ministério da Saúde sob Pazuello, o coronel da reserva Élcio Franco deixou o órgão no dia 26 de março e agora tem um cargo de assessor na Casa Civil da Presidência. Em 29 de janeiro, Franco teria mandado um ofício a 16 secretarias e diretorias do ministério dizendo que as tratativas com relação à vacina indiana seriam concentradas nele, segundo documento oficial obtido pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. Como chefe de Luis Ricardo Miranda, teria feito pressão pela aprovação da Covaxin.

Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello presta depoimento à CPI da PandemiaFoto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Eduardo Pazuello

Apesar da suposta participação de seus dois homens de confiança no esquema, segundo depoimento de Luis Ricardo Miranda, o ex-ministro e general Eduardo Pazuello foi eximido de culpa pelo irmão, o deputado Luis Miranda. O congressista disse, em depoimento à CPI, que, em conversa particular com Pazuello, o então ministro havia dito que sabia que iria sair do ministério por conta das suas recusas em integrar o suposto esquema.
Silvio Assis

Silvio Assis, conhecido lobista de Brasília e homem de confiança de Ricardo Barros, chegou a ser preso em 2018 em uma operação que mirava um esquema de venda de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Segundo a Polícia Federal, ele cobrava propina para liberar registros para novos sindicatos.

Segundo a “Folha de S. Paulo” e a revista “Crusoé”, Assis se encontrou no dia 31 de março com o deputado federal Luis Miranda em Brasília, para supostamente tentar atrair Miranda e fazer com que ele parasse o irmão, que vinha criando dificuldades para a compra das vacinas indianas. Assis teria garantido que, caso o deputado ajudasse, a reeleição de Miranda estaria garantida.

Pouco mais de um mês depois, teria havido um novo encontro, segundo a revista, em que Ricardo Barros esteve presente e reforçou o pedido para que Miranda derrubasse as barreiras impostas pelo irmão. Nessa segunda reunião, Assis, que segundo a revista demonstrava falar em nome da Precisa Medicamentos, teria dito a Miranda que ele poderia ser “muito bem recompensado”.

O valor pela ajuda seria de US$ 0,06 por dose, o que renderia ao deputado US$ 1,2 milhões (R$ 6 milhões).

Silvio Assis confirmou ter recebido Luis Miranda algumas vezes, mas negou que tenha tratado com ele da compra de vacinas. Ricardo Barros disse conhecer Assis e frequentar sua casa, “onde encontrei diversas autoridades e parlamentares, inclusive o deputado Luis Miranda. Mas nunca tratei com ele ou Miranda qualquer tema relacionado às vacinas”, disse Barros.
Luiz Paulo Dominghetti Pereira

Pivô da denúncia sobre as vacinas da AstraZeneca, o policial militar Dominghetti deu entrevista à Folha, publicada no dia 29 de junho, segundo ele com a intermediação de Cristiano Hossri Carvalho, procurador da Davati Medical Supply no Brasil.

Luiz Paulo Dominghetti Pereira durante depoimento na CPI da PandemiaFoto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Carvalho foi acionado pela reportagem da Folha e incluiu Dominghetti na ligação, que foi apresentado como representante da Davati nas negociações com o ministério.

Dominghetti havia dito na reportagem e depois confirmou em seu depoimento à CPI que o diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria pedido propina de US$ 1 por dose para comprar as vacinas da AstraZeneca, que a Davati estaria representando, em jantar ocorrido no dia 25 de fevereiro.

Em seu depoimento à CPI, Dominguetti também disse que, depois disso, esteve na sala do coronel Élcio Franco sob indicação de um reverendo identificado apenas como “Hamilton”. Segundo o policial militar, o coronel demonstrou não conhecer a proposta de compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca feita ao diretor de logística.

Em entrevista publicada pelo “O Globo” no dia 30 de junho, o presidente da Davati nos Estados Unidos, Herman Cárdenas, disse que Dominghetti não é representante da companhia no Brasil, mas que seu nome estava, de fato, incluído na proposta de venda formalizada. Cárdenas diz ainda que a matriz da empresa imaginou que o policial militar estava participando das negociações como representante do ministério, já que havia sido incluído “a pedido” nas tratativas.

Marcelo Blanco

Marcelo Blanco da Costa é tenente-coronel do Exército e também teria estado no jantar mencionado por Dominghetti. Na véspera, Blanco havia aberto uma empresa de representação comercial, a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, para venda de medicamentos e insumos farmacêuticos.

O militar era assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde sob a gestão do coronel Eduardo Pazuello e foi retirado dessa função em janeiro, segundo o governo. Porém, continuou a atuar pela pasta até 30 de junho, um dia depois da denúncia, quando ele foi dispensado de uma de suas funções na pasta, que era de diretor substituto do ministério na ausência do titular, Roberto Dias, que foi exonerado um dia antes.

Cristiano Hossri Carvalho

Representante da Davati no Brasil, Cristiano Hossri Carvalho foi o responsável por mandar a Dominguetti o áudio apresentado durante o depoimento do policial militar à CPI que tumultuou a sessão. O conteúdo era referente a uma negociação feita pelo deputado federal Luis Miranda e procurava comprometer o deputado.

Dominghetti e Carvalho admitiram que o áudio foi enviado pelo representante para o depoente. Carvalho reconheceu à CNN, posteriormente, que o material não se referia às vacinas e era de 2020. Ele confirma que estava “fora de contexto” e diz que não foi enviado a ele, mas a terceiros. O áudio com a voz de Miranda é relacionado a uma negociação de luvas e não de vacinas.

Depois da sessão em que o áudio foi exposto, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, acusou Carvalho de cometer um crime por ter induzido Dominghetti a apresentar o áudio. Para o senador, Carvalho é o “mentor” das denúncias de corrupção que foram apresentadas por Dominguetti e diz que o CEO teria se valido do policial militar pare tentar vender vacinas que “não existem”, além de tentar atrapalhar as investigações e atingir Luis Miranda.

Carvalho foi quem apresentou Dominghetti à reportagem da Folha, que expôs o suposto esquema de corrupção relacionado a doses de vacinas AstraZeneca. Carvalho disse que Dominghetti é seu intermediário em negociações diretas com o Ministério da Saúde e que não participou das tratativas diretamente.

A Davati informou em nota que “o único representante credenciado da Davati Medical no Brasil para facilitar a oferta de vacinas contra a Covid, Cristiano Alberto Carvalho, o qual detinha poderes limitados, esteve no Ministério da Saúde para tratar sobre a possível negociação de fornecimento de doses da vacina detidas por allocation holder do laboratório AstraZeneca”.
Davati Medical Supply

O presidente da Davati nos Estados Unidos, Herman Cárdenas, afirma que havia de fato uma oferta para venda de 400 milhões de doses, mas que não foi comunicado sobre nenhum pedido de propina. Não há provas, porém, que a Davati pudesse entregar de fato as doses do imunizante que prometeu.

Em nota, a Davati informa que “não é representante junto ao laboratório AstraZeneca e jamais se apresentou ao governo federal ou a qualquer outro órgão como tal. Como esclarece o documento de oferta (Full Corporate Offer) feita ao Ministério da Saúde, a Davati Medical Supply não detinha a posse das vacinas, atuando na aproximação entre o governo federal e allocation holder que possuía créditos de vacinas do laboratório AstraZeneca. A Davati Medical Supply, por meio de sua matriz nos Estados Unidos, está disponível para apresentar os esclarecimentos devidos às autoridades”.

Em comunicado enviado à CNN, a AstraZeneca nega que tenha qualquer representante no Brasil habilitado para negociar vacinas em seu nome.

De acordo com o jornal “O Globo”, a Davati Brasil confirma Dominghetti como seu representante nas negociações, mas a matriz nos Estados Unidos diz que o policial não faz parte de seu quadro.
Roberto Ferreira Dias

Um dos nomes apontados pelo servidor da saúde Luis Ricardo Miranda entre os autores da pressão para a compra da Covaxin, Roberto Dias foi o diretor de logística do Ministério da Saúde. Nomeado em 8 de janeiro de 2019, ainda sob a gestão de Henrique Mandetta, Dias caiu no dia 30 de junho, depois da denúncia de Dominguetti. O ex-diretor confirmou que se encontrou com o policial militar no dia 25 de fevereiro, mas negou ter oferecido qualquer propina ou favorecimento ao representante da Davati.

Segundo a “Folha de S.Paulo”, Dias teria sido uma indicação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). O deputado se manifestou dizendo que a nomeação de Roberto Ferreira Dias no Ministério da Saúde ocorreu no início da atual gestão presidencial, em 2019, quando não estava alinhado ao governo. “Não é minha indicação. Desconheço totalmente a denúncia da Davati”, alegou Barros.

Amilton Gomes de Paula

Amilton Gomes de Paula preside a Secretaria Nacional de Assuntos HumanitáriosFoto: Facebook/Senah/Reprodução

Líder religioso ligado à Igreja Batista, o reverendo Amilton Gomes de Paula foi quem abriu as portas do ministério para o revendedor de vacinas Luiz Paulo Dominghetti, que relatou à CPI da Pandemia ter recebido cobrança de propina para que o negócio fosse efetivado mais à frente.

O diretor do departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, afirmou à CNN que a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina pela Davati Medical Suply chegou à pasta em fevereiro pelas mãos do reverendo Amilton.

A reunião ocorreu no dia 22 de fevereiro, às 16h, no Ministério da Saúde, mostram documentos aos quais a CNN teve acesso. O reverendo Amilton de Paula, dirige uma entidade chamada Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) e, segundo Cruz, foi ao encontro levando Dominghetti e Hardaleson Araújo de Oliveira, um oficial da Força Aérea.

Segundo Lauricio, o reverendo Amilton disse que se tratava de “uma ação humanitária” e que poderia ajudar o Brasil a ter acesso a vacinas a “um preço acessível”. Neste mesmo encontro, contou Lauricio, o líder religioso fez a oferta de 400 milhões de doses de Astrazeneca, citando uma proposta de “US$ 3 e pouquinho” por dose.

O reverendo Amilton de Paula está à frente da Senah, que surgiu em 1999 como Senar (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos), segundo o site da entidade. Ele se apresenta como reitor da Faculdade Batista do Brasil, membro da Convenção Batista Nacional do Brasil, além de “doutor em ciências da educação”, “membro da Sociedade de Filosofia Medieval”, entre outras referências.

A CNN tentou contato com o reverendo Amilton e com Hardaleson Oliveira por telefone, mas não obteve retorno.

CanSino

O laboratório chinês CanSino assinou, no dia 15 de junho, um contrato com o Ministério da Saúde de R$ 5,2 bilhões em vacinas, o que daria 60 milhões de doses a US$ 17 cada uma, valor mais caro registrado entre as vacinas distribuídas no Brasil, ainda que sua aplicação seja de dose única. Em 19 de maio, a empresa havia pedido à Anvisa autorização de uso emergencial da vacina no país.

Depois das denúncias de superfaturamento das doses da Covaxin, o laboratório chinês recuou e dispensou seus dois representantes no Brasil.

Além da Belcher, que representou a CanSino nas negociações com o Ministério da Saúde, o laboratório chinês também rompeu o contrato com outro representante, o Instituto Vital Brasil S.A. No fim de junho, a Anvisa cancelou pedido emergencial de autorização dessa vacina.
Belcher do Brasil

Sediada em Maringá, base política de Ricardo Barros e onde o deputado foi eleito, a Belcher tem como diretor Emanuel Catori, que liderou um movimento de empresários bolsonaristas com Luciano Hang e Carlos Wizard para que empresas privadas conseguissem permissão para comprar e distribuir imunizantes no Brasil.

A Belcher Farmacêutica diz que, desde o dia 10 de junho de 2021, não representa mais formalmente o laboratório chinês CanSino Biologics no Brasil. A empresa diz ainda que tinha uma carta de intenção de compra, mas que não fechou nenhum contrato com o governo.
Flávio Pansieri

Advogado de Ricardo Barros, Pansieri atuou como representante legal de outra vacina chinesa no Brasil, a Convidecia, que teve intermediação da outra representante da CanSino no Brasil, o Instituto Vital Brasil S.A.

O advogado esteve presente em reunião com a Anvisa, no dia 30 de abril, para discutir o desenvolvimento da vacina IVB & Belcher & CanSino. Até março deste ano, Pansieri era sócio do genro de Ricardo Barros.

Pansieri e o líder do governo na Câmara estiveram em reunião com o presidente Jair Bolsonaro no dia 24 de fevereiro, segundo a “Folha de S. Paulo”.

Coronel Hélcio Bruno

Ao retomar os trabalhos em agosto, a CPI deve abrir novas linhas de apuração. Uma delas será explorar a conexão do que está sendo investigado na CPI da Pandemia com achados da CPMI das Fake News.

Na mira, por exemplo, estão os integrantes do Instituto Força Brasil. O presidente da entidade, coronel Hélcio Bruno, facilitou um encontro do então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, com representantes da Davati, que tentavam fechar um negócio bilionário com a pasta.

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