sábado, 14 de junho de 2014

A AUSÊNCIA COMO DISCURSO NA ABERTURA DA COPA



Jennifer Lopez, Pitbull e Claudia Leitte cantando na carimônia de abertura. Taamallah/Laurentvu/SIPA/REX/SIPA/REX

Esse não é um texto sobre futebol, nem sobre torcer. É sobre a cerimônia de abertura pura e simplesmente. Mas como todo texto que fala sobre um produto cultural, não é sobre isso somente. É sobre a ausência como discurso, sobre os vazios que testemunharam com quantos apartheids com que se faz um megaevento. Como opera o apagamento das manifestações culturais afrobrasileiras e também a gentrificação de comunidades, o estado de exceção, a repressão dos protestos, a fragilização do trabalho. Mecanismos que a FIFA sabe utilizar tão bem. Outro bom termômetro foram a plateia, atrações principais e os organizadores em conformidade com o padrão de branquitude.

Não surpreendeu uma brasilidade artificialmente construída, exaltando“a história do Brasil ao mundo através de três tesouros: a natureza, a dança e o futebol”. Uma parábola para invisibilizar quem somos litoral e terra adentro, planejado para alimentar a propaganda do racismo cordial. Um cenário que é velho conhecido, onde o saber fazer negro e seus sujeitos não são benvindos sob pena de colocar em risco as coisas como elas são. Como há muito a ser preservado, o que se viu não foi um equívoco: a defesa da miscigenação de culturas e raças sempre foi preferível a uma nação que se reconheça negra.

Talvez fosse o que todos esperavam ver, acostumados com esse mesmo raciocínio em alguns (repito, alguns) desfiles de carnaval. Todos ficaram atordoados. A expectativa era que o monstrinho pelo menos fizesse alguma justiça aquilo que se vê em fevereiro, em junho. Se havia alguma esperança de que essa seria a copa das copas, se é que um dia houve essa possibilidade, a cerimoninha mostrou que a intenção predatória da FIFA é o que é. Nem os comentaristas conseguiram disfarçar seu embaraço.

Limitados por sua impossibilidade conceitual de olhar sobre aqueles a quem exclui e por desinteresse, insistiram numa visão de mundo eurocêntrica e convenientemente racista. Reeditaram a ideia de que “a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados (…) Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente.” Tudo com a maior brevidade possível, porque nem mesmo o mote fuleco da identidade nacional não lhes traria nenhum dividendo pois nenhuma tática de convencimento tem funcionado.

Para falar apenas daquilo que conheço um pouco, senti por exemplo a falta do saber fazer cultural do Maranhão. Isso quando temos uma das maiores folcloristas do Brasil, Dona Teté, caixeira das boas que deixou como legado seu cacuriá. Onde estava tambor de crioula, inebriante por sua percussão e movimentos? Isso para citar nem meia dúzia de manifestações afrobrasileiras de um estado. Um. Tudo aquilo que não estava lá disse muita coisa. Falou sobre o que está acontecendo para além de um muro tangível, transponível somente por quem pode dar algum lucro ou se beneficia dele.

Ainda assim, o pressuposto era uma epopeia contado com os “três elementos” fosse exaustivamente glorificado. E não foi. Como puderam menosprezar aquilo que nos faz brasileiros? Porque não procuraram os especialistas em fazer o maior espetáculo do mundo? Essa foi a indagação de muitos. Não esperavam a desfeita, mesmo que tudo estivesse esclarecido pelo modo como os mundiais tem sido conduzidos: remoções, instauração do estado de exceção, violência, precarização do trabalho, racismo de toda a sorte, desurbanização da cidade. A única promessa que ainda resistia (?) caiu por terra.

Essa foi a decepção intramuros, talvez olhando pelo buraco da fechadura de um lugar confortável. Mas foi negligenciado um pequeno detalhe na estratégia desde o comecinho, o povo. Não implementaram sequer um sistema de cotas para dar algum tom de diversidade entre os presentes. O resultado foi um espetáculo insípido e protocolar que não serviu para o consumo, muito menos para o convencimento. Para quem sempre esteve do lado de fora, anão houve surpresa. Só entre os removidos (e uso essa palavra para dar ênfase à sua associação com a vida humana) são entre 150 mil embora não haja um número preciso.

O único momento potencialmente interessante da festa foi um fiasco. Não foi mostrada a participação de Juliano Pinto (sim, ele tem um nome) com o exoesqueleto feito pela equipe de Miguel Nicolelis. Era mais importante mostrar um ônibus entrando no estádio sabe. A cereja do bolo é que o pontapé tão aguardado (exibido depois pela imprensa também para efeitos protocolares) não foi feito no centro da arena para não prejudicar a grama em função do peso do equipamento. Mais uma vez a inclusão que segrega, é disso que foram feitos os vazios.

Não deu nem pra rir bola que se abria e parecia um esfincter porque no final das contas era exatamente isso que vimos.

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sexta-feira, 13 de junho de 2014

'Rosto tampado não é manifestação', diz pai que tirou filho de protesto

13/06/2014

Em entrevista à GloboNews, funcionário diz que respeita manifestações.

Tropa de Choque entrou em confronto com manifestantes na quinta (12).

Do G1 São Paulo
O funcionário público Osvaldo Ruz Baldi disse, em entrevista exclusiva à GloboNewsque tirou o filho de uma manifestação contra a Copa em São Paulo por ser contra o uso de máscaras em protestos e porque temia pela segurança de Renan, de 16 anos. "De rosto tampado, não é manifestação. Se você está defendendo uma causa, você tem que mostrar o seu rosto, a sua cara", disse Baldi.
pai filho protesto SP (Foto: Reprodução/TV Globo)Pai e filho discutiram durante protesto na quinta
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo o pai, usar máscaras típicas dos adeptos da tática black bloc tornaria o filho um possível alvo de violência. "Com o rosto coberto, é mais fácil de ele tomar uma borrachada ou bala de borracha, spray de pimenta na cara."
Na quinta, Baldi chegou a afirmar que o adolescente teria direitos quando trabalhasse. "Você vai ter o seu direito quando você trabalhar e ganhar seu dinheiro", disse. O jovem respondia afirmando que queria "estudo" e lutar contra injustiças. "Deixa eu protestar. Eu quero estudo", afirmou o filho. "Não me interessa. Você já tem. Eu pago sua escola", retrucou o pai.  A mãe acompanhava os fatos emocionada, ao lado. O pai puxou o garoto quando os manifestantes começaram a hostilizar. Os três saíram do local do protesto a pé.
Filho se disse surpreso
Um dia depois da discussão, o adolescente disse ter ficado surpreso com a reação do pai e que não esperava que ele fosse ao protesto. "Péssima", disse sobre a presença do pai.
“Eu não queria sair de lá. Tanto é que no momento, ele foi me arrastando, eu fiquei tão estressado na hora que não percebi os outros ao meu redor”, disse o garoto. “Na hora que caiu a ficha que eu vi as câmeras. Aí eu fiquei quieto e saí andando.”
Protesto reprimido pela PM
As manifestações começaram por volta das 10h no dia da abertura da Copa em São Paulo. A polícia avançou sobre pessoas que tentavam fechar a Radial Leste ao lado da Estação Carrão do Metrô. Um jovem foi detido e recebeu spray nos olhos mesmo após estar dominado.
Depois o protesto migrou para o Tatuapé. Black blocs apareceram quando metroviários protestavam. Os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar.
A Ouvidoria das Polícias de São Paulo criticou a ação de policiais militares no protesto. Em nota, o ouvidor Júlio César Fernandes Neves afirmou que a Ouvidoria está insatisfeita com a atuação da Polícia Militar. Neves completou que a ação será oficiada à Corregedoria da corporação e ao Ministério Público.
“Além de ter sido desproporcional e inaceitável, um dos policias militares demonstrou sadismo ao lançar spray de pimenta nos olhos de um manifestante que já estava completamente dominado", disse o ouvidor.
Balanço de detenções
Em novo balanço nesta sexta-feira (13), a Polícia Militar informou que deteve para averiguação 46 pessoas no total. Segundo a corporação, eles tinham objetos cortantes, explosivos e desacataram policiais e agrediram pessoas.
Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a organização Anisita Internacional criticaram a ação policial e falaram em uso de força excessiva.
Mapa confrontos na Radial Leste (Foto: Editoria de Arte/G1)


'Ninguém ajuda', diz família de casa demolida após exorcismo no RS

11/06/2014 06h05 - Atualizado em 11/06/2014 06h26

Federação espírita garantiu auxílio, mas mãe diz que não foi procurada.

Casa de família foi derrubada após relatos de fenômenos estranhos.

Do G1 RS
Garota de 11 anos voltou a apresentar comportamento incomum (Foto: Reprodução/RBS TV)Garota voltou a apresentar comportamento
incomum (Foto: Reprodução/RBS TV)
Após ter a casa demolida por conta de supostos fenômenos incomuns, os pais da menina que passou por um ritual de exorcismo em um município da Região Norte do Rio Grande do Sul seguem em busca de ajuda espiritual para a filha de 11 anos. Há três dias, a garota voltou a apresentar um comportamento estranho durante a madrugada, diz a mãe da menina. 
Conforme o relato da mãe, que prefere não ser identificada, o incidente teria ocorrido no domingo (8). A menina contorcia o corpo e mudava o tom de voz. “Faz três dias que aconteceu de novo. Foi de noite aqui em casa. Aí a gente rezou e foi passando. Depois não deu mais nada. Pelo menos lá na outra casa acontecia de tudo, era muito pior. Agora é só com ela mesmo”, relatou a mulher, que prefere não ser identificada.
A casa onde a família vivia foi demolida há cerca de uma semana por conta dos fenômenos. A residência ficava na zona rural de um município no Norte do estado, cujo nome também não foi revelado a pedido dos moradores. Além da mulher, moravam no local o marido dela e os três filhos, um menino de oito anos e duas meninas, de 11 e 15 anos.
Vizinhos, policiais e pesquisadores dizem que presenciaram acontecimentos estranhos na casa, como pedras caindo no telhado e dentro de casa, móveis e objetos se movendo e barulho de socos nas paredes. Além disso, uma das filhas do casal apresentava um comportamento considerado anormal. Por medo, a família decidiu abandonar o local, mas antes de ir embora a menina passou por um exorcismo. 
Família presencia fenômenos no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Família presencia fenômenos em cidade do RS
(Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
A mãe afirma que chegou a ir a uma curandeira na cidade, que a orientou a procurar um centro espírita que pudesse ajudar a menina. No domingo (8), em entrevista ao Teledomingo, da RBS TV, a Federação Espírita do Rio Grande do Sul disse que prestaria assistência à família. No entanto, a família conta que, até o momento, não foi procurada por ninguém.
“A gente quer resolver isso, tirar esse espírito dela de uma vez. Fomos a uma curandeira. Ela falou que a gente precisava procurar um centro espírita, mas aqui na região não tem nenhum. Ninguém dessa federação aí veio ajudar. Não sabemos mais o que fazer. Prometeram na TV e não vieram. E a prefeitura diz que não pode fazer mais nada porque já está pagando nosso aluguel na casa nova”, diz a mulher.
Ao G1, a Federação Espírita disse que está acompanhando o caso de uma “maneira diferente” e que não concederá novas entrevistas.
Entenda o caso
No domingo (8), o Teledomingo (veja o vídeo) mostrou a história da família que vivia em uma casa onde ocorriam fenômenos incomuns. Barulhos de socos nas paredes, pedras que caem no telhado e dentro da casa, mesmo com as portas e janelas fechadas, eram alguns dos relatos dos moradores. Policiais que foram chamados ao local também se assustaram com os acontecimentos.
Na residência vivia um casal com três filhos, um menino de 8 anos e duas meninas, de 11 e 15 anos. Vizinhos prestaram ajuda e chegaram a levar eles para outros locais, como um colégio próximo. No entanto, os acontecimentos teriam voltado a ocorrer. A casa, então, foi demolida e a família levada para outro local, custeado pela prefeitura.
Além das pedras, a filha mais velha do casal começou a apresentar um comportamento estranho. "Um dia, o espírito levou ela para cima da casa, jogou-a para baixo e quebrou a telha", disse a mãe.
Ao saber do caso na cidade, o produtor de vídeos Gelson Luiz da Costa foi até o local movido pela curiosidade. Com uma câmera, fez imagens para registrar os fenômenos. No momento da gravação, uma pedra caiu dentro casa. Ele percebeu que a família precisava de ajuda e se empenhou para encontrar um médium para fazer um trabalho de exorcismo.
O médium Nelson Júnior Paz disse ter exorcizado a garota. "O espírito se afastava da menina quando a gente chegava perto da casa. Então, eu me retirei para que ele baixasse nela e eu pudesse fazer o exorcismo. Também perguntei por que ele estava perturbando aquela menina, o que acontecia. A todo momento, ele dizia que queria a vida dela ou a propriedade de volta", relatou o médium.
Fenômenos estranhos acontecem em residência (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Fenômenos estranhos aconteciam em residência, segundo testemunhas (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)

Deslizamento de terra atinge e arrasta carros na orla de Natal

13/06/2014 


Acidente aconteceu na Avenida Dinarte Mariz, na praia de Areia Preta.

Natal está registrando chuvas desde o início da manhã desta sexta (13).

Do G1 RN
Deslizamento aconteceu na avenida Dinarte Mariz, no trecho da Praia de Miami, na orla de Natal (Foto: Léo Carioca/Futura Press/Estadão Conteúdo)Deslizamento aconteceu na avenida Dinarte Mariz (Foto: Léo Carioca/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Um deslizamento de terra atingiu e arrastou carros na tarde desta sexta-feira (13) na avenida Dinarte Mariz, mais conhecida como Via Costeira, em Natal. A Central de Gerenciamento de Emergência e Defesa Civil (Ceged) registrou a ocorrência por volta das 14h20, no trecho da praia de Areia Preta, na zona Leste.
Pelo menos cinco carros e uma motocicleta foram atingidos pelo deslizamento (veja vídeo ao lado).
O trânsito foi bloqueado no local, o que causou congestionamento ao longo da avenida. Até as 8h10 o trânsito no local continuava fechado. As delegações de México e Camarões estão hospedadas em hotéis que ficam ao longo da Via Costeira, mas não tiveram o itinerário alterado em razão do deslizamento.
Estão sendo registradas chuvas desde o início da manhã desta sexta em Natal. As precipitações estão causando alagamentos na cidade. Apesar dos transtornos, não há registro de pessoas feridos.Isso porque as delegações voltarão aos hotéis pela avenida Engenheiro Roberto Freire e não precisarão passar pelo local do deslizamento. O Corpo de Bombeiros enviou uma equipe para realizar o atendimento no local, mas não há registro de feridos.
Deslizamento atingiu e arrastou carros na avenida Dinarte Mariz, em Natal (Foto: Lorena Barros/G1)Deslizamento atingiu e arrastou carros (Foto: Lorena Barros/G1)

A elite do jornalismo sim, precisa rever seus modos!


Atualização de status
De Romeu Tuma
Pq os "grandes" colunistas de jornais e sites, ao invés de atacar discriminando um grupo de pessoas, no comodismo de quem quer agradar e vitimizar a figura da Presidente da República pelo ocorrido ontem no Itaquerão, não vem a público, e diz que aquilo foi um desabafo a vergonhosa postura da chefe de Governo que humilhou o Brasil por não ter tido a coragem e a dignidade de fazer a abertura oficial de um evento do porte da Copa do Mundo, que eles tanto julgam importante o Brasil sediar?
O mundo disse que a Presidente do Brasil se escondeu e foi blindada de vaias!
E nós Brasileiros temos que passar a vergonha de não ter ninguém com respeito e cortesia para dar as boas vindas as milhões de pessoas que nos assistiam e nos visitam nesse momento!?!
Afinal, ela preferiu fazer um discurso político-eleitoral em cadeia de rádio e televisão na véspera, politizando o evento, ao invés de demonstrar a hospitalidade de seu Povo.
Por isso tudo, pelo super faturamento desse circo mal acabado, pelas falácias, pelo desafio que ela lançou nas redes sociais, pela truculência e por muitas outras coisas, é que o Povo, brancos, negros, pardos, pobres e ricos, partiram para a única voz que seria ouvida, aliás, diga-se de passagem, comum em estádios de futebol geralmente contra a arbitragem, que também para azar dela, ontem era nossa!
A elite do jornalismo sim, precisa rever seus modos!

A ‘Besta’ revelada

por Cássio Barbosa

Cássio Barbosa









No dia 8 de junho, enquanto todo o mundo estava interessado na Copa, eu inclusive, um elemento sorrateiro passou por perto. Sem nenhum interesse pelo que se passava aqui na Terra, mas certamente dando calafrios em quem estava atento.

Nesse dia, o asteroide 2014 HQ124 deu um “rasante” na Terra. Ele passou a mais ou menos 1,25 milhões de quilômetros do planeta, o que é algo em torno de 3 vezes a distância entre nós e a Lua. Outros asteroides já passaram a distâncias até menores que isso; ano passado o asteroide 2012 DA14 passou a meros 25 mil km da superfície da Terra! Isso é menos do que a altitude dos satélites de comunicação. Eles estão em órbita geoestacionária da Terra a uma altura de 36 mil km.

O que arrepia nesse caso não é a distância, mas o tamanho de HQ124. Ele tem aproximadamente 352 metros de diâmetro e tinha sido descoberto apenas no final de abril, com um telescópio espacial que não faz monitoria do céu.

Explicando: existem hoje vário projetos de monitoria de objetos particularmente perigosos, no sentido de colisão conosco. Segundo consta, todos os asteroides com algum risco de colisão com a Terra que tenham mais de 100 metros diâmetro já haviam sido catalogados. Mas o HQ124 escapou desse catálogo. Mais ainda, nenhum projeto de monitoria do céu conseguiu observá-lo! Todas as noites, telescópios de diversos países, formando uma rede de observação, apontam para o céu e identificam esses objetos. Nesse caso, nenhuma dessas redes pegou essa "Besta", como foi apelidado, mas coube a um telescópio espacial que observa no infravermelho chamado WISE disparar o alerta.

O tamanho de HQ124 assusta, se ele ou qualquer outro irmão de tamanho semelhante acertasse a Terra, o impacto seria o equivalente ao de uma bomba H, muito mais poderosa do que uma bomba nuclear. Isso não seria suficiente para aniquilar a vida, mas certamente causaria estragos imensuráveis, principalmente se caísse em alguma região densamente povoada. Ou mesmo causando um tsunami gigantesco se caísse no mar. O que daria no mesmo.

Durante sua passagem, uma rede de radiotelescópios se mobilizou para obter imagens de radar de HQ124. As imagens mostram detalhes da sua superfície com tamanho de 4 metros. Com essa precisão, seu tamanho foi revisado para 370 metros pelo menos, mas as imagens mostram algo mais intrigante.

A forma alongada demais do asteroide sugere que ele seja na verdade composto por duas rochas encostadas uma na outra. Isso formaria um sistema duplo de contato, um sistema visto pela primeira vez.

O HQ124 passou por nós no último dia 8, a uma velocidade de mais de 50 mil km/h. Ainda que o impacto não fosse trágico o suficiente para dizimar a vida na Terra, ele causaria muitos estragos e provavelmente milhões de vítimas. Mas o que assustou mesmo foi o fato de ser um asteroide de quase meio quilômetro que foi descoberto a menos de 2 meses de sua maior aproximação. Não teríamos como evitar o impacto, se fosse o caso. O máximo que daria para fazer é bolar alguma estratégia de evacuação que minimizasse o número de vítimas.

Ainda bem que passou longe!

(Foto: NASA/JPL-Caltech/Arecibo Observatory/USRA/NSF)

Justiça manda caso Pesseghini ser analisado pela Vara da Infância de SP

13/06/2014 13h34 - Atualizado em 13/06/2014 13h40

Juiz alegou que crime foi cometido por menor de idade em 2013. 

Advogada da família discorda que Marcelo matou família e se suicidou.

Kleber TomazDo G1 São Paulo
O casal de policiais militares Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, e Luís Marcelo Pesseghini, com o filho, Marcelo Pesseghini, de 13 anos (Foto: Reprodução/TV Globo)O casal de policiais militares e o filho Marcelo
Pesseghini (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Justiça de São Paulo determinou neste mês que o caso Pesseghini seja remetido à Vara da Infância e Juventude da capital. Apesar de o juiz Paulo de Abreu Lorenzino, do 2º do Tribunal do Júri, estar “convencido” de que Marcelo Pesseghini, de 13 anos de idade, matou a família e se suicidou em 2013, ele não irá arquivar o caso, como pediu o Ministério Público.
Essa decisão judicial trouxe “nova esperança” à advogada Roselle Soglio, que defende os interesses dos parentes do adolescente. Os avós paternos do estudante não acreditam na investigação da Polícia Civil que concluiu que o neto cometeu a chacina e se matou. Por isso, ela cobra a abertura de um novo inquérito para identificar quem teria sido o assassino dos Pesseghini.
Essa tese, no entanto não convenceu o juiz Lorenzino. Para ele, Marcelo Pesseghini, usou a pistola .40 da mãe para executar os pais, que eram policiais militares, a avó materna e a tia-avó, e depois se matou com um tiro na cabeça na casa onde a família morava. O crime ocorreu em 5 de agosto do ano passado, na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo.

Mas alegando que o autor do crime se matou, o magistrado entendeu que o correto é pedir a retirada da punibilidade, já que existe a impossibilidade de punir alguém que esta morto. Ainda segundo Lorenzino, o fato de o responsável pelas mortes ser adolescente o obriga a encaminhar o caso a uma das Varas da Infância e Juventude.
Crime em família SP 08/08 (Foto: Arte/G1)
“Tendo esse magistrado se convencido que a autoria dos homicídios fora de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, seguido de seu suicídio, não se trata de hipótese de arquivamento do presente inquérito policial mas sim de extinção de punibilidade pela morte do agente (...), entretanto, em sendo o autor dos fatos menor de idade, reconheço de ofício minha incompetência determinando a remeesa dos presentes autos a uma das Varas da Infância e Juventude”, escreveu o juiz em 4 de junho.

Quando o inquérito chegar à Vara da Infância, novos juiz e promotor serão designados para analisar o caso. Se concordarem com o resultado, poderão dar sequência a sugestão feita por Lorenzino, senão existe a possibilidade de pedirem uma nova investigação policial.
"Como defensora da família Pesseghini contesto a versão da polícia e pedirei a abertura de novo inquérito", disse Roselle nesta sexta-feira (13) ao G1. Ela trabalha na capital paulista, e defende os interesses dos avós paternos de Marcelo, que moram em Marília, interior do estado.

A equipe de reportagem havia conversado por telefone com os avósem março deste ano. "É mentira. É lógico que não foi o Marcelinho", disse a avó paterna de Marcelo, a dona de casa Maria José Uliana Pesseghini, 62. "Ele amava a todos e jamais faria isso. Sequer sabia atirar ou dirigir."
"Querem culpar o menino porque ele não está mais aqui", completou o avô do adolescente, o aposentado Luís Pesseghini, 65.

Roselle estuda a possibilidade de pedir uma nova apuração do caso à Vara da Infância. “Isso terá de ser estudado antes”, disse a advogada. ““Traz uma nova esperança, vez que ali se iniciará nova análise do caso e certamente, se poderá dar novo rumo a esta triste história, fazendo Justiça.”

O caso
Após nove meses de investigações, o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que Marcelo matou a família e se matou em seguida.
Uma das provas de que o adolescente matou a todos se baseia em um laudo psiquiátrico sobre a personalidade do garoto.

O resultado apontou que complicações de uma doença mental aliadas a fatores externos levaram o estudante a atirar no pai, o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos; na mãe, a cabo Andréia Bovo Pesseghini, de 36 anos; na avó materna, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos; e na tia-avó Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos. O documento foi feito pelo psiquiatra forense Guido Palomba.

Segundo a polícia, o adolescente dirigiu o carro da mãe até uma rua próxima ao colégio onde estudava, dormiu dentro do veículo e então foi para a aula. Lá, contou para os amigos que havia matado a família, mas ninguém acreditou nele. Em seguida, o adolescente voltou para a residência e se matou. Todos foram mortos com tiros na cabeça.
De acordo com o exame psiquiátrico, o estudante sofria de uma doença chamada "encefalopatia hipóxica" (falta de oxigenação no cérebro), que o fez desenvolver um "delírio encapsulado” (ideias delirantes). Além disso, ele teria sido influenciado por jogos violentos de videogame.

O laudo apontou que, no ano passado, esse quadro de delírios se agravou quando Marcelo quis se tornar um "justiceiro", um "matador de aluguel de corruptos", inspirado no game "Assassin's Creed". Um mês antes dos crimes, o estudante passou a usar a imagem do assassino do jogo em seu perfil no Facebook e também a usar um capuz como o personagem do game Desmond Miles – um barman que volta no tempo na pele de seus ancestrais, encarna o matador Altair e se envolve na guerra entre assassinos e templários ao longo de diversos eventos.

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