sexta-feira, 26 de julho de 2013

"Dilma Rousseff é Lésbica, mas nunca quis assumir nosso romance publicamente"





  Doméstica Verônica Maldonado afirma ter tido um longo romance com Dilma Rousseff.



Essa campanha eleitoral tem tido de tudo um pouco no terreno da baixaria: o mundo fantasioso da propaganda do PT, com um Brasil que só existe no papel, escândalos de corrupção e crimes contra a privacidade de candidatos da oposição, e agora uma moça, chamada Verônica Maldonado, que aparece se dizendo amante da Dilma Roussef.

Mesmo que Dilma tenha tido caso com a tal Verônica, o que não é impossível, mas pouco provável, aparecer a essas alturas do campeonato reivindicando pensão pela suposta união estável das duas é óbvio oportunismo. Bem possível também que essa história da suposta amante da Dilma seja obra da direita "cristã" e moralista que parece ser mais oposição ao PT por questões como o aborto e os direitos homossexuais do que pelos graves problemas de corrupção, aparelhamento do Estado e projetos autoritários do partido.

Como já tive oportunidade de escrever aqui no blog, a ligação da questão dos direitos homossexuais com o PT é uma das maiores roubadas que o movimento LGBT brasileiro já cometeu, pois apenas e tão somente reforça os preconceitos de quem já é bem preconceituoso. Os direitos homossexuais nada tem a ver com comunismos, socialismos, aparelhamentos de Estado, corrupções, projetos autoritários, etc. Aliás, o moderno movimento homossexual nasceu no mais liberal dos países, os EUA, com a revolta de Stonewall em 1969, e lá o máximo de socialismo que eles aceitam é o Obama (piada, né?). Por outro lado, nos países comunistas, propriamente ditos, as pessoas homossexuais foram duramente perseguidas e inclusive mortas (ver Antes que Anoiteça, sobre a perseguição ao escritor homossexual Reinaldo Arenas; imagem dele no vídeo abaixo). Como também disse, em artigo recente, o interesse das esquerdas pela causa homossexual é coisa bem nova, movido pela evidência dos movimentos homossexuais mundo afora. Enfim, mais um movimento de oprimidos para servir como correia de transmissão para os projetos de poder do Partido.

Verônica Maldonado

Naturalmente essa história não surge agora para tentar queimar o filme de Dilma por ela não ter pagado a pensão que deveria à amante por seus 15 anos de união estável. Aparece apenas para referendar uma visão negativa da candidata que, além de trambiqueira, feitora de dossiês e aparelhadora do Estado brasileiro e possível protagonista de um governo autoritário, ainda por cima é lésbica, como se ser lésbica fosse um defeito de caráter a mais. Pelo contrário, associar a Dilma às lésbicas é que resulta ofensivo para as lésbicas, dado o currículo da senhora em questão. Aliás, se o "problema" da Dilma fosse ser lésbica, ela não teria problema algum e ainda ganharia o meu voto.

Bom lembrar que esse nível de "oposição" na verdade parece coisa de petista, a exemplo do que fez Marta Suplicy com Kassab na última eleição para a prefeitura de São Paulo, insinuando que Kassab seria gay, jogando com o preconceito numa tentativa de prejudicar a candidatura do atual prefeito. Todo mundo chiou, pois se tratou de golpe baixo, estratégia das mais lamentáveis. Agora querem repetir o mesmo do lado da oposição? Nos poupem caretada, por favor! Quero muito que Serra ganhe, mas não por vias tão tortas.

Segue abaixo a postagem com a história da suposta amante de Dilma Roussef, tirada do blog Cata Geral (não seria caca geral?!).

Dilma Rousseff é lésbica, mas nunca quis assumir nosso romance publicamente

A declaração é de Verônica Maldonado, uma doméstica que afirma ter tido um longo romance com a atual candidata à presidencia da república, Dilma Rousseff.

“Nos relacionamos durante mais de quinze anos, mas quando surgiu essa oportunidade em Brasília, ela nunca mais quis saber de mim”

Verônica afirma possuir fotos, cartas e outros documentos que comprovam a relação duradoura e pretende pleitear na justiça o direito à uma pensão mensal.

“Afinal nós tivemos um relacionamento durante mais de qinze anos, período em que deixei de trabalhar, estudar, apenas para ficar com ela. Acho que tenho direitos como qualquer outra mulher!”

Segudo o advogado de Verônica, Dr Celso Langoni Filho, a possibilidade de ganho de causa é concreta, uma vez que sua cliente é capaz de comprovar a existência de uma relação estável e duradoura. Ele cita o caso da Justiça de Pernambuco, que tomou uma decisão inédita este mês ao reconhecer a união estável de duas lésbicas para fins de pagamento de pensão.

“A decisão da juíza Paula Maria Malta, da 11ª vara da família e registro civil da capital pode abrir jurisprudência para que outros juízes sigam o parecer” Afirma Celso Longoni.

Em sua decisão, a juiza alegou que o artigo 226 da Constituição diz que a família é um bem da socedade e que tem proteção especial do estado. A lei se refere ao elacionamento entre homem e mulher, mas não fala em pessoas do mesmo sexo.

by http://www.contraocorodoscontentes.com.br

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Escândalo: ex-namorada de Dilma vai pedir pensão (hoax)

Publicado em  por linhares

meio_01102010120927-300x336A doméstica Verônica Maldonado (foto), afirma que teve um longo romance com a ex-guerrilheira e atual presidente da república, Dilma Rousseff.
Verônica disse que pode provar a relação amorosa com Dilma, porque tem fotos, cartas e outros documentos. Por isso vai mover uma ação contra a ex-guerrilheira pedindo o direito à uma pensão mensal, já que por mais de quinze anos a doméstica deixou de trabalhar e de estudar para se dedicar apenas a vida conjugal com Dilma.
O advogado Celso Langoni Filho, citou o artigo 226 da Constituição, dizendo que a família é um bem da sociedade e que tem proteção especial do estado. A doméstica que amava Dilma foi escanteada logo depois que a guerrilheira foi trabalhar em Brasília. 
(FONTE: Rondônia Acontece)

Taques e o seu momento de reflexão

Publicado em  às  hs.

taquesConversei com Pedro Taques esses dias sobre a matéria que você lê abaixo. É de fato um momento de reflexão. Embora muitos possam achar que seja charme ou estratégia, não é. Foi uma conversa franca e entendo, como ele, que a decisão exige reflexão. É um momento em que toda pessoa que tenha compromisso com a seriedade, com a ética e a moralidade, deve ter. Refletir sobre o futuro e sobre o que vale a pena.
Mas, ao contrário da interpretação que alguns analistas tiveram, não foram as manifestações de rua que estão levando Taques a refletir o momento, mas a política em si. E essa reflexão já vinha muito antes do povo sair às ruas. Até porque, uma das maiores reivindicações das ruas é honestidade, e Taques é uma pessoa ética, honesta, que quer fazer pelo Brasil e claro, pelo estado, mas está se deparando com a aridez do mundo político.
Vale à pena continuar? Não sei e não cabe a mim dizer, apenas esperar por sua decisão, da mesma forma que esperei quando a decisão a tomar era deixar o Ministério Público Federal. Como cidadã, torço para que ele continue na política. Como amiga, apoio qualquer que seja a sua decisão.
Pedro Taques diz ter orgulho de ser político, mas faz reflexão sobre “voz das ruas” e cogita não ser mais candidato – Ronaldo Pacheco
Os alicerces do auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM) chegaram a tremer e quase desabaram com a quentíssima revelação do senador José Pedro Taques (PDT), na gelada noite desta quarta-feira (24), em Cuiabá. “Eu tenho orgulho de ser político, sim. Mas é lógico que estou fazendo uma profunda reflexão sobre a voz que vem das ruas [em manifestações populares]. E ela diz que política tem que ser missão. Talvez por isso, eu encerre meu ciclo e não seja mais candidato a nada”, revelou Pedro Taques, para surpresa de centenas de médicos.
Pedro Taques esteve no CRM para participar da discussão da Medida Provisória 621, que institui o Programa ‘Mais Médicos’, do governo Dilma Rousseff, que prevê a importação de profissionais de outros paises para suprir as necessidades das pequena cidades brasileiras.
Depois de quase três horas de debate com entidades da área médica, com muita relutância, ele aceitou falar sobre o momento político. E aqueceu o frio cuiabano, diante do questionamento sobre sua pré-candidatura ao governo de Mato grosso, em 2014, Taques reiterou o que havia anunciado no discurso e reforçou a surpresa a todos, ao anunciar que avalia seriamente a possibilidade de não mais disputar mandato eletivo.
“Não se trata de julgamento precipitado. Nem de decisão. É uma reflexão. Um pensamento que todo homem público deve fazer. Se entender que vou contribuir deixando de ser candidato, tomarei tal decisão”, ensina ele.
Pedro Taques lembra que recebe R$ 17 mil líquidos de salários por mês e possui R$ 410 mil de verba indenizatória do Senado, para viagens e manutenção do escritório de Cuiabá. “Devolvo quase metade. Nunca roubei. Os senhores não ouvir dizer que roubei. Mas é importante que se ouça a voz das ruas”, aponta ele.
Pedro Taques afirma que a Mesa Diretora do Senado assegura, em obediência ao Regimento Interno, até 55 servidores para cada membro da Casa. “Eu tenho 20 servidores: 10 em Brasília e 10 em Cuiabá. Poderia perfeitamente ter 55. Mas os que tenho trabalham. E muito. Comigo, ninguém recebe sem trabalhar”, afiança o senador mato-grossense, em nova alfinetada aos colegas Blairo Maggi e Jayme Campos.
Sobre o fato de despontar como ‘bola da vez’ para o governo de Mato Grosso, em 2014, Taques demonstra certa irritação antes de responder. “É uma questão política que deve ser discutida com os partidos, institucionalmente, no futuro. Neste momento, não sou candidato a nada”, resume Taques.
O senador do PDT de Mato Grosso deixou implícito que o custo milionário das campanhas eleitorais, em que o candidato é obrigado a fazer compromissos diversificados e alguns de difícil cumprimento, também estaria afastando-o da vida pública. Porém, não extratificou esse pensamento.
by Prosa & Politica

O que é a Abin? Afinal, o que faz a Abin?


imagem de uma garota pousando para foto em frete ao brasão da abinAgência Brasileira de Inteligência abre suas portas para estudantes da rede de ensino básico. A idéia é quebrar o estigma do órgão herdado pela ditadura militar 

Artigo - PRISCILLA BORGES


Correio Braziliense - 13/11/2006



Todo país precisa cuidar de seus interesses, proteger o que é seu. Para isso, não basta treinar tropas capazes de cuidar das terras brasileiras. É necessário formular estratégias para guardar o conhecimento produzido, criar tecnologias de segurança, manter certas informações sob o mais absoluto sigilo. Os centros que possuem essas responsabilidades são chamados de serviços de inteligência. Um dos mais famosos do mundo é a CIA, a central de inteligência dos Estados Unidos.

Muita gente não sabe, mas o Brasil também possui um organismo que coleta informações para subsidiar decisões do governo e proteger o patrimônio nacional. É a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). E é para corrigir essa falha que o órgão abre suas portas para as escolas do Distrito Federal. Desde o ano passado, durante o mês de outubro, estudantes dos ensinos fundamental e médio visitam as instalações da agência e assistem a palestras explicativas sobre as funções do centro.

Funcionários voluntários das mais variadas áreas da agência fazem uma apresentação geral do orgão e, depois, explicam às crianças e aos adolescentes a importância dos principais projetos em andamento. Todos escutam atentos as palestras que falam das iniciativas para proteger prédios, documentos, materiais, pessoas e sistemas de informação estratégicos para o desenvolvimento do país. Os analistas da Abin mostram um pouquinho das tecnologias produzidas por eles, como o telefone protegido (que não dá para ser grampeado), usado pelo presidente da República.

Com o projeto, coordenado pela Assessoria de Comunicação Social, a Abin quer mostrar a importância das atividades que exerce para a sociedade e quebrar antigas imagens negativas da entidade. São os analistas do órgão que analisam dados informações e desenvolvem tecnologias de proteção à sociedade brasileira. Os funcionários exemplificam que, em um mundo tão globalizado, a internet e os programas de computadores dos centros de decisão precisam ser vigiados o tempo todo.

Ao longo da história, a Abin mudou de nomes e atividades algumas vezes. Na época da ditadura militar, o órgão era conhecido como o Serviço Nacional de Informações (SNI). Mas o modo de agir dessa época era muito diferente do atual. O SNI vasculhava a vida das pessoas e empresas consideradas suspeitas. Havia espiões espalhados em escolas e universidades, por exemplo. Vários meios ilegais eram utilizados (grampos telefônicos e censura postal) para vigiar os cidadãos vistos como ameaças ao regime. De lá para cá, as coisas mudaram muito. Mas a necessidade de coletar informações para guardar os interesses do país e manter a segurança nacional não deixaram de ser importantes.


Mundo de descobertas

Para os estudantes que participam do Programa Escola Conhecendo a Abin, a experiência é enriquecedora. Um grupo de 40 estudantes do Centro de Ensino Médio Elefante Branco visitou a agência. A maioria não conhecia nenhuma das atividades do serviço de inteligência. No máximo, já tinham escutado o nome do centro em algum noticiário, mas não compreendiam qual a responsabilidade da Abin.

Josi Ferreira de Sousa, de 17 anos, conta que não conhecia a complexidade do trabalho da agência. Achou as palestras interessantes e descobriu que há muitas informações que precisam ser guardadas em sigilo. “É uma atividade muito legal, porque aprendemos mais sobre o que nos cerca. Deveríamos fazer mais passeios como esse”, destaca a jovem, que ouviu as explicações com atenção. Rodrigo Gonçalves, 19, se impressionou com as tecnologias desenvolvidas pelo órgão. “Não imaginei que o Brasil tivesse essa preocupação”, confessa.

Jair Foro, 17, acha que atividades extraclasse como essa enriquecem os jovens. “Não ficamos só na teoria e aprendemos mais sobre o cotidiano. A gente deveria ter mais oportunidades assim”, ressalta. Segundo Osvaldo Antônio Pinheiro Silva, um dos responsáveis pelas atividades, a experiência tem sido um sucesso. O interesse dos estudantes é grande e a iniciativa tem recebido muitos elogios. No próximo ano, turmas de universitários também devem integrar o projeto. Escolas interessadas podem obter mais informações no site http://www.abin.gov.br/.



Artigo - JORGE ARMANDO FELIX

Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República 
Folha de São Paulo

14/08/2005

Cabe expressar a esperança de
que o leitor concorde com
que velhos mitos não 
devem ofuscar a realidade


Estimado leitor: seria possível resumir em poucas palavras o que faz a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)?

Como ponto de partida, cabe pedir que sejam deixados de lado anos e anos de imagens sobre agentes secretos que nos chegam por filmes e livros do exterior. São estórias de ação, plenas de mistérios e romantismo, de heróicos espiões engajados em alguma forma de luta do bem contra o mal (ou vice-versa). Igualmente importante, cumpre afastar da mente os "clichês nacionais" sobre o mesmo tema.

As lembranças dos colegas de James Bond e as diferentes percepções sobre o SNI transformam-se em poderosa parelha capaz de impedir todo e qualquer debate racional sobre a inteligência brasileira. A névoa do mistério romântico parece não poder ser dissolvida por citações dos textos legais que criaram a agência nem mesmo pelas informações pormenorizados no site da Abin -vide endereço: www.abin.gov.br

Em síntese, como flanquear a convicção de tantos no sentido de que a verdadeira essência da atividade de inteligência está em segredos que não podem ser revelados pelo governo?Caro leitor: sem querer romper em demasia o mistério da inteligência, peço que me acompanhe em três breves linhas de raciocínio sobre o tema.

1) A inteligência busca determinados conhecimentos que são necessários para o bem governar, por parte, sobretudo, do senhor presidente da República. O conhecimento tem que ser verdadeiro, sublinho verdadeiro, mas não necessariamente objeto das mesmas provas de autenticidade exigidas por Tribunais de Justiça, por publicações acadêmicas ou mesmo pela mídia mais conservadora. Embora hoje possamos estimar em mais de 90% o conhecimento obtido das chamadas "fontes abertas" (periódicos, internet, livros, TV etc.), existem alguns conhecimentos que provêm dos chamados dados negados, aqueles que seus detentores não estão dispostos a revelar, que devem ser obtidos de outras maneiras: informantes, aquisição e acompanhamento, enfim, pelas técnicas da chamada "espionagem", expressão bem de acordo com a mística da atividade.

2) O que ocorre quando, na busca do conhecimento, a atividade de inteligência detecta algo ilícito? Como exemplo prático usaremos suspeitas ou denúncias de desvio de recursos ou corrupção em alguma área do governo. A Abin busca juntar os fatos disponíveis, aprofunda-os e confirma-os com outras fontes, consolida o conhecimento de como se dá o desvio ou a corrupção: num terminal de computador no atendimento ao público? No processamento centralizado? Na confecção de um edital?

Uma vez definido o modus operandi, as informações são repassadas às estruturas do governo para eventuais correções e o bastão da investigação passa para a autoridade policial, cujos métodos de averiguação são regulados por códigos de processo aceitos pelos tribunais. À Abin interessa determinar o "como". O "quem" é problema da esfera criminal.

3) O terceiro aspecto, entre os muitos que poderiam ser abordados, é a necessidade ou não do sigilo para algumas das ações da inteligência. Entendo perfeitamente que o segredo que reveste ações governamentais possa ser visto como encobridor de ações ilegais, antiéticas ou politicamente injustificadas.

No que concerne ao sigilo da inteligência, cabe destacar que algumas das mais importantes atividades da Abin são ostensivas.

No caso do Brasil, temos, a título ilustrativo, o Programa Nacional de Proteção do Conhecimento, envolvendo desde o trabalho de prevenção em empresas estratégicas para o país até a conscientização de populações indígenas a respeito do valor e da necessidade de proteção de seus conhecimentos tradicionais, ou, ainda, os mais de 10 mil pedidos de informações sobre dados existentes na agência, respondidos aos próprios interessados ou a seus familiares, respeitando sempre o direito à privacidade e à proteção da honra.

Repito a pergunta: por que tanto segredo? Muitas das ações de inteligência só podem ser realizadas sob o manto do sigilo. O exemplo mais óbvio é o do desenvolvimento de instrumentos de criptografia. Um outro caso é o de ações de contra-espionagem, matéria de competência exclusiva da Abin. Ou o acompanhamento da aparição imprevista de microrganismos, contaminando, sem lógica aparente, vegetais e animais e causando enormes prejuízos ao país.

Um outro caso, imagino que igualmente óbvio, é o dos trabalhos de investigação sobre crime organizado ou outras atividades que representem perigo para a estabilidade das instituições (por exemplo, terrorismo).

De modo geral, todas as atividades de inteligência que lidam com fontes humanas tendem a ser tratadas sigilosamente. Assim deve ser para proteger os profissionais e suas famílias, bem como para resguardar os eventuais informantes de rejeição profissional, social e, em alguns casos, até de riscos a sua integridade física.

Como ponto final, cabe expressar a esperança de que o leitor com paciência para acompanhar até aqui o texto concorde com a noção de que velhos mitos não devem ofuscar a realidade. E de que a sua atenção e compreensão nos ajudem na valorização de uma atividade de Estado extremamente importante para o país. Tampouco deve o caro leitor menosprezar a força do mistério... Afinal, é triste a vida sem um pouco de mágica...

A medida do desgaste 'Dilma Rousseff'

quinta-feira, 25 de julho de 2013


 
A crise de liderança e popularidade em que está imersa a presidente Dilma Rousseff é de conhecimento, no mínimo, das parcelas mais bem informadas da sociedade. Faltava apenas ter uma noção da gravidade da enrascada. Já não falta. Ninguém menos do que o seu patrono Luiz Inácio Lula de Silva se incumbiu de deixar escancarada - a seu modo, bem entendido - a medida do desgaste de sua protegida, o que hoje parece ameaçar a própria continuidade do projeto petista de poder. E ele o fez de caso pensado.

Convidado a dar uma palestra no Festival da Mulher Afro, Latino-Americana e Caribenha, em Brasília, e embora prometesse que não falaria de política, soltou o verbo durante mais de uma hora sobre a conjuntura nacional depois dos protestos de junho. Eles refluíram neste mês de férias, mas podem ganhar corpo novamente depois que o papa se for e o descontentamento voltar à tona - sem que a presidente tenha se recuperado da dor de cabeça que as manifestações lhe causaram e que ela agravou com as ineptas tentativas de provar que assimilou o que diziam.

Nesse cenário, reapareceu o velho palanqueiro que em tudo alega enxergar uma conspiração das elites. Foi a última linha de defesa em que se entrincheirou quando achou que o mensalão poderia apeá-lo do Planalto. Deu certo, à época, porque as oposições vacilaram. E deu certo nas eleições de 2006 porque a massa dos brasileiros, tendo subido na vida, entendeu que, corrupção por corrupção, antes aquela de que se acusa quem a beneficiou. Agora, recorre ao mesmo estratagema para defender Dilma - com veemência e agressividade claramente proporcionais ao definhamento de seu prestígio.

Ele não precisaria advertir que lutará com "unhas afiadas" em defesa de sua criatura política se a sua popularidade não tivesse despencado 27 pontos em três semanas e se as intenções de voto em seu nome na sucessão de 2014 não tivessem minguado de 51% para 30%, desmanchando os prognósticos de vitória no primeiro turno (o que, aliás, nem Fernando Henrique nem Lula conseguiram). Ele tampouco precisaria dizer que o preconceito contra ela é maior do que teria enfrentado, além da "falta de respeito" de que seria vítima.

Nem, ainda, reprisaria o já sabido: que não precisa "ser governo para fazer as coisas neste país". Afinal, como afirmou, usando o plural majestático e pouco se importando com uma dose de desrespeito pela sucessora, implícita nas suas palavras, "Dilma não é mais do que uma extensão da gente lá". E a gente, que não pode sair de lá - só faltou dizer -, vai continuar "ajudando a presidente" diante da suposta ofensiva dos conservadores e dos políticos aliados.

Estes entraram na história por ter o presidente peemedebista da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, cujo nome preferiu não citar, proposto que Dilma cortasse 14 dos 39 atuais Ministérios. Quando Lula assumiu, eram 26. Quando passou a faixa, 37. Conhecendo as prioridades das suas anfitriãs, aconselhou que ficassem "espertas", porque "eles vão tentar mexer no Ministério da Igualdade Racial, nos (sic) Direitos Humanos".

Lula decerto associa a crescente animosidade do PMDB em relação a Dilma à erosão dos seus índices de aprovação e do seu franco favoritismo na disputa pela Presidência. (As mais recentes pesquisas apontam, em um hipotético segundo turno, um empate técnico entre a candidata a um segundo mandato e a ex-ministra Marina Silva, cuja popularidade deu um salto sem precedentes na esteira das jornadas de junho.) E, de fato, a cúpula peemedebista deu início a uma sondagem informal junto às bancadas federais do partido e aos seus diretórios nos Estados sobre o rumo a tomar em 2014. É improvável que a maioria vote pelo fim da aliança, mas a mera consulta é um inequívoco agravo ao Planalto.

Tantas Dilma Rousseffapronta que o próprio PT só não se distancia dela porque o seu nume tutelar desautoriza o "volta, Lula". Mas, se ele precisa dizer que o partido está "150%" com ela, é porque a situação está longe de ser confortável para a petista também junto aos companheiros. Dilma disse certa vez que em época de eleição "podemos fazer o diabo". Lula sempre o fez e torna a fazê-lo com a desenvoltura que a afilhada até que tenta copiar, mas não sabe como.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo

"Que Pedro, ao falar sobre João, não fale de si". (alusão párvoa)


La integración desde abajo

 15 DE MAIO DE 2013

La integración desde abajo
Por Miriela Fernandez (desde Cuba) y Fernando Gómez
El jueves arranca la I Asamblea continental del ALBA de los Movimientos Sociales en San Pablo. Hay mucha expectativa de cara a un encuentro que busca influir en el mapa político latinoamericano.
El sueño de unificar a los pueblos de Nuestra América recorre el continente desde los primeros días de nuestra independencia. La integración de todo un continente pone en movimiento a miles de ciudadanos y ciudadanas que diariamente luchan en sus territorios por sus derechos. Se trata de construir un espacio orgánico de los sectores populares, que incluya a campesinos, estudiantes, sindicatos, organizaciones feministas, y logre fortalecer su articulación política en cada país y en el plano regional.
En el 2007, durante la V Cumbre del ALBA, en Tintorero, Venezuela, se consolida la construcción del ALBA desde la institucionalidad de los gobiernos, así como desde un Consejo de Movimientos Sociales (CMS) de los países signatarios de este organismo. Pero en ese contexto los movimientos y organizaciones sociales decidieron levantar un espacio más amplio de integración, desde principios anti-neoliberales y anti-imperialistas, para coordinarlo de forma autónoma e incluir a aquellos países que sus gobiernos no son parte del ALBA.
Manuel Bertoldi, miembro de la Secretaria Operativa de la Articulación, detalla el fortalecimiento de este espacio durante los últimos cinco años:”el proceso de la articulación de movimientos sociales hacia el ALBA, tiene que ver con un proceso de acumulación que se dio a partir de una convocatoria que hace el Movimiento Sin Tierra de Brasil, pos lucha continental contra el ALCA. A partir del 2008 y 2009 una serie de movimientos sociales se plantearon la necesidad de articularse en función de una plataforma que ponga el eje fundamental en la integración popular y los desafíos de los pueblos, frente al nuevo contexto que se vivía en Nuestra América, donde empezaron a aparecer procesos de cambio en diferentes países, fruto de esas resistencias.
Por su parte Joel Suárez, coordinador del Centro Memorial Martin Luther King en La Habana, comentó sobre lo estratégico de las luchas sociales en el actual contexto de la región y analizó que a pesar de ser considerada como una asamblea fundacional, la articulación viene organizándose desde el 2006 y luego tuvo su anuncio en el Foro de Belem do Pará con la Carta de las Américas. Desde ese momento el ALBA de los Movimientos “ha estado marcada por varias realidades del campo político del movimiento social en cada país, y no pretende ser una plataforma de redes y organizaciones, sino que se propone aunar a distintos movimientos con amplias bases sociales y capacidad de movilización. Y ahí es donde radica su complejidad. Nuestras iniciativas muchas veces han partido de la autogestión, de contribuciones solidarias, en lo que ha sido fundamental el MST de Brasil, entre otras organizaciones que han apoyado.”
Según Bertoldi en el último año la secretaría operativa se abocó a tener un mayor diálogo y acercamiento con las
realidades de los diferentes países del continente: “es así que hemos viajado prácticamente por toda América, tratando de estimular la conformación de plataformas nacionales, procesos nacionales de unidad que nos puedan hacer llegar a esta primera asamblea continental de movimientos sociales hacia el alba con una representatividad y diversidad de movimientos sociales que hoy están construyendo, resistiendo y también creando alternativas en todo el continente”.
La I Asamblea tendrá un carácter orgánico y representativo y no va a ser un gran acto político con la asistencia de miles de delegados. Bertoldi aclara que “va a ser una asamblea de representantes que podamos profundizar algunos debates sobre, por ejemplo, los desafíos que tienen los movimientos sociales en esta nueva etapa, sobre nuestro funcionamiento orgánico y qué características va a ir asumiendo de manera más cotidiana este espacio”.
Durante cinco días se debatirá en torno a los desafíos de la clase trabajadora y los movimientos sociales frente a la crisis mundial del capitalismo, las estrategias del capital y del imperio en el continente. Ante estos, se analizará qué integración será necesaria.
Habrá paneles con la participación de destacados intelectuales del campo popular, como Francois Houtart y Claudio Katz, que expondrán sobre los tópicos mencionados y pondrán la mirada en los alcances y límites de los procesos de integración llevados desde los gobiernos progresistas y la perspectiva del ALBA en este contexto.
Entre las propuestas a debatir se encuentra la de las luchas contra la militarización, las bases militares, la criminalización de la protesta social y las agresiones del imperio. También las batallas contra las transnacionales, las privatizaciones y la desnacionalización, así como la crisis climática y los derechos de la Madre Tierra, sobre los derechos de los pueblos originarios de Nuestra América y la lucha por el bien vivir.
Para Manuel Bertoldi “la única forma que podamos elevar el nivel de movilización de nuestros pueblos es que trabajemos y hagamos los mayores esfuerzos en términos de unidad de las diferentes organizaciones del campo popular”.
Fonte: Marcha.org.br

Valter Pomar convida para o XIX Encontro do Foro de São Paulo, que ocorrerá de 31 de julho a 4 de agosto de 2013

 3 DE JUNHO DE 2013

De 31 de julho a 4 de agosto de 2013 vai ocorrer no Brasil o XIX Encontro do Foro de São Paulo. Será uma oportunidade para a militância petista e dos demais partidos de esquerda do Brasil e os partidos de esquerda e progressistas da América Latina se encontrem para debater a situação mundial, regional e o seu plano de ação para o período.

XXI Convenção de Solidariedade a Cuba ocorreu em 13 de junho de 2013



XXI Convenção de Solidariedade a Cuba, Foz do Iguaçu, 13 a 15 de junho de 2013
Programação: http://www.convencaonacionalcubabrasil.org/p/blog-page.html?m=0
Obs. (entre outras): 14/6 – PAINEL 4 : 10h – 13h
Tema: A integração latino-americana e Caribenha: avanços e desafíos. Moderador: Reitor UNILA – Relator: ACJM – Paraná
PALESTRA: O Foro de SP como espaço de consulta e cooperação
Palestrante: Valter Pomar – Secretário executivo do Foro de São Paulo
programação 13

PT e Foro de São Paulo participam da XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba

 11 DE JUNHO DE 2013

valtercombandeiracuba11/06/13 – Secretário executivo do FSP, Valter Pomar, fala sobre o evento, eleições presidenciais em Honduras e El Salvador e outros temas da pauta internacional.
O secretário executivo do Foro de São Paulo e dirigente do PT, Valter Pomar, participa na próxima sexta-feira (14) da Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba que ocorrerá na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Pomar também representará a direção nacional do Partido dos Trabalhadores nessa XXI Convenção Nacional, um movimento criado no Brasil para fazer a defesa da ilha que até hoje é vítima de bloqueio e agressão por parte dos Estados Unidos.
O dirigente também falou ao Portal do PT sobre a situação política atual em Honduras e El Salvador que terão eleições presidenciais. Segundo ele, a centro-esquerda hondurenha tem chances reais de vencer a disputa, enquanto em El Salvador a FMLN que governa o país lidera as pesquisas de opinião.
O secretário executivo abordou também as posições do Foro de São Paulo com relação aos cenários de crise financeira e política na Europa e o conflito bélico na Síria.
Leia abaixo a íntegra da entrevista:
Na próxima sexta-feira acontece em Foz do Iguaçu a Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba após a realização de várias plenárias estaduais. Você vai participar pelo Foro e pelo PT. Qual o objetivo desse movimento e qual mensagem política será transmitida para Cuba no atual momento?
Existe no Brasil um forte movimento de solidariedade a Cuba, por diversos motivos: porque Cuba foi e segue sendo solidária, porque Cuba é vítima de bloqueio e agressão por parte dos EUA, e também pelo que Cuba significa como projeto de sociedade. É este movimento de solidariedade, que vai muito além dos partidos de esquerda, que organiza as convenções de solidariedade. Esta é a XXI Convenção. A mensagem principal que vamos transmitir, em nome do PT, é a mesma que transmitimos quando uma delegação do Partido esteve na Ilha em abril-maio deste ano: contem conosco para defender a soberania de Cuba. Defesa que se faz, é bom dizer, inclusive quando fazemos a defesa da qualidade dos médicos formados em Cuba.
Honduras terá eleição presidencial no dia 10 de novembro deste ano. Como está o quadro eleitoral no país?
As pesquisas indicam um quadro favorável à centro-esquerda. A candidata da centro-esquerda é a companheira Xiomara, cuja candidatura será oficializada na convenção do Partido Libre, no próximo domingo, 16 de junho. Estarei presente nesta Convenção. O objetivo é recuperar pelo voto o governo que nos tomaram através de um golpe. Evidentemente, a direita e os Estados Unidos, que foram cúmplices ativos do golpe, farão de tudo para impedir a vitória de Xiomara. A esquerda hondurenha tem denunciado a ação de grupos paramilitares e ameaças de fraude. Nos cabe apoiar, inclusive divulgando ao máximo o que está ocorrendo lá.
Você esteve em El Salvador no início de junho, onde manteve várias reuniões com dirigentes da FMLN e com o presidente Maurício Funes e Vanda Pignato. Lá também haverá eleição presidencial este ano. Como avalia o cenário político em El Salvador e as chances de uma nova vitória da FMLN na disputa?
O candidato da FMLN é Salvador Sanchez Ceren, atual vice-presidente de El Salvador. Existem duas outras candidaturas: uma de um partido chamado Arena, que é de direita-direita-muito-de-direita; e outra candidatura, de centro-direita, do ex-presidente Saca. A FMLN lidera as pesquisas presidenciais, inclusive começa a aparecer vencendo as projeções de segundo turno. Um grande trunfo da FMLN são as realizações do governo Maurício Funes. Por exemplo o programa Cidade Mulher, dirigido pela Vanda Pignato, que durante anos foi militante petista e que hoje aparece nas pesquisas com uma popularidade superior a de Maurício. O ideal para a FMLN é vencer as eleições no primeiro turno, como fez Maurício, para evitar que no segundo turno os eleitorados da direita e da centro-direita se unifiquem contra nós. É bom dizer que as eleições hondurenhas, que são em novembro de 2013, vão influenciar as eleições de El Salvador, que são em fevereiro de 2014. É bom lembrar, também, que o governo de Maurício Funes é muito identificado com a experiência do governo Lula: vencer lá terá um significado especial para nós.
O Foro de São Paulo participou do seminário sobre migrantes em Santiago de Compostela, na Espanha. Qual a sua avaliação do evento?
O Foro vem implementando um trabalho de organização dos migrantes latinoamericanos e caribenhos, especialmente aqueles que vivem nos Estados Unidos e na Europa. No caso dos Estados Unidos, criamos recentemente a Secretaria EUA do Foro. No caso da Europa, o seminário sobre migrações foi exatamente uma iniciativa conjunta entre o Foro de SP, sua Secretaria Europa e o Partido da Esquerda Européia. As discussões do seminário foram bastante interessantes e podem ser vistas na internet, através do endereço http://forodesaopaulo.org/?p=2728
Qual a opinião do Foro de São Paulo sobre os vários protestos que continuam a ocorrer em países da Europa contra as medidas econômicas de austeridade adotadas diante da crise financeira? E as manifestações na Turquia?
O Foro de São Paulo não fez, ainda, uma discussão sobre os acontecimentos na Turquia. E, certamente, vão aparecer diferentes opiniões, sendo que no Foro tomamos o cuidado de não nos dividirmos em torno de temas extracontinentais. Da minha parte, acho importante chamar a atenção para o fato de que a situação naquela região só faz complicar-se, e que a ingerência externa é um dos fatores que tem pesado nisto. Quanto a Europa, o Foro de São Paulo tem destacado o óbvio: as políticas de austeridade prescritas pelo FMI não serviram para a América Latina e não vão servir para a Europa, exceto em benefício de uma minoria de financistas, privatistas e quetais.
O Foro continua acompanhando a grave crise na Síria, onde a guerra civil parece que ainda vai durar muito tempo. Qual a análise sobre o futuro do conflito?
Nossa opinião é que os conflitos entre os sírios devem ser resolvidos pelos sírios, através de meios pacíficos. A presença de armas, mercenários, inteligência e verbas de outros países estão transformando o conflito sírio num conflito militar internacional. A ingerência externa é, como já disse, um componente negativo e desagregador. As classes dominantes nos EUA e na Europa consideram que a Síria é o caminho para Teerã. E acreditam na guerra como fórmula quase universal para defender seus interesses privados. Parte da grande imprensa investe nisto, demonizando o governo sírio e o governo iraniano, para assim justificar a agressão externa. O desfecho disto pode ser uma catástrofe mundial. Por isto defender a paz é tão importante.
 by Geraldo Ferreira 

Declaração Final dos Encontros do Foro de São Paulo (1990-2012)

 13 DE JUNHO DE 2013

EncLatinoAmericanoRJEste livro contém a “Declaração final” de dezoito encontros do Foro de São Paulo, organização criada nos anos 1990 a partir de um seminário internacional convocado pelo Partido dos Trabalhadores do Brasil.
Mais informações sobre o Foro de São Paulo podem ser obtidas no livroForo de São Paulo: construindo a integração latinoamericana e caribenha, de Valter Pomar e Roberto Regalado (Editora Fundação Perseu Abramo, 2013).
O debate sobre a organização e a estratégia da esquerda na América Latina e Caribe acontece em uma conjuntura histórica marcada pela crise global, pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos, pela emergência de novos pólos de poder mundial, pela instabilidade e por conflitos políticos, sociais e militares cada vez mais intensos e perigosos.
América Latina e Caribe sofrem os efeitos desta situação mundial, mas ao mesmo tempo constituem uma região marcada pela presença de movimentos sociais, partidos políticos e governos que não apenas têm conseguido reduzir os impactos da crise, como também têm conseguido implementar políticas públicas e colher resultados práticos que constituem inspiração e esperança para amplos setores da humanidade.
Como é óbvio, isto ocorre apesar da geralmente brutal resistência das elites locais e de seus aliados, notadamente as classes dominantes de Estados Unidos e Europa. No momento em que escrevemos esta apresentação, esta resistência assume a forma de uma contra-ofensiva ideológica, política, econômica e militar, de que são mostra os golpes em Honduras e no Paraguai, as bases militares instaladas na região e o relançamento da IV Frota dos EUA, o cerco contra a Venezuela e a continuidade do bloqueio contra Cuba, a criação do chamado Arco do Pacifico e os tratados transoceânicos, assim como a pressão judicial e midiática sobre todos os governos progressistas e de esquerda da região, a começar pelo Brasil.
A história nos ensina a não confiar, nem subestimar, o imperialismo e o capitalismo. Embora a crise seja profunda, o capitalismo já demonstrou ter um fôlego surpreendente, equivalente a sua capacidade de destruir a natureza e a humanidade. Percebe-se este fôlego na América Latina, onde apesar das vitórias parciais obtidas pela esquerda, as forças conservadoras, neoliberais e capitalistas mantêm sua hegemonia no terreno econômico-social, o controle das instituições internacionais e do poderio militar, além de conservar o governo nacional em importantes países da região.
Embora costumem lançar mão, cedo ou tarde, da violência militar, as classes dominantes de cada um de nossos países e o imperialismo investem cotidianamente na luta política e ideológica, para o que contam com um imenso aparato educacional, uma indústria cultural potente e o oligopólio da comunicação de massas. A partir destas plataformas, buscam entre outros objetivos manipular a seu favor as diferenças estratégicas e programáticas existentes entre os governos, partidos e movimentos empenhados no “giro à esquerda” que nosso subcontinente vive desde 1998.
Alguns destes governos, partidos e movimentos declaram abertamente seu objetivo de construir o socialismo. Outros trabalham, assumidamente ou não, pela constituição de sociedades com alta dose de bem-estar social, democracia política e soberania nacional, mas nos marcos do capitalismo. Importantes setores, embora integrantes de partidos de esquerda, adotam premissas neoliberais. Há também profundas diferenças estratégicas acerca das formas de luta e vias de tomada do poder, bem como sobre qual deve ser a relação dos governos eleitos com as classes dominantes de cada país, da Europa e dos Estados Unidos. Igualmente são distintas a visão e a postura frente aos chamados BRICS. Tais diferenças programáticas e estratégicas tornam particularmente complexo o debate sobre a natureza e o papel dos governos encabeçados por presidentes integrantes dos partidos de esquerda e progressistas de nossa região.
Neste debate, há desde aqueles que manifestam o temor de que nossos governos tentem colaborar na construção de um novo ciclo histórico, sem que existam as condições econômicas, políticas e ideológicas necessárias para enfrentar com sucesso as classes dominantes; até aqueles que alertam sobre o risco de nossa presença nos governos não contribuir para alterar as estruturas mais profundas de nossas sociedades e do conjunto da América Latina, o que resultaria numa desmoralização que abriria caminho para a direita recuperar a cabeça dos respectivos governos nacionais.
Para construir respostas adequadas para este tipo de debate, a esquerda latino-americana precisará construir soluções novas, para situações igualmente novas. E isto começa enfrentando nosso triplo “déficit teórico”: a análise do capitalismo do século XXI; o balanço das experiências socialistas, social-democratas, desenvolvimentistas e nacionalistas do século XX; e a discussão sobre como articular, numa estratégia continental unitária, as diferentes estratégias nacionais e variantes da transição socialista.
O Foro de São Paulo é um dos espaços onde este debate ocorre. Um espaço privilegiado, marcado pela diversidade e pelo calor típico dos debates vinculados à ação prática, à disputa concreta, à luta de classes e ao conflito entre governos e Estados.
Estas características refletem-se nas declarações finais aqui reunidas. Boa leitura!
Baixe todo o conteúdo do livro em pdf aqui:
Valter Pomar - Membro do Diretório Nacional do PT e Secretário executivo do Foro de SP São Paulo, junho de 2013

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