sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quem marca, é "marcão"! Vou empatar com quem???

Ameaça‏
De: Deise Marianni (freeproducao@hotmail.com)
Enviada: sexta-feira, 9 de outubro de 2009 06:40:43
Para: feijo@ssp.sc.gov.br

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Ilmo Sr.
Dr. Ricardo Feijó
Corregedor Geral da SSP/SC
Florianópolis/Sc

Caro Dr.Feijó


Sinceramente não sei mais onde isso vai parar ou como vai terminar. Hj é dia de visitar minha filha no presidio, uma vez que retiraram a regalia dela,como ja lhe relatei, por atitudes minhas que sou uma pessoa livre. E o dia de visita mudou para sexta.

No entanto estou registrando um telefonema que recebi agora, ha pouco, quando fui acordada. Fui avisada que a Sra.Conceição Orihuela, "suposta" diretora do presidio Feminino, chamnou as regalias de baixo e 2 meninas da galeria para que quando EU ENTRASSSE PRA VISITAR MINHA FILHA, elas começasse a gritar "fora, fora, sai daqui".
Se é verdade não sei. Terei que passar pela experiência. Só indo pra ver. E acredite: vou gostar que façam isso.
V.Sa. já viu chutarem cachorro morto?
Não tenho a menor ideia de quem ME FARÁ A REVISTA HOJE. Estou deixando registrado, pq temo armarem para mim algo como drogas, para justificar minha nao ida mais ao presidio ou algo genero. e principalmente algo que venha em prejuizo de minha filha, mais uma vez.
Ja acionei meu advogado, que estará do lado de fora esperando o que quer que seja que aconteça. A visita inicia as 9h30 e termina 11h.

Me desculpo antecipadamente se lhe causo transtornos, mas não deixarei isso passar em branco. Se algo acontecer, meu advogado irá buscar qqualquer peesoa dentro da SSP, enquanto estiver acontecendo o que for. E passei para minha secretária, seu celular e ordem para ligar, caso arrumem confusão.
Eu lhe dou minha palavra, que entrareimuda e sairei calada, independente do que aconteça.
Mas quero que alguma autoridade legitima assista tamanha aberração, caso isso venha realmente a acontecer,
Tendo certeza que v.Sa. compreende minha atitude, e minhas decisões, subscrevo-me,
Att
Deise Mariani

******** Abaixo está claro. Clarissímo.... Melhor que OMO e Ki-boa.*********
Nem o Vanisch ganha....
Partindo a premissa, que não sou guru, não sou adivinha (quem me dera), não tenho bola de  cristal, não leio cartas, não tenho coluna em jornal ou revistinha tipo o BIDU.
Como eu poderia saber que isso estava sendo armado?
Tanto que enviei antes de sair para a visita.Eu sabia.
eu paguei pra ver. Até onde se extende esta "irmandade".
Se não paro o carro calmamente, como
conheceria meus inimigos?
Precisava disso para que se apresentassem.
Imagino cara de frustração, ao passarem um feriado arquitetando isso tudo, para no fim uma gaucha, de 1,53m, colocar este chapéu de mexicano em todos que saíram com cara de dog, que caiu do caminhão de mudança..
Saber disso alem de um risinho ironico que é impossivel impedir de vir em meus lábios, me sinto profundamente reconfortada.
E saber que nem em nosso exército podemos confiar.... Triste mesmo. MUito.
É óbvio, que um dos envolvidos me avisou nao é mesmo?
Elementar meu caro Watson.
Elementar.....






quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Eu sei, mas não devia

                        

                      Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

                     A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

                    A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

                   A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

                 A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

                 A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

                 A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

                 A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

                  A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

                 A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.(1972).


Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.
O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

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