domingo, 26 de julho de 2015

Documentários inéditos revelam os podres de filmes de Hollywood

POR RODRIGO SALEM

Quem não gosta de uma boa história de fracasso, decisões erradas e egos destroçados? Em Hollywood, elas normalmente eram jogadas para baixo do tapete. Mas isso está mudando.
Dois longas hilariantes para quem curte histórias absurdas de Hollywood estrearam recentemente. O primeiro é "Lost Soul: The Doomed Journey of Richard Stanley's Island of Dr. Moreau", de David Gregory. O documentário acaba de sair em blu-ray nos EUA e explica as lendas em torno do filme "A Ilha do Dr. Moreau" (1996), sobre um cientista que cria uma sociedade de híbridos de animais e humanos.
Manuela Eichner
O longa começou a ser dirigido por Richard Stanley, um então jovem diretor sul-africano. O plano inicial era fazer um pequeno filme existencialista e bizarro a partir do romance de ficção científica de H.G. Wells, de 1896. Mas tudo mudou quando Marlon Brando se mostrou interessado no projeto.
O orçamento pulou para US$ 55 milhões, e o estúdio decidiu que Val Kilmer dividiria a tela com Brando. Os dois se odiaram. E Kilmer começou a aprontar no set, ameaçando outros atores e queimando com cigarro as costeletas de membros da equipe.

Veja o trailer de 'Lost Soul'


O diretor teve um ataque nervoso, subiu em um coqueiro e não quis mais sair. Dez dias depois de começar a rodar, foi demitido, e John Frankenheimer ("Ronin") assumiu. Mas Stanley não voltou para casa.
Foi para a selva ao redor do set, encontrou um monte de figurantes e voltou disfarçado entre eles como um dos monstros do filme. Em entrevista recente, disse que só queria ver o que estavam fazendo com o seu longa.
Já Brando não seguia roteiro, atuava com um balde na cabeça e exigia que o "menor homem do mundo", o ator dominicano Nelson de la Rosa, de 70 cm de altura, estivesse sempre ao seu lado —daí surgiu o personagem Mini-Me de "Austin Powers". Os extras passavam o tempo fumando maconha e fazendo sexo. Traumatizado, Stanley nunca mais dirigiu um longa de ficção.
Já "Superman Lives", polêmico projeto de Tim Burton com Nicolas Cage como o Homem de Aço, nunca saiu do papel, mas muita gente se pergunta no que teria dado. "The Death Of 'Superman Lives': What Happened?", de Jon Schnepp, lançado em julho em um site exclusivo do filme, tenta responder.
Jon teve acesso a imagens inéditas de Cage testando uniformes do Superman e a quase todos os envolvidos com o projeto, que existiu entre 1996 e 1999.

Assista ao trailer oficial de 'The Death of Superman Lives'



Entre as cenas, Nicolas Cage usa um terno azul frouxo para fazer um Clark Kent nada glamoroso. E Jon Peters, ex-cabeleireiro que virou produtor em Hollywood, fala coisas como: "Superman precisa enfrentar uma aranha gigante" e "acho a capa muito gay". Tudo é confrontado pelo documentarista em depoimentos recentes do roteirista Kevin Smith e do diretor Tim Burton.
A Warner, com medo de mais um fracasso no que vinha sendo um péssimo ano, cancelou "Superman Lives" a três semanas do início das filmagens —mesmo já tendo gastado US$ 15 milhões. A tal "aranha gigante" foi parar no filme "As Loucas Aventuras .

by .folha.uol

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