quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

34 filmes que vão te deixar muito perturbado

Jamie Jones
BuzzFeed Staff


Perguntamos aos membros do BuzzFeed Community quais eram os filmes mais perturbadores que eles já tinham visto. Aqui estão algumas das melhores respostas que recebemos:


1. “Ex Machina: Instinto Artificial” (2015)


Universal Pictures

“Esse filme realmente mexeu comigo. Tanto que eu fiquei lá sentada por uns dez minutos olhando para tela depois que os créditos rolaram. Eu já assisti a ele mais de uma vez e ainda fico com aquela sensação de: “mas que merda foi essa?”. É um bom filme, mas deixará você meio nervoso a respeito das notícias sobre a evolução da inteligência artificial.”

Enviado por Alex Roberts, Facebook

2. “Cidade dos Sonhos” (2001)


Universal Pictures

“Eu tive que assistir a esse filme por causa de uma aula e eu me senti desconfortável e dissociativo, como se estivesse em um plano existencial completamente diferente. Ainda assim, é o meu filme favorito.”

Enviado por Mackenzie Douglas, Facebook

3. “O Lagosta” (2015)

Picturehouse Entertainment

“‘O Lagosta’ não é nada do que eu esperava. É muito distorcido e perturbador. E realmente deixa você pensando.”

Enviado por Kelsey Loesch, Facebook

4. “Efeito Borboleta” (2004)

New Line Cinema

“Como tomar uma simples decisão depois de assistir a esse filme, sabendo que qualquer mínima ação pode ser capaz de gerar consequências terríveis?”

Enviado por Sarah Anderson, Facebook

5. “A Pele Que Habito” (2011)

Warners España

“Eu amo os filmes do Almodóvar em geral, mas esse me deixou sentindo muitas coisas. É obscuro, triste e tocante.”

Enviado por reneenicolem

6. “Dente Canino” (2009)

Feelgood Entertainment

“É muito deprimente e quase incompreensível fora de um determinado contexto. O filme começa com uma pegada de humor negro, mas cai para um tema muito mais profundo e perturbador.”

Enviado por Andrew Davis, Facebook

7. “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968)
Metro-Goldwyn-Mayer

“O filme todo me deixou intrigado, assustado e muito desconfortável. Basicamente, bagunçou minha cabeça.”

Enviado por maroonmdy21

8. “O Show de Truman” (1998)

Paramount Pictures

“Tive que assistir a esse filme durante uma aula e saí de lá com a sensação de que tudo que eu conhecia era uma mentira.”

Enviado por poisonpurple

9. “Interestelar” (2014)

Paramount Pictures

“Eu fiquei dias falando sobre esse filme sem parar. Uma loucura.”

Enviado por poisonpurple

10. “Primer” (2004)

IFC Films

“‘Primer’ vai mexer com a sua cabeça durante dias, meses ou até mesmo anos. É preciso assistir ao filme várias vezes para entender todas as linhas de viagem no tempo.”

Enviado por Elly Zk, Facebook

11. “Um Corpo que Cai” (1958)

Paramount Pictures

“Eu fiquei chorando depois de ver ‘Um Corpo que Cai’ — é muito assustador e confuso.”

Enviado por Lulu Swenson, Facebook

12. “O Expresso do Amanhã” (2013)

CJ Entertainment

“Um filme que perturba a cabeça: principalmente por causa da sociedade do filme, como ela funciona e algumas reviravoltas. Eu assisti e não consegui dormir depois, tamanha a perplexidade.”

Enviado por Rachel Broghammer, Facebook

13. “Vingança Redentora” (2004)

Optimum Releasing

“É horrível do começo ao fim, mas a revelação final foi demais para mim — e eu tenho estômago forte para filmes. Levei semanas para tirar as imagens da cabeça.”

Enviado por Rebecca W. Waters, Facebook

14. “Corra, Lola, Corra” (1998)

Prokino Filmverleih

“Eu tenho dificuldades com escolhas, porque não quero errar. Esse filme só aumentou a minha paranoia, porque mostra como até as mínimas escolhas podem afetar sua vida.”

Enviado por tainah

15. “Cubo” (1997)



“Os personagens acordam em um cubo e cada parede tem uma porta, mas algumas das salas têm armadilhas. Você não sabe de nada além dos personagens e é uma viagem do começo ao fim.”

Enviado por elizabethg42e271b43

16. “Alucinações do Passado” (1990)

TriStar Pictures

“Há muitos enredos diferentes e muitas imagens estranhas no filme.”

Enviado por Denise Burgan, Facbook

17. “Chinatown” (1974)


Paramount Pictures

“Eu tinha 13 anos em 1974, e o filme todo era meio confuso, tipo, ‘isso é algo que realmente pode acontecer?’. Não tenho ideia de como aquele filme foi parar nas minhas mãos.”

Enviado por Lisa Miller, Facebook

18. “O Predestinado” (2014)

Stage 6 Films

“Eu adoro filmes perturbadores e eu já vi a maioria dos mais conhecidos, mas esse é realmente especial. É lindo e muito bem escrito. Ethan Hawke fez um ótimo trabalho também.”

Enviado por Rebecca Asch, Facebook

19. “Preso na Escuridão” (1997)

Live Entertainment

“É a versão original de ‘Vanilla Sky’. Eu assisti a esse filme como parte das minhas aulas de espanhol e precisei ver mais algumas vezes para entender que raios estava acontecendo.”

Enviado por Manou Hicks, Facebook

20. “Garota Exemplar” (2014)

20th Century Fox

“Tem tantas reviravoltas que eu fico até arrepiada de pensar no quanto esse filme é louco.”

Enviado por Dayna Morris, Facebook

21. “Viagem Alucinante” (2009)

Wild Bunch Distribution

“‘Viagem Alucinante’ mexeu muito com a minha cabeça. Essencialmente, trata da viagem de reencarnação que você passa depois de morrer.”

Enviado por christiank46940afaf

22. “Matrix” (1999)


Warner Bros.

“Eu literalmente fiquei com uma crise existencial.”

Enviado por MeganMarie1134

23. “Cisne Negro” (2010)

Fox Searchlight Pictures

“Cacete. Não consegui dormir depois de assistir a esse filme (pela primeira e única vez).”

Enviado por brendaz48dcc44e2

24. “Oldboy” (2003)

Tartan Films

“É um desses filmes que você acha que sabe o final, aí no meio tem uma grande reviravolta.”

Enviado por Sophia Tessitore, Facebook

25. “Triângulo do Medo” (2009)

Icon Film Distribution

“‘Triângulo do Medo’ me deixou muito espantado. Tive que procurar possíveis explicações na internet. É um filme muito inteligente e impressionante.”

Enviado por p472b81f5c

26. “Brazil” (1985)


20th Century Fox

“Eu ainda lembro bem desse filme. A parte em que o cara errado arranja confusão me deixa com muito medo — a coisa toda é assustadora.”

Enviado por April Catherine, Facebook

27. “Clube da Luta” (1999)

20th Century Fox

“‘Clube da Luta’ mexeu com a minha cabeça, mas no bom sentido. Eu gosto de voltar e ver todas as coisas que eu deveria ter reparado antes.

Enviado por Hannah Hale, Facebook

28. “O Operário” (2004)

Paramount Classics

“Nenhum filme mexeu tanto comigo quanto esse.”

Enviado por olivathefirst

29. “Dogville” (2003)

Lions Gate Entertainment

“‘Dogville’ realmente mexeu comigo. Não é confuso, mas me fez questionar a humanidade e a minha própria moral por um bom tempo. A encenação minimalista só aumenta o impacto emocional.”

Enviado por mercutio

30. “A Árvore da Vida” (2011)


Fox Searchlight Pictures

“Eu já assisti a esse filme várias vezes. Ele dá mais perguntas do que respostas, e eu sempre fico refletindo sobre a imensidão do universo e a complexidade da fé, da morte e da família. Sempre me deixa pensando.”

Enviado porpicassopizza

31. “Vidas em Jogo” (1997)

PolyGram Filmed Entertainment

“Esse filme vai deixar você tentando adivinhar tudo até o final.”

Enviado por Ashley Coffman, Facebook

32. “Sinédoque, Nova York” (2008)

Sony Pictures Classics

“Abstrato em todos os sentidos. Esse é o filme que eu uso de parâmetro para filmes perturbadores. Eu assisti diversas vezes e é sempre diferente.”

Enviado por christiank46940afaf

33. “Quero Ser John Malkovich” (1999)

USA Films

“Assisti recentemente e realmente mexe com a cabeça.”

Enviado por stephanieb4cf3c1332

34. “A Origem” (2010)

Warner Bros. Pictures

“Eu li todas as teorias dos fãs para ver se há alguma prova concreta sobre o final e até hoje não tenho uma conclusão a respeito.”

Enviado por funkysammie


Observação: as respostas enviadas foram editadas por questões de espaço e/ou clareza.

Este post foi traduzido do inglês.

A história do idoso sem memória com sotaque americano encontrado na Inglaterra. Idoso com sotaque americano foi encontrado nas ruas da cidade britânica de Hereford.


    Caso despertou grande curiosidade na Grã-Bretanha (Foto: BBC)




Por Darragh MacIntyre, BBC

Policiais e assistentes sociais ficaram perplexos quando um idoso com sotaque americano foi encontrado nas ruas da cidade britânica de Hereford. Ele não sabia quem era, não tinha documentos, mas vestia roupas novas. A busca para descobrir sua identidade teve resultados imprevisíveis.

O homem foi encontrado num estacionamento de ônibus em 7 de novembro de 2015. Exames do hospital municipal mostraram por que ele não era capaz de dizer quem era - ele sofria de demência.

A policial Sarah Bennett recebeu a missão de descobrir quem era o homem misterioso. De início, achou que seria apenas uma formalidade. Pacientes com demência regularmente se perdem, e a maioria é encontrada em questão de horas.
Quando consultou a lista de pessoas desaparecidas na região, não havia ninguém com as descrições do homem. Ela, então, expandiu a busca para o território nacional.

A polícia analisou gravações de câmeras de segurança, lançou um apelo à imprensa, contactou a agência nacional de crime e a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ela ainda checou bancos de dados de pessoas desaparecidas do Reino Unido e no exterior e consultou autoridades canadenses e norte-americanas.

    O homem abandonado no hospital (Foto: BBC)

Repetidamente perguntavam-lhe seu nome no hospital. Uma vez, ele respondeu "Roger Curry". A polícia estava ciente de que este poderia não ser seu nome - poderia ser, por exemplo, o de alguém de seu passado.

Mesmo assim, ele foi chamado de Roger pelos funcionários do lar para idoso para o qual tinha sido encaminhado durante as investigações.

Meses se passaram, e a polícia ainda não tinha ideia da identidade de Roger. Eles investigaram uma série de possibilidades. Será que teria acontecido algo com os responsáveis por seus cuidados? Teriam morrido e Roger simplesmente se perdido?

"Temos uma pessoa. Temos um nome possível, e nada mais. Não temos documento de identidade, nenhuma indicação de onde ele é", disse a sargento Bennett.

Em uma tarde em março de 2016, eu visitei Roger na residência de idosos. Ele parecia contente, embora estivesse claramente perdido em seu próprio mundo. Perguntei seu nome e de onde ele era. Mas as perguntas se dissipavam.

Roger estava claramente recebendo bons cuidados. Os funcionários tinham se afeiçoado pelo senhor que gostava de muffins de chocolate e um sherry à noite.



Diretora do centro disse que Roger era uma 'tela em branco', e que seria triste se ele fosse identificado e deixasse o local: 'Será devastador, porque ele é o 'nosso Roger'' (Foto: BBC)

Amanda Bow, diretora do centro, disse que eles não sabiam nada sobre Roger. "Ele é uma tela em branco", me disse ela. Mas afirmou também que lágrimas correriam se ele fosse identificado e deixasse o local. "Será devastador, porque ele é o 'nosso Roger'. Nós os adotamos".



Primeiras pistas


Pouco tempo depois, a BBC divulgou um novo apelo, o que levou à primeira importante descoberta.

A notícia teve repercussão e inspirou nas redes sociais um pequeno exército de "detetives" para investigar o caso.

Um post na página do Facebook da BBC era particularmente intrigante. Uma mulher chamada Debbie Cocker postou uma fotografia de um homem chamado Earl Roger Curry, no anuário do Ensino Médio, em 1958, nos EUA. A fotografia era de um jovem de 18 anos. Ele parecia com Roger e era da mesma idade.

A fotografia do anuário era da escola Edmonds, no norte de Seattle, no Estado de Washington.
Eu viajei ao encontro de uma mulher, chamada Helen, que cuidava da página na internet da classe de 1958 da escola Edmonds. Seu marido Jim tinha estado na mesma classe que Roger.

    Internautas nos EUA descobriram um 'Roger Curry' em anuário de escola (Foto: BBC)

Tanto Helen quanto Jim acreditavam que aquele jovem no anuário era a mesma pessoa desconhecida no centro de idosos da Inglaterra.

Nas semanas seguintes, eu rastreei Earl Roger Curry nos Estados Unidos até chegar a uma casa em Los Angeles, numa região chamada Whittier. Era um subúrbio americano clássico (o filme De Volta para o Futuro foi filmado ali), e a rua onde eu achava que Roger vivia era habitada pelo que parecia uma respeitável classe média.

Mas a casa de Earl Roger Curry se destacava. Ela tinha sido em parte destruída pelo fogo e abandonada.

Jerry Maiques vive na casa em frente à do velho Curry. Mostrei uma fotografia de Roger tirada na Inglaterra.

"Este é o Roger", disse ele, sem hesitação. "Sem dúvida". Outro vizinho também o reconheceu.

Era o fim de uma busca, mas marcava o início de outra missão - descobrir como Roger foi aparentemente abandonado em outra parte do mundo. Ninguém na localidade imaginaria que ele teria viajado sozinho para a Inglaterra.

Todo mundo com quem falamos tinha apenas coisas boas para falar de Roger. Outra vizinha, Jennifer Apon, disse: "Eu o via ir e vir do trabalho. Ele usava roupa branca, então sabia que era enfermeiro".

Ela gostava de Roger: "Ele parecia um homem de família gentil, e eu tinha uma boa opinião dele".


   A casa dos Currys, em um bairro de Los Angeles, tinha sido parcialmente destruída pelo fogo            (Foto: BBC)

Quanto mais nós conversávamos, mais aprendia sobre ele. Roger era casado e tinha dois filhos adultos, mas problemas e a doença assombravam a família. Além da demência de Roger, sua mulher Mary Jo também não estava bem. O filho Kevin foi cuidador de Roger nos últimos anos, mas há algum tempo não era mais bem-vindo na casa da família.

Zania, a vizinha, descreveu o relacionamento entre Kevin e seus pais como "volátil".

"Você podia ouvi-lo (Kevin) a qualquer hora da noite batendo à porta tentando entrar e gritando palavrões. Temíamos pela segurança da família", ela disse.

Em 2014, a casa deles foi parcialmente destruída pelo fogo e interditada por autoridades locais. Ninguém estava em casa na hora do fogo, e Roger e sua mulher se mudaram - os vizinhos não viram o casal até uma manhã de agosto de 2015.

Pouco depois das 6h desse dia, Jerry viu Roger andando sem rumo atrás da cerca da casa da família. Jerry escalou a cerca e encontrou Marry Jo deitada num colchão inflável no jardim da casa incendiada

Havia uma caixa térmica com comida e água por perto. O casal estava preso atrás de um cercado e não podia sair, então Jerry chamou a polícia.

Descobriram que Kevin trazia comida e era suspeito de trancá-los atrás do portão. Mas Kevin não foi processado. Sua mãe disse à polícia que era sua ideia. Não fizeram mais nada sobre o caso.

    Em uma manhã de agosto de 2016, o vizinho Jerry chamou a polícia após encontrar Marry Jo e           Roger presos em um cercado na casa destruída pelo fogo (Foto: BBC)

Tudo isso aconteceu apenas três meses antes de Roger ter sido encontrado na Ingaterra.

Enquanto eu conversava com Jerry do lado de fora de sua casa, ele notou que Kevin e Mary Jo estacionavam do lado aposto da rua. Ao sair do veículo, Mary Jo nos viu e ficou assustada. Kevin nos encarou e em seguida eles foram embora rapidamente com o carro.

Descobriu-se que Kevin era um sujeito complicado. Uma ordem de restrição tinha sido pedida contra ele pelo pai há 17 anos. Será que Kevin teria abandonado o pai na Inglaterra?

Esse tipo de caso não é inédito nos Estados Unidos. Eles chamam isso de "granny dumping" (algo como "descarte ou abandono da vovó"), que significa abandonar seus parentes idosos em algum local para evitar custos médicos.

Telefonei e escrevi para Kevin. Ele não retornou. Mas consegui encontrar sua irmã, Jeanette, que estava afastada da família há alguns anos.

A mulher de 27 anos ficou chateada quando contei sobre seu pai. Ela não sabia que ele estava na Inglaterra, mas acreditava que Kevin poderia ter feito isso. Sua maior preocupação era que o pai voltasse a Los Angeles. Até onde ela sabia, Roger estava seguro e bem na Inglaterra.


FBI e prisão

De volta ao Reino Unido, as autoridades foram atualizadas dos novos fatos. Em dois dias, um homem foi preso na Inglaterra. Assistentes sociais americanos e o FBI foram incluídos na investigação.

Em julho de 2016, Roger Curry foi levado do local em que viveu por oito meses de volta aos Estados Unidos.

Há poucas semanas, eu voei novamente para Los Angeles.

Roger estava agora vivendo em um centro de idosos a poucos quilômetros de sua antiga residência. Eu entrei no local, mas não o reconheci. Ele parecia descuidado - sem tomar banho e mais magro do que me lembrava. Ele também tinha um corte na cabeça.

Quando o visitei pela segunda vez, ele parecia melhor, com a barba feita e limpo. Mas entrei sem supervisão e não parecia haver nada que impedisse que Roger saísse vagando pela rua.

Ainda não sabia como ele tinha viajado para a Inglaterra, mas acreditava que seu filho Kevin saberia a verdade. Encontrei-o no que restava da casa da família. Primeiro ele se escondeu de mim na propriedade, mas depois concordou em responder minhas perguntas.

Ele me chamou para o lado da cerca para conversar, mas o que me contou, do outro lado da cerca, fazia pouco sentido. Ele negou que tivesse algo a ver com o abandono do pai na Inglaterra. Ele disse que seu pai ficou doente quando a família estava visitando o país de férias e que pediu a alguém para levá-lo ao hospital.

Mas por que ele não tinha tentado encontrar o pai?

Quando emergiu da cerca, ele cobriu o rosto com o casaco. Pedi para entrevistá-lo de forma normal, mas ele passou a me acusar de assediá-lo antes de partir em seu carro - muito devagar, ele parecia não poder ver direito para onde estava indo. Foi a mais estranha das escapadas.

O futuro de Roger está sendo decidido agora pela Justiça americana. Autoridades de Los Angeles assumiram o controle por seus cuidados. Isso foi questionado por Kevin e sua mãe, mas documentos legais mostram que autoridades o acusam de levar Roger ao Reino Unido e abandoná-lo.

Sabemos hoje que os três voaram para o Reino Unido em novembro de 2015, mas apenas dois voltaram para casa. Um idoso vulnerável foi abandonado no exterior pela família.

O mistério foi resolvido. Mas este não é exatamente um final feliz para a história de Roger. Fui embora me perguntando se ele não estaria melhor se sua identidade não fosse descoberta.

Lista pública da Interpol tem 160 brasileiros procurados; Eike entrou em lista fechada Nome do empresário, assim como o do deputado Paulo Maluf, estava em uma lista fechada, só acessada por membros da Interpol.






Brasileiros na lista pública da Interpol (Foto: Editoria de Arte/G1)Por Ana Paula Andreolla*, TV Globo, Brasília

A lista pública da Interpol, que reúne foragidos da Justiça de diversos países, tem 160 brasileiros procurados por autoridades brasileiras e estrangeiras. Ao ter o nome incluído na lista de difusão vermelha, a pessoa pode ser presa por qualquer força policial do país em que esteja.

Na lista pública, há pessoas condenadas ou procuradas por diversos crimes, como uso de documento falso, crimes contra a ordem fiscal, tráfico internacional de drogas, tráfico de pessoas, tortura, homicídio, estupro, entre outros.

A lista de brasileiros procurados, porém, é maior. Isso porque há uma lista fechada, só acessada por membros da Interpol, que reúne outros nomes. É o caso do empresário Eike Batista, que teve o nome incluído na lista de foragidos na quinta-feira (26), dias antes de ser preso ao desembarcar no aeroporto no Rio de Janeiro, vindo de Nova York.

Eike teve a prisão decretada pela Justiça no âmbito da operação Eficiência, que investiga a participação do empresário em um esquema de lavagem de dinheiro desviado de obras públicas e enviado para o exterior. O beneficiário dos recursos enviados para contas em paraísos fiscais seria o ex-governador Sérgio Cabral, segundo as investigações.

A Polícia Federal explicou que o nome do empresário foi incluído na lista privada da difusão vermelha da interpol porque somente foragidos considerados de alta periculosidade são inseridos na lista pública, que todos podem acessar.

A decisão de incluir apenas foragidos considerados de alta periculosidade foi tomada no ano passado pela Polícia Federal. Os nomes de foragidos considerados de baixa periculosidade incluídos antes da decisão continuam aparecendo na lista pública da Interpol.

Outro nome conhecido que está na lista privada é o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). Em 2016, o nome do parlamentar deixou de aparecer na lista pública, mas ele continua como foragido internacional.

Maluf e seu filho, Flávio, foram indiciados por crimes relacionados com o desvio de mais de US$ 11 milhões em fundos públicos brasileiros supostamente transferidos para uma conta em um banco localizado em Nova York. A defesa de Maluf alega que o ex-prefeito não cometeu crimes nos Estados Unidos.

Lista pública

Levantamento do G1 junto aos dados da lista pública da Interpol mostra que a maioria dos brasileiros procurados (28,5%) são acusados ou já foram condenados por crimes relacionados ao tráfico de drogas, nacional e internacional. Em segundo lugar, está o crime de homicídio, pelo qual respondem 18% dos listados.

São 132 homens e 28 mulheres, com idades entre 24 e 87 anos. O mais velho da lista é Antonio Arrechea Andrade, acusado de homicídio, coação e tortura. O tenente-coronel é procurado desde 2012 pela Interpol e acusado no Brasil por crimes cometidos durante a ditadura na Argentina.


Foragido incluído na lista da Interpol é acusado de crimes durante a ditadura argentina (Foto: Reprodução/Interpol)

Entre os procurados também há brasileiros que respondem por crimes cometidos em outros países. São 13 requeridos pela Argentina, 10 pelo Paraguai, sete pelos Estados Unidos, quatro pelo Uruguai e os demais por Costa Rica, Itália, Malásia, Panamá e Suriname. Outros 121 são procurados por autoridades brasileiras.

A lista também inclui o empresário Marcos Agopian, apontado como um dos chefes de uma quadrilha acusada de desvio milionário no INSS. O objetivo do grupo seria conceder auxílios-doença pra quem estava bem de saúde. O caso foi noticiado em 2013 pelo Fantástico.



Empresário é procurado por suspeita de participar de fraude milionária no INSS (Foto: Reprodução/Interpol)

*Colaboraram Rosanne D'Agostino e Thiago Reis, do G1, em São Paulo

Os abrigos para o fim do mundo construídos para os super-ricos. Empresas investem em acomodações que protegem "preparados" que querem escapar com requinte de um potencial apocalipse.


Por BBC


A entrada do bunker de Larry Hall no Kansas é guardada como uma instalação militar (Foto: BBC)

O empresário americano Larry Hall sai do elevador e entra em um dos muitos apartamentos de seu recém-construído empreendimento imobiliário.

O espaço é mobiliado de maneira elegante. Hall diz que a qualidade do acabamento e a atenção aos detalhes têm de ser proporcionais à resposta entusiasmada de seus clientes.
"Tive clientes chorando de emoção quando visitaram", conta ele.

Mas há algo incomum nesses apartamentos. Eles estão muitos metros debaixo da terra, em um silo nuclear obsoleto, no meio do Estado americano do Kansas. Trata-se do Survival Condos. São bunkers de luxo para que, nas palavras de Hall, ricos e super-ricos possam não apenas se proteger em caso de uma hecatombe, mas dar prosseguimento a uma rotina bonne vivant.
"Queremos cuidar da proteção física, mas também do bem-estar mental das pessoas".

Quando alguém se refere a "preparados", pessoas (americanas, sobretudo) que investem tempo e dinheiro tentando não serem pegas de surpresa por alguma catástrofe de proporções globais, a imagem clássica é a de indivíduos solitários, vivendo em condições austeras - pense em um indivíduo usando roupas camufladas e enchendo um porão com enlatados.

Larry Hall investiu dezenas de milhões de dólares no condomínio de luxo (Foto: BBC)

O medo do apocalipse, porém, parece estar chegado às classes mais altas. Pelo menos a julgar por uma série de empreendimentos nos EUA e na Europa voltados a oferecer para super-ricos uma "chance de escapar do fim do mundo". A companhia americana Vivos, por exemplo, especializou-se em adaptar abrigos nucleares subterrâneos da época da Guerra Fria para as necessidades de consumidores em busca de sobrevivência com requinte.

Na Alemanha, a Vivos conta com o Europa One, aproveitando um bunker escavado no interior de uma montanha, que durante a Guerra Fria serviu de depósito de armas e munições do exército soviético. Em vez da aparência austera de instalação militar, o lugar agora conta com 34 aposentos que, segundo a empresa, oferecem proteção contra uma variedade de catástrofes (de desastres nucleares a terremotos). E sem perder o estilo.

Cada aposento tem 2.500m2 de área e poderá ser customizado pelos ocupantes. Nas áres comuns, haverá desde um festival de mimos como bares, restaurantes e canis a serviços como hospital, transporte e segurança. O preço é guardado a sete chaves, até porque os futuros ocupantes serão selecionados através de convites.

Larry Hall, idealizador do Survival Condo (Foto: BBC)

A Survival Condo, também aproveitou um resquício dos tempos em que americanos e russos temiam um holocausto nuclear, e a demanda por "preparados" mais endinheirados.

Embora promova o luxo das instalações de seu prédio de 15 andares, o grande chamariz da Survival Condo para seu condomínio de luxo é a robusteza do prédio, incluindo a redoma da cobertura, resistente a ventos de mais 800km/h, de acordo com a brochura eletrônica no site da empresa.

Quando Hall anunciou o empreendimento, o preço dos apartamentos começava em cerca de R$ 4,5 milhões. Ele diz ter vendido 11 dos 12 apartamentos postos à venda - isso porque uma das unidades é para ele e sua família.

"Muitos clientes não querem que os outros saibam que eles têm um bunker, pois pode provocar a mesma reação do que alguém dizer que viu um disco voador", explica o investidor.

Um dos compradores, porém, falou à New Yorker. O empreendedor imobiliário Tyler Allen pagou US$ 3 milhões por um dos apartamentos. Teme conflitos sociais nos EUA e mesmo um surto do vírus Ebola. "Podem me chamar de maluco, mas estou tomando providências para proteger minha família".

Interior de um dos apartamentos do Survival Condo (Foto: BBC)

Os ataques de 11 de setembro foram uma tragédia em que Hall enxergou uma oportunidade de negócios. Na época da tragédia, ele era um empreendedor digital e diversas empresas buscaram soluções para salvar seus dados em caso de ataque. Hall teve a ideia de criar um centro de processamento de dados que resistisse a ataques nucleares.

Clientes em potencial mostraram interesse pela ideia, que Hall logo ampliou para abrigos para seres humanos. A instalação no Kansas, desativada nos anos 60, era uma escolha óbvia diante do fato de já vir com proteção contra ataques nucleares, algo bastante cômodo diante dos custos assustadores de criação de um projeto do zero.

Hall, segundo estimativas da mídia americana, gastou dezenas de milhões de dólares para equipar o complexo com tudo o que há de mais moderno em termos de conforto e segurança. O prédio, por exemplo, tem capacidade para sobreviver cinco anos sem contato com o mundo exterior.

E um exército particular é a garantia contra potenciais invasões - comunidades de "preparados" acusaram Hall de discriminação e prometeram insurgir contra o condomínio - a Vivos, por sinal, não se esqueceu deste mercado e conta com uma linha de bunkeres "populares", que podem ser instalados até em quintais (parecem mais contêineres que apartamentos de luxo, diga-se de passagem).

Super-ricos criaram nova demanda para serviços "pós-apocalípticos" (Foto: BBC)

Hall conta que clientes deixaram de ver os apartamentos apenas como uma espécie de "seguro de vida" e passaram a usar o complexo como residência de veraneio.

Para os mais claustrofóbicos, uma opção parece ser manter distância dos principais centros de poder. Segundo a New Yorker, super-ricos americanos estão investindo na aquisição de terras na Nova Zelândia e mais de 13 mil cidadãos do país declararam interesse de emigrar junto às autoridade neozelandesas desde a eleição de Donald Trump, como parte de um programa de vistos de residência para investimentos mínimos de US$ 1 milhão. O país é geograficamente isolado o suficiente para acalmar os nervos de quem teme tempos turbulentos.

E outra medida de que super-ricos também contemplam o fim do mundo é que, na mesma reportagem da revista americana, o milionário Steve Huffman, fundador da rede social Reddit, conta ter feito uma cirurgia ocular corretora para sua miopia, em 2015, não por uma questão de estética our praticidade. Huffman crê que uma visão melhor calibrada lhe dará mais chance de sobreviver ao terror.
Em vez de "contêiner reforçado", abrigos requintados contam com o luxo de uma piscina

     (Foto: BBC)

"Se o mundo acabar ou tivermos problemas sérios, conseguir óculos ou lentes de contato será um senhor problema".


      Steve Huffman quer precisar apenas de óculos escuros em caso de emergência (Foto: BBC)

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