quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Os abrigos para o fim do mundo construídos para os super-ricos. Empresas investem em acomodações que protegem "preparados" que querem escapar com requinte de um potencial apocalipse.


Por BBC


A entrada do bunker de Larry Hall no Kansas é guardada como uma instalação militar (Foto: BBC)

O empresário americano Larry Hall sai do elevador e entra em um dos muitos apartamentos de seu recém-construído empreendimento imobiliário.

O espaço é mobiliado de maneira elegante. Hall diz que a qualidade do acabamento e a atenção aos detalhes têm de ser proporcionais à resposta entusiasmada de seus clientes.
"Tive clientes chorando de emoção quando visitaram", conta ele.

Mas há algo incomum nesses apartamentos. Eles estão muitos metros debaixo da terra, em um silo nuclear obsoleto, no meio do Estado americano do Kansas. Trata-se do Survival Condos. São bunkers de luxo para que, nas palavras de Hall, ricos e super-ricos possam não apenas se proteger em caso de uma hecatombe, mas dar prosseguimento a uma rotina bonne vivant.
"Queremos cuidar da proteção física, mas também do bem-estar mental das pessoas".

Quando alguém se refere a "preparados", pessoas (americanas, sobretudo) que investem tempo e dinheiro tentando não serem pegas de surpresa por alguma catástrofe de proporções globais, a imagem clássica é a de indivíduos solitários, vivendo em condições austeras - pense em um indivíduo usando roupas camufladas e enchendo um porão com enlatados.

Larry Hall investiu dezenas de milhões de dólares no condomínio de luxo (Foto: BBC)

O medo do apocalipse, porém, parece estar chegado às classes mais altas. Pelo menos a julgar por uma série de empreendimentos nos EUA e na Europa voltados a oferecer para super-ricos uma "chance de escapar do fim do mundo". A companhia americana Vivos, por exemplo, especializou-se em adaptar abrigos nucleares subterrâneos da época da Guerra Fria para as necessidades de consumidores em busca de sobrevivência com requinte.

Na Alemanha, a Vivos conta com o Europa One, aproveitando um bunker escavado no interior de uma montanha, que durante a Guerra Fria serviu de depósito de armas e munições do exército soviético. Em vez da aparência austera de instalação militar, o lugar agora conta com 34 aposentos que, segundo a empresa, oferecem proteção contra uma variedade de catástrofes (de desastres nucleares a terremotos). E sem perder o estilo.

Cada aposento tem 2.500m2 de área e poderá ser customizado pelos ocupantes. Nas áres comuns, haverá desde um festival de mimos como bares, restaurantes e canis a serviços como hospital, transporte e segurança. O preço é guardado a sete chaves, até porque os futuros ocupantes serão selecionados através de convites.

Larry Hall, idealizador do Survival Condo (Foto: BBC)

A Survival Condo, também aproveitou um resquício dos tempos em que americanos e russos temiam um holocausto nuclear, e a demanda por "preparados" mais endinheirados.

Embora promova o luxo das instalações de seu prédio de 15 andares, o grande chamariz da Survival Condo para seu condomínio de luxo é a robusteza do prédio, incluindo a redoma da cobertura, resistente a ventos de mais 800km/h, de acordo com a brochura eletrônica no site da empresa.

Quando Hall anunciou o empreendimento, o preço dos apartamentos começava em cerca de R$ 4,5 milhões. Ele diz ter vendido 11 dos 12 apartamentos postos à venda - isso porque uma das unidades é para ele e sua família.

"Muitos clientes não querem que os outros saibam que eles têm um bunker, pois pode provocar a mesma reação do que alguém dizer que viu um disco voador", explica o investidor.

Um dos compradores, porém, falou à New Yorker. O empreendedor imobiliário Tyler Allen pagou US$ 3 milhões por um dos apartamentos. Teme conflitos sociais nos EUA e mesmo um surto do vírus Ebola. "Podem me chamar de maluco, mas estou tomando providências para proteger minha família".

Interior de um dos apartamentos do Survival Condo (Foto: BBC)

Os ataques de 11 de setembro foram uma tragédia em que Hall enxergou uma oportunidade de negócios. Na época da tragédia, ele era um empreendedor digital e diversas empresas buscaram soluções para salvar seus dados em caso de ataque. Hall teve a ideia de criar um centro de processamento de dados que resistisse a ataques nucleares.

Clientes em potencial mostraram interesse pela ideia, que Hall logo ampliou para abrigos para seres humanos. A instalação no Kansas, desativada nos anos 60, era uma escolha óbvia diante do fato de já vir com proteção contra ataques nucleares, algo bastante cômodo diante dos custos assustadores de criação de um projeto do zero.

Hall, segundo estimativas da mídia americana, gastou dezenas de milhões de dólares para equipar o complexo com tudo o que há de mais moderno em termos de conforto e segurança. O prédio, por exemplo, tem capacidade para sobreviver cinco anos sem contato com o mundo exterior.

E um exército particular é a garantia contra potenciais invasões - comunidades de "preparados" acusaram Hall de discriminação e prometeram insurgir contra o condomínio - a Vivos, por sinal, não se esqueceu deste mercado e conta com uma linha de bunkeres "populares", que podem ser instalados até em quintais (parecem mais contêineres que apartamentos de luxo, diga-se de passagem).

Super-ricos criaram nova demanda para serviços "pós-apocalípticos" (Foto: BBC)

Hall conta que clientes deixaram de ver os apartamentos apenas como uma espécie de "seguro de vida" e passaram a usar o complexo como residência de veraneio.

Para os mais claustrofóbicos, uma opção parece ser manter distância dos principais centros de poder. Segundo a New Yorker, super-ricos americanos estão investindo na aquisição de terras na Nova Zelândia e mais de 13 mil cidadãos do país declararam interesse de emigrar junto às autoridade neozelandesas desde a eleição de Donald Trump, como parte de um programa de vistos de residência para investimentos mínimos de US$ 1 milhão. O país é geograficamente isolado o suficiente para acalmar os nervos de quem teme tempos turbulentos.

E outra medida de que super-ricos também contemplam o fim do mundo é que, na mesma reportagem da revista americana, o milionário Steve Huffman, fundador da rede social Reddit, conta ter feito uma cirurgia ocular corretora para sua miopia, em 2015, não por uma questão de estética our praticidade. Huffman crê que uma visão melhor calibrada lhe dará mais chance de sobreviver ao terror.
Em vez de "contêiner reforçado", abrigos requintados contam com o luxo de uma piscina

     (Foto: BBC)

"Se o mundo acabar ou tivermos problemas sérios, conseguir óculos ou lentes de contato será um senhor problema".


      Steve Huffman quer precisar apenas de óculos escuros em caso de emergência (Foto: BBC)

ESTADOS UNIDOS

Menina pode ser a primeira pessoa do sexo feminino com ‘doença do homem-árvore’. Sahana Khatun, de dez anos, começou a apresentar verrugas parecidas com cascas que se espalharam por seu rosto.


Por BBC


Sahana Khatun, de dez anos, começou a apresentar verrugas parecidas com cascas que se espalharam por seu rosto (Foto: AFP)

Quando uma verruga parecida com uma casca apareceu no rosto de Sahana Khatun, de dez anos, há quatro meses, o pai da menina não se preocupou muito.

Mas, depois que mais verrugas semelhantes começaram a se espalhar pelo rosto dela, a família ficou alarmada e viajou do vilarejo no sul de Bangladesh até a capital, Daca, para uma consulta médica.

Agora os especialistas temem que Sahana seja a primeira pessoa do sexo feminino a ser diagnosticada com epidermodisplasia verruciforme, mais conhecida como "doença do homem-árvore".

Se este for mesmo o diagnóstico, ela entra para o minúsculo grupo de pessoas no mundo todo, todos homens, que sofrem com esta doença.

A epidermodisplasia verruciforme é uma doença genética rara que resulta em em enormes verrugas em forma de casca que afetam principalmente as mãos e os pés.

Menos agressiva?

Os médicos ainda estão fazendo exames para saber de Sahana tem mesmo a "doença do homem-árvore".

No entanto, o pai da menina, Mohammad Shahjahan, está muito preocupado.

Sahana e seu pai, Mohammed Shahjahan foram para Daca, em busca de um tratamento para o problema da menina (Foto: AFP)

"Somos muito pobres. Minha filha perdeu a mãe quando tinha apenas seis anos. Eu realmente espero que os médicos retirem as cascas do belo rosto da minha filha", disse Shahjahan à agência de notícias AFP.

Uma das poucas pessoas do mundo que sofrem com a epidermodisplasia verruciforme também é de Bangladesh.

Abul Bajandar, um pai de família de 27 anos, não conseguia sequer tocar a esposa e o filho nos últimos dez anos.

As mãos dele estavam cobertas por deformidades e cascas que cresceram e chegaram a pesar cinco quilos. As verrugas em forma de cascas também atingiram suas pernas e ele ficou com a aparência de uma árvore.

Bajandar foi o primeiro bengali a ser diagnosticado com a doença no ano passado.

Ele já passou por 16 cirurgias no Hospital Universitário de Daca para poder usar as mãos de novo.

Bajandar teve que abandonar o trabalho como motorista. Ele disse ao jornal local The Daily Star que as verrugas começaram a aparecer quando ele tinha 15 anos, mas "cresceram muito rápido" nos últimos anos causando dor intensa ao mover pés e mãos.

No mês passado os médicos do hospital universitário disseram que ele poderá em breve deixar a internação.

No começo do ano passado Abul Bajandar estava sofrendo com a doença (na foto à esq.) mas agora ele está se recuperando e já pode segurar o filho no colo (Foto: AFP)

A equipe médica espera agora que Sahana tenha uma forma menos agressiva da doença e consiga se recuperar mais rapidamente do que Bajandar.

BANGLADESH

Criminosos não são humanos, afirma ministro da Justiça filipino. Anistia Internacional acusa polícia do país de crimes contra a humanidade pela morte de supostos traficantes e dependentes de droga

Por France Presse


O ministro da Justiça das Filipinas, Vitaliano Aguirre, em Manila (Foto: Alexis Nueva Espana/Senate Photo Bureau / AFP )

O ministro da Justiça filipino disse que os criminosos não são humanos, em reação a um relatório da Anistia Internacional que acusou a polícia de crimes contra a humanidade por ter matado milhares de traficantes ou consumidores de drogas.

No texto publicado nesta quarta-feira (1), a Anistia Internacional acusou a polícia filipina de ter matado ou ordenado a morte de supostos delinquentes como parte da guerra contra as drogas do presidente Rodrigo Duterte e considerou que esses assassinatos podem se equiparar a crimes contra a humanidade.

O ministro da Justiça defendeu a política do governo, negando o status de humanos aos abatidos pela polícia: "Os criminosos, os barões da droga, os narcotraficantes não são a humanidade", disse o ministro Vitaliano Aguirre.

"Em outras palavras, como é possível que, quando a guerra é dirigida apenas contra os barões da droga, os viciados em drogas, os traficantes, os considerem (parte da) humanidade? Eu não", declarou.

Vítimas de oito anos


A Anistia acusa os policiais de uma série de crimes, como matar pessoas indefesas, forjar provas, pagar assassinos para eliminar os viciados em drogas ou roubar as vítimas.

A ONG acrescenta que os comandos policiais pagam aos agentes para matar e afirma ter encontrado vítimas muito jovens, algumas de oito anos.

Desde a posse de Duterte, em junho, a polícia anunciou ter matado 2.555 pessoas e outras 4.000 morreram em circunstâncias inexplicáveis, segundo números oficiais.

No passado, Duterte fez comentários similares aos de seu ministro da Justiça, pedindo que os policiais matassem os dependentes de drogas e os narcotraficantes.

Nesta quarta-feira, a polícia e a presidência publicaram comunicados nos quais rejeitam vários aspectos do relatório da Anistia. A polícia "sempre respeitou e fez os direitos humanos serem respeitados", afirma.

O chefe da polícia nacional, Ronald Dela Rosa, nega que os oficiais recebam prêmios para matar supostos traficantes de drogas. Declarou que apenas 2% dos policiais são corruptos.

Mas o presidente Duterte havia dito na segunda-feira que a polícia era "corrupta até a medula" e ordenou que parasse com todas as atividades relacionadas à luta antidrogas, em benefício de um papel mais destacado do exército.

Centrista Macron é favorito para vencer eleição presidencial da França, diz pesquisa. Seu rival conservador François Fillon sofre as consequência de um escândalo.

Por Reuters


Pesquisa mostra Emmanuel Macron como favorito para eleições (Foto: Christian Hartmann/Reuters)

O candidato independente Emmanuel Macron, de centro, é o mais provável vencedor da acirrada eleição presidencial francesa deste ano, de acordo com projeções de uma pesquisa de opinião publicada nesta quarta-feira (1º), enquanto seu rival conservador François Fillon sofre as consequência de um escândalo.

A pesquisa do instituto Elabe para o jornal Les Echos, realizada em 30 e 31 de janeiro, mostrou um aumento nas intenções de votos tanto para Macron como para a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, da extrema-direita. Fillon, candidato conservador pelos Republicanos e favorito à vitória até semana passada, não chegaria ao segundo turno.

O Elabe tinha dois cenários de votação que variavam de acordo com permanência de outros candidatos.

As intenções de voto no primeiro turno para Macron não mudaram ou subiram um ponto percentual, para 22-23 %, dependendo do cenário. O resultado de Le Pen no primeiro turno subiu 3 pontos, para 26-27 %.

O resultado de Fillon caiu para entre 5 e 6 pontos, para 19-20%. A pesquisa foi conduzida dias após o surgimento de uma denúncia segundo a qual a esposa de Fillon recebeu dinheiro público para trabalhos falsos, o que abalou a campanha presidencial do conservador. Esses resultados eliminariam Fillon do segundo turno.

Segundo a pesquisa, Macron venceria Le Pen no segundo turno em 7 de maio, com 65 % dos votos. Caso Fillon chegue ao segundo turno, ele também venceria Le Pen, mas por uma margem menor, com 59 por cento, segundo a pesquisa.

Imagens do dia 1º de fevereiro de 2017


Por Fábio Tito e Marcelo Brandt, G1



(Foto: Jane Barlow/PA/AP)

Membros do Esquadrão Jarl fantasiados como vikings levam tochas durante apresentação no festival viking Up Helly Aa, em Lerwick, nas Ilhas Shetland (Escócia), na noite de terça-feira (31)



(Foto: Massoud Hossaini/AP)

Alunas imitam os movimentos da professora Sima Azimi, de 20 anos, durante treino de artes marciais no topo de um monte coberto de neve em Cabul, no Afeganistão. A jovem professora tem dado aulas com o intuito de treinar meninas para competir nas Olimpíadas, e também para se defenderem de abusos nas ruas da cidade















(Foto: Ramon Espinosa/AP)

As boxeadoras cubanas Idamerys Moreno e Legnis Cala treinam à beira-mar durante o entardecer em Havana. As duas fazem parte de um grupo de mulheres que busca apoio do governo para treinar competitivamente, lutando contra o machismo da ilha


Foto: Reuters/Stringer)

Artistas locais criam uma enorme chuva de prata usando ferro derretido dirante evento celebrando o Ano Novo Lunar em Anyang, na província de Henan, na China



(Foto: Lakruwan Wanniarachchi/AFP)

Militares do Sri Lanka conversam enquanto aguardam para participar de um ensaio de desfile para o Dia da Independência do país em Colombo



(Foto: Reuters/Prensa Municipio Adolfo Alsina)

Argentina bate recorde mundial de mais pessoas boiando de mãos dadas. 


(Foto: Andy Wong/AP)

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