Por que a Economist defende a eleição de Aécio e a saída de Dilma
JOSÉ FUCS
16/10/2014
Não é de estranhar que a revista britânica The Economist, a bíblia econômica de empresários e investidores globais, tenha defendido a eleição de Aécio Neves, candidato do PSDB, em sua nova edição, que circula a partir de hoje no mundo inteiro. Numa reportagem de capa ilustrada pela cantora e atriz Carmem Miranda com um ar desapontado, e num editorial intitulado Por que o Brasil precisa mudar, a Economist, diz que os eleitores do país deveriam abandonarDilma Rousseff e eleger Aécio Neves à Presidência da República.
A posição da Economist reflete, em boa medida, a perda de credibilidade do Brasil no exterior, depois de um período em que a mídia estrangeira adotou uma atitude de deslumbrando com o governo Lula, o metalúrgico pobre que virou presidente e conquistou corações e mentes de todas as colorações ideológicas pelo mundo afora. Com a paradeira atual da economia, a perda de confiança dos empresários no governo, a mudança de regras no meio do jogo, o intervencionismo excessivo no mercado e um voluntarismo capaz de assustar o grande capital e os investidores internacionais, o governo perdeu a capacidade de colocar o Brasil de volta nos trilhos. "A maior ameaça aos programas sociais no país é a forma como o PT hoje conduz a economia", diz o texto da Economist. "O Brasil precisa de crescimento e de um governo melhor. Aécio é quem tem mais condições de fazê-lo.”
Depois de ter publicado uma capa sobre o país com o Cristo Redentor decolando rumo ao espaço sideral, em 2009, a revista adotou uma posição mais crítica em relação ao Brasil. No início do ano passado, ela voltou a publicar uma capa sobre o país, desta vez ilustrada pelo mesmo Cristo Redentor, só que, desta vez, o Cristo fazia uma curva no céu em direção ao solo, simbolizando a queda dramática do crescimento ocorrida no governo, conforme reportagem publicada por ÉPOCA. Em dezembro de 2012, aEconomist ampliou as críticas, ao pedir a demissão do ministro Guido Mantega, da Fazenda, por sua gestão incompetente da política econômica do país, provocando arroubos nacionalistas de Dilma e da tropa de choque do PT. Agora, a revista volta à carga, defendendo que os eleitores defenestrem a própria Dilma nas urnas.