quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Compartilhar dados de eleitores 'não é aceitável', diz presidente do TSE

07/08/2013 17h18 - Atualizado em 07/08/2013 17h29


Acordo prevê repasse à Serasa de situação eleitoral e nome da mãe.
Cármen Lúcia diz que Corregedoria é 'séria', mas pode ter se precipitado.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília

A ministra Cármen Lúcia em sessão do TSE nesta terça (6) (Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE)A ministra Cármen Lúcia em sessão do TSE nesta
terça (6) (Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE)
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta quarta-feira (7) que o compartilhamento de informações de eleitores "não é aceitável". Em julho, o tribunal assinou convênio com a empresa Serasa para disponibilizar dados cadastrais de eleitores, mas informou quenenhuma informação foi repassada porque o acordo não foi efetivado.
O tema está sob análise da Corregedoria do TSE, comandada pela ministra Laurita Vaz. O acordo foi assinado pelo diretor-geral quando a corregedora era Nancy Andrighi.
"Compartilhamento de informações nós não aceitamos de jeito nenhum, nem para fins judiciais, às vezes, que não sejam explicados. Mas, realmente, isso não é aceitável", disse Cármen Lúcia no intervalo da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta.
Mais cedo, Cármen Lúcia defendeu a suspensão do acordo com a Serasa e que o plenário do tribunal deveria decidir sobre o assunto. Por meio da assessoria, ela afirmou que não havia sido informada sobre o convênio porque a Corregedoria tem total autonomia na gerência dos dados do cadastro eleitoral.
Eu nem sei o que aconteceu. Como eu disse, não posso dizer nada. Mas a Corregedoria é um órgão sério e eu não imagino nenhuma irregularidade. Imagino que deva ter sido feito um estudo e eles se precipitaram talvez"
Cármen Lúcia,
presidente do TSE
No Supremo, a ministra disse que a corregedoria é "órgão sério", mas pode ter se precipitado. "Eu nem sei o que aconteceu. Como eu disse, não posso dizer nada. Mas a Corregedoria é um órgão sério e eu não imagino nenhuma irregularidade. Imagino que deva ter sido feito um estudo e eles se precipitaram talvez."
Cármen voltou a afirmar que sugeriu a suspensão do acordo, mas que a decisão é de Laurita Vaz. "A ministra Laurita me disse que iria lá para verificar. Ela me garantiu que não houve, não se iniciou a execução do contrato e eu sugeri que se suspendesse até que o plenário verifique o caso. Vamos ver até o final do dia."
Há expectativa de que a ministra tome decisão sobre a suspensão do convênio ainda nesta quarta.
O acordo
O TSE fechou acordo com a Serasa para repassar  nome do eleitor, número e situação da inscrição eleitoral, além de eventuais óbitos. Também prevê validação do nome da mãe e data de nascimento. O convênio foi publicado no "Diário Oficial da União" do dia 23 de julho.

A assinatura do acordo entre TSE e Serasa foi divulgada nesta quarta-feira (7) em reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo".
Em troca do acesso às informações, a Serasadeve fornecer ao TSE 1.000 certificados digitais, ferramenta que permite a usuários cadastrados consultar o teor de processos judiciais. Ele funciona como um CPF eletrônico para confirmação da identidade da pessoa. A Serasa é uma das empresas autorizadas pelo governo a emitir a certificação digital
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Roberto Gurgel pede cassação do mandato de Roseana Sarney

Edição do dia 07/08/2013

O pedido do procurador-geral da República também vale para o vice-governador, Washington Oliveira, do PT.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu nesta quarta-feira (7) a cassação do mandato da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do PMDB. O Tribunal Superior Eleitoral tem que examinar o pedido.
O pedido do procurador-geral da República também vale para o vice-governador, Washington Oliveira, do PT.
A eleição de Roseana Sarney ao governo em 2010 foi contestada na Justiça Eleitoral por suspeita de abuso de poder econômico e de autoridade.
Segundo o procurador, foram firmados convênios de caráter eleitoreiro, com a intenção de garantir alianças políticas.
Outra suposta irregularidade apontada pelo Ministério Público foi a distribuição gratuita de bens por meio de programa social, em ano de eleição. A decisão será do plenário do Tribunal Superior Eleitoral.
Em nota, a governadora disse que não conhece o teor do parecer do procurador-geral da República.
by G1

Milagre no TCU: 24 meses depois de ter festejado o 64º aniversário, o ministro vai comemorar a chegada aos 64 anos

07/08/2013
 às 19:50 \ Direto ao Ponto


Carreiro, aos 65 anos, em março de 2013, e aos 63 anos, em julho de 2013
Para aparentarem algumas horas a menos, os pais-da-pátria baseados em Brasília recorrem a incontáveis aplicações de botox e muitos tonéis de tintura preto-graúna. Para ficar 24 meses mais novo, o maranhense Raimundo Carreiro, ministro do Tribunal de Contas da União, precisou apenas de uma certidão de batismo da Paróquia de São Domingos do Azeitão. O documento informou que o mais ilustre filho do lugar nasceu não em 6 de setembro de 1946, mas em 6 de setembro de 1948.
Avalizada pelo juiz da comarca de São Raimundo das Mangabeiras, onde Carreiro foi criado e se elegeu vereador, a papelada rejuvenescedora fundamentou a ação encaminhada ao Tribunal de Justiça do Maranhão para oficializar a cirurgia no calendário gregoriano. Em junho passado, a decisão favorável permitiu ao requerente protagonizar um genuíno milagre brasileiro: daqui a quatro semanas, dois anos depois de ter comemorado o 64º aniversário, Raimundo Carreiro vai festejar de novo a chegada aos 64.
Até 2008, quando se aposentou do cargo de secretário-geral da Mesa do Senado, emprego que ganhou do padrinho José Sarney, ele parecia satisfeito com a idade que dizia terEngano, garantiu em entrevista aoEstadão. “Não alterei a data antes por falta de tempo e dinheiro”, alegou. Conseguiu o que faltava só depois de presenteado ─ por Sarney, naturalmente ─ com a vaga no TCU. Neste começo de agosto, tanto a direção do Senado quanto a presidência do tribunal comunicaram à nação que o caso se encerrou com os argumentos apresentados por Carreiro.
São justificativas menos convincentes que previsões de Guido Mantega. Até os gramados da Praça dos Três Poderes sabem que no Congresso e no TCU há mais dias de descanso do que de trabalho. E, se faltava dinheiro quando recebia os R$ 44 mil brutos pagos mensalmente ao secretário-geral do Senado, o que fez para bancar a nova certidão com o salário de R$ 26,6 mil que recebe um ministro? A elucidação do claro enigma nada tem a ver com muito trabalho e pouca renda. O afilhado de Sarney decidiu remoçar  para adiar a aposentadoria compulsória prevista para 2016 e, beneficiado pelo critério de antiguidade, presidir o TCU no biênio 2017/18.
A perspectiva é pouco animadora. Se faz o que fez com as contas que medem a própria vida, é bom nem pensar no que o ministro é capaz de fazer com as outras. Oremos.

O Butantã das 21 horas

TER, 06 DE AGOSTO DE 2013 

por Angela Dutra de Menezes


Ana Maria Ramalho e seus docinhos são testemunhas: desisti de assistir a novela “Amor à vida” por me bastarem os canalhas da vida real. Não preciso perder parte das noites com mais baixarias.
Acontece que, na sexta-feira passada – ou terá sido quinta? –, resolvi jantar quando o Telejornal terminou e não troquei de canal, como faço diariamente. Gastei na cozinha tempo suficiente para colocar no micro-ondas minha agradável refeição de poucas calorias. Não entrarei em detalhes, prefiro poupar o distinto público. Voltando ao que interessa, quando retornei ao meu escritório carregando a bandeja, dei de cara com o Antônio Fagundes recitando um texto de tanta, mas tanta agressividade, tanta falta de respeito, tanto desamor ao filho, tudo tão horrível que – acreditem, é raro, mas acontece – perdi a fome.
Não pude suportar. Peguei o controle remoto e despachei aquela cena dantesca de dentro da minha casa. Já que estava em estado de choque, aproveitei a descarga de adrenalina para assistir um suave filme de vampiros sangrentos. Prefiro mil vezes os vampiros àquele pai ensandecido, gritando barbaridades para um filho adulto e indefeso. Não espanta que a personagem de Mateus Solano seja psicopata. O que menos surpreende no Félix - que, felizmente, desistiu de salgar a Santa Ceia - é a homossexualidade. Afinal, na minha modesta opinião, nasce-se homo ou hétero, destino decidido quando Deus joga dados com o universo.  Ao menos para mim, a sexualidade alheia não faz a menor diferença. Afinal, homos e héteros são igualmente bons ou maus seres humanos. Eu gosto das pessoas boas. E o prazer delas não é problema meu.
Desvio-me do assunto. Queria somente afirmar que a personagem de Mateus Solano é como é – cruel, mentiroso, fofoqueiro, invejoso, desonesto, crápula – por ter o pai que tem. Ninguém, educado pela víbora do médico vivido por Antônio Fagundes, conseguiria manter o caráter íntegro. Gente, é inacreditável. Mas a personagem do Fagundes, que massacrou o filho por não concordar com a sua vida sexual é, ele mesmo, o pai do próprio neto. Relacionou-se com uma prostituta a quem engravidou e, depois, casou-a com o filho. Assim, em sua cabeça doente, provou a macheza do herdeiro.
A Susana Vieira, que representa a mulher do Antônio Fagundes, apresenta-se como uma perua bem intencionada. Até certo ponto. O Mateus Solano, que o Fagundes pensa ser seu filho, é, na verdade, filho de um médico ou advogado, sei lá, que também trabalha no hospital maluco onde doutores e enfermeiros roubam crianças e trocam exames de sangue com a mesma desenvoltura com que nós bebemos água.
A outra filha do casal, a Paola Oliveira, é filha apenas do Fagundes, que destruiu a vida da mãe dela. Para se vingar, mais de vinte anos depois, a Vanessa Giácomo - no papel de uma sobrinha periguete da infeliz senhora paraplégica, encarnada pela Lúcia Veríssimo - infiltra-se na família Khoury, torna-se amante do Fagundes-patriraca-Khoury e dá o golpe para herdar o hospital, que não é psiquiátrico apesar de só abrigar loucos. Detalhe: a abnegada Susana Vieira criou a Paola de Oliveira como sua filha por saber que o corno do marido não desconfia que o  filho dele não é dele.
Para quem supõe que tanta calamidade é suficiente, tem mais. A Elizabeth Savalla cafetina a própria filha, a hilária Tatá Werneck. Não passa um capítulo sem a Savalla inventar um plano mirabolante, que expõe a moça a situações vexatórias, mas, talvez, faça-a conseguir um homem rico. Quando deixa a menina em paz, Savalla gasta o seu tempo com o médico/advogado - o tal, pai do Mateus Solano. Este senhor, riquíssimo, sofreu um acidente de carro e perdeu a memória. Só que a memória voltou e ele continua, numa boa, dividindo-se entre a personalidade de milionário e a de vendedor de cachorro-quente. Descobriu que a vida dupla o faz feliz. Danem-se os sentimentos dos outros.
Poderia me alongar, mas não há espaço. Encerro com o casal gay representado pelo Thiago Fragoso e o Marcello Antony. Na luta para terem um filho, pensam em barriga de aluguel. Até que a amiga Daniela Winits – nem em novela essa moça perde a mania de engravidar - se oferece em sacrifício.  Mas, quando o bebe nascer, ela não o entregará aos pais e ainda levará, de troco, um dos companheiros felizes. Disse que acabei? Ah, como sou modesta. Esqueci do trio Fernanda Machado& Ricardo Tozzi& Marina Ruy Barbosa.  Para não escapar do climão pré-apocalipse de “Amor à vida”, a personagem de Fernanda arma para cima da super rica Marina, que sofre de câncer terminal – linda menina, fez muito bem em se recusar a raspar a belíssima cabeleira apenas para satisfazer o ego do autor. Já que a mocinha vai morrer, sua pseudo amiga dá um jeito de casá-la com a personagem de Tozzi. Na verdade, namorado da personagem da Fernanda. Assim, ambos, Machado&Tozzi,  herdarão a fortuna da Ruy Barbosa quando ela bater as botas. Aliás, no capítulo de ontem, parte desta armação começou a ser desmascarada. Só pode haver mais malandragem pela frente. Parece que vamos ter sessões-espiritismo e o fantasma da Marina Ruy Barbosa não deixará o casal de picaretas em paz.
Realmente, uma novela que começa com o cantor Daniel assassinando uma linda música do Gonzaguinha, só podia acabar no Butantã.
Ah, meu Deus, será que cumpri direitinho a missão impossível de explicar a edificante história de “Horror à vida”?

Angela Dutra de Menezes é escritora e jornalista

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Chegou ao fim neste domingo, 4 de agosto, a 19ª edição do Foro de São Paulo, evento que reuniu cerca de 300 representantes de partidos e organizações políticas ligadas a centro-esquerda burguesa de 39 países da América Latina e Caribe.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Acusado pela direita de ser “antro do comunismo mundial”, Foro de São Paulo demonstrou que não passa de um instrumento dos governos da centro-esquerda burguesa!



Por Liga Bolchevique Internacionalista

Chegou ao fim neste domingo, 4 de agosto, a 19ª edição do Foro de São Paulo, evento que reuniu cerca de 300 representantes de partidos e organizações políticas ligadas a centro-esquerda burguesa de 39 países da América Latina e Caribe.

Tendo o PT como anfitrião, o Foro foi literalmente atacado pela extrema-direita, com um grupo de 20 nazi-fascistas protestando contra sua realização, chegando mesmo a ameaçar a integridade física de seus participantes quando atacaram um restaurante em que estavam se alimentando delegações do evento.

O fascistizóide Olavo de Carvalho lançou suas diabrites contra o que chamou do “antro do comunismo mundial”.

O grosso da burguesia latino-americana e sua mídia, entretanto, tratou o Foro com mais “serenidade” até porque a classe dominante sabe que “a seu modo” os governos da centro-esquerda cujos partidos participaram da atividade gerenciam o Estado burguês defendendo os interesses do grande capital, ainda que com suas políticas tenham em muitas vezes fricções com o imperialismo ianque.

São justamente estes conflitos com o “amo do norte” e a aproximação econômica com destes países com os BRICs, além do controle que seus governos têm do movimento operário, que fazem destas gerências um “contraponto” político às gestões tradicionais, ainda que estejam plenamente inseridas no leque de opções que têm na manga a burguesia mundial.

O Foro foi convocado pela primeira vez no ano de 90, em São Paulo, pelo PT do Brasil e o PC cubano com o nome original de “Encontro dos Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe”.

Já no I Encontro, sob o impacto da queda do Muro de Berlim, a resolução aprovada afirmava o caráter do Foro, através do reconhecimento da democracia burguesa como “valor universal”, uma adesão explícita à falácia imperialista de encobrir a ditadura do capital sobre os trabalhadores.

Na declaração do II Encontro realizado no México, que sintomaticamente mudou o nome da atividade para Foro de São Paulo, essa política ficou ainda mais clara, aprovando que “no âmbito econômico trata-se de que a organização democrática da sociedade defina as funções do mercado e a participação do Estado na vida econômica”! Passados 23 anos de sua fundação, hoje o PCdoB faz um balanço 19ª edição do Foro declarando “a resolução política aprovada pelo encontro assinala que ‘a influência positiva do Foro de São Paulo deve-se, entre outros motivos, à nossa diversidade e à nossa pluralidade interna, e é parte importante do processo de mudança em curso na América Latina e no Caribe’.

Efetivamente, superando esquematismos e sectarismos, prevalece no Foro de São Paulo o espírito de unidade, vinculado a uma metodologia democrática com institucionalidade amadurecida.

O Foro de São Paulo, surgido em 1990, no auge da ofensiva conservadora e neoliberal, desempenhou um papel significativo para impulsionar as forças de esquerda que hoje se encontram à frente de governos democráticos e progressistas em vários países da região e avançam no quadro das políticas com sentido democrático, patriótico e social que estão sendo aplicadas.

O 19º Encontro do Foro de São Paulo reafirmou seus princípios e bandeiras de luta relacionados com o aprofundamento da integração regional justa, soberana e equitativa, com a consolidação dos mecanismos já existentes, como a União de Nações Sul-americanas (Unasul), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Alternativa Bolivariana para os povos da Nossa América (Alba), a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), entre muitos outros”.


Na verdade, o Foro assim como os organismos governamentais que a centro-esquerda impulsionou nos últimos anos, se constituem como um cinturão político que exerce o papel de árbitro dos conflitos, que não questiona seriamente as ordens do imperialismo ianque, como vimos em Honduras e no Paraguay, mas ao mesmo tempo se apresenta formalmente como alternativa a desmoralizada OEA.

Eles consistem em uma tentativa dos governos burgueses latino-americanos e caribenhos de negociarem com o imperialismo ianque e europeu melhores condições para suas classes dominantes nativas, na qualidade de sócias menores, terem acesso a uma fatia do mercado mundial, incrementando a exploração de seus trabalhadores.

Apesar da retórica nacionalista, da defesa da “soberania continental”, se pretendem estabelecer um pacto com o grande capital internacional.

O objetivo da criação de blocos econômicos e tratados como a CELAC, ALBA, Unasul ou Mercosul não se constituem, mesmo do ponto de vista burguês, na defesa dos interesses econômicos nacionais de cada país visando um desenvolvimento não tutelado pelos monopólios estrangeiros.

Os interesses econômicos que dão alicerce a estes organismos e que o Foro representa são associações das empresas nativas aos dos monopólios imperialistas, que através desta fórmula, teriam maior penetração na região, sem o temor de “nacionalizações” e serviriam inclusive para impulsionar o processo de restauração capitalista em Cuba.

Traduzindo, visam estabilizar a região para garantir mais lucros as empresas transnacionais e seus sócios nativos, além de catapultar obras que favoreçam estes conglomerados, como ferrovias, rodovias, pontes e linhas de transmissão.

O modelo de extração de petróleo na Bacia do Orinoco entre a Chevron/Texaco e a PDVSA promovido pelo governo Chávez foi uma expressão concreta dessa política agora reproduzida pelo governo de Cristina Kirchner na Argentina.

Já o PCB analisou que “Tentando afirmar o Foro como braço regional do neodesenvolvimentismo brasileiro, o PT passa a privilegiar os processos eleitorais em detrimento das lutas de massas, procurando em cada país contribuir política e materialmente para a eleição de governos alinhados com a hegemonia brasileira. Isto significou a descaracterização do Foro de São Paulo, nascido como uma articulação anti-imperialista com caráter anticapitalista.

Nessa guinada, gradativamente foi sendo anulado o protagonismo de organizações revolucionárias e privilegiou-se uma ampliação quantitativa, heterogênea, policlassista, com ênfase em partidos socialdemocratas e social-liberais, chegando ao ponto de o Foro ser integrado hoje por partidos antagônicos e adversários em seus países.

O papel principal passou a ser dos partidos que participam de governos e os que podem se tornar governo, o que significa garantia de contratos para empresas brasileiras.

Uma vez tendo se fortalecido na América Latina, o Foro de São Paulo agora tem o objetivo de se internacionalizar como uma alternativa mundial reformista, inclusive em contraposição ao movimento comunista internacional”.

Depois de fantasiar sobre o caráter “original” do Foro, o PCB não denuncia o fundamental, ou seja, não houve uma descaracterização do Encontro pelo PT, já que o stalinismo (“movimento comunista internacional”), sócio da iniciativa desde o começo apoiou e apóia justamente este processo de integração a democracia dos ricos e ao Estado burguês levado a cabo pelo reformismo, processo que se aprofundou após a queda da URSS e do Muro de Berlim (89-91), não por acaso quando foi criado o Foro.

A própria crise do PCB neste período foi produto desse processo.

Um dos destaques do Foro, foi o apoio unânime ao chamado “processo de paz” na Colômbia, saudado desde a “direita” do Encontro até sua “esquerda”.

As “negociações de paz” entre as FARC e o governo Manuel Santos, saudadas pela esquerda reformista nacional e internacional como um grande avanço, mostraram sua real face macabra desde que começaram: mais de 100 guerrilheiros mortos desde o início de setembro de 2012.

As Forças Armadas do país também prenderam 90 guerrilheiros e outros 30 se desmobilizaram. Em meio aos “diálogos” o governo anunciou novos investimentos no combate às FARC, tanto que a proposta de formalizar um cessar-fogo durante as “negociações” foi rechaçada pelo presidente colombiano, que rejeitou essa possibilidade veementemente.

Como observamos, trata-se de uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha, como a LBI já denunciava quase isoladamente quando se anunciou o acordo costurado por Chávez e Fidel entre a guerrilha e o governo capacho do imperialismo ianque.

Com os recentes acordos celebrados entre Santos e a OTAN fica cada vez mais claro que a única “paz” que sairá destas negociações apoiada pelo Foro de São Paulo é a dos cemitérios, já que desgraçadamente as vidas dos heróicos combatentes das FARC estão sendo sacrificadas em nome de uma política que em nada serve para a luta revolucionária e, muito menos, para libertar a Colômbia do domínio da burguesia e do imperialismo.

Não há dúvida de que estamos presenciando, com o aval vergonhoso do Foro de São Paulo, uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha.

As “negociações de paz” têm como conseqüência direta e prática não só o enfraquecimento político da guerrilha, mas a sua completa exterminação física, tendo em vista a experiência das próprias FARC, que na década de 80 deslocou parte de seus quadros para a constituição da Unidade Patriótica e impulsionou um partido político legal, tendo como resultado o assassinato de cerca cinco mil dirigentes pelas forças de repressão do Estado, pilar-mestre da democracia bastarda colombiana.

Essa tragédia teve como base as mesmas ilusões reformistas hoje patrocinadas pela direção da guerrilha e o conjunto da esquerda.

Apesar de todas nossas críticas aos governos da centro-esquerda burguesa alertamos que o imperialismo ianque deseja derrotá-los não só nas urnas, com suas marionetes de direita, mas também através de golpes cívico-militares (agora chamados de “constitucionais”) como ocorreu em Honduras e no Paraguay. Foi esta realidade que nos fez decidir, por exemplo, pelo apoio crítico à candidatura de Maduro nas eleições deste ano na Venezuela.

O resultado eleitoral demonstrou que houve um avanço da contrarrevolução na Venezuela, com a burguesia nativa e a Casa Branca partindo para uma dura ofensiva diante da aberta polarização política e social, que definitivamente não se revolverá no terreno eleitoral.

Este quadro político dramático que dividiu a Venezuela ao meio confirmou plenamente o acerto da posição principista da LBI de convocar o apoio crítico a Maduro, com total independência do chavismo e seu programa nacionalista burguês.

Os bolcheviques leninistas acertaram plenamente, nesta nova conjuntura aberta na Venezuela, em depositar pela primeira vez o apoio crítico ao chavismo, tendo como foco de análise o brutal avanço da ofensiva imperialista mundial detonada após a derrubada do regime burguês nacionalista líbio pelas forças da OTAN.

Se o triunfo ou derrota histórica da classe operária venezuelana e latino-americana não se definirá no terreno eleitoral, um resultado desastroso nestas eleições poderia significar um “start” para a intervenção militar ianque aberta, já bem encaminhada com os golpes de estado em Honduras e Paraguay.

No Brasil, durante as “jornadas de junho”, observamos claramente esta dinâmica, estivemos muito longe de atravessar uma autêntica rebelião de massas como quiseram fazer crer os revisionistas; muito pelo contrário, de uma mobilização contra a opressão capitalista organizada a partir do MPL, o movimento foi se transformando no centro das demandas da classe média reacionária que pregam alternativas “pseudodemocráticas” balizadas pela direita como a “ética na política”, “faxina no Congresso” a serviço da oposição demo-tucana.

Por isto, declaramos que a LBI, corrente que faz o combate sem trégua aos governos do PT durante os três mandatos da frente popular, inclusive identificando os ataques de Lula e Dilma ao movimento operário como responsável por abrir caminho para a reação em nosso país, não vimos nada de progressivo no rumo que tomaram os protestos e no chamado ao “Fora Dilma” por setores de direita e reacionários, já que tais demandas, se adotadas nesta conjuntura, só favorecem a reação no Brasil e no conjunto da América Latina.

Frente a este quadro dramático, mais do que nunca está colocado construir como alternativa revolucionária do Foro de São Paulo e para barrar o retorno da direita reacionária, um partido mundial da revolução socialista, para nós a IV Internacional!

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