quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Acusado pela direita de ser “antro do comunismo mundial”, Foro de São Paulo demonstrou que não passa de um instrumento dos governos da centro-esquerda burguesa!
Por Liga Bolchevique Internacionalista
Chegou ao fim neste domingo, 4 de agosto, a 19ª edição do Foro de São Paulo, evento que reuniu cerca de 300 representantes de partidos e organizações políticas ligadas a centro-esquerda burguesa de 39 países da América Latina e Caribe.
Tendo o PT como anfitrião, o Foro foi literalmente atacado pela extrema-direita, com um grupo de 20 nazi-fascistas protestando contra sua realização, chegando mesmo a ameaçar a integridade física de seus participantes quando atacaram um restaurante em que estavam se alimentando delegações do evento.
O fascistizóide Olavo de Carvalho lançou suas diabrites contra o que chamou do “antro do comunismo mundial”.
O grosso da burguesia latino-americana e sua mídia, entretanto, tratou o Foro com mais “serenidade” até porque a classe dominante sabe que “a seu modo” os governos da centro-esquerda cujos partidos participaram da atividade gerenciam o Estado burguês defendendo os interesses do grande capital, ainda que com suas políticas tenham em muitas vezes fricções com o imperialismo ianque.
São justamente estes conflitos com o “amo do norte” e a aproximação econômica com destes países com os BRICs, além do controle que seus governos têm do movimento operário, que fazem destas gerências um “contraponto” político às gestões tradicionais, ainda que estejam plenamente inseridas no leque de opções que têm na manga a burguesia mundial.
O Foro foi convocado pela primeira vez no ano de 90, em São Paulo, pelo PT do Brasil e o PC cubano com o nome original de “Encontro dos Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe”.
Já no I Encontro, sob o impacto da queda do Muro de Berlim, a resolução aprovada afirmava o caráter do Foro, através do reconhecimento da democracia burguesa como “valor universal”, uma adesão explícita à falácia imperialista de encobrir a ditadura do capital sobre os trabalhadores.
Na declaração do II Encontro realizado no México, que sintomaticamente mudou o nome da atividade para Foro de São Paulo, essa política ficou ainda mais clara, aprovando que “no âmbito econômico trata-se de que a organização democrática da sociedade defina as funções do mercado e a participação do Estado na vida econômica”! Passados 23 anos de sua fundação, hoje o PCdoB faz um balanço 19ª edição do Foro declarando “a resolução política aprovada pelo encontro assinala que ‘a influência positiva do Foro de São Paulo deve-se, entre outros motivos, à nossa diversidade e à nossa pluralidade interna, e é parte importante do processo de mudança em curso na América Latina e no Caribe’.
Efetivamente, superando esquematismos e sectarismos, prevalece no Foro de São Paulo o espírito de unidade, vinculado a uma metodologia democrática com institucionalidade amadurecida.
O Foro de São Paulo, surgido em 1990, no auge da ofensiva conservadora e neoliberal, desempenhou um papel significativo para impulsionar as forças de esquerda que hoje se encontram à frente de governos democráticos e progressistas em vários países da região e avançam no quadro das políticas com sentido democrático, patriótico e social que estão sendo aplicadas.
O 19º Encontro do Foro de São Paulo reafirmou seus princípios e bandeiras de luta relacionados com o aprofundamento da integração regional justa, soberana e equitativa, com a consolidação dos mecanismos já existentes, como a União de Nações Sul-americanas (Unasul), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Alternativa Bolivariana para os povos da Nossa América (Alba), a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), entre muitos outros”.
Na verdade, o Foro assim como os organismos governamentais que a centro-esquerda impulsionou nos últimos anos, se constituem como um cinturão político que exerce o papel de árbitro dos conflitos, que não questiona seriamente as ordens do imperialismo ianque, como vimos em Honduras e no Paraguay, mas ao mesmo tempo se apresenta formalmente como alternativa a desmoralizada OEA.
Eles consistem em uma tentativa dos governos burgueses latino-americanos e caribenhos de negociarem com o imperialismo ianque e europeu melhores condições para suas classes dominantes nativas, na qualidade de sócias menores, terem acesso a uma fatia do mercado mundial, incrementando a exploração de seus trabalhadores.
Apesar da retórica nacionalista, da defesa da “soberania continental”, se pretendem estabelecer um pacto com o grande capital internacional.
O objetivo da criação de blocos econômicos e tratados como a CELAC, ALBA, Unasul ou Mercosul não se constituem, mesmo do ponto de vista burguês, na defesa dos interesses econômicos nacionais de cada país visando um desenvolvimento não tutelado pelos monopólios estrangeiros.
Os interesses econômicos que dão alicerce a estes organismos e que o Foro representa são associações das empresas nativas aos dos monopólios imperialistas, que através desta fórmula, teriam maior penetração na região, sem o temor de “nacionalizações” e serviriam inclusive para impulsionar o processo de restauração capitalista em Cuba.
Traduzindo, visam estabilizar a região para garantir mais lucros as empresas transnacionais e seus sócios nativos, além de catapultar obras que favoreçam estes conglomerados, como ferrovias, rodovias, pontes e linhas de transmissão.
O modelo de extração de petróleo na Bacia do Orinoco entre a Chevron/Texaco e a PDVSA promovido pelo governo Chávez foi uma expressão concreta dessa política agora reproduzida pelo governo de Cristina Kirchner na Argentina.
Já o PCB analisou que “Tentando afirmar o Foro como braço regional do neodesenvolvimentismo brasileiro, o PT passa a privilegiar os processos eleitorais em detrimento das lutas de massas, procurando em cada país contribuir política e materialmente para a eleição de governos alinhados com a hegemonia brasileira. Isto significou a descaracterização do Foro de São Paulo, nascido como uma articulação anti-imperialista com caráter anticapitalista.
Nessa guinada, gradativamente foi sendo anulado o protagonismo de organizações revolucionárias e privilegiou-se uma ampliação quantitativa, heterogênea, policlassista, com ênfase em partidos socialdemocratas e social-liberais, chegando ao ponto de o Foro ser integrado hoje por partidos antagônicos e adversários em seus países.
O papel principal passou a ser dos partidos que participam de governos e os que podem se tornar governo, o que significa garantia de contratos para empresas brasileiras.
Uma vez tendo se fortalecido na América Latina, o Foro de São Paulo agora tem o objetivo de se internacionalizar como uma alternativa mundial reformista, inclusive em contraposição ao movimento comunista internacional”.
Depois de fantasiar sobre o caráter “original” do Foro, o PCB não denuncia o fundamental, ou seja, não houve uma descaracterização do Encontro pelo PT, já que o stalinismo (“movimento comunista internacional”), sócio da iniciativa desde o começo apoiou e apóia justamente este processo de integração a democracia dos ricos e ao Estado burguês levado a cabo pelo reformismo, processo que se aprofundou após a queda da URSS e do Muro de Berlim (89-91), não por acaso quando foi criado o Foro.
A própria crise do PCB neste período foi produto desse processo.
Um dos destaques do Foro, foi o apoio unânime ao chamado “processo de paz” na Colômbia, saudado desde a “direita” do Encontro até sua “esquerda”.
As “negociações de paz” entre as FARC e o governo Manuel Santos, saudadas pela esquerda reformista nacional e internacional como um grande avanço, mostraram sua real face macabra desde que começaram: mais de 100 guerrilheiros mortos desde o início de setembro de 2012.
As Forças Armadas do país também prenderam 90 guerrilheiros e outros 30 se desmobilizaram. Em meio aos “diálogos” o governo anunciou novos investimentos no combate às FARC, tanto que a proposta de formalizar um cessar-fogo durante as “negociações” foi rechaçada pelo presidente colombiano, que rejeitou essa possibilidade veementemente.
Como observamos, trata-se de uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha, como a LBI já denunciava quase isoladamente quando se anunciou o acordo costurado por Chávez e Fidel entre a guerrilha e o governo capacho do imperialismo ianque.
Com os recentes acordos celebrados entre Santos e a OTAN fica cada vez mais claro que a única “paz” que sairá destas negociações apoiada pelo Foro de São Paulo é a dos cemitérios, já que desgraçadamente as vidas dos heróicos combatentes das FARC estão sendo sacrificadas em nome de uma política que em nada serve para a luta revolucionária e, muito menos, para libertar a Colômbia do domínio da burguesia e do imperialismo.
Não há dúvida de que estamos presenciando, com o aval vergonhoso do Foro de São Paulo, uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha.
As “negociações de paz” têm como conseqüência direta e prática não só o enfraquecimento político da guerrilha, mas a sua completa exterminação física, tendo em vista a experiência das próprias FARC, que na década de 80 deslocou parte de seus quadros para a constituição da Unidade Patriótica e impulsionou um partido político legal, tendo como resultado o assassinato de cerca cinco mil dirigentes pelas forças de repressão do Estado, pilar-mestre da democracia bastarda colombiana.
Essa tragédia teve como base as mesmas ilusões reformistas hoje patrocinadas pela direção da guerrilha e o conjunto da esquerda.
Apesar de todas nossas críticas aos governos da centro-esquerda burguesa alertamos que o imperialismo ianque deseja derrotá-los não só nas urnas, com suas marionetes de direita, mas também através de golpes cívico-militares (agora chamados de “constitucionais”) como ocorreu em Honduras e no Paraguay. Foi esta realidade que nos fez decidir, por exemplo, pelo apoio crítico à candidatura de Maduro nas eleições deste ano na Venezuela.
O resultado eleitoral demonstrou que houve um avanço da contrarrevolução na Venezuela, com a burguesia nativa e a Casa Branca partindo para uma dura ofensiva diante da aberta polarização política e social, que definitivamente não se revolverá no terreno eleitoral.
Este quadro político dramático que dividiu a Venezuela ao meio confirmou plenamente o acerto da posição principista da LBI de convocar o apoio crítico a Maduro, com total independência do chavismo e seu programa nacionalista burguês.
Os bolcheviques leninistas acertaram plenamente, nesta nova conjuntura aberta na Venezuela, em depositar pela primeira vez o apoio crítico ao chavismo, tendo como foco de análise o brutal avanço da ofensiva imperialista mundial detonada após a derrubada do regime burguês nacionalista líbio pelas forças da OTAN.
Se o triunfo ou derrota histórica da classe operária venezuelana e latino-americana não se definirá no terreno eleitoral, um resultado desastroso nestas eleições poderia significar um “start” para a intervenção militar ianque aberta, já bem encaminhada com os golpes de estado em Honduras e Paraguay.
No Brasil, durante as “jornadas de junho”, observamos claramente esta dinâmica, estivemos muito longe de atravessar uma autêntica rebelião de massas como quiseram fazer crer os revisionistas; muito pelo contrário, de uma mobilização contra a opressão capitalista organizada a partir do MPL, o movimento foi se transformando no centro das demandas da classe média reacionária que pregam alternativas “pseudodemocráticas” balizadas pela direita como a “ética na política”, “faxina no Congresso” a serviço da oposição demo-tucana.
Por isto, declaramos que a LBI, corrente que faz o combate sem trégua aos governos do PT durante os três mandatos da frente popular, inclusive identificando os ataques de Lula e Dilma ao movimento operário como responsável por abrir caminho para a reação em nosso país, não vimos nada de progressivo no rumo que tomaram os protestos e no chamado ao “Fora Dilma” por setores de direita e reacionários, já que tais demandas, se adotadas nesta conjuntura, só favorecem a reação no Brasil e no conjunto da América Latina.
Frente a este quadro dramático, mais do que nunca está colocado construir como alternativa revolucionária do Foro de São Paulo e para barrar o retorno da direita reacionária, um partido mundial da revolução socialista, para nós a IV Internacional!
O fascistizóide Olavo de Carvalho lançou suas diabrites contra o que chamou do “antro do comunismo mundial”.
O grosso da burguesia latino-americana e sua mídia, entretanto, tratou o Foro com mais “serenidade” até porque a classe dominante sabe que “a seu modo” os governos da centro-esquerda cujos partidos participaram da atividade gerenciam o Estado burguês defendendo os interesses do grande capital, ainda que com suas políticas tenham em muitas vezes fricções com o imperialismo ianque.
São justamente estes conflitos com o “amo do norte” e a aproximação econômica com destes países com os BRICs, além do controle que seus governos têm do movimento operário, que fazem destas gerências um “contraponto” político às gestões tradicionais, ainda que estejam plenamente inseridas no leque de opções que têm na manga a burguesia mundial.
O Foro foi convocado pela primeira vez no ano de 90, em São Paulo, pelo PT do Brasil e o PC cubano com o nome original de “Encontro dos Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe”.
Já no I Encontro, sob o impacto da queda do Muro de Berlim, a resolução aprovada afirmava o caráter do Foro, através do reconhecimento da democracia burguesa como “valor universal”, uma adesão explícita à falácia imperialista de encobrir a ditadura do capital sobre os trabalhadores.
Na declaração do II Encontro realizado no México, que sintomaticamente mudou o nome da atividade para Foro de São Paulo, essa política ficou ainda mais clara, aprovando que “no âmbito econômico trata-se de que a organização democrática da sociedade defina as funções do mercado e a participação do Estado na vida econômica”! Passados 23 anos de sua fundação, hoje o PCdoB faz um balanço 19ª edição do Foro declarando “a resolução política aprovada pelo encontro assinala que ‘a influência positiva do Foro de São Paulo deve-se, entre outros motivos, à nossa diversidade e à nossa pluralidade interna, e é parte importante do processo de mudança em curso na América Latina e no Caribe’.
Efetivamente, superando esquematismos e sectarismos, prevalece no Foro de São Paulo o espírito de unidade, vinculado a uma metodologia democrática com institucionalidade amadurecida.
O Foro de São Paulo, surgido em 1990, no auge da ofensiva conservadora e neoliberal, desempenhou um papel significativo para impulsionar as forças de esquerda que hoje se encontram à frente de governos democráticos e progressistas em vários países da região e avançam no quadro das políticas com sentido democrático, patriótico e social que estão sendo aplicadas.
O 19º Encontro do Foro de São Paulo reafirmou seus princípios e bandeiras de luta relacionados com o aprofundamento da integração regional justa, soberana e equitativa, com a consolidação dos mecanismos já existentes, como a União de Nações Sul-americanas (Unasul), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Alternativa Bolivariana para os povos da Nossa América (Alba), a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), entre muitos outros”.
Na verdade, o Foro assim como os organismos governamentais que a centro-esquerda impulsionou nos últimos anos, se constituem como um cinturão político que exerce o papel de árbitro dos conflitos, que não questiona seriamente as ordens do imperialismo ianque, como vimos em Honduras e no Paraguay, mas ao mesmo tempo se apresenta formalmente como alternativa a desmoralizada OEA.
Eles consistem em uma tentativa dos governos burgueses latino-americanos e caribenhos de negociarem com o imperialismo ianque e europeu melhores condições para suas classes dominantes nativas, na qualidade de sócias menores, terem acesso a uma fatia do mercado mundial, incrementando a exploração de seus trabalhadores.
Apesar da retórica nacionalista, da defesa da “soberania continental”, se pretendem estabelecer um pacto com o grande capital internacional.
O objetivo da criação de blocos econômicos e tratados como a CELAC, ALBA, Unasul ou Mercosul não se constituem, mesmo do ponto de vista burguês, na defesa dos interesses econômicos nacionais de cada país visando um desenvolvimento não tutelado pelos monopólios estrangeiros.
Os interesses econômicos que dão alicerce a estes organismos e que o Foro representa são associações das empresas nativas aos dos monopólios imperialistas, que através desta fórmula, teriam maior penetração na região, sem o temor de “nacionalizações” e serviriam inclusive para impulsionar o processo de restauração capitalista em Cuba.
Traduzindo, visam estabilizar a região para garantir mais lucros as empresas transnacionais e seus sócios nativos, além de catapultar obras que favoreçam estes conglomerados, como ferrovias, rodovias, pontes e linhas de transmissão.
O modelo de extração de petróleo na Bacia do Orinoco entre a Chevron/Texaco e a PDVSA promovido pelo governo Chávez foi uma expressão concreta dessa política agora reproduzida pelo governo de Cristina Kirchner na Argentina.
Já o PCB analisou que “Tentando afirmar o Foro como braço regional do neodesenvolvimentismo brasileiro, o PT passa a privilegiar os processos eleitorais em detrimento das lutas de massas, procurando em cada país contribuir política e materialmente para a eleição de governos alinhados com a hegemonia brasileira. Isto significou a descaracterização do Foro de São Paulo, nascido como uma articulação anti-imperialista com caráter anticapitalista.
Nessa guinada, gradativamente foi sendo anulado o protagonismo de organizações revolucionárias e privilegiou-se uma ampliação quantitativa, heterogênea, policlassista, com ênfase em partidos socialdemocratas e social-liberais, chegando ao ponto de o Foro ser integrado hoje por partidos antagônicos e adversários em seus países.
O papel principal passou a ser dos partidos que participam de governos e os que podem se tornar governo, o que significa garantia de contratos para empresas brasileiras.
Uma vez tendo se fortalecido na América Latina, o Foro de São Paulo agora tem o objetivo de se internacionalizar como uma alternativa mundial reformista, inclusive em contraposição ao movimento comunista internacional”.
Depois de fantasiar sobre o caráter “original” do Foro, o PCB não denuncia o fundamental, ou seja, não houve uma descaracterização do Encontro pelo PT, já que o stalinismo (“movimento comunista internacional”), sócio da iniciativa desde o começo apoiou e apóia justamente este processo de integração a democracia dos ricos e ao Estado burguês levado a cabo pelo reformismo, processo que se aprofundou após a queda da URSS e do Muro de Berlim (89-91), não por acaso quando foi criado o Foro.
A própria crise do PCB neste período foi produto desse processo.
Um dos destaques do Foro, foi o apoio unânime ao chamado “processo de paz” na Colômbia, saudado desde a “direita” do Encontro até sua “esquerda”.
As “negociações de paz” entre as FARC e o governo Manuel Santos, saudadas pela esquerda reformista nacional e internacional como um grande avanço, mostraram sua real face macabra desde que começaram: mais de 100 guerrilheiros mortos desde o início de setembro de 2012.
As Forças Armadas do país também prenderam 90 guerrilheiros e outros 30 se desmobilizaram. Em meio aos “diálogos” o governo anunciou novos investimentos no combate às FARC, tanto que a proposta de formalizar um cessar-fogo durante as “negociações” foi rechaçada pelo presidente colombiano, que rejeitou essa possibilidade veementemente.
Como observamos, trata-se de uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha, como a LBI já denunciava quase isoladamente quando se anunciou o acordo costurado por Chávez e Fidel entre a guerrilha e o governo capacho do imperialismo ianque.
Com os recentes acordos celebrados entre Santos e a OTAN fica cada vez mais claro que a única “paz” que sairá destas negociações apoiada pelo Foro de São Paulo é a dos cemitérios, já que desgraçadamente as vidas dos heróicos combatentes das FARC estão sendo sacrificadas em nome de uma política que em nada serve para a luta revolucionária e, muito menos, para libertar a Colômbia do domínio da burguesia e do imperialismo.
Não há dúvida de que estamos presenciando, com o aval vergonhoso do Foro de São Paulo, uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha.
As “negociações de paz” têm como conseqüência direta e prática não só o enfraquecimento político da guerrilha, mas a sua completa exterminação física, tendo em vista a experiência das próprias FARC, que na década de 80 deslocou parte de seus quadros para a constituição da Unidade Patriótica e impulsionou um partido político legal, tendo como resultado o assassinato de cerca cinco mil dirigentes pelas forças de repressão do Estado, pilar-mestre da democracia bastarda colombiana.
Essa tragédia teve como base as mesmas ilusões reformistas hoje patrocinadas pela direção da guerrilha e o conjunto da esquerda.
Apesar de todas nossas críticas aos governos da centro-esquerda burguesa alertamos que o imperialismo ianque deseja derrotá-los não só nas urnas, com suas marionetes de direita, mas também através de golpes cívico-militares (agora chamados de “constitucionais”) como ocorreu em Honduras e no Paraguay. Foi esta realidade que nos fez decidir, por exemplo, pelo apoio crítico à candidatura de Maduro nas eleições deste ano na Venezuela.
O resultado eleitoral demonstrou que houve um avanço da contrarrevolução na Venezuela, com a burguesia nativa e a Casa Branca partindo para uma dura ofensiva diante da aberta polarização política e social, que definitivamente não se revolverá no terreno eleitoral.
Este quadro político dramático que dividiu a Venezuela ao meio confirmou plenamente o acerto da posição principista da LBI de convocar o apoio crítico a Maduro, com total independência do chavismo e seu programa nacionalista burguês.
Os bolcheviques leninistas acertaram plenamente, nesta nova conjuntura aberta na Venezuela, em depositar pela primeira vez o apoio crítico ao chavismo, tendo como foco de análise o brutal avanço da ofensiva imperialista mundial detonada após a derrubada do regime burguês nacionalista líbio pelas forças da OTAN.
Se o triunfo ou derrota histórica da classe operária venezuelana e latino-americana não se definirá no terreno eleitoral, um resultado desastroso nestas eleições poderia significar um “start” para a intervenção militar ianque aberta, já bem encaminhada com os golpes de estado em Honduras e Paraguay.
No Brasil, durante as “jornadas de junho”, observamos claramente esta dinâmica, estivemos muito longe de atravessar uma autêntica rebelião de massas como quiseram fazer crer os revisionistas; muito pelo contrário, de uma mobilização contra a opressão capitalista organizada a partir do MPL, o movimento foi se transformando no centro das demandas da classe média reacionária que pregam alternativas “pseudodemocráticas” balizadas pela direita como a “ética na política”, “faxina no Congresso” a serviço da oposição demo-tucana.
Por isto, declaramos que a LBI, corrente que faz o combate sem trégua aos governos do PT durante os três mandatos da frente popular, inclusive identificando os ataques de Lula e Dilma ao movimento operário como responsável por abrir caminho para a reação em nosso país, não vimos nada de progressivo no rumo que tomaram os protestos e no chamado ao “Fora Dilma” por setores de direita e reacionários, já que tais demandas, se adotadas nesta conjuntura, só favorecem a reação no Brasil e no conjunto da América Latina.
Frente a este quadro dramático, mais do que nunca está colocado construir como alternativa revolucionária do Foro de São Paulo e para barrar o retorno da direita reacionária, um partido mundial da revolução socialista, para nós a IV Internacional!