quinta-feira, 25 de julho de 2013

Foro de São Paulo, aprofundar as mudanças, acelerar a integração

 19 DE JULHO DE 2013

Logo Foro de São PauloPor Valter Pomar
O Foro de São Paulo é uma organização criada nos anos 1990, a partir de um seminário internacional convocado pelo Partido dos Trabalhadores do Brasil. Trata-se de uma articulação de partidos políticos da América Latina e Caribe, que faz Encontros mais ou menos anuais.
No caso do Brasil, os partidos integrantes são, além do PT, o Partido Comunista do Brasil, o Partido Socialista Brasileiro, o Partido Democrático Trabalhista, o Partido Comunista Brasileiro e o Partido Pátria Livre.
Este ano, o XIX Encontro será no Brasil, na cidade de São Paulo, de 29 de julho a 4 de agosto. Participarão dirigentes de partidos políticos, lideranças sociais, parlamentares, gobernantes, além de observadores e convidados vindos da Europa, África, Ásia e Estados Unidos.
As atividades do Encontro serão realizadas nos hotéis Braston São Paulo (Rua Martins Fontes, 330 – Consolação) e Novotel Jaraguá (Rua Martins Fontes, 71 – Consolação ).
O ato de abertura, que deve contar com a presença do ex Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192 – Centro).
Os debates do XIX Encontro serão orientados por um Documento Base, disponível na página www.forosaopaulo.org. Não se trata de uma “tese guia”, que será submetida à posterior emenda e votação, mas tão somente de uma contribuição ao debate.
O Encontro propriamente dito será precedido pela II Escola de formação política do Foro de São Paulo, que abordará os seguintes temas: “A integração na história de Nossa América”; “A integração do ponto de vista dos Estados Unidos, Europa e Ásia”; “A questão migratória e os processos de integração”; “Análise dos diferentes instrumentos e instituições do processo de integração: CELAC, UNASUL, ALBA, MERCOSUL, Pacto Andino, SICA, Parlamentos etc.”; “A crise atual do capitalismo, os novos acordos e processos de integração em outras regiões do mundo e a integração latino-americana”; “Os desafios presentes e futuros da integração”.
Às vésperas do XIX Encontro, a convite do Partido dos Trabalhadores do Brasil, será realizada uma reunião entre os partidos membros do Foro de São Paulo que governam e integram o governo dos países do MERCOSUL, tanto com os membros plenos quanto com os associados. O objetivo é discutir as medidas concretas que podem ser tomadas para acelerar o processo de integração nesse âmbito.
Já como parte do XIX Encontro, teremos cinco encontros setoriais:
*o V Encontro de Juventudes do Foro de São Paulo, com ênfase nos seguintes temas: A juventude em defesa dos projetos de governo de partidos membros do Foro de São Paulo; A integração latino-americana e o projeto de desenvolvimento regional e a nova geração; As políticas públicas de juventude para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe;
*o II Encontro de Mulheres do Foro de São Paulo, com ênfase nos seguintes temas: O impacto da crise na vida das mulheres; As mulheres e a integração regional da América Latina e do Caribe – o fortalecimento das lutas sociais do ponto de vista das mulheres; Participação política das mulheres – sub-representação das mulheres nos espaços de poder;
*o I Encontro de Afrodescendentes do Foro de São Paulo, com ênfase nos seguintes temas: O papel dos negros e das negras dos partidos do Foro de São Paulo; Experiências dos governos da América Latina e do Caribe nas políticas de promoção de igualdade racial;
*o Encontro de Parlamentares dos partidos do Foro de São Paulo, com o objetivo principal de articular nossa intervenção nos parlamentos regionais;
*o Encontro de Autoridades Locais e Subnacionais dos partidos do FSP.
Também como parte do XIX Encontro, teremos 7 seminários: a) África e América Latina; b) BRICS e América Latina; c) Oriente Médio e África do Norte; d) Estados Unidos; e) Europa; f) o III Seminário de balanço dos governos progressistas e de esquerda; g) A contribuição de Hugo Chávez para o processo de mudança na América Latina e no Caribe.
A programação inclui, ainda, 21 oficinas temáticas: a) Políticas de saúde mental e drogas; b) Luta pela democracia na Internet e nas redes sociais; c) Luta pela paz e contra o militarismo; d) Movimentos sociais e participação popular; e) Políticas sociais; f) Processos eleitorais; g) Povos originários; h) Recursos naturais; i) Segurança e soberania agroalimentares; j) Trabalhadores da arte e da cultura; k) União e integração latino-americana e caribenha; l) Colonialismo e autodeterminação; m) Defesa; n) Democratização da informação e da comunicação; o) Desenvolvimento econômico; p) Estado, democracia e participação popular; q) Meio ambiente e mudança climática; r) Migrações; s) Movimento LGBT; t) Movimentos sindicais; u) Segurança e narcotráfico.
Além disso, teremos as reuniões do Grupo de Trabalho, das Secretarias regionais, a reunião da Comissão de Fundações e Escolas ou Centros de Capacitação, as plenárias do XIX Encontro e o ato inaugural.
Todas essas atividades terão como eixo temático aprofundar as mudanças e acelerar a integração regional.
Em formato de livro
Durante o XIX Encontro, será lançado o livro Foro de São Paulo: construindo a integração latinoamericana e caribenha (Editora da Fundação Perseu Abramo). No livro, os autores Roberto Regalado e Valter Pomar falam da história, do funcionamento, dos desafios atuais e futuros do Foro de São Paulo. Trechos do início e do final do citado livro compõem o presente artigo.
O XIX Encontro ocorre numa conjuntura histórica marcada pela crise global, pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos, pela emergência de novos pólos de poder mundial, pela instabilidade e por conflitos políticos, sociais e militares cada vez mais intensos e perigosos.
América Latina e Caribe sofrem os efeitos desta situação mundial, mas ao mesmo tempo constituem uma região marcada pela presença de movimentos sociais, partidos políticos e governos que não apenas têm conseguido reduzir os impactos da crise, como também têm conseguido implementar políticas públicas e colher resultados práticos que constituem inspiração e esperança para amplos setores da humanidade.
Como é óbvio, isto ocorre apesar da geralmente brutal resistência das elites locais e de seus aliados, notadamente as classes dominantes de Estados Unidos e Europa. No momento em que escrevemos esta apresentação, esta resistência assume a forma de uma contra-ofensiva ideológica, política, econômica e militar, de que são mostra os golpes em Honduras e no Paraguai, as bases militares instaladas na região e o relançamento da IV Frota dos EUA, o cerco contra a Venezuela e a continuidade do bloqueio contra Cuba, a criação do chamado Arco do Pacifico e os tratados transoceânicos, assim como a pressão judicial e midiática sobre todos os governos progressistas e de esquerda da região, a começar pelo Brasil.
A história nos ensina a não confiar, nem subestimar, o imperialismo e o capitalismo. Embora a crise seja profunda, o capitalismo já demonstrou ter um fôlego surpreendente, equivalente a sua capacidade de destruir a natureza e a humanidade. Percebe-se este fôlego na América Latina, onde apesar das vitórias parciais obtidas pela esquerda, as forças conservadoras, neoliberais e capitalistas mantêm sua hegemonia no terreno econômico-social, o controle das instituições internacionais e do poderio militar, além de conservar o governo nacional em importantes países da região.
Embora costumem lançar mão, cedo ou tarde, da violência militar, as classes dominantes de cada um de nossos países e o imperialismo investem cotidianamente na luta política e ideológica, para o que contam com um imenso aparato educacional, uma indústria cultural potente e o oligopólio da comunicação de massas. A partir destas plataformas, buscam entre outros objetivos manipular a seu favor as diferenças estratégicas e programáticas existentes entre os governos, partidos e movimentos empenhados no “giro à esquerda” que nosso subcontinente vive desde 1998.
Alguns destes governos, partidos e movimentos declaram abertamente seu objetivo de construir o socialismo. Outros trabalham, assumidamente ou não, pela constituição de sociedades com alta dose de bem-estar social, democracia política e soberania nacional, mas nos marcos do capitalismo. Importantes setores, embora integrantes de partidos de esquerda, adotam premissas neoliberais. Há também profundas diferenças estratégicas acerca das formas de luta e vias de tomada do poder, bem como sobre qual deve ser a relação dos governos eleitos com as classes dominantes de cada país, da Europa e dos Estados Unidos. Igualmente são distintas a visão e a postura frente aos chamados BRICS. Tais diferenças programáticas e estratégicas tornam particularmente complexo o debate sobre a natureza e o papel dos governos encabeçados por presidentes integrantes dos partidos de esquerda e progressistas de nossa região.
Neste debate, há desde aqueles que manifestam o temor de que nossos governos tentem colaborar na construção de um novo ciclo histórico, sem que existam as condições econômicas, políticas e ideológicas necessárias para enfrentar com sucesso as classes dominantes; até aqueles que alertam sobre o risco de nossa presença nos governos não contribuir para alterar as estruturas mais profundas de nossas sociedades e do conjunto da América Latina, o que resultaria numa desmoralização que abriria caminho para a direita recuperar a cabeça dos respectivos governos nacionais.
Para construir respostas adequadas para este tipo de debate, a esquerda latino-americana precisará construir soluções novas, para situações igualmente novas. E isto começa enfrentando nosso triplo “déficit teórico”: a análise do capitalismo do século XXI; o balanço das experiências socialistas, social-democratas, desenvolvimentistas e nacionalistas do século XX; e a discussão sobre como articular, numa estratégia continental unitária, as diferentes estratégias nacionais e variantes da transição socialista.
O Foro de São Paulo é um dos espaços onde este debate ocorre. Um espaço privilegiado, marcado pela diversidade e pelo calor típico dos debates vinculados à ação prática, à disputa concreta, à luta de classes e ao conflito entre governos e Estados.
Na Bolívia e adiante
Os meses posteriores ao XIX Encontro serão marcados por um intenso calendário eleitoral, que começa em outubro de 2014 com eleições legislativas na Argentina.
Considerando apenas as eleições presidenciais, a disputa começa por Honduras, onde as esquerdas apoiam Xiomara Castro Zelaya, candidata pelo Partido Libertad y Refundación (Libre). Anteriormente, Xiomara militava no Partido Liberal. Xiomara é esposa de Juan Manuel Zelaya, ex-presidente eleito pelo Partido Liberal e deposto em 28/6/2009 por um golpe jurídico-militar. As pesquisas indicam que ela tem boa chance de vencer. Seu programa inclui a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Entre novembro e dezembro de 2013, Michelle Bachelet pode voltar a presidir o Chile, apoiada por uma coligação agora integrada desde o primeiro turno pelo Partido Comunista. E em fevereiro-março de 2014 teremos a disputa presidencial em El Salvador. O candidato da esquerda salvadorenha é Salvador Sanchez Ceren, atual vice-presidente de El Salvador e dirigente da Frente Farabundo Marti. As chances de vitória da esquerda dependem principalmente de dois fatores: o apoio do presidente Maurício Funes a Salvador Sanchez Ceren e a divisão da direita local.
A sequência de eleições prossegue até o último trimestre, quando teremos eleições no Brasil, Uruguai e Bolívia, as duas primeiras em outubro e a última em dezembro de 2014. Não é preciso dizer que trata-se de um ano que pode reafirmar ou alterar profundamente a correlação de forças na região.
Nosso sucesso nas eleições e principalmente depois delas depende em boa medida da articulação adequada entre a ação dos governos, partidos e movimentos sociais. E, tendo em vista que a direita local está articulada com o imperialismo, nosso sucesso dependerá cada vez mais, da solidariedade e da integração regional.
Todos os partidos do Foro e todos os governos influenciados por nós consideram que a integração é algo central, estratégico, seja como proteção contra ingerências externas em geral e contra os impactos da atual crise internacional em particular; seja para aproveitar melhor todo o potencial regional; e, também, como “guarda-chuva” para os diferentes projetos estratégicos que os partidos do Foro perseguem.
Dos que defendem o socialismo, aos que defendem um novo modelo de desenvolvimento capitalista, todos reconhecem que a integração é um fator decisivo para limitar o alcance e a ingerência da aliança conservadora entre as oligarquias locais e seus aliados metropolitanos.
Entretanto, todos reconhecem que o ritmo da integração é muito mais lento do que o necessário para enfrentar a atual situação mundial, de profunda crise, declínio da hegemonía dos EUA, emergencia de novos centros de poder, profundas crises sociais e políticas, contra-ofensiva dos EUA e aliados, inestabilidade sistémica e conflitos militares cada vez mais perigosos.
Neste contexto, cabe aos partidos do Foro de São Paulo, entre outras tarefas, tomar as medidas necessárias para aprofundar as mudanças em cada país e acelerar a integração entre países, enfrentando o colonialismo e o imperialismo; organizar as forças sociais necessárias para sustentar nossos governos e, também, para fazer oposição aos governos da direita; articular a presença da esquerda latinoamericana e caribenha em outros espaços geográficos, a começar pelos Estados Unidos e Europa; e construir um pensamento de massas, latinoamericano e caribenho, integracionista, democrático-popular e socialista.
A construção deste pensamento de massas, de uma cultura de massas é, dentre as tarefas de longo prazo, talvez a mais estratégica.
Em geral, os partidos do Foro reconhecem este necessidade e reconhecem, também, que sofremos um “déficit teórico” em temas como a análise do capitalismo do século XXI; o balanço das experiências socialistas, social-democratas e nacional-desenvolvimentistas do século XX; o balanço da década de governos progressistas e de esquerda; a construção de uma estratégia continental de integração e desenvolvimento, que respeitando a necessária diversidade, consiga articular nossas diferentes estratégias nacionais.
Olhando com prudência, é inevitável concluir que o Foro de São Paulo não é capaz de dar conta do conjunto destas tarefas, até porque ele é a expressão das virtudes e limitações dos partidos e movimentos que o constituem.
Neste sentido, como diz o ditado, não se deve pedir “peras a los olmos”. Porém e contraditoriamente, sem o Foro de São Paulo, sem o ethos, sem o anima que nos levou a criá-lo e a mantê-lo durante todos estes anos, a esquerda tampouco conseguirá dar conta deste conjunto de tarefas. Neste sentido, o Foro tem um pouco de carvalho, mas também tem um pouco de pereira.
Seja como for, a história do Foro de São Paulo já é parte indissolúvel da história da esquerda latino-americana durante a última década do século XX e a primeira do XXI.
Esperamos que o XIX Encontro do Foro possa contribuir para um engajamento ainda maior da esquerda brasileira, especialmente o engajamento do Partido dos Trabalhadores do Brasil, nessa história viva que, com suas virtudes e defeitos, com seus acertos e erros, escreve dia a dia a esquerda latino-americana em favor de um futuro de democracia, desenvolvimento, integração e socialismo.
Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores e secretário executivo do Foro de São Paulo

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Drogado, motorista é preso dirigindo carro sem volante e com pneus furados

Atualizado: 24/07/2013 07:00 | Por BBC, BBC Brasil
Motorista é preso dirigindo drogado carro sem volante e com pneus furados (© South Australia Police)

Em um dos casos mais inusitados registrados pela polícia australiana nos últimos tempos, um homem de 38 anos foi preso na cidade de Adelaide dirigindo um carro sem licença e sem seguro, com dois pneus furados e com um alicate no lugar do volante.
Sob efeito de drogas, o homem, que também não tinha carteira de motorista válida, testou positivo para metanfetaminas e maconha pouco após ser detido.
Além disso, a polícia local declarou que ele já tinha sido condenado por outros crimes e estava em violação das regras de sua liberdade condicional.
Os policiais acreditam que o veículo que ele dirigia havia se envolvido em uma colisão minutos antes da prisão.
O motorista foi preso e acusado de uma longa lista de crimes, entre eles dirigir sem habilitação e sob efeito de narcóticos, dirigir de forma arriscada, dirigir carro sem documentação e sem seguro, além de violar regras de sua liberdade condicional estipuladas pela Justiça.

BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC

terça-feira, 23 de julho de 2013

No vídeo, Dilma garante em Fortaleza que o Brasil foi inaugurado pelos cearenses

23/07/2013
 às 21:53 \ História em Imagens


Em abril de 2013, a presidente da República baixou em Fortaleza para saciar a sede das vítimas da seca com outra chuva de dinheiro invisível. “Vamos investir mais 9 bilhões de reais”, prometeu em mais um comício na capital cearense. Como a salva de palmas não foi lá essas coisas, Dilma Rousseff resolveu animar a plateia com a revelação retumbante: ao contrário do que se imagina há 513 anos, o Brasil foi inaugurado pelos colonizadores do Ceará.
Parece mentira? Veja o vídeo. Lá está a espantosa informação assinalada em negrito na reprodução do palavrório.
Eu queria iniciar comprimentando aqui todos os presentes, comprimentando a mulher cearense, os companheiros homens e dizer do meu imenso prazer de tá aqui, mais uma vez, no Ceará. [...] O Nordeste e a seca são um problema. Jamais houve uma atitude correta em relação a essa situação ao longo dus…dus…dus anos sobre essa situação, que é a questão da existência dum fenômeno climático nessa região do país. [...] E de um lado é um desafio e de outro, é um direito do cidadão que aqui veio, aqui povoou e aqui… não só fez tudo isso, mas inaugurou o Brasil. Num vamos esquecê aonde o Brasil cumeçô. [...] Por isso, nós todos sabemos que hoje, todo mundo olha pra essa região e num vê mais o chamado primo pobre da nação.
A maior seca dos últimos 50 anos pode ficar tranquila. Combatida por uma presidente capaz de dizer o que se leu acima, pode durar mais 50.
by Veja

"A assessoria de imprensa do STF justificou a atitude de Barbosa afirmando que ele não precisava cumprimentar Dilma ao lado do Papa porque eles já haviam conversado mais cedo. Segundo o STF, os dois estavam juntos na sala VIP do palácio antes da cerimônia de boas-vindas do Pontífice".





Joaquim Barbosa ignora Dilma e cumprimenta o papa

Lula e alguns petistas não queriam que Dilma fosse à posse de Joaquim Barbosa porque ele foi o algoz da Turma do Mensalão. Mas prevaleceu o bom senso. Faz parte dos rituais da harmonia entre os três poderes, a presidente da República prestigiar a posse do presidente do Supremo, e vice-versa. Então Dilma foi, mas suas caras durante toda a cerimônia não deixaram margem para dúvidas. Houve até quem interpretasse que foi uma forma de Dilma cumprir o cerimonial da República, mas ao mesmo tempo mostrar um certo descontentamento, uma espécie de solidariedade ao petistas condenados. Bem, isso é especulação.

O fato é que a expressão amuada de Dilma, que não esboçou sequer um sorriso de cortesia chamou a atenção de todos. Não sei porquê exatamente Dilma agiu assim. É claro que toda a opinião pública sabe que não era uma festa de confraternização de final de ano, nem uma reunião de amigos, tratava-se apenas de um rito da República. Não havia portanto motivo para que quem quer que seja pudesse interpretar a presença de Dilma na posse de Joaquim Barbosa como uma demonstração de apoio à sua postura implacável no caso do Mensalão. Logo, também não havia necessidade da cara fechada o tempo todo. Mas, Lula certamente deve ter gostado dessa parte.

Joaquim Barbosa ignora Dilma e cumprimenta o papa



Joaquim Barbosa ignora Dilma e cumprimenta o papa

A origem das 8 horas de trabalho e por que devemos repensá-la

Dividir a jornada em ciclos menores e trabalhar menos tempo, acredite, pode ser mais produtivo

Um dos elementos imutáveis da nossa vida hoje é o ideal de horas que devemos trabalhar - generalizando, todas as pessoas com quem conversei me disseram algo em torno de oito horas ao dia. E os dados estatísticos confirmam isto. Os americanos trabalham em média 8,8 horas todos os dias. Ao menos essas foram as estatísticas oficiais do Bureau of Labor Statistics (Escritório de Estatísticas do Trabalho, algo equivalente ao Caged no Brasil). Para a maioria de nós, a quantidade de horas trabalhadas diariamente por uma pessoa não é, necessariamente, um fator decisivo sobre sua eficiência ou produtividade. Ao menos é isso o que acho a partir da minha própria produtividade. Então, qual é, afinal, a jornada de trabalho diária ideal?
Com histórias de sucessos de pessoas que trabalham quatro horas por semana e outras de gente que trabalha 16 por dia, fica difícil saber se existe um tempo ideal. Então, em vez de seguir os meus instintos, que geralmente falham, eu decidi pesquisar sobre as horas de trabalho e como otimizá-las em prol da sua felicidade e sucesso. 

Em primeiro lugar, por que trabalhamos 8 horas diárias? 

Vamos começar com o que nós temos agora. As típicas oito horas de trabalho. Mas como nós inventamos isso? A resposta está escondida na história da Revolução Industrial. No final do século 18, quando as empresas começaram a maximizar seus lucros, as fábricas funcionavam sem parar, em regime 24/7. Para tornar as coisas mais eficientes, as pessoas tinham que trabalhar mais. A norma era que as pessoas trabalhassem entre 10 e 16 horas.  
Essas horas laborais incrivelmente longas estavam insustentáveis até que um homem corajoso chamado Robert Owen começou uma campanha para que essas pessoas não trabalhassem mais que 8 horas por dia. Seu slogan era "oito horas de trabalho, oito horas de lazer, oito horas de descanso." Não demorou muito para que a Ford implementasse, de fato, as oito horas diárias e mudasse os padrões.
Uma das primeiras empresas a implementar foi a Ford Motor Company, em 1914,  que não apenas rompeu com os padrões implementando as oito horas, mas também dobrando os salários dos empresários. Para a surpresa de muitas indústrias, isso resultou na mesma produtividade desses trabalhadores, mas em menos horas, aumentando a margem de lucro da Ford no período de dois anos. Isso incentivou outras companhias a adotarem um padrão de oito horas para os seus empregados.
Então, aqui está a razão pela qual nós trabalhamos 8 horas por dia. Não é científica ou pensada. É simplesmente uma norma secular para tornar as fábricas mais eficientes. 

Medir energia, não tempo

A quantidade de horas que nós trabalhamos todos os dias é pouco importante na economia criativa de hoje.
O foco correto está na sua energia, de acordo com o famoso autor Tony Schwartz: "administre sua energia, não seu tempo", diz ele.
Schwartz explica que, como humanos, nós temos quatro tipos de energia para administrar todos os dias:
1. Sua energia física - Quão saudável você está? 
2. Sua energia emocional - Você está feliz?
3. Sua energia mental - Você está conseguindo se concentrar?
4. Sua energia espiritual - Por que você está fazendo tudo isso? Qual o propósito? 
Uma das coisas que nós esquecemos é que, como humanos, nós somos diferentes das máquinas. Na essência, isso significa que as máquinas funcionam de forma linear e humanos se movem em ciclos. 
Para ter um dia produtivo, que respeite nossa natureza humana, a primeira coisa a se fazer é focar nos ritmos ultradianos. O entendimento básico é que a mente humana pode se concentrar em qualquer tarefa por 90 a 120 minutos. Após isso, é necessário um intervalo de 20 a 30 minutos para nós nos renovarmos e atingirmos uma boa performance para a próxima atividade. 
Então, em vez de pensar "o que eu posso fazer em oito horas no dia", eu comecei a pensar sobre o que eu posso fazer em uma sessão de 90 minutos. Agora que sabemos que precisamos dividir tudo em intervalos de 90 minutos, é hora de quebrar esses 90 minutos em novas sessões. 

O centro de um dia produtivo no trabalho: foco

O ponto crucial para entender como o trabalho flui está em como nós podemos nos concentrar. Em um ótimo projeto de pesquisa, Justin Gardner descobriu que para se concentrar de verdade o nosso cérebro utiliza um processo de 2 passos:
1 - Aumento da sensibilidade - Significa que você pode ver uma cena e pegar as informações apresentadas. Então, você foca naquilo que precisa da sua atenção. "Como uma foto embaçada que lentamente vai se focando", descreve Lifehacker. 
2 - Seleção eficiente - Isto é o "zoom" de quando estamos realizando uma tarefa. Isso nos permite entrar no que Mihály Csíkszentmihályi chama de estado de fluidez. Agora nosso trabalho começa de verdade.
A figura a seguir descreve melhor:
Na figura A, como nosso cérebro se apresentou com apenas uma tarefa, nós podemos separar as distrações (azul) do que é realmente importante (amarelo). Na figura B, como nós apresentamos várias tarefas ao mesmo tempo, nosso cérebro está se distraindo com mais facilidade e combina as tarefas atuais com as distrações.
A conclusão que Gardner sugere dos seus estudos é que nós tenhamos ambos:
- Pare  de fazer várias tarefas para evitar se distrair no seu ambiente de trabalho
- Elimine as distrações mesmo quando você só tiver apenas uma tarefa para cumprir
Parece muito óbvio, não é? Ainda assim, é mais fácil dito do que feito. A boa notícia é que ao final você pode transformar sua estrutura cerebral de aprendizado para foco.

Quatro dicas para melhorar seu dia de trabalho

- Aumente a relevância das tarefas
Muitos de nós ainda se esforçam para encontrar foco, especialmente se ninguém estabeleceu um deadline. Substituir seu sistema de atenção e criar seu próprio deadline, junto a uma recompensa, mostrou ser uma das melhores maneiras de melhorar o desempenho para completar as tarefas de acordo com o pesquisador Keikuke Fukuda. 
- Divida o seu dia em períodos de 90 minutos
Aqui está algo que eu comecei a fazer. Em vez de olhar para 8, 6 ou 10 horas de trabalho, divida o dia e perceba que você tem 4,5 ou tantos períodos de 90 minutos. Dessa forma, você terá quatro tarefas que pode fazer todos os dias com mais facilidade.
- Planeje seu descanso para que você possa de fato descansar
“A pessoa que está mais em forma não é aquela que corre a maior distância, mas a que otimizou seu tempo de descanso", disse Tony Schwartz. Muitas vezes, nós estamos tão ocupados planejando o nosso trabalho, que esquecemos 'como' descansar", afirma. Planeje de antemão o que vai fazer no seu descanso. Aqui algumas ideias: dormir, ler, meditar, lanchar.
- Zero notificações
Uma das melhores ideias que eu já tive foi seguir o conselho de Joel sobre Zero Notificações. Não ter nenhum contador no meu celular ou no computador mudando de 0 para 1 e sempre tirando minha atenção foi uma grande ajuda. Se você ainda não tentou isso, tente fugir de qualquer elemento digital que pode alertar. 
Pessoalmente, minha vida mudou completamente desde que implementei essas ideias. E eu não poderia estar mais feliz. Eu ganhei os dois: produzo mais e estou mais satisfeito, ao mesmo tempo. 
Agora vocês: qual estrutura consideram melhor para seus dias de trabalho? Deixem seus comentários.
by administradores.com.br

Em Alta

O significado de Amor Fati: estoicismo e o amor ao destino

"Aceite as coisas às quais o destino o prende e ame as pessoas com quem o destino o une, mas faça isso de todo o coração." - Marcu...

Mais Lidas