sexta-feira, 11 de maio de 2012

Relatório da “sofisticada organização criminosa” – o mensalão





O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, divulgou ontem seu relatório com um resumo do processo do Mensalão – Leia aqui  A INTEGRA DO RESUMO.

O relatório, que acolhe a denúncia da Procuradoria Geral da República contra 38 réus envolvidos com o esquema, tem 122 páginas e descreve como agiu a “sofisticada organização criminosa”, como classifica a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para “garantir a continuidade do projeto poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos”.

by Prosa e Politica

Quando todos, quase que unanimamente, (somos a maioria em relação ao governo) batemos na mesma tecla, e exigimos respostas, e usamos blogs, charges, até mosquitinho com letra sete se for preciso, quando gritamos a todo momento nossa insastifação e expressamos de todas as formas nossa indignação com o rumo do Pais, cujas consequencias cai para cima de nós, nao seria hora de todos repensarem? Se todos nao conseguem, a Presidente não possui assessoria competente e atuante??? Deduzo que tenha. mas no PT só eles sabem. Só eles podem. Só eles mandam. Se são contrariados, devolvem com retaliações e perseguiçoes. Quando vejo a Dilma trazer a tona NESTE MOMENTO a discussao dos crimes contra a Ditadura, fica claro para mim, a ideia da Presidente de querer resgatar o passado num momento crucial do presente. Este assunto teve muito tempo para ser reaberto. E de forma alguma estou contra. Eu tambem quero as respostas. No entanto me parece apelação, para desviar o foco. Conhecemos muito bem a ditadura. Nao foi um privilégio de meia duzia. (0 milhoes de brasileiros viveram os desmandos, os efeitos, o horror. O Lula, a Dilma, e cia nao foram os unicos. Mas os unicos que recebem mensalmente valores por isso. Nos passando desta forma atestado que nao estavam na luta por convicções. Mas sim estavam naquela luta onde milhares de pessoas desapareceram e outro tantofoi morta, presa, torturada, cuidando de suas aposentadorias. Se mais nada desse certo na vidinha deles, eles teriam a velhice garantrida por terem lutado contra a Ditadura. E nós que estavamos na luta igualmente e nao optamos EM TER DE PROFISSÃO A POLITICA???? Por favor, nao tratem o pais como uma legião de chipanzés treinados tampouco substime a capacidade da população. . Querer lancar assunto tao polemico, que foi escondido por anos, no momento em que discutimos, MENSALAO, CACHOEIRA, ASSASINATOS cujos mandantes acusados sao PETISTAS, CPMI pegando fogo, senado e congresso envolvido, Delegados Federais envolvidos, e todos dizendo "eu nao fui, eu nao vi eu nao sei", mostra a fragilidade que se encontra o governo. Esperamos tanto tempo por isso. Uma vida inteira no meu caso, para assistir mais um capitulo do seriado "Nas coxas"? Se dentro de casa em dia de faxina, se nao fizermos uma coisa de cada vez, nao vira faxina. Vira o caos. E tudo é feito " a moda miguelão" Me parece absurdo querer tratar dos mortos neste momento. Nao banque a sonsa (ja apelou ate para ser a moribunda, e nao colou lembra?) Presidente. Foi o pior momento da historia para que a senhora resolvesse cuidar disso, quando desde de seu antecessor isso ja poderia ser feito. Vejo esta ação como o coelho da cartola. Tirado dela, no momento oportuno. Logico seria que cuidasse neste momento dos brasileiros AINDA VIVOS, cara presente. E de preferencia, agindo com mao de ferro em relaçao aos MUITO E BEM VIVOS. Porque os mortos cara presidente, que foram e são muito importantes, estes jamais devem ser esquecidos. Porem racionalmente falando, como deve fALAR E AGIR uma Presidente. Infelizmente para seu conhecimento, Presidente Dilma, eles NAO LEVANTAM MAIS. by Deise

Governo anuncia nomes da Comissão da Verdade

O porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, anunciou nesta quinta os sete membros da Comissão da Verdade. São eles: José Carlos Dias, Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha, Cláudio Fonteles, Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Rita Kehl e José Paulo Cavalcanti Filho. De acordo com o porta-voz, os nomes deverão ser publicados no Diário Oficial da União de amanhã.

A posse dos integrantes da comissão está prevista para o dia 16 de maio, em cerimônia que deve contar com a presença dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. "Todos já confirmaram suas presenças numa demonstração de que essa comissão não é de governo, é de Estado", disse Traumann.

De acordo com o porta-voz, o convite foi feito pessoalmente a cada dos integrantes nesta quinta-feira. A Comissão da Verdade pretende examinar e esclarecer as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

Agência Estado

Plagiando o presidente de um banco suiço quando Paulo Maluf (ainda vive este tranqueira????) teve a OUSADIA de afirmar que os depositos feitos na conta dele na suiça, teriam sido FALSIFICADAS pelo banco. Lembro até hoje da cara do suiço ( com cara de quem não acredita em tamanha cara de pau) afirmando um sonoro e sem graça "só posso rir". E hoje nós todos rimos, das tentativas absurdas de contornarem o que não tem como. Estao tentando, depois da taça quebrada, faze-la ficar como era. Desistam. Remendos só vão tornar ainda mais, grave, mais, cruel, mais hediondo, e mais bizarro. Quando a casa cai, só tem uma saida: Reconstrui-la. Desta vez em alicerces sólidos. Quanto aos politicos que se referiram a estarmos vivendo "um circo", , só eles nao foram avisados,Já estamos no picadeiro ha muito tempo. Para mim que estou com 51, vivo o dia da marmota.Será eterno este horror????Ha cerca de dez anos os donos do circo recebem os "valores da portaria". E nós que mantemos os "donos", vivendo dentro do que podemos. Sem agua, sem luz, sem comida, sem moradia. Um povo sem dignidade, que vive de esmola do governo. Basicamente um trabalho escravo, cujos proventos no final do mes o valor de R$ 620,00 reais é o pagamento. Ja os que são mantidos pelo trabalho do povo, mantem suas mordomias e abusos que se assemelham a folga. São folgados. Imaginem como estas noticias chegam nos paises de primeiro mundo. Nao sei ainda como a Dilma nao foi interrogada por algum segmento da ONU. Tenho certeza que muitos Presidentes, gostariam de ter repondida uma pergunta, que inferniza a vida de todos nós: " como é que dentro deste quadro, a Sra. consegue (des) governar o BRASIL???? Atentem para minha gentileza. Eu usei a palavra governar. Nao usei DIZIMAR. by Deise

Senhores, parem de pedir sigilo. Enfraquece a autoridade!




Em depoimento “sigiloso” à CPI do Cachoeira, o delegado Matheus Mela Rodrigues, que coordenou a Operação Monte Carlo, citou uma lista com 82 nomes que tiveram relações ou foram apenas citados em conversas de Carlinhos Cachoeira.
A lista inclui os nomes de ministros do STF, de governadores, senadores, deputados federais, prefeitos e até mesmo da presidente Dilma, a maioria já vazada por sites e jornais como de Gilmar Mendes, Luiz Fux, Blairo Maggi, etc.
O melhor de tudo foi que o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), fez um apelo aos parlamentares para que não comentassem com a imprensa os nomes da lista.
Bingo!
Eis abaixo a lista por ordem alfabética publicada pelos jornalistas Andreza Matais e Rubens Valente na Folha:

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)
Deputado distrital Agaciel Maia
Governador Agnelo Queiroz (PT-DF)
Presidente DEM-DF Alberto Fraga
Governador do Paraná Beto Richa (PSDB)
Senador Blairo Maggi (PR-MT)
Deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Senador Demóstenes Torres (sem partito-DF)
Ministro Antônio Dias Toffoli (STF)
Presidente Dilma Rousseff (PT)
Deputado Fernando Francischini (PSDB-PR)
Gilmar Mendes (ministro do STF)
Maguito Vilela (prefeito de Aparecida de Goiânia)
Vice-governador Tadeu Filipeli (PMDB-DF)
Deputado Sandes Junior (PP-GO)
Senador José Sarney (PMDB-AP)
Deputado federal Jovair Arantes (PP-GO)
Deputado federal Leonardo Vilela (PMDB-GO)
Luiz Fux (ministro STF)
Governador Marconi Perillo (PSDB-GO)
Deputado federal Marcos Montes (DEM-MG)
Reinaldo Sobrinho (secretário de segurança do Paraná)
Deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Deputado federal Stephan Necessian (PPS-RJ)
Deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP)

by Prosa e Politica

Parente de Cachoeira pagou casa de Perillo



O depoimento do delegado federal Matheus Mela Rodrigues na tarde de ontem à CPI do Cachoeira complicou ainda mais a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e de outros integrantes da cúpula da administração estadual. Além de confirmar encontros e ligações telefônicas entre o tucano e o contraventor Carlinhos Cachoeira, o responsável pelo inquérito da Operação Monte Carlo disse a parlamentares que o contraventor teve participação direta na compra de uma casa do governador tucano.
De acordo com parlamentares que acompanharam as mais de oito horas de sessão, Rodrigues disse que foram usados três cheques de Leonardo Almeida Ramos, sobrinho de Cachoeira, na aquisição do imóvel localizado em Alphaville, condomínio de luxo em Goiânia, que pertencia a Perillo. Foi neste imóvel que o contraventor foi preso no dia 29 de fevereiro, data em que a operação da PF foi desencadeada.
Os três cheques repassados ao governador goiano somavam R$ 1,4 milhão, segundo o delegado federal. Duas folhas eram de R$ 400 mil e a outra de R$ 600 mil. 'Ele confirmou que foram três cheques', disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Na avaliação do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), as informações do delegado confirmam que o imóvel foi vendido de Perillo para Cachoeira.
'A casa em que ele foi preso pertencia anteriormente a Perillo. Logo, foi uma venda do governador para Cachoeira', afirmou. Ao confirmar ter ouvido do delegado sobre os cheques do sobrinho de Cachoeira para o governador de Goiás, o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) argumentou que a transação mostra que o negócio foi lícito. 'Se houve um cheque, foi um negócio lícito', disse.
A transação foi revelada nos autos da operação. O delegado não apresentou à comissão cópia dos cheques do sobrinho do bicheiro. Esses documentos ainda podem constar do farto material apreendido durante a operação, mas que ainda não foi periciado. O conteúdo apreendido em 28 dos 80 locais de busca e apreensão visitados pela PF no dia da operação ainda não foi sequer tocado.
Em entrevistas logo após a operação, Perillo afirmara que a casa havia sido comprada pelo empresário Walter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão. O empresário também já confirmou ter adquirido o imóvel.
Oficialmente, no entanto, o imóvel foi vendido para a empresa Mestra Administração e Participações. Conforme o Estado revelou no início do mês, a firma está registrada em nome de supostos laranjas.
Bate-boca. As revelações do delegado fizeram com que o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), admitisse submeter à votação do colegiado na próxima quinta-feira a revisão do cronograma de trabalho da comissão para permitir a convocação de Perillo. A convocação dos governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro, também poderá ser submetida a votação no dia 17. Todos os requerimentos serão individuais.
A tentativa de convocar o governador de Goiás desencadeou ontem um bate-boca. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado Silvio Costa (PTB-PE) protagonizaram uma tensa discussão do lado de fora da sessão, na frente da imprensa. Rodrigues era taxativo ao afirmar a necessidade da convocação imediata de Perillo, quando foi interpelado pelo pernambucano. 'Acho que vossa excelência está com problema de audição', disse Costa, após contestar o senador do PSOL. 'Temos opiniões diferentes', contemporizou o Rodrigues.
Em nota, Perillo disse que a venda da casa foi intermediada 'pelo sr. Wladmir Garcêz, que inicialmente se apresentou como comprador do imóvel e, na escrituração, ele disse que o comprador seria o sr. Walter Paulo'. 'Em seguida o sr. Wladmir levou os cheques ao governador. Ele recebeu os cheques, depositou-os nas datas combinadas e só escriturou o imóvel após compensação de todos os cheques. Na época o governador não observou o nome do emitente pois a casa só seria escriturada após a devida quitação.'
Segundo Perillo, 'trata-se de patrimônio pessoal' e a casa foi 'vendida rigorosamente dentro da lei e declarada no Imposto de Renda em uma transação que, absolutamente, nada tem a ver com a atividade pública do governador'. Ele alega que se 'tivesse alguma dúvida' sobre a legalidade e não tivesse 'agido de boa-fé, não teria declarado a venda'.


by Estadao/ COLABOROU EUGÊNIA LOPES

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sou realmente uma mulher de visao. Em 1992 quando abandonei o Partido dos Trabalhadores, sai da sede do partidfo, após ter sido ROUBADA pelos então integrantes do diretorio da cidade. Dizendo a eles o seguinte: "to fora. voces sãoPIORES que os demais. Os outros se stingirem, atingirão os "inimigos". voces não poupam nem os companheiros. As noticias da morte do prefeito de Santo andre, Celso Daniel confirma a inicialmente teoria. Mais uma vez eu estava certa. E o tempo, continua como sempre foi, o senhor da Razão. by Deise

Promotor diz que Celso Daniel foi morto porque 'sabia demais'

O promotor de Justiça Márcio Augusto Friggi de Carvalho pediu na tarde desta quinta-feira a condenação de três réus pelo sequestro e morte do então prefeito de Santo André, no ABC Paulista, Celso Daniel (PT), em 2002. "O prefeito de Santo André morreu porque sabia demais", disse. Na sua exposição aos jurados, que durou cerca de três horas, Carvalho lamentou não ter identificado mais envolvidos no crime, cometido, segundo ele, porque o político descobriu que pessoas ligadas a um esquema de corrupção para financiar campanhas eleitorais do PT estavam embolsando o dinheiro desviado.

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Os réus Ivan Rodrigues da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e José Edison da Silva teriam sido contratados pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, que era amigo de Celso Daniel e cuidava da segurança do então prefeito. O suposto mandante aguarda seu julgamento em liberdade e sempre negou as acusações.
"O Ministério Público foi até longe demais (na investigação). Infelizmente, (os membros da Promotoria) não puderam avançar para cima disso. Os possíveis degraus para onde se podia avançar no caso, não foi possível identificar", afirmou o promotor, que em diversos momentos de sua argumentação destacou que "forças maiores" atrapalharam a apuração - citando a morte de sete pessoas ligadas ao caso nos últimos 10 anos.
O promotor apresentou uma série de provas - como depoimentos de testemunhas, extratos de chamadas telefônicas e perícias - com o intuito de comprovar que Celso Daniel foi morto após sofrer "intensa tortura", antes de ser atingido por oito tiros. "A tortura mostra o caminho da verdade", explicou Carvalho, que lembrou que, em casos de crime comum, as vítimas de sequestro não costumam ser torturadas da forma como ele foi. "(Ele foi torturado e morto) para se manter um esquema de desvio de dinheiro do povo (para formar o chamado caixa dois de campanhas). (...) A família dele nunca recebeu um telefonema com pedido de resgate", completou.
Segundo a tese da acusação, os três réus eram os "membros" de um esquema que teve "cabeça, tronco e membros", e os acusados negavam a participação no crime para "proteger a cabeça", ou seja, o Sombra. Para reforçar a tese de "queima de arquivo" e fortalecer a argumentação de "motivação política", em um determinado momento, o promotor pediu aos jurados que se lembrassem do contexto político da época em que o caso aconteceu: 2002, um ano de eleições presidenciais.
"Lembrem-se, senhores, o contexto daquela época: era uma campanha eleitoral para presidente da República, que ficaria oito anos na Presidência, com uma campanha financiada por um esquema como esse", frisou. Embora sustente que Celso Daniel morreu após descobrir os desdobramentos desse esquema - conforme relatou um irmão da vítima à Promotoria -, o promotor ressaltou que, como não foi possível avançar nas investigações, é "mera especulação" tentar identificar os interessados em ver Celso Daniel morto.
Hoje, o diretório do PT em Santo André disse que o partido é o principal interessado em esclarecer os fatos - a legenda sempre rebateu qualquer ligação com o caso.

O julgamento

Após a argumentação do Ministério Público, o júri, realizado em Itapecerica da Serra, irá ouvir a argumentação da defesa. Em depoimento, os três réus negaram participação no crime. Outros dois acusados, Itamar Messias dos Santos Filho e Elcyd Oliveira Brito, seriam julgados hoje, mas seus advogados abandonaram a tribuna e o julgamento foi adiado para o dia 16 de agosto.

A morte de Celso Daniel

 Então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT) foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002, quando saía de um jantar. O empresário e amigo Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, estava no carro com ele quando foi rendido. O político foi levado para um cativeiro na favela Pantanal, em Diadema (Grande ABC), e, depois, para uma chácara em Juquitiba, a 78 km de São Paulo, sendo assassinado a tiros dois dias depois. Na época, o inquérito policial concluiu que Celso Daniel teria sido sequestrado por engano e acabou morto por uma confusão nas ordens do chefe da quadrilha. Mas a família solicitou a reabertura das investigações ao Ministério Público.
As novas averiguações apontaram que a morte de Celso Daniel foi premeditada. As contradições entre as declarações de Sombra e as perícias feitas pela polícia lançaram suspeitas sobre o amigo do então prefeito. Ele havia dito que houve problemas nas travas elétricas do carro em que os dois estavam, que houve tiroteio com os bandidos e que o carro morreu. Mas a perícia da polícia desmentiu todas as alegações.
O MP denunciou sete pessoas como executoras do crime, sendo que Sombra foi apontado como o mandante do assassinato. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado - por ter contratado os assassinos, pela abordagem ter impedido a defesa da vítima e porque o crime garantiria a execução de outros. De acordo com o MP, o empresário fazia parte de um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André que recebia propina de empresas de transporte, mas Celso Daniel teria tomado providências para acabar com a fraude, o que motivou a morte. Ele nega a acusação.
A Justiça decidiu levar todos os acusados a júri popular. Além de Sombra, José Edson da Silva, Elcy Oliveira Brito, Ivan Rodrigues da Silva, Itamar Messias Silva dos Santos e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira serão julgados pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, mediante paga ou promessa de recompensa e por impossibilitar a defesa da vítima), cuja pena máxima é de 30 anos de reclusão. Em novembro de 2010 aconteceu a primeira condenação do caso: Marcos Roberto Bispo dos Santos pegou 18 anos de prisão em regime fechado.

by Hermano Freitas

Marina Novaes

Réus do caso Celso Daniel acusam polícia e ex-deputado

A fase de interrogatório dos réus acusados de participação no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, começou por volta das 11 horas no Fórum de Itapecerica da Serra.
Falaram os acusados Ivan Rodrigues da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e José Edison da Silva. Os advogados do outros dois réus, Itamar Messias dos Santos Filho e Elcyd Oliveira Brito, se retiraram da sessão alegando tempo insuficiente para a defesa e o julgamento deles foi adiado.
Algumas informações passadas pelos réus eram conflitantes, mas todos os três disseram ter sofrido tortura por parte da Polícia Militar no momento da prisão para que confessassem o crime. Entre os algozes, além dos policiais, eles citaram o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT responsável por acompanhar o caso.
Ivan, que seria o responsável pela coordenação do grupo criminoso, negou qualquer tipo de envolvimento com o assassinato do prefeito. Ele afirmou que seu advogado, Marco Aurélio, não estava na delegacia quando foi detido e que foi ameaçado por Greenhalgh no ato da prisão. Alegou também não ter tido direito de ler os papéis que assinou ao ser levado pela polícia.
O juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov, porém, afirmou que seu depoimento era contraditório. O magistrado afirmou que Ivan narrou o assassinato de Celso Daniel quando depôs em Taubaté.
Ivan admitiu conhecer Rodolfo e Itamar antes do crime, mas disse que não sabia quem era Dionísio Aquino Severo, suposto sequestrador de Celso Daniel, que foi morto por uma facção rival antes de ser ouvido sobre o crime. Quando foi a vez da promotoria questioná-lo, preferiu o silêncio.
O segundo a falar foi José Edison, que teria sido o responsável por providenciar o cativeiro e, segundo o Ministério Público, teria sido um dos autores dos disparos para executar o petista. O réu disse desconhecer os motivos pelos quais foi envolvido no processo, uma vez que havia levado a esposa para fazer um tratamento na Bahia. Afirmou não conhecer Ivan, que, contraditoriamente, disse em seu depoimento conhecê-lo.
José Edison também citou Greenhalgh – disse que o ex-deputado se passou por seu advogado quando foi detido. Questionado pelo promotor se queria explicar porque não trouxe a esposa a depor em favor de sua defesa, respondeu afirmativamente e disse que não queria que ela o visse nas condições atuais.
Rodolfo também disse que não pode ler os papeis que assinou no ato de sua detenção, que ocorreu quando acabara de voltar da Bahia. Negou conhecer Dionísio e afirmou ter conhecido José Edison somente após ser preso. Não quis se explicar à promotoria.
O réu foi o único cujo advogado se pronunciou. Respondendo às perguntas da defesa, disse ter ido à Bahia visitar os avós junto a Itamar e afirmou não ter confessado o crime para a Polícia Federal. Ele atribuiu o envolvimento de seu nome no caso porque conhecia alguns membros da quadrilha.
Rodolfo foi um dos que mais se queixou dos mau tratos da polícia. Em seu depoimento, também disse que os réus estavam sem comer desde a noite da terça-feira – a exceção de si mesmo, que jantou na quarta. Segundo ele, os acusados só tomaram café da manhã nesta quinta porque o juiz autorizou.
by Ricardo Chapola – Estadão

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