segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Como quebrar um estado em 8 passos: o que Tarso Genro e o RS podem ensinar ao Brasil.


FELIPPE HERMES


APENAS DOIS GRUPOS APOIAM O GOVERNO DILMA: OS BANQUEIROS E A ESQUERDA.



Apesar de menos aparente que a crise nas contas públicas do governo federal, inúmeros estados têm enfrentado situação semelhante, do Caburaí ao Chuí. Estados como Pernambuco e Goiás sistematicamente têm atrasado o pagamento de salários, enquanto São Paulo, que apenas nos seis primeiros meses do ano teve uma queda de quase 4% no seu PIB, se vira como pode para equilibrar as contas com despesas maiores e uma queda nominal na receita. Nenhum estado, porém, se encontra em uma situação tão complicada quanto a do Rio Grande do Sul.

Estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul é geralmente lembrado pela participação ativa na política nacional. Desde que Deodoro da Fonseca, ex-governador do estado, proclamou a República, foram nada menos do que 7 presidentes gaúchos em nossa história – além de nomes como Dilma Rousseff, que apesar de nascida em Minas, fez carreira política no estado.

A história do Rio Grande do Sul, como a de qualquer estado, possui suas peculiaridades. Na maior parte, os gaúchos possuem uma relação enraizada com a própria história, valorizam o passado e em muitos casos, agarram-se a ele para evitar mudanças. Essas características culturais geram forte impacto na economia local – não apenas pela valorização de marcas locais (de bancos ao varejo; as marcas líderes são em geral ilustres desconhecidas dos demais brasileiros), mas também pelo receio em permitir mudanças na sua própria economia.

É desta relação excessiva com o passado que decorre uma boa parte dos problemas estruturais da economia do estado, que desde os anos 90 encontra dificuldades em aderir a uma renovação econômica – como fizeram Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, onde a indústria ganha peso e se diversifica. Enfraquecido, o estado ainda enfrenta inúmeros problemas políticos, sem continuidade de qualquer projeto. O Rio Grande do Sul carrega há pelos menos 20 anos um peso grande do seu endividamento, fruto de déficits fiscais em 37 dos últimos 43 anos.

Neste cenário, ganham peso políticos que prometem soluções milagrosas e que garantam um retorno ao tempo em que os gaúchos dominavam índices de educação e desenvolvimento humano. Nenhum político, porém, fez tanto este jogo quanto o petista Tarso Genro. Eleito em 2010, após um governo tucano marcado por um ajuste fiscal rigoroso, Tarso elegeu-se com a promessa de “fazer o Rio Grande do Sul” voltar a crescer. A realidade, porém, foi bastante distinta. Tarso utilizou-se de recursos de terceiros e empréstimos para pagar a folha de pessoal e conceder aumentos sem haver receita prévia. Apesar disso, sequer chegou a pagar o piso dos professores, instituído por ele mesmo quando Ministro da Educação.

Com políticos que prometem o impossível, um estado inchado e uma população disposta a acreditar em qualquer tentativa de terceirizar responsabilidades, o Rio Grande do Sul pode parecer um retrato fiel do Brasil, mas há alguns outros fatores que mostram como ele pode ser também um alerta para o futuro do país. Abaixo listamos alguns deles.

1. GASTE SEMPRE ALÉM DO QUE VOCÊ POSSUI, DEIXE O PROBLEMA PARA O GOVERNADOR SEGUINTE.


A situação atual, como se sabe, não surgiu do dia para a noite. São apenas 6 anos de receitas maiores que despesas nos últimos 43 anos. Como todos os estados, o Rio Grande do Sul ampliou sua dívida durante o período da ditadura militar e no início do Plano Real. Os déficits eram recorrentes no Brasil naquela época, pois era plenamente possível financiar-se criando moeda (no caso da União) ou contraindo empréstimos junto a bancos estaduais.

Os governos estaduais, a União e os bancos lucravam enquanto a população perdia com a inflação. Tal fato nos levou a uma concentração de renda jamais vista. Não por acaso, o fim da inflação com o Plano Real significou uma enorme perda de receita. Os déficits passaram a ser cobertos por meio de aumento de impostos e de dívidas. Para sanar este endividamento nos estados, a União criou o PROES, que refinanciou todas as dívidas com juros menores do que os pagos no mercado. Apesar da onda de privatizações, os governos estaduais tiveram um elevado aumento de endividamento, em boa parte graças aos juros de mais de 40% ao ano em 1995 – tudo para conter a inflação e atrair os dólares que manteriam a paridade do real.

O sucesso desta política é questionável. O do plano não. Em apenas 2 anos, o Plano Real tirou mais de 8 milhões de brasileiros da miséria, nos levando a vivenciar um momento de estabilidade que permitiu um crescimento no consumo nunca antes visto por parte da população. Na parte fiscal dos governos, porém, pagamos por isso até hoje.

Para controlar a situação, os estados optaram por elevar a arrecadação – ainda que criando mecanismos para se apropriar do dinheiro alheio, a opção escolhida pelo Rio Grande do Sul. Em 2004, o governador Germano Rigotto, do PDMB, enviou um projeto que permitia ao estado sacar até 75% dos depósitos judiciais (aquele dinheiro que fica retido na justiça enquanto você tem uma causa sendo julgada). Para se apropriar destes recursos (algo que Dilma já cogitou), o governo paga juros iguais à taxa SELIC. Tarso Genro, em 4 anos, sacou o equivalente a 75% dos depósitos judiciais, ampliando a dívida em mais de R$ 7 bilhões, algo que, quando somado aos saques no Caixa Único (onde o governo se apropria do dinheiro de outros órgãos independentes), chega a R$ 11 bilhões. O custo desta política alcança R$ 1 bilhão a cada ano.

A história do Rio Grande do Sul neste caso não se distancia muito da brasileira – mas como vemos abaixo, o Rio Grande do Sul tomou um caminho não muito correto e transformou o que era ruim em algo ainda pior.

2. OPONHA ESTABILIDADE E CRESCIMENTO.




Como o professor e economista Marcelo de Paiva Abreu descreve em seu livro “A ordem do progresso”, a historia político-econômica do Brasil pode ser descrita por meio de uma eterna luta entre estabilidade e crescimento. Tal noção decorre de uma outra ideia, que encontra no Brasil um celeiro fértil: a de que o Estado deve ser um propulsor do crescimento. Poucos presidentes descrevem tão bem esta ideia quanto os gaúchos João Goulart e Getúlio Vargas.

Ambos comumente associados ao populismo e ao nacionalismo, iniciaram seus governos por meio de um ajuste fiscal. Ambos entendiam que o Estado deveria ter um papel crucial em desenvolver a economia e que isto só seria possível com um Estado relativamente estável do ponto de vista fiscal. Jango, que terminou seu governo deposto pelos militares e associado a políticos como Brizola, iniciou seu governo com um banqueiro no Ministério da Fazenda, enquanto Getúlio, que terminou por conceder aumentos de 100% no salário mínimo e criar estatais como o BNDES e a Petrobras, defendeu de início que o salário deveria ser contido e acompanhar sempre a produtividade.

No Rio Grande do Sul, porém, tais ideias apresentam o ponto crucial de cada eleição. Nenhum governador se elege com um discurso que não faça menção a algum deles: ajustar as contas ou “fazer o estado voltar a crescer”. Simplesmente nenhum político – ou mesmo o grosso dos eleitores – consegue compatibilizar a ideia de que um Estado fiscalmente responsável e que gaste apenas o que tem, cria um ambiente mais favorável do que um Estado que está constantemente gastando acima do que arrecada e criando incertezas sobre arrecadação e impostos futuros.

3. AO TROCAR DE GOVERNO, ABANDONE TUDO FEITO ATÉ ENTÃO.



Provavelmente você deve associar esta ideia à clara mudança de nome promovida por Lula ao criar o Bolsa Família unindo programas pré-existentes e expandindo-os para então chamá-lo de seu, mas a questão no Rio Grande do Sul vai um pouco além. Não apenas os políticos, mas em maior parte o próprio eleitorado, não vê qualquer correlação entre votar em projetos antagônicos e aprofundar a crise.

Vivendo uma crise causada por quatro décadas de déficits públicos, o Rio Grande do Sul é o único estado do país a não reeleger um único governador desde o início da redemocratização em 1985. Mesmo no auge do crescimento de arrecadação, em 2010, quando o PIB cresceu acima de 7%, o estado não reelegeu um chefe de governo.

As razões são bastantes simples. Impossibilitados de governar e tendo de passar 4 anos resolvendo problemas de gestões passadas, nenhum governador de fato governa. Todos os projetos anteriores são abandonados e reescritos com a benção do povo, que acredita ainda hoje em soluções mágicas, como se o novo governador trouxesse uma nova chance de resolver problemas.

Evidente que isto não significa defender uma perpetuação de poder. O governo federal mesmo é capaz de provar isso – quando em 2003 Lula manteve inúmeras políticas iniciadas no governo Fernando Henrique, aprofundou um ajuste fiscal baseado em reformas menores como no crédito e na própria gestão pública. Lula, que pode ser lembrado por querer virar a página com a mudança de nome no Bolsa Família, manteve o tripé econômico (superávit primário, cambio flutuante e controle da inflação) intacto. O resultado foram 8 anos de progressão na nota do Brasil junto a agências de risco internacional. Tais políticas foram abandonadas em 2011 – e a consequência estamos vivendo agora.

4. TERCEIRIZE RESPONSABILIDADES.




Assim como seus eleitores – e a maioria das pessoas – o eleitorado gaúcho compra sem grandes dificuldades a ideia de que os problemas decorrem da forma como a União age em relação ao estado. Tal ideia ignora o fato de que todos os estados enfrentam problemas semelhantes. Não obstante, nenhum deles se encontra em situação tão complicada quanto o Rio Grande do Sul.

Em uma entrevista ao jornal Zero Hora desta semana, o ex-governador Tarso Genro elenca uma série de medidas que supostamente tomaria se tivesse sido reeleito, para combater o déficit de R$ 5,4 bilhões (para efeito de comparação, os gastos em saúde somam R$ 3,8 bilhões). Para Tarso, a solução é simples: cobrar o governo federal. O governador elenca medidas como entrar com ações na Justiça para reaver gastos do estado em obrigações da União, ou demandar maiores repasses. Ignora totalmente, com a complacência de boa parte do eleitorado, que o governo federal também está sem recursos.

A maior parte da população do estado acredita que seus problemas se devam unicamente à dívida do Rio Grande do Sul com a União – que na visão de muitos, age como a Alemanha à Grécia: um suposto “carrasco” que impõem sacrifícios. A dívida com a União, entretanto, está longe de ser o maior ou o único dos problemas. Inúmeros estados gastam o mesmo que o Rio Grande do Sul com a dívida (cujos gastos são limitados a 13% da receita). Nenhum deles está em situação tão ruim.

A dívida é para o Rio Grande do Sul o que a suposta crise internacional é para Dilma. No estado nada se faz em função da dívida, que limita o governo – supostamente frágil e inocente diante da situação. Esta situação, porém, esconde outras questões. O Rio Grande do Sul possui um déficit previdenciário de fazer inveja a qualquer outro estado. Nada menos que 54% de sua folha de pagamentos é destinada a pagar aposentados, contra 27% do que São Paulo, o segundo estado que mais gasta do país, possui de custo. A dívida com os saques no caixa único e depósitos judiciais, que é 5 vezes menor que a dívida com a União, possui juros semelhantes (R$ 1 bilhão contra R$ 1,3 bilhões). Tarso é responsável por mais de 2/3 desta dívida.
 
5. INVERTA A LÓGICA DE USO DOS RECURSOS PÚBLICOS.



Como mencionado anteriormente, o Rio Grande do Sul é o estado que mais gasta em previdência no país. Um déficit que sozinho é superior aos gastos de saúde, educação e segurança somados. Ao todo, 29% da receita líquida do estado (aquela que fica realmente com o estado e não é transferida aos municípios) é destinada ao pagamento de aposentadorias. Há hoje 1,1 aposentado ou pensionista para cada funcionário na ativa.

Entre 1971 e 1974 o estado do Rio Grande do Sul aplicava 1,9% do PIB em educação e 1,1% em previdência – e agora despende 1% em educação e 2,9% em previdência. A inversão de lógica para os gaúchos é um caso raro em todo o Brasil. Enquanto isso, o funcionalismo segue sendo mal pago (e agora com salários atrasados), por conta da incapacidade do governo de resolver os problemas orçamentários.

Nesta situação, o mais razoável seria mudar a lógica da previdência e criar um fundo que garantisse as aposentadorias no futuro. Não para os funcionários, que acreditam que receber salários integrais em um modelo onde os funcionários sequer pagam 20% do total necessário das aposentadorias é viável para o futuro. Neste ponto, felizmente a União parece já estar mais adiantada – o fundo de pensão dos funcionários federais já existe, apesar da baixa adesão
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6. FAÇA COM QUE AS ESTATAIS SIRVAM A SI MESMAS.




Dono de 16 empresas estatais, o estado do Rio Grande do Sul opera de saneamento básico, geração, transmissão e distribuição de energia à mineração, passando por bancos, armazéns, distribuidoras de gás, operadoras de cartão de crédito, transporte ferroviário de passageiros, etc. Assim como descreveu o presidente da Vale e ex-presidente do conselho de administração da Petrobras, as empresas estatais vivem para servir a si mesmas. Um exemplo é a Companhia de Silos e Armazenagens, cujos gastos com processos trabalhistas superam a receita, fazendo com que a empresa deva inúmeras vezes mais do que é capaz de arrecadar.

Toda esta enormidade de empresas se soma às inúmeras fundações estaduais, que cuidam de zoológicos a centros de esporte. Costuma-se dizer que o Rio Grande do Sul possui 2 zoológicos: um deles é o melhor da América Latina, o outro é estatal. O zoológico de Sapucaia, o que pertence ao estado, está hoje na mira para ser privatizado. Sozinho, gera custos de alguns milhões por ano – nada que seja relevante diante do orçamento – mas a lógica à resistência em privatizá-lo é o que mais interessa. No estado há leis que determinam a realização de um plebiscito para privatizar as estatais (ironicamente o deputado estadual Marcel Van Hattem apresentou um projeto que determina a realização de plebiscitos para criar estatais – nunca é demais lembrar que Tarso criou uma estatal para gerir rodovias que hoje gera prejuízo).

Transformar órgãos estatais em prestadores de serviço para o estado que concorrem na iniciativa privada é uma marca comum entre governos de todo o mundo (como Nova Zelândia ou Inglaterra). No Brasil essa ideia resiste em boa parte porque os governantes se apropriam das receitas destes órgãos de forma indevida. Assim, quando você paga por um serviço da Anvisa ou de uma fundação estadual, está na realidade colocando dinheiro no caixa do governo e não no da agência. Isto impede investimentos maiores no próprio setor e torna as agências dependentes e meramente arrecadatórias.

Essa ideia, que hoje é testada em outros estados, como São Paulo, é a pretendida pelo governador gaúcho. No âmbito federal, segue ainda longe de ser implementada. O governo se apropria do Fistel (um fundo de telecomunicações pago com seu dinheiro e que é usado para gastos correntes do governo, não para investir em telecomunicações), com a mesma facilidade com que abocanha novos impostos.

7. OPONHA-SE A REFORMAS E CULPE O REMÉDIO PELO MAL ESTAR.



Assumindo o governo em janeiro, o governador José Ivo Sartori (PMDB) completa 9 meses no cargo com salários pagos em atraso, um déficit projetado para o ano superior a R$ 4 bilhões, greves, um surto de violência e uma economia em recessão.

Seu remédio foi reduzir em 21% as despesas do estado que podem ser alteradas. Sartori reduziu ou zerou gastos em materiais de distribuição gratuita, diárias, aluguel de carros, telefones oficiais e diminuiu o número de cargos comissionados pela metade.

Depois disso funcionou então? Não exatamente. Todo o governo que se elege no estado possui gastos já pré-compromissados equivalentes ao todo do orçamento. Por exemplo? Apenas com o déficit na previdência e com os juros da dívida, o estado gasta mais de 43%. A cada R$ 100 que entram nos cofres do estado, R$ 43 bancam questões do passado – o restante banca os funcionários, investimentos e custeio. É apenas no custeio que Sartori pode cortar, um valor que fica em torno de R$ 7 bilhões anuais, de onde o governador espera reduzir R$ 1,5 bilhões.

No âmbito federal, a situação é praticamente a mesma. Senadores e deputados agem de modo a criar gastos pré-programados que reduzem a capacidade do governo de definir o orçamento. A medida tem o intuito de garantir que os governos não deixem desamparados setores importantes, mas acaba por impedir o governo de reduzir seus gastos em momentos de crise.

8. DISTRIBUA DIREITOS E QUANDO NÃO HOUVER DINHEIRO PRA BANCÁ-LOS, CULPE A FALTA DE VONTADE POLÍTICA.


Após perder a eleição em outubro, Tarso deu uma amostra do que Dilma poderia ter feito: enviou em novembro pacotes concedendo aumentos salariais até 2018, mesmo sem deixar recursos em caixa para pagá-los. Hoje, com salários parcelados, não é raro encontrar quem diga que “ao menos Tarso pagava os salários em dia”. Esta é a essência do Rio Grande do Sul atual. O funcionalismo acredita que, ainda que o estado se afunde em dívidas e comprometa todo o futuro da população que arcará com elas, esse cenário é menos pior do que cortar gastos.

Tarso conseguiu bancar os salários graças aos empréstimos que fez junto ao BID e ao BNDES. Deixou de investir para gastar com algo que não poderia arcar no futuro. Por isso, apesar da dívida ter seus 40 anos e a ingovernabilidade ser tão antiga quanto, o petista é um agente central nesta crise. Tarso cortou todas as saídas, zerou a possibilidade de investir e apenas deixou uma opção ao governo: deixar de atuar em setores que não lhe dizem respeito e garantir que a iniciativa privada faça o seu papel.

Constantemente utilizamos dados do TCU como fonte. O modelo de auditoria pública no Brasil é razoavelmente eficiente, em boa parte pois não faltam irregularidades para serem encontradas. No caso dos tribunais estaduais, a situação não é tão positiva. Em 23 anos nenhuma conta de governo foi reprovada. Em suma, o tribunal que consome mais de R$ 600 milhões em recursos, acredita que nenhum político possui responsabilidade pela tragédia. Resta torcer para que o TCU não siga pelo mesmo caminho na análise das contas de Dilma. Neste ponto, o Rio Grande do Sul não deve ser um “modelo a toda a terra”.

Spotinik

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

"Estado esconde o preso e vira refém do crime"

TRIBUTO À BARBÁRIE

11 de junho de 2011,

Presidio Central de Porto Alegre - Sidinei Brzuska











A partir do dia 1º de agosto de 2011, o Presídio Central de Porto Alegre não poderá abrigar mais do que 4.650 detentos. A direção simplesmente deve recusar o ingresso de novos presos, independentemente da natureza da prisão. A determinação partiu, no início de junho, do juiz Sidinei José Brzuska, da Fiscalização dos Presídios da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre e da Região Metropolitana.
Há 12 anos, este que é um dos maiores e mais problemáticos presídios do estado do Rio Grande do Sul, tinha 2.000 detentos em suas galerias, quando a lotação máxima permitia 1.700 apenados. Em novembro de 2010, o número chegou a 5.300 e, no início de junho, baixou para 4.809.
A tendência, avalia o juiz, é fazer com que este teto seja gradualmente reduzido até o cumprimento integral de decisão do Tribunal de Justiça de 1995, determinando que o Central funcione apenas para presos provisórios. Naquele ano, cumpriam pena nesta condição 1.859 presos — e já extrapolavam a capacidade.
A situação chegou a este ponto, segundo Brzuska, porque o estado passou a deixar no presídio os que já estavam lá quando da condenação definitiva. Ou seja, “os presos ingressam na condição de provisórios, seja por flagrante ou prisão preventiva e, uma vez condenados, não são transferidos para outras penitenciárias, mas permanecem cumprindo pena no estabelecimento prisional, em flagrante desobediência à decisão da 1ª Câmara do Tribunal de Justiça de 1995”.
Para o juiz da VEC, esta falha na execução penal é grave e denota o descaso do estado, mas não é um fato isolado. Na raiz de todos os problemas, está a falta de vagas no sistema prisional — cerca de 12 mil em todo o estado. Na sua mesa de trabalho e nos armários, repousam pilhas de ofícios e outros documentos remetidos ao governo do estado, cobrando providências para sanar as dificuldades causadas pela superlotação das casas prisionais. O pedido mais reiterado é pela construção de novas unidades.
“A Região Metropolitana tem 13 mil dos 31 mil presos do estado. Há oito anos, não se constrói uma nova prisão em regime fechado para homens”, afirma, em tom de lamento. Atualmente, conforme o Departamento de Planejamento da Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe), o estado conta com 30.348 condenados cumprindo pena. Os homens são maioria: 28.276.
Presidio Central de Porto Alegre - Sidinei Brzuska







Além da superpopulação carcerária, da falta crônica de servidores e de deficiências de estrutura, há um novo fenômeno nas cadeias: a gestão compartilhada com os presos. O juiz a sua descoberta, nas suas andanças pelo sistema prisional do estado, de cantinas dentro dos presídios, onde é possível encontrar escovas de dente, papel higiênico, barbeador. Itens básicos que não são oferecidos pelo Estado ao cidadão preso.
‘‘É uma desumanidade o que acontece dentro das nossas prisões. Chegamos ao limite da tolerância. Se as autoridades continuarem escondendo o preso da opinião pública e se esta continuar achando que presidiário não é gente, o sistema marcha para a barbárie’’, adverte.
Presidio Central de Porto Alegre - Sidinei Brzuska






Quem olha o acervo de fotos no computador do juiz — de onde estas foram tiradas — não tem dúvida de que o Rio Grande do Sul já não foge à regra do que se vê pelo Brasil: presídios superlotados, sujeira por toda a parte, doentes sem atendimento, corrupção, maus tratos e a tolerância com o crime organizado. Parece que o estado se demitiu de suas funções, responsabilidades e prerrogativas.
Nesta entrevista, o juiz Sidinei Brzuska fala dos principais problemas das cadeias gaúchas, dá pistas de como solucioná-los e tece críticas ácidas tanto à omissão do Poder Executivo, a quem cabe a guarda e ao atendimento dos que cumprem pena, quanto ao descaso da sociedade para com a sorte dos presos. ‘‘Para muitas pessoas, preso morto é ‘um a menos para incomodar’. Esta manifestação é reveladora do estado de consciência da nossa sociedade.’’
Leia a entrevista:
ConJur — Como e quando começou este trabalho de fiscalização dos presídios?
Sidinei José Brzuska — Na Região Metropolitana de Porto Alegre, existem 27 casas prisionais. Para poder atendê-las de forma satisfatória, a Justiça gaúcha achou por bem criar um Juizado da Fiscalização. Os juízes que atuam nos processos criminais não têm como, ao mesmo tempo, fiscalizar a execução penal e os presídios. Então, optou-se por uma cisão na jurisdição. Os colegas das VECs (Varas de Execução Penal) despacham os benefícios individuais, progressão ou remissão de pena, livramento condicional, entre outros; e o Juizado, sob a minha jurisdição, cuida da fiscalização das casas prisionais e das decisões mais coletivas. Por exemplo: a interdição de uma casa prisional, transferência massiva de presos de um presídio para outro, troca de jurisdição etc. Este trabalho existe desde 2008, mas eu atuo na execução criminal desde 1997, ano em que me tornei juiz.
ConJur — O senhor acompanhou o Mutirão Carcerário no estado, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça? Como avalia este trabalho?
Sidinei Brzuska — Bem, até o momento [início de junho], nós não recebemos o relatório final do Mutirão Carcerário. Só tomamos conhecimento do resultado parcial deste levantamento, que analisou cerca de 23 mil processos. Sob o ponto de vista estrutural, foi importante ter esta radiografia. E, principalmente, porque ela foi produzida por alguém que veio de fora. O juiz enviado pelo CNJ é da Justiça do Maranhão. Isto leva a uma visão mais isenta e permite apresentar, livremente, sugestões para que se possa melhorar o sistema. Penso que o resultado final é mais sincero, porque quem levanta as informações não está todo dia ali, enfim, não é parte do sistema. Eu, por exemplo, coordenei o Mutirão Carcerário no Espírito Santo. Por este aspecto, valeu o trabalho.
ConJur — O Mutirão soltou presos? Apurou irregularidades?
Sidinei Brzuska — As pessoas acham que o Mutirão é feito para soltar preso ou coisa que o valha, mas as coisas se dão de outro modo, bem diferente. Eu monitorei a população carcerária do estado durante o Mutirão. E o impacto do Mutirão sobre a totalidade de presos foi de 0,39%. Ou seja, menos de 0,5% ao longo de 30 dias [o Mutirão começou dia 14 de março e se estendeu até 13 abril]. Nem dá para notar. Não houve reflexo na diminuição do número de presos, não houve esvaziamento de prisões, soltura em massa ou reforço na segurança pública, nada disso. O número de irregularidades apuradas foi mínimo, pois nós já tínhamos ciência destas. Por isto, segundo fiquei sabendo informalmente, o colega que coordenou o Mutirão, juiz Douglas Melo Martins, quer propor o modelo do nosso Juizado para outros estados.
ConJur — Quais os maiores problemas do sistema prisional gaúcho?
Sidinei Brzuska — Nós temos um problema principal, que é a superlotação das casas prisionais, e deste decorrem todos os outros. Ocorre que este problema vem acompanhado da ausência de servidores em quantidade suficiente, da falta de infraestrutura etc. A soma destas carências vai gerando um vácuo na gerência do sistema, propiciando o aparecimento de administrações paralelas. Com a ausência progressiva do Estado, a administração dos presídios tem de ser feita de forma compartilhada com os presos. E vai cedendo cada vez mais espaço aos presos. Resultado previsível: o Estado começa a se tornar refém do crime e tem dificuldade de retomar o terreno cedido.
ConJur — O senhor. tem um exemplo marcante desta política?
Sidinei Brzuska — Recentemente, estive no Presídio Central e fotografei uma cantina das galerias. Não é a cantina do estado, é uma cantina dos presos, mercadinho dos presos. Existem muitas. Na parede, expostas, várias escovas de dente, assim como aparelhos de barbear, novinhos, prontos para serem vendidos. Além dos itens de higiene pessoal, o mercadinho expõe azeite, massa, pudim, entre outros gêneros de primeira necessidade. Bem, conversando com um servidor da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que tem 32 anos de serviço público, perguntei: “Nestes 32 anos, quantas vezes tu entregastes uma escova de dente a um preso?” Sabes o que ele me respondeu? “Nunca, nenhuma vez.” Então, o Estado não faz a sua parte. O estado não fornece para o preso um prato, uma colher, uma muda de roupa, um sabão, muito menos papel higiênico. O problema é que o preso necessita destes bens. O que ele faz? Acaba se associando a outros presos para conseguir o que o Estado lhe nega. Ao buscar esta sociedade, ele se torna um devedor. E devedor tem que pagar, com o que tiver à mão: com o corpo, levando droga pra dentro da cadeia, executando tarefas. Cometendo crimes nas ruas. Às vezes, paga com a própria vida.
ConJur — Mas o Presídio Central não foi reformado?
Sidinei Brzuska — Fizeram uns pavilhões novos, de péssima qualidade, um puxadinho e alguns remendos. Há 12 anos, a população do Presídio Central era constituída de 2.000 presos, quando deveria ter, no máximo, 1.700. Hoje, tem 4.800. É algo desumano. Por isto, a partir de agosto, já determinei que este contingente não poderá passar de 4.650 pessoas.
ConJur — O condenado vai para o sistema prisional para ser castigado ou ressocializado?
Sidinei Brzuska — A prisão não escapa da questão punitiva. No entanto, a pena não deveria se esgotar na punição, a fim de melhorar o preso. Como não chegamos até este patamar, não podemos falar em ressocialização ou profissionalização do preso. Quando acontece, é uma exceção. São iniciativas pontuais, individuais, de um diretor, de um juiz ou promotor, e não do Estado. Porque o Estado não tem uma política clara, objetiva, massiva, que beneficie milhares de presos. Simplesmente, esta política não existe. Existem exemplos de boas práticas, mas que não se transformaram em política pública, que atinja a todos.
ConJur — A falta de uma política que recupere o preso explica a reincidência criminal?
Sidinei Brzuska — Sim, e nós temos índices altos de reincidência. Ocorre que muitos casos de reincidência são fabricados pelo próprio estado. Não temos como mensurar isto, porque inexistem pesquisas na área, como existem em outros estados. Pesquisa feita numa prisão feminina do estado de São Paulo aponta que 98% das detentas faziam parte do tráfico de drogas. Deste universo, 100% delas estavam numa posição subalterna na hierarquia do tráfico; ou seja, eram usadas pelo tráfico. Transportavam ou guardavam drogas. A pesquisa também apontou que 70% delas tiveram uma relação com alguém vinculado ao crime de tráfico de entorpecentes. Enfim, o estudo mapeou várias situações que explicam por que aquele grupo de mulheres foi parar no crime. No Rio Grande do Sul, nós não temos um estudo semelhante que identifique por completo as causas do crime; logo, não temos uma política para fazer frente e diminuir estas causas.
ConJur — Se o RS não tem uma política de prevenção, nem de ressocialização do preso, o foco da segurança pública fica restrito ao enfrentamento, certo?
Sidinei Brzuska — É isto. Na verdade, não temos nada. Nós vamos jogando as pessoas na prisão e pensando que estamos fazendo o bem. Simplesmente, jogamos estas pessoas na prisão, de forma que se virem lá dentro. O resultado disso é um desastre.
ConJur — Por que, afinal, o sistema prisional e a segurança pública não se transformaram em prioridade para os políticos?
Sidinei Brzuska — Bem, são vários os motivos. É importante notar que o que acontece dentro das prisões é de conhecimento de uma parte muito pequena da população. A sociedade, como um todo, acaba não tomando conhecimento completo, minucioso, dos fatos que se sucedem dentro das prisões. Além disso, também existe a ideia, muito incrustada no inconsciente coletivo, de que o preso tem que sofrer, tem que passar trabalho etc. Então, é um somatório de fatores que faz com que a sociedade se afaste do problema e não queira tomar ciência do que ocorre no sistema. Por outro lado, a classe política é movida por uma pressão social. E a pressão social diz que o preso tem que pagar, tem de sofrer, tem que penar etc. Não há pressão social para resolver o problema prisional. Observe que até naquelas questões em que temos pressão social o estado demora a resolver. É o caso da duplicação da BR-116, da ponte sobre o Rio Guaíba, o problema do engarrafamento do trânsito na Estação Rodoviária de Porto Alegre, entre outros. Veja: o estado levou muitos anos para enfrentar a solução destes problemas. Se não houvesse pressão, nunca iria resolver. As pessoas não irão pressionar a classe política, porque, no fundo, não se interessam pela sorte de quem está lá cumprindo pena. Para muitas pessoas, como pude observar pessoalmente numa exposição de fotos sobre direitos humanos, preso morto é ‘‘um a menos para incomodar’’. Esta manifestação é reveladora do estado de consciência da nossa sociedade.
ConJur — A maioria das casas prisionais existentes no estado vive esta realidade?
Sidinei Brzuska — Na maioria, há falta de higiene, de boas acomodações e de atendimento à saúde ou à promoção do trabalho de recuperação do preso. Isso é a regra, embora existam as exceções. Interessante é que a palavra preso leva à ideia de homem. Hoje, a situação é mais grave no universo das detentas. Nós temos um presidio feminino em Porto Alegre, chamado Madre Pelletier, que não foi projetado para abrigar mulheres. Sequer há banheiros em algumas galerias. Nestas, as necessidades fisiológicas são feitas em potes de plástico. São 550 presas vivendo em más condições. Em Torres, no litoral norte, tem um presídio feminino que também não foi projetado para mulheres, apenas adaptado para receber condenados do sexo feminino. Os banheiros são do tipo ‘‘turco’’ [vaso sanitário no chão, como um buraco]. O único presídio feito sob medida para mulheres é o de Guaíba, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele está parcialmente ocupado, por falta de servidores. Se para os apenados homens devemos muito, para as apenadas mulheres devemos tudo, 100%. Ou seja, nós discriminamos as mulheres também no sistema prisional.
ConJur — E a questão das mortes dentro dos presídios? Há registro destes fatos, para embasar uma possível reparação?
Sidinei Brzuskas — Bem, nós, do Juizado de Fiscalização dos Presídios da Região Metropolitana de Porto Alegre, que concentra a maior massa carcerária, procuramos registrar todos os óbitos no sistema. O que verificamos é que a maioria dos presos morre em decorrência de descaso. Um percentual muito pequeno, creio que por volta de 5%, morre vítima de homicídio dentro das casas prisionais. Nestas duas situações, há flagrante falha do estado, de guarda e de atendimento. Junto com o Ministério Público, nós fotografamos o preso morto e verificamos o que se passou com ele, que tipo de atendimento recebeu. Enfim, levantamos as informações possíveis para determinar a causa daquele fato. Depois, chamamos os familiares do preso e entregamos uma cópia deste material, com as fotografias, para fazerem o que entenderem adequado. Alguns, irão demandar na Justiça contra o estado, pedindo reparação financeira. Veja a gravidade: um preso, sob a tutela do estado, morre dentro de um órgão que deveria garantir a sua segurança enquanto decorresse o tempo da pena. Esta documentação é muito útil para esclarecer a autoria de crimes dolosos na Justiça. Às vezes, um processo vem da Polícia Civil sem nenhuma prova para ser julgado no Tribunal do Júri.
ConJur — Os que cometem crimes de menor potencial ofensivo precisariam ficar nestas cadeias, em contato com presos perigosos?
Sidinei Brzuska — Claro que não precisam. As nossas cadeias, hoje, não estão abarrotadas por pessoas que cometeram crimes menores. Se tem alguém nesta condição, é exceção. A realidade mostra que os que estão nestas cadeias grandes são presos condenados por crimes hediondos — tráfico de drogas, homicídio e estupro. O único delito que leva à prisão, e que não é considerado hediondo, é o roubo, o assalto feito com arma de fogo, concurso de agentes ou com violência.
ConJur — O uso de tornozeleiras seria o mais indicado para punir os infratores de crime leve?
Sidinei Brzuska — Depende do que se espera da tornozeleira. A Lei 12.258/2010, que prevê o uso de tornozeleiras ou braceletes eletrônicos para o controle de condenados durante as saídas temporárias do regime semiaberto ou naqueles em prisão domiciliar, não entrou em vigor. Foi vetada pelo presidente da República em 2010. No projeto aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado, havia a possibilidade de substituir a prisão pela tornozeleira, mas foi vetado. Sobrou o quê desta lei? Usar a tornozeleira somente para o controle do preso. Isto é, controlar o itinerário do apenado numa saída temporária, do regime semiaberto. É só o que se pode fazer com a tornozeleira.
ConJur — A Justiça gaúcha chegou a determinar o uso de tornozeleiras?
Sidinei Brzuska — Nós, aqui em Porto Alegre, usamos a tornozeleira para abrir vaga no regime aberto. Depois, como o estado não renovou o contrato com a empresa fabricante, acabamos soltando os presos, sem tornozeleira. E com o veto da lei, substituímos a tornozeleira pelo encarceramento, no regime semiaberto.
ConJur — O preso precisa trabalhar, para se recuperar, e o empresário não lhe dá vaga em função de seus antecedentes. Como sair deste impasse?
Sidinei Brzuska — Nós precisamos reconstruir o sistema, e isto passa por diversas providências. O condenado teria que começar a trabalhar a partir do momento que ingressa na prisão, para cumprir a sua pena. Mas, para que isso ocorra, nós temos fazer com que a sociedade civil olhe para dentro das prisões e participe, de fato, deste esforço. Num primeiro momento, isto pode custar caro ao estado, mas precisa ser feito. Nós não podemos exigir dos empresários a caridade, porque ela não faz parte deste jogo. Não que as pessoas não devam ser caridosas, mas tem que ser uma atitude voluntária, livre, da consciência de cada um. Falo da parceria da iniciativa privada com o estado, que detém a obrigação constitucional de manter o sistema prisional. Vamos pegar o exemplo da cozinha dos presídios, hoje, todas ‘‘atiradas’’ nas mãos presos. Primeiro, é preciso contratar uma empresa para administrar esta cozinha e fornecer a alimentação, de forma padrão. Esta empresa, então, vai contratar presos. Estes presos vão ter de trabalhar de jaleco, barba e unhas aparadas, dentes escovados e carteira de trabalho assinada. Assim é que se recupera o preso: trabalho, dignidade, recompensa pelo esforço. Hoje, o estado não dá uma muda de roupa para o preso — e deveria dar. Esta prisão poderia ter uma fábrica de roupas, o que também demandaria mão de obra. Então, a partir de duas ou três atividades, teríamos uma sequência de empregos. O ideal é que a manutenção das cadeias, embora venha a custar um pouco mais, seja feita pela mão de obra interna e devidamente remunerada. Fora os serviços de guarda, segurança e fiscalização, os demais têm de ser terceirizados, porque a iniciativa privada é mais eficiente para realizar o serviço e treinar estas pessoas. E o estado tem exigir qualificação desta mão de obra. Aí, sim, o preso começa a se ressocializar, a assumir uma nova postura, dentro do cumprimento da sua pena, na própria prisão. Ao fim da sua pena, ele será uma pessoa melhor, pois o envolvimento contínuo com o trabalho o afasta do crime. Isto é totalmente viável, mas o estado não quer fazer, justamente porque se nega a arcar com o custo inicial. Se fizesse isso, teríamos uma prisão ordeira, higiênica e com todos os serviços básicos atendidos.
ConJur — Que modelo serviria para Rio Grande do Sul?
Sidinei Brzuska — No Brasil, o estado que mais se modernizou na questão da segurança pública foi o Espírito Santo. Nos últimos quatro anos, gastou quase R$ 500 milhões para recuperar e modernizar o seu sistema prisional. Eles privatizaram uma parcela pequena do sistema, e a partir daí começaram a mudar a realidade. Não precisa privatizar todo o sistema, mas uma pontinha dele — 10% ou 20%, não mais que isso. Esta pontinha, bem-gerenciada, passa a se constituir em exemplo, em referência, para todo o sistema. Nós precisamos privatizar urgentemente os serviços da atividade-meio, que não sejam os de guarda, de segurança penitenciária. Sabes como as coisas funcionam hoje nos presídios gaúchos? A manutenção de tudo na prisão é feita pelo preso, de forma precária, sem fiscalização e praticamente sem nenhuma compensação financeira para quem realiza a tarefa. E depois a sociedade se queixa de que os presos mandam na prisão ou saem de lá pior. Poderia ser diferente?
ConJur — O crime organizado manda mesmo nas cadeias gaúchas?
Sidinei Brzuska — Primeiro, é necessário fazer a distinção do que ocorre na capital e da situação no interior do estado. São duas realidades muito diferentes. No interior, não há uma criminalidade que gera muito dinheiro. É aquele crime mais comum, de furto e tráfico pequeno. E estes crimes que envolvem menos dinheiro têm, logicamente, menos poder: de comprar, de corromper pessoas, de arregimentar gente. O pequeno bandido não tem poder, por exemplo, para dominar uma galeria, ordenar toque de recolher em vila, abastecer a cadeia com drogas e telefones celulares. Ele não consegue isto. Muitos são ladrões de ocasião, que não têm ‘‘onde cair morto’’. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, por ser um grande centro populacional e econômico, a coisa muda de figura. Aqui, o tráfico explora nichos de mercado, com os previsíveis desdobramentos, principalmente assassinatos por dívidas e desentendimentos. Nós não temos ainda, abertamente, uma guerra do tráfico. Tipo o bando ‘‘A’’ tentando tomar território do bando ‘‘B’’. O território está mais ou menos dividido, e todo o mundo lucra. E isto se reproduziu dentro das prisões. Os territórios externos guardam correspondência com os territórios internos nas prisões. Quem comanda um determinado território dentro da prisão também manda lá fora. E todas as pessoas que foram presas num determinando território seguem para cumprir pena na galeria correspondente. Se entrar noutra, morre. É a lei. Estas facções não têm uma ideologia determinada, como havia antigamente e que só sobraram resquícios. Nesta nova situação, não há ideologia, só dinheiro e negócios. E o negócio da droga movimenta muito dinheiro, pois há produto e um grande mercado a ser abastecido. A busca pelo lucro acaba movimentando uma série de crimes em sequência, com o roubo de carros, e envolve diretamente o criminoso solto e aquele que está preso. As grandes galerias dos presídios se tornam bastante interessantes para o tráfico, porque rendem muito dinheiro. O pessoal preso menciona que uma galeria rende faturamento entre R$ 30 mil a R$ 50 mil por semana. É por isto que, apesar da superlotação, não se vê motim nestes presídios, nem tentativa de fuga em massa. Ninguém quer isso, porque está rolando dinheiro. É o shopping do tráfico.
ConJur — Cadeias menores não seriam uma boa solução, até pela facilidade de gestão e fiscalização? Alguém estudou esta possibilidade no estado?
Sidinei Brzuska — Sim, seria o ideal. Presídio pequeno não fica sob o domínio de facção criminosa. Todo mundo sabe quem é quem. Os agentes do crime não teriam condições de ‘‘fazer uma prefeitura’’, como eles se referem à tomada de um local para exercer administração paralela com o estado. Mas por que ainda não fizemos isto? Historicamente, até por pressão da sociedade, o agente público esconde o preso. Então, as cadeias são construções muradas, distantes do mundo. E ninguém sabe o que acontece por trás destes muros, nem em que condições as pessoas que estão sob a tutela do estado cumprem pena. Na verdade, as pessoas sabem o que acontece, mas varrem o problema para debaixo do tapete de suas consciências. Varrem, mas o problema não deixa de existir porque é ignorado. E fazemos isto como o regime semiaberto também. Uma de nossas melhores casas prisionais do semiaberto, o Patronato Lima Drumonnd, não tem grade, nem muro, porque ela é o inverso de como os presídios foram concebidos hoje. Todas as casas do semiaberto deveriam ser assim, abertas. Pra quê? Para que os que passam na rua possam olhar o que acontece lá dentro. O melhor controle social é o olhar do povo. A população não vai aceitar passivamente o fato do detento ficar lá, sentado o dia todo, sem fazer nada. Esta fiscalização é necessária. Cadeias escondidas não permitem isso, e a barbárie prospera. Então, eu penso que as casas do semiaberto devem ser pequenas e inseridas no meio urbano, dentro da comunidade. Por exemplo, construir uma pequena prisão ao lado de uma agência dos correios, de um posto de saúde, Juizado ou de outro serviço público que gere grande afluência de pessoas. Toda a pessoa que passa perto obrigatoriamente vê a casa e o que acontece por ali. A possibilidade de ocorrerem irregularidades diminui muito, porque o cidadão estará fiscalizando o estado.
ConJur — E como funciona o semiaberto hoje?
SIdinei Brzuska — Bem, no semiaberto, pela lei, o preso deveria ficar numa colônia agrícola ou industrial. Ou seja, uma fazenda ou indústria exploraria a mão de obra do preso. Decorridos um sexto do tempo de cumprimento da pena, ele passaria a ter direito a saídas. Mais tarde, então, ele iria para o regime aberto. No aberto, pela lei, a casa seria desprovida de grades e muros — não pode haver obstáculo contra fugas, nem mesmo guardas. Bom, a realidade é que o estado não tem esta estrutura, em nenhum dos regimes, e acabamos misturando tudo. Hoje, temos presos do semiaberto junto com aqueles de regime fechado.
ConJur — A corrupção é muito grande?
Sidinei Brzuska — Casualmente, tenho comigo, aqui, cópias de denúncias contra policiais e agentes penitenciários, pela prática de crime dentro dos presídios, na minha jurisdição. Nestes documentos, devem constar uns 70 acusados, e este número é só uma pequena mostra da realidade. O que acontece hoje? Como o tráfico de drogas começou a se tornar muito rentável, alguns servidores, até mesmo em função do controle social zero, foram contaminados pela situação. Muitos servidores vivem e trabalham longe dos seus familiares — porque a cadeia sempre é longe! — e estão permanentemente em dificuldades financeiras. Vendo o dinheiro circulando nos presídios, eles acabam cedendo à tentação, embarcando na corrupção. São os chamados corruptos de ocasião, que aproveitam uma eventualidade para se beneficiar, deixar passar uma droga, fazer vistas grossas etc. Alguns ficam com uma parte pequena do lucro, e outros acabam se tornando profissionais. Tem caso em que alguns já são réus mais frequentes. Não podemos excluir do problema alguns policiais militares, que atuam em dois presídios Central e Estadual do Jacuí.
ConJur — Em função de todos estes problemas, causados por desacertos administrativos e falta de políticas adequadas, não estaria na hora de se pensar na responsabilização dos agentes públicos, pessoa física, por direito de regresso?
Sidinei Brzuska — Hoje, não temos ambiente institucional para isso. Cabe à sociedade fazer esta cobrança e exigir que se criem mecanismos para fiscalização e apuração de responsabilidade. Se a sociedade não reagir, as coisas ficarão como estão. E o caminho adequado é que esta indignação chegue ao Poder Legislativo, que tem a prerrogativa de fazer as leis. Veja que as coisas se dão de forma diferente em cada Poder da República. O Poder Judiciário, por exemplo, troca de comando a cada dois anos. E qual é o reflexo nos usuários dos serviços da Justiça, na ponta do balcão? Muito pequeno. Quase ninguém nota a mudança, porque, em geral, as administrações que se sucedem seguem um planejamento estratégico. Isto não ocorre no Poder Executivo, onde, às vezes, muda tudo. Uma questão técnica, como a situação dos presídios, acaba se transformando num embate político. Não que não se deva discutir a aplicação de uma política pública, deve-se, mas a gestão da casa prisional deve ser conduzida de forma técnica. Cada vez que muda o governo, são trocados todos os diretores, o que ocasiona uma quebra de sequência dos procedimentos. Sem falar que existe uma falha de comunicação enorme entre a equipe do governante que sai e a do que assume. Os governantes, no primeiro ano de seu governo, não falam em sistema penitenciário e nem apresentam projetos para solucionar as falhas do sistema. Por que isso? É que dá tempo do eleitor cobrar, e os políticos teriam que explicar por que não fizeram o que prometeram. No segundo ano, sim, começam-se a falar em projetos. Aquele assunto fica rendendo até o terceiro ano de governo, quando, então, fica para o próximo governo. Aí, vem a campanha, e recomeça tudo de novo. E assim nós caminhamos.
ConJur — Qual foi governo que construiu mais presídios?
Sidinei Brzuska — O governo Britto [Antônio Britto Filho, que governou de 1995 a 1999] foi o que mais construiu presídios nas últimas décadas. Começou a erguer cinco casas prisionais moduladas: Charqueadas, Ijuí, Montenegro, Osório e de Uruguaiana. O governo Olívio Dutra não começou nenhuma obra na Região Metropolitana. Depois, veio o governo Germano Rigotto, que, igual ao seu antecessor, não ergueu um só presídio na Região Metropolitana de Porto Alegre, mas iniciou a construção de uma prisão em Santa Maria e outra em Caxias do Sul. O próximo governo foi o de Yeda Crusius, que começou a construir o presídio Arroio dos Ratos e construiu o presídio feminino de Guaíba e mais alguns albergues emergenciais. O de Guaíba não foi ocupado totalmente até agora, por falta de servidores. Presídio masculino, nenhum. Nestes 16 anos de governo, sob os mais diferentes matizes políticos, pouco se construiu e, na realidade, nenhuma vaga foi aberta no sistema fechado para homens, salvo o puxadinho do Presídio Central, porque o número de presos cresce mais do que o dobro do número de vagas criadas. Além disso, as reformas nas instalações do sistema prisional são feitas de forma precária e pouco ajudam a melhorar a vida do preso.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

30 dos traços mais comuns do SENSITIVO

Ser uma pessoa sensitiva, significa  ter a capacidade de perceber e ser afetado pelas energias de outras pessoas e ter uma capacidade inata de sentir e perceber intuitivamente outros. 

A sua vida é inconscientemente influenciada pelos desejos dos outros, desejos, pensamentos e estados de espírito. Ser um sensitivo é muito mais do que ser altamente sensível e não está limitado apenas às emoções.

Pessoas mais sensitivas podem perceber sensibilidades físicas e impulsos espirituais, bem como apenas saber as motivações e intenções de outras pessoas. 

PESSOA SENSITIVA 1

1. Saber: os sensitivos sabem coisas, sem lhes ser dito. É um conhecimento que vai além da intuição, mesmo que essa seja a forma como muitos poderiam descrever o saber. Quanto mais sintonizados eles são, mais forte este dom se torna.

2. Estar em locais públicos pode ser esmagador ou avassalador: lugares como shoppings, supermercados ou estádios onde há uma grande quantidade de pessoas ao redor pode preencher o sensitivo com as emoções turbulentas vindas de outras pessoas.

3Sentir as emoções e tomá-las como suas: este é grande fardo para sensitivos. Alguns deles vão sentir emoções vindas daqueles que estão perto e outros poderão sentir as emoções de pessoas a uma grande distância, ou até ambas. Os sensitivos mais sintonizados irão saber se alguém está a ter maus pensamentos sobre eles, até mesmo a uma grande distância.
4Assistir violência, crueldade ou tragédias na TV pode tornar-se insuportável. Quanto mais sintonizado um sensitivo  se torna, pior se torna o ato de ver TV. Pode acontecer, eventualmente, este ter de parar de ver televisão e ler jornais por completo.
5sensitivo  sabe quando alguém não está a ser honesto: se um amigo ou um ente querido lhe está a dizer mentiras ele sabe disso (embora muitos sensitivos tentam não se focar muito nesse conhecimento porque saber que um ente querido está a mentir pode ser doloroso). Se alguém está a dizer alguma coisa mas se ele sente ou pensa de outra, o sensitivo  simplesmente sabe.
6Captar os sintomas físicos de uma outra pessoa: um sensitivo pode desenvolver as doenças de outra pessoa (constipações, infecções oculares, dores no corpo e dores), especialmente aqueles que são mais próximos, um pouco como as dores de simpatia.
7Distúrbios digestivos e problemas nas costas: o chacra do plexo solar tem base no centro do abdômen e é conhecido como a sede das emoções. Este é o lugar onde os sensitivos  sentem a emoção de entrada do outro, o que pode enfraquecer a área e, eventualmente, levar a qualquer problema, desde úlceras estomacais a má digestão, entre muitas outras coisas. Os problemas nas costas podem-se desenvolver porque quando uma pessoa que não tem conhecimento que é um sensitivos e não está preparada, estará quase sempre “sem chão”.
8Sempre a olhar os oprimidos: qualquer um cujo sofrimento, dor emocional, a ser vítima de injustiça ou intimidado, chama a atenção e a compaixão de um sensitivo.
9. Outros irão querer descarregar os seus problemas, até mesmo estranhos:um  sensitivo  pode-se tornar uma lixeira para questões e problemas de toda a gente e se não tiver cuidado pode acabar como utilizando esses problemas como seus próprios.
10. Fadiga constante: os sensitivos muitas vezes ficam sem energia, seja de vampiros de energia ou apenas captando em demasia a energia dos outros, que até mesmo o sono não cure. Muitos são diagnosticados com Fadiga Crônica ou até Fibromialgia.
11Personalidade possivelmente viciada: álcool, drogas, sexo, são, para citar apenas alguns vícios a que os sensitivos  podem recorrer, para bloquear as emoções dos outros. É uma forma de auto-proteção, a fim de se esconder de alguém ou de algo. Pode não se tornar um vício mas, em menor escala, hábitos regulares.
12Atração para a cura, as terapias holísticas e todas outras coisas metafísicas: embora muitos sensitivos gostassem de curar os outros, podem acabar por se afastar dessa vocação (mesmo tendo eles uma capacidade natural para isso), depois de se terem estudado e formado, porque eles carregam muito daqueles que eles estão a tentar curar. Especialmente se eles não sabem da sua capacidade e habilidade da empatia. Qualquer coisa que tenha uma natureza sobrenatural é de interesse para os sensitivos e não se surpreende ou ficar chocado facilmente. Mesmo com uma revelação que muitos outros considerariam impensável, por exemplo, os sensitivos teriam reconhecido o mundo seria redondo quando todos os outros acreditavam que era plana.
13Criatividade: a cantar, dançar, atuar, desenhar ou escrever, um sensitivo terá uma forte veia criativa e uma imaginação muito fértil.
14. Amor pela natureza e pelos animais: estar ao ar livre na natureza é uma obrigação para os sensitivos e os animais de estimação são uma parte essencial da sua vida. Podem não os ter porque acredita que eles devem ser livres mas têm grande carinho e proteção por eles.
15Necessidade de solidão: um sensitivo  vai agitar-se e ficar louco se ele não receber algum tempo de silêncio. Isto é ainda muito evidente em crianças empáticas.
16Fica entediado ou distraído facilmente se não for estimulado nas tarefas mais rotineiras: trabalho, escola e vida doméstica tem que ser mantidas interessantes para um sensitivo  ou eles desligam-se delas e acabam a sonhar, rabiscar ou a procrastinar.
17Consideram impossível fazer coisas que não gostam: como no anterior, parece que eles estão a viver uma mentira por fazê-lo. Para forçar um sensitivo  a fazer algo que ele não gosta, através da culpa ou rotulando-o como passivo servirá apenas para fazê-lo ficar infeliz. É por esta razão que muitos sensitivos ficam rotulados como sendo preguiçosos.
18Luta pela verdade: isso torna-se mais predominante quando um sensitivo  descobre seus dons de nascença. Qualquer coisa que seja ele sente que está completamente errada.
19. Sempre à procura de respostas e conhecimento: ter perguntas sem resposta pode ser frustrante para um sensitivo  e eles vão esforçar-se sempre para encontrar uma explicação. Se eles têm um conhecimento sobre algo, eles irão procurar a confirmação. O lado mau disso pode ser a sobrecarga de informações.
20Gostam de aventura, liberdade e viagens: os sensitivos são espíritos livres.
21Abomina a desordem: ela traz uma sensação ao sensitivo de peso e bloqueia o seu fluxo de energia.
22Adora sonhar acordado: um sensitivo pode olhar para o espaço por horas, ficando num mundo muito próprio e de muita felicidade.
23Acha a rotina, as regras ou o controlo aprisionante: qualquer coisa que tire a liberdade é debilitante para um sensitivo.
24Propensão para carregar peso sem necessariamente se desgastar: o excesso de peso é uma forma de proteção para impedir a chegada das energias negativas que têm tanto impacto em si.
25. Excelente ouvinte: o sensitivo não vai falar de si, a menos que seja para alguém em quem realmente confia. Ele gosta de conhecer e aprender com os outros e genuinamente cuidar.
26Intolerância ao narcisismo: embora sensato e generoso e muitas vezes tolerante para com os outros, os sensitivos não gostam de ter pessoas ao seu redor excessivamente egoístas, que se colocam em primeiro lugar e se recusam a considerar os sentimentos dos outros, ou pontos de vista diferentes do seu.
27. A capacidade de sentir os dias da semana: um sensitivo sentirá o “Sentimento de Sexta-feira”, quer ele trabalhe às sextas-feiras ou não. Eles captam sobre como o colectivo se está a sentir. O primeiro par de dias de um longo fim de semana de feriado (da Páscoa, por exemplo) pode ser sentido por eles, como se o mundo estivesse sorrindo, calmamente e relaxadamente. Domingo à noite, as segundas-feiras e terças-feiras, de uma semana de trabalho, têm um sentimento muito pesado.
28. Não vai optar por comprar antiguidades, vintage ou coisas em segunda mão: qualquer coisa que tenha sido pré-propriedade, carrega a energia do proprietário anterior. Um sensitivo vai mesmo preferir ter um carro ou uma casa nova (se eles estiverem numa situação financeira que lhe permita fazê-lo), sem energia residual.
29. Sente a energia dos alimentos: muitos sensitivos não gostam de comer carne ou aves, pois eles podem sentir as vibrações do animal (especialmente se o animal sofreu), mesmo se eles gostarem do seu sabor.
30. Pode parecer mal-humorado, tímido, indiferente, desconectado:dependendo de como um sensitivo se sente, isso irá influenciar com que cara eles se mostram para o mundo. Eles podem ser propensos a mudanças de humor e se eles captaram energia muito negativa aparecerão calados e insociáveis, parecendo mesmo miseráveis. Um sensitivo detesta ter de fingir ser feliz quando está triste, isso só aumenta a sua carga (torna o trabalho no sector de serviços, quando é preciso fazer o serviço com um sorriso, muito desafiador) e pode fazê-los sentir como que se escondendo debaixo de uma pedra.
Se você pode identificar-se com a maioria ou com todos os itens acima, então você é definitivamente mais um  sensitivo.
Os sensitivos estão a ter um momento particularmente difícil, no momento presente, captando todas as emoções negativas que estão a ser emanadas para o mundo a partir da população que sente as dificuldades da sociedade atual, por todo o mundo.
by:  Ser Único, do original  The Spirit Science

domingo, 6 de setembro de 2015

Saiba quais são os países mais infelizes do mundo


Uma pesquisa apontou, por meio de um questionário sobre os sentimentos dos cidadãos, os países onde as pessoas são mais insatisfeitas com suas vidas



A empresa de pesquisas de opinião Gallup elaborou um ranking em que mede o nível de felicidade e satisfação dos países por meio de suas emoções e sentimentos. O estudo é diferente de outros divulgados anteriormente, que costumam se basear em índices econômicos, de desenvolvimento humano ou opiniões políticas.

Para chegar aos países onde as pessoas são mais insatisfeitas e vivenciam experiências ruins diariamente, a empresa entrevistou adultos de 148 países do mundo e fez perguntas sobre seu dia anterior, questionando se haviam sentido alguma dor física, preocupações, tristeza, estresse e raiva. A média mundial, segundo a pesquisa, foi de 25 pontos, em um ranking em que quanto maior a pontuação, mais infeliz e insatisfeita é a população do país.

Irã e Iraque lideram a lista de países infelizes pelo segundo ano consecutivo. Esse resultado pode não ser tão surpreendente devido à instabilidade política e econômica vivenciada pela população dessas nações atualmente. A relação entre a satisfação pessoal dos entrevistados e o padrão de vida social e condições de saúde em seus países é evidente, e de fato, as nações que tiveram os piores resultados na pesquisa passam por períodos de disfunção econômica ou política.

Uzbequistão, China, Mongólia, Mianmar e Rússia ficaram com os últimos lugares no índice de insatisfação e tristeza. Contudo, esses países não tiveram necessariamente resultados bons na outra fase da pesquisa, que avaliou os entrevistados pelos sentimentos positivos vivenciados no dia anterior. Segundo a Gallup, muitas desses países são nações derivadas da antiga União Soviética, onde os entrevistados apresentaram os mais baixos índices de emoções negativas e positivas.

Bolivia


Camboja


 Chipre


Grécia


 Irã


 Libéria


Sudão do Sul


 Togo


 Uganda


Palestina


By Veja

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Milionário egípcio se oferece para comprar uma ilha para os refugiados

O multimilionário egípcio Naguib Sawiris se ofereceu para comprar uma ilha em águas da Grécia ou da Itália para acomodar os milhares de migrantes que fogem da Síria ou de outros conflitos. O magnata das comunicações anunciou a iniciativa no Twitter.
"Grécia ou Itália, me vendam uma ilha, declararei sua independência, abrigarei lá imigrantes e proporcionarei trabalho na construção do novo país", acrescentou.
Sawiris disse, em entrevista à televisão local, que contatará os governos grego e italiano para abordar este plano. "Há dezenas de ilhas desertas onde podem caber milhares de refugiados", afirmou ainda, acrescentando que uma ilha grega ou italiana deve custar entre US$ 10 e US$ 100 milhões.
<p>magnata das comunicações anunciou a iniciativa no Twitter.</p>© Fornecido por…
Casas e escolas
Também admitiu que a ideia poderá enfrentar obstáculos de ordem jurídica. Segundo ele, no início haveria abrigos temporários, mas depois seriam criados empregos para construir casas, escolas e hospitais.
"E, se as coisas melhorarem, se eles desejarem voltar a seus países de origem, podem voltar", explicou Sawiris, cuja família é proprietária do famoso balneário El Gouna, no litoral do Mar Vermelho egípcio.
Sawiris é presidente da operadora de telecomunicações Orascom TMT e de um canal de televisão egípcio. Mais de 2.300 pessoas morreram no mar tentando alcançar a Europa desde janeiro.
(Informações da AFP)

Declaração de Dustin Hoffman sobre “ser mulher”. Sensível e profundamente revelador!


Dustin Hoffman é um dos mais renomados atores norte-americano. Em 1982 protagonizou “Tootsie”, uma comédia dirigida por Sydney Pollack e que recebeu 10 indicações ao Oscar. “Tootsie” foi tão bem sucedido que, em 2000, foi considerado pelo American Film Institute como o 2° filme mais engraçado da história.
No enredo, Michael Dorsey (Dustin Hoffman), um ator perfeccionista e de temperamento difícil, desesperado em busca de emprego, resolve se vestir de mulher para disputar um papel feminino em uma telenovela. O que ele não esperava era obter tanto sucesso com o seu papel.
Porém, manter a farsa fica cada dia mais complicado, especialmente porque ele se apaixona por Julie Nichols, uma das atrizes da telenovela, e caso ele se declare, acabará revelando que é um homem.
Entretanto, o que Dustin Hoffman comenta nesse pequeno vídeo foi como vivenciar uma personagem feminina que não atingia ideiais estéticos fez com que refletisse sobre a mulher no mundo e sobre as cobranças sociais relacionadas à beleza.
Sensível e profundamente revelador. Imperdível!

Via Conti.outra

Em Alta

AMOR FATI: A RECLAMAÇÃO É INIMIGA DA AÇÃO

Amor Fati é uma expressão do latim que pode ser traduzida para “amor ao destino” ou, trazendo para termos mais práticos, “aceitação entusiás...

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