sexta-feira, 19 de julho de 2013

A equipe do "Cala Boca Jornalista", agradece as 120 mil visitas. by Deise


Apagão de 1h atinge ao menos 15 bairros de São Paulo e municípios da região metropolitana


Carlos Oliveira*

Do UOL, em São Paulo

Apagão atinge SP e municípios da região metropolitana8 fotos

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19.jul.2013 - O internauta @dribeiro95 compara, com duas fotos, a situação da rua com e sem luz Reprodução/Instagram/@dribeiro95
Um apagão atingiu por cerca de uma hora bairros da zona oeste e sul de São Paulo e os municípios de Osasco e Taboão da Serra, na Grande São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (19). A situação foi normalizada às 2h42 e, conforme relatos de usuários, a energia voltou em horários diferentes de acordo com a região.
A interrupção na transmissão de energia ocorreu por uma falha em transformadores da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista). A Arsesp (Agência reguladora de saneamento e energia do estado de São Paulo) informa que foram atingidas regiões de pelo menos 15 bairros da capital paulista: Alto de Pinheiros, Brasilândia, Caxingui, Jaguaré, Lapa, Morumbi, Perdizes, Pinheiros, Pompéia, Rio Pequeno, Sumarezinho, Vila Anastácio, Vila Cachoeirinha, Vila Leopoldina e Vila Madalena. Além disso, houve apagão também nos municípios de Osasco e Taboão da Serra. O número de usuários afetados pela falha ainda não foi informado pela CTEEP.

Usuários relataram ao UOL e nas redes sociais falta de luz também nos bairros de Sumaré e Butantã.

APAGÃO EM SÃO PAULO CAUSOU PREJUÍZO PARA COMERCIANTES

O administrador de empresas Adriano Nagahashi, 36, que mora em Perdizes, disse que estava preparando as malas para uma viagem quando acabou a força em sua casa. "Durou uns 25 minutos. Para não ter que arrumar ao acordar, fiquei jogando Candy Crush até voltar a energia, por volta das 2h. Apostei na sorte", brinca.
No Twitter, internautas relataram falta de luz  pouco após o incidente na subestação "E esse apagão na Vila Madalena? Sinistro. Mais algum bairro sem energia?", escreveu a usuária @maritramontina à 1h39.
Conforme a CTEEP, um desligamento não programado de três transformadores da subestação Milton Fornasaro, no Jaguaré, à 1h39, afetou o abastecimento da região. A empresa informa que a situação foi normalizada às 2h42 e que as causas do desligamento estão sendo analisadas. De acordo com a Arsesp, esta falha teria sido causada durante uma manutenção.
A Eletropaulo (concessionária que administra o sistema) confirmou, por volta das 5h, a interrupção no fornecimento de energia somente na região oeste da capital.

Grande SP é afetada

Mas o jornalista Daniel Santos, que mora em Osasco, na Grande SP, relatou aoUOL que também foi afetado pelo problema: "Tenho uma consulta médica nesta manhã e preciso confirmar o endereço. Estava prestes a abrir o e-mail que contém essa informação, quando tudo apagou". Era 1h45.
  • Reprodução/Twitter=
Foi quando Daniel ligou para a concessionária Eletropaulo e se informou sobre a falta de luz. "Eles falaram que estavam com um problema crítico na região metropolitana de São Paulo", conta.
Ainda de acordo com o jornalista, a atendente chegou a solicitar alguns dados para fazer o registro da ocorrência, "mas o atendimento eletrônico também estava com problema, então, não deu certo". Pelo relato de Daniel, a luz voltou no município por volta das 2h25.
No Twitter, a usuária @brunaricia também apontou falta de energia na Grande São Paulo. Com bom humor, a internauta brincou com a situação e praticamente 'implorou' pela volta da energia elétrica: "Apagão em Osasco... LUUUUUZ TE QUERO, ENERGIA ELÉTRICA TE DESEJO!!!!!!!", escreveu às 2h23.
Questionada sobre problemas na Grande São Paulo, a Eletropaulo informou que não tinha um balanço oficial da situação.
Assim como reclamaram da falta de luz, alguns usuários foram às redes sociais comemorar a volta do serviço em suas casas. "Voltou a luz na Vila Madalena! Apagão durou menos de meia hora!", escreveu o internauta @andreherna às 1h58.
*Com colaboração de Gustavo Basso

Para Lula, Snowden presta serviço às liberdades democráticas

  atualizado às 18h05

Ex-presidente disse que espionagem é comportamento não aceitável "por um país presidido por um homem como o Obama"

Para Lula, Snowden "merece respeito pelos serviços que prestou à humanidade e pelas denúncias que fez" Foto: Bruno Santos / Terra
Para Lula, Snowden "merece respeito pelos serviços que prestou à humanidade e pelas denúncias que fez"
Foto: Bruno Santos / Terra
  • Thiago Tufano
    Direto de São Bernardo do Campo (SP)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o caso do ex-técnico da CIA (agência de inteligência americana) Edward Snowden, requerido pela justiça de seu país por espionagem e bloqueado há mais de três semanas em um aeroporto de Moscou. Em palestra na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), Lula disse que o americano está “prestando um serviço à democratização e às liberdades democráticas”.
“Não sei qual foi o critério da negativa (do pedido de asilo no Brasil), porque não sei se houve um pedido oficial”, afirmou Lula. “Mas esse rapaz está prestando um serviço à democratização, às liberdades democráticas e à auto-determinação dos povos, denunciando comportamentos que não são aceitáveis por um país presidido por um homem como o Obama. Esse cara merece respeito pelos serviços que prestou à humanidade e pelas denúncias que fez”, completou.
Lula disse que "não abaixou a cabeça" para os Estados Unidos, logo que assumiu a Presidência da República Foto: Bruno Santos / Terra
Lula disse que "não abaixou a cabeça" para os Estados Unidos, logo que assumiu a Presidência da República
Foto: Bruno Santos / Terra
Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, deu como "superado" o caso sobre o asilo de Snowden. Num encontro com correspondentes estrangeiros em São Paulo, o ministro disse que o Brasil recebeu formalmente a solicitação de Snowden, que está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou, mas respeitou uma "decisão adotada pela cúpula do Mercosul sobre reconhecimento universal de asilo".
Para Patriota, o pedido "é um assunto superado", embora se "solidarize" com Equador, Bolívia e Venezuela, países que manifestaram a intenção de aceitar o pedido de asilo do ex-técnico. O ministro admitiu que as denúncias de Snowden tiveram um "impacto", sem detalhar o grau, nas relações dos Estados Unidos. 
Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal tambéminstaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
by UOl

'Já está estruturada', diz MP-RJ sobre comissão para investigar vandalismo

18/07/2013 20h31 - Atualizado em 18/07/2013 20h49



Força-tarefa será formada pelas polícias Civil e Militar, MP e governo.
Principal objetivo é investigar o que está por trás do vandalismo em atos.

Isabela MarinhoDo G1 Rio

Ponto de ônibus após protesto e destruição no Rio (Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)Ponto de ônibus destruído após protesto (Foto:
Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Após reunião com representantes do governo e da segurança pública do estado do Rio, o procurador-geral Marfan Vieira anunciou, na noite desta quinta-feira (18), que uma comissão especial formada pelas polícias Civil e Militar, Ministério Público (MP) e o próprio governo vai investigar os responsáveis pelos atos de vandalismo durante os protestos, além da atuação da polícia. O objetivo é não deixar impunes os crimes cometidos nas manifestações.
 "Já está estruturada. Amanhã [sexta] serão desenhados os detalhes operacionais desta comissão. Ela vai trabalhar os inquéritos que já existem e vai levar a investigação às origens dessas pessoas, de onde vêm, pelo que são movidas, pelo que são financiadas, quem está por trás disso. Ou continuaremos a prender em flagrante e depois nada acontecendo no poder judiciário", disse.
A reunião foi convocada pelo governador Sérgio Cabral, a pedido de Marfan, após a destruição causada por uma minoria de manifestantes no Leblon e em Ipanema, na noite desta quarta (17). Depois de cerca de quatro horas de ato pacífico, um grupo de mascarados e policiais entraram em confronto por volta das 23h. Em seguida, dezenas de jovens inciaram saques, depredações e vandalismo pelas ruas dos bairros. Quinze pessoas foram detidas, nove presas — apenas um segue detido, por ter cometido crime inafiançável, porte de explosivos, segundo a Polícia Civil — e cinco policiais ficaram feridos, segundo a PM.
Infiltrados
Marfan Vieira disse ainda que na manifestação desta quarta-feira no Leblon havia agentes do MP infiltrados fotografando e filmando para ajudar nas investigações. O procurador disse que já se sabia que atos de vandalismo seriam praticados e, por isso, os agentes foram ao local disfarçados.
Mais cedo, Cabral havia convocado para outra reunião, de emergência, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Em ambas os encontros, também estiveram presentes o secretário de Estado da Casa Civil, Régis Fichtner; o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame;  o comandante da PM, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho; e a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha.
No encontro, Beltrame disse que o campo operacional irá fazer mudanças na ação da PM, mas rebateu as acusações de abusos cometidos pela polícia. "Para tachar alguém de ter cometido excesso, eu preciso dar o direito a ampla defesa. Sindicâncias são abertas para ter o efetivo apuratório", afirmou o secretário, garantindo que, se constatado excessos, haverá a punição devida, "seguindo os procedimentos normais da corporação"
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PF agirá com rigor contra sabotagem ao Mais Médicos, diz Cardozo

18/07/2013 20h13 - Atualizado em 18/07/2013 20h32


PF apura se houve desistência em massa para atrapalhar contratação.
Segundo ministro, investigação aberta deverá ser concluída em dois meses.








Felipe Néri
Do G1, em Brasília
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (18) que a Polícia Federal agirá com rigor nas investigações para apurar uma suposta sabotagem de médicos ao programa “Mais Médicos”. O pedido para apurar eventuais problemas para contratação e envio de médicos para o interior e periferia das grandes cidades partiu do Ministério da Saúde.





José Eduardo Cardozo,
ministro da Justiça
“Se existem tentativas ilegais de boicotar programa do governo, seguramente a polícia agirá com rigor”, declarou. “O inquérito já foi aberto, já foi determinada a abertura. A Polícia Federal está fazendo investigações necessárias para que analisem esse processo.

O Ministério da Saúde recebeu uma série de denúncias relatando que grupos têm utilizado as redes sociais para inviabilizar e atrasar a chamada de profissionais. A ideia seria gerar um alto número de inscrições formais e, posteriormente, provocar uma desistência em massa, prejudicando os reais interessados na participação da iniciativa.
O pedido de investigação à PF partiu do próprio Ministério da Saúde, segundo informou nesta quinta a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ela afirmou que uma suposta ação programada
"para se inscrever em massa para depois desistir em massa, para retardar ou impedir a contratação" seria uma forma de sabotagem.
De acordo com Cardozo, a investigação, que precisa ser concluída em até dois meses, corre em sigilo e ainda não é possível responder a qual enquadramento penal os envolvidos na suposta ação podem responder.
"Se alguém cometer ilícito penal na tentativa de impedir programa governamental, se houver configuração de crime, obviamente a Polícia Federal cumprirá obrigatoriamente o seu dever", afirmou.
O ministro disse que havia sido informado na semana pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre iniciativas de boicote ao programa. “O Padilha, na semana passada, apresentou ao Ministério da Justiça informação de que haveria iniciativa de boicote ao programa. Determinei que PF fizesse averiguação sobre o caso”, disse o ministro.
O programa Mais Médicos, que vai abrir vagas para profissionais atuarem na atenção básica em regiões carentes do país, teve em sua primeira semana de inscrições 11,7 mil profissionais cadastrados, de acordo com balanço do Ministério da Saúde. Serão oferecidas cerca de 10 mil vagas para o programa
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Fifa anuncia preços dos ingressos da Copa de 2014: de R$ 30 a R$ 1.980

19/07/2013 10h51 - Atualizado em 19/07/2013 12h27



Valor mais barato é de meia-entrada, na categoria 4, para os jogos da fase de grupo (sem abertura). Primeira fase de venda começa em 20 de agosto


A Fifa divulgou oficialmente nesta sexta-feira, em São Paulo, os preços dos ingressos da Copa do Mundo de 2014: o individual mais barato será de R$ 30 (meia-entrada da categoria 4 para jogos da fase de grupo, sem contar a abertura), enquanto o mais caro é o da categoria 1 para a final, por R$ 1.980. Os valores são os mesmos da tabela divulgada por "erro técnico" pela entidade na quinta(assista no vídeo ao lado, ao vivo, a coletiva da Fifa sobre os ingressos).
- Isso nunca aconteceu antes, de ter um ingresso tão barato. De 2002 até hoje nunca tivemos um nível de preço. Esses preços são extremamente competitivos. Temos aqui uma faixa bem grande, bem ampla de preços - disse o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, referindo-se à meia-entrada de R$ 30, um pouco menor que o valor mais baixo de 2010, na África do Sul, que era de 140 rands, ou R$ 31 (na cotação atual).
A venda começa às 7h (de Brasília) no dia 20 de agosto, pelo site oficial da Fifa (www.fifa.com). Porém, os torcedores só terão conhecimento da tabela completa em 6 de dezembro, quando a entidade realizará o sorteio dos grupos em um evento na Costa do Sauípe, na Bahia. Assim, inicialmente será possível comprar sabendo quais são os jogos do Brasil (sem o rival definido) e de acordo com a sede desejada (veja no fim da página o manual de informações completo da Fifa sobre os ingressos).
A Copa será realizada no Rio de Janeiro (Maracanã), Manaus (Arena da Amazônia), Cuiabá (Arena Pantanal), Fortaleza (Castelão), Natal (Arena das Dunas), Recife (Arena Pernambuco), Salvador (Fonte Nova), Brasília (Mané Garrincha), Belo Horizonte (Mineirão), São Paulo (Arena Corinthians), Curitiba (Arena da Baixada) e Porto Alegre (Beira-Rio).
Por Felippe Costa e Leandro CanônicoSão Paulo


'Economia quem comanda é o Mantega. Eu dirijo o Brasil', diz Dilm





18/07/2013 18h53 - Atualizado em 18/07/2013 19h01


Em 1º de julho, presidente disse que mudança na equipe 'não está a vista'.
Em discurso nesta quarta, ela afirmou que inflação ficará dentro da meta.

Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (18) que quem comanda a economia brasileira é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Durante entrevista em Fortaleza, onde participou da formatura de alunos do Pronatec, ela disse que seu papel é dirigir o país.
Questionada se é ela quem “comanda a economia”, Dilma respondeu a jornalistas: “Não, senhor. Eu comando o país. A economia quem comanda é o ministro Mantega. Eu dirijo o Brasil”.
No início do mês, Dilma negou que esteja preparando mudanças em sua equipe econômica, conforme alguns veículos de imprensa chegaram a noticiar. “Não está a vista nenhuma [mudança na equipe econômica]”, disse a presidente em 1º de julho, após reunião com todos os ministros, convocada para discutir medidas do governo em resposta às manifestações populares que se alastraram pelo país.
Nesta quarta-feira (17), Dilma criticou o pessimismo sobre o futuro da economia brasileira e disse ter “certeza” que a economia de que a inflação fechará o ano dentro da meta, que para 2013 é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para mais ou para menos – ou seja, de 2,5% a 6,5%.
“É  incorreto falar em descontrole da inflação ou das despesas do governo”, afirmou durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. “O barulho tem sido muito maior que o fato. Temos dificuldade sim, mas temos também uma situação hoje que não se compara com nenhum momento no passado”, afirmou.

Eike Batista por Eike Batista


O Brasil como prioridade: ontem, hoje e sempre






Eike Batista não se reconhece como o aposentado dos “obituários empresariais” que têm sido publicados e promete seguir empreendendo. Ele assume a responsabilidade pela derrocada da OGX, mas diz que confiou demais em quem não merecia confiança. Entre os arrependimentos, cita a exposição excessiva de sua vida e ter recorrido ao mercado de ações.

RIO - Ao longo dos últimos meses, decidi que não me pronunciaria sobre a avalanche que se abateu sobre minha vida privada e principalmente sobre meus negócios. Mudei de ideia nos últimos dias diante da grande insistência de amigos próximos e alguns de meus executivos. Venho a público então submeter à reflexão aspectos que têm passado em branco quando se analisa minha trajetória empresarial.
Eu me tornei um empreendedor ainda no início dos anos 80, quando me aventurei no garimpo da Amazônia. Aprendi bastante em regiões de fronteira, ambientes hostis à atividade produtiva, enormes dificuldades de toda ordem para transportar equipamentos, surtos de malária que me obrigaram a substituir equipes inteiras da noite para o dia, o desafio de extrair minério em locais quase inacessíveis e meu próprio questionamento em torno das possibilidades de êxito diante das adversidades que se apresentavam. Acabei por me tornar proprietário de minas em diversos países e decidi estabelecer-me em definitivo no Brasil e me desfazer das participações que detinha na área de mineração.
Muitas vezes as pessoas imaginam que surgi do nada, em meio a uma febre desenfreada de aberturas de capital, e que surfei na onda de um mercado em alta que, sem qualquer razão aparente, me ofereceu um cheque em branco com algumas dezenas de bilhões para que eu pudesse brincar de empreender. Nestes últimos anos aprendi muito, errei e acertei em diversos projetos contribuindo para geração de riqueza para terceiros, para mim e principalmente para investidores. Se algum dia mereci a confiança do mercado, foi porque havia uma trajetória de mais de 30 anos de muito trabalho, desafios superados, sucesso e uma capacidade comprovada de cumprir compromissos.
Como entendo que a OGX está na origem da crise de credibilidade que se abateu sobre meu nome e que acabou por turvar as realizações e conquistas de empresas como MPX, MMX e LLX, começo por ela.
O que aconteceu desde que ficou claro que a OGX não estaria apta a apresentar os resultados que um dia pareceu possível alcançar? Eu me tornei de repente um aventureiro inconsequente que arregimenta recursos para seu próprio benefício e não se importa se entregará o que havia anunciado? Hoje é difícil lembrar, mas a OGX foi construída por algumas das cabeças coroadas por décadas de serviços prestados a empresas de renome. Eu não investi na indústria do petróleo sem me cercar daqueles que eu e o mercado entendíamos estar entre os mais capacitados profissionais com que se podia contar. Ao arrematar os campos que arrematou, a expectativa em torno da OGX era altíssima. Esta mesma expectativa parecia uma irrelevância diante dos prognósticos que recebi de diversas empresas independentes no mercado do petróleo. Uma delas foi a DeGolyer & MacNaughton (D&M). De acordo com um relatório divulgado em 2011, auditado por empresas independentes de renome internacional, a OGX possuiria recursos aproximados de 10,8 bilhões de barris de petróleo equivalente (incluídos recursos contingenciais e prospectivos). Meu corpo técnico me reafirmava, dia após dia, a mesma coisa. Minhas empresas eram auditadas por três das maiores agências de risco do mundo, e nunca uma delas veio a mim ou a público alertar que não era bem assim.
Evidentemente, eu estava extasiado com as informações que me chegavam. Podia tê-las guardado para mim? Não, eu era o controlador de uma companhia de capital aberto e o que fiz foi compartilhar todo aquele esplendor e respectivos desafios com o mercado, além dos riscos envolvidos e chances de sucesso neste negócio de tão alto risco.
Tive ofertas para vender fatias expressivas ou mesmo o controle da OGX a partir de um valuation de 30 bilhões de dólares. Há dois anos, coloquei mais um bilhão de dólares do meu bolso na companhia. Eu perdi e venho perdendo bilhões de dólares com a OGX. Alguém que deseja iludir o próximo faz isso a um custo de bilhões de dólares? Se eu quisesse, poderia ter realizado uma venda programada de 100 milhões de dólares por semestre ao longo de 5 anos. Eu teria embolsado 5 bilhões de dólares e ainda assim permaneceria no controle da OGX. Mas não o fiz. Quem mais perdeu com a derrocada no valor da OGX foi um acionista: Eike Batista. Ninguém perdeu tanto quanto eu, e é justo que assim seja. Eu investi em um negócio de risco. É injusto e inaceitável, por outro lado, ouvir que induzi deliberadamente alguém a acreditar num sonho ou numa fantasia. Quem mais acreditou na OGX fui eu. Continuo acreditando e por isso estamos, nestes últimos meses, reinventando a companhia. Não desistirei deste desafio.
A OGX tem sido alvo de todo tipo de movimento especulativo, com vendas a descoberto no mercado e vazamentos de informações (falsas ou verdadeiras) numa escala sem precedentes e totalmente irresponsável. Muita gente ganhou dinheiro com a OGX por conta de toda esta excessiva especulação. Muitos também têm perdido dinheiro assim.
Sou solidário com os investidores que acreditaram na OGX em sua origem e que me honraram com sua confiança naquele momento ou mesmo depois, quando parecia que a companhia entregaria resultados de grande magnitude. O que posso dizer a essas pessoas é que acreditei neste cenário tanto quanto elas. Investi e continuo investindo quase todo meu patrimônio, tempo e dedicação na OGX e nas demais empresas X. E lamento profundamente não ver confirmados os prognósticos de consultorias de renome, auditados por agências de idêntico renome e referendados por executivos de renome.
Sou um otimista incorrigível em relação a meu país, a meus negócios e às pessoas que me cercam. Ao longo de minha atividade empresarial, os êxitos e conquistas superaram largamente fracassos e erros. Mas os fracassos aconteceram e eu nunca os escondi. Tive experiências mal sucedidas com a fabricação de jipes, com uma empresa concebida para concorrer com os Correios, com algumas minas fora do Brasil das quais tive de abrir mão por fatores diversos. Mas eu nunca deixei de ser transparente, pagar ninguém e nem de honrar meus compromissos. Sempre mirei atividades de alto risco com possibilidades de elevados retornos para parceiros e acionistas. Mineração é uma atividade de risco. Extração de petróleo é uma atividade de alto risco. As promessas de retorno são elevadas, num caso e noutro, mas o risco é grande. Isso jamais foi escondido, faço questão de pontuar novamente.
Mais do que ninguém, me pergunto onde errei. O que deveria ter feito de diferente? Uma primeira questão talvez esteja ligada ao modelo de financiamento que escolhi para as empresas. Hoje, se pudesse voltar no tempo, não teria recorrido ao mercado de ações. Eu teria estruturado um private equity que me permitisse criar do zero e desenvolver ao longo de pelo menos 10 anos cada companhia. E todas permaneceriam fechadas até que eu estivesse seguro de que havia chegado o momento de abrir o capital. Nos projetos que concebi, o tempo se revelou fator de estresse vital para a reversão de expectativas sobre companhias que ostentam resultados amplamente satisfatórios e possuem ativos valiosos.
Nos casos de MPX, MMX e LLX, a depreciação do valor de mercado é claramente incompatível com o que têm a oferecer. Estes últimos investimentos que efetuei tiveram como importante motivação contribuir para um Brasil mais competitivo, estruturado logisticamente e capaz de proporcionar um futuro melhor para o conjunto de sua população. A MPX possui a maior carteira de projetos licenciados do país. Ela se tornou modelo no conceito de térmicas ao longo da costa e gera hoje 2 mil megawatts, o suficiente para alimentar a cidade do Rio de Janeiro. Em pleno cenário de crise energética, foi dito publicamente por um membro da Aneel que, graças à MPX, não haveria apagão ou racionamento de energia. A MMX já produz 7 milhões de toneladas anuais de minério de ferro e conta com um ativo de importância estratégica vital, o Porto do Sudeste. Graças a ele será possível extrair minério de ferro de Minas Gerais e exportar a partir do quadrilátero ferrífero com ampla repercussão para a logística e para a balança comercial. A LLX conta com o Porto do Açu, pólo industrial para os setores de petróleo e para o transporte de cargas em geral e a granel. É um porto-indústria que revela, em escala crescente, sua capacidade de atrair novas parceiras para sua retroárea de aproximadamente 90km2.
Dentre as empresas que já se instalaram ou estão se instalando no Açu, estão Technip, National Oilwell Varco (NOV), BP, GE, Wartsila e Vallourec, todas grandes corporações internacionais que acreditam nos meus negócios e no Brasil.
As pessoas ainda comentam que sou o cara do papel, do power point. Por que não visitam o Porto do Açu? Por que não visitam o Porto do Sudeste? Por que não visitam as plantas da MPX? É justamente o oposto do que se tem falado: sou o cara da economia real, que, mesmo com muitos obstáculos, coloca as coisas de pé. No pico das obras de meus empreendimentos, 30 mil pessoas estavam empregadas tornando concreto o que até então eram apenas sonhos. Isso é papel? Trinta mil pessoas em atividade? Eu realmente gostaria que todos os que duvidam de minha capacidade de entregar pudessem visitar o Porto do Sudeste e o Porto do Açu e as térmicas da MPX já em operação. É um convite que gostaria de fazer a todos. São empreendimentos para o Brasil, para o futuro do país. Meu sentimento é de que, em pouco tempo, as pessoas vão olhar para trás e pensar que pude oferecer minha contribuição ao desenvolvimento do sistema logístico brasileiro. Coloquei 2 bilhões de dólares do meu bolso na construção de um estaleiro por acreditar nas encomendas da OGX. No total, investi mais de 4 bilhões de dólares em recursos próprios nas empresas X.
Tomei a decisão de reestruturar o controle das companhias. Faço isso com a certeza de que tenho um legado a deixar ao país, e não abrirei mão de colaborar na condição de acionista relevante em cada companhia. Honrarei todos os meus compromissos. Não deixarei de pagar um único centavo de cada dívida que contraí. Acredito no meu país e nunca desistirei de investir recursos próprios em ativos que contribuem para toda a sociedade.
Eu me enxergo e continuarei a me enxergar como um parceiro do Brasil. Acho que cumpri esse papel ao conceber e entregar projetos que terão uma importância crucial nas próximas décadas. Falhei e decepcionei muitas pessoas, em especial por conta da reversão de expectativas da OGX. Esta reversão contaminou todo o Grupo X e acarretou um déficit de credibilidade com o qual nunca me deparei em minha trajetória. Mas o fato é que fui tão surpreendido quanto cada um de meus investidores, colaboradores e todo o mercado. Esta é a verdade. Hoje me sinto frustrado por não ter sido capaz de entregar o que eu mesmo esperava nos casos da OGX e da OSX, esta última concebida em parte para oferecer suporte à primeira em suas atividades. Mas acredito que a OGX reestruturada se tornará um player relevante no setor em que atua, assim como confio numa OSX redimensionada a partir de um novo cenário.
Sempre agi de boa-fé e sempre o farei. Acho que era isso o que mais gostaria de dizer e que, assim espero, sintetiza meu percurso empresarial nos últimos cinco anos. Com minha estrutura de capital equacionada, continuarei a empreender e tenho convicção de que ainda vou gerar riqueza novamente e deixar um país melhor com estes ativos que criei do zero. Eu talvez faça isso agora sem o mesmo peito aberto de antes. Talvez tenha confiado demais em pessoas que não mereciam esta confiança, ainda que no final a responsabilidade seja toda minha. Com certeza eu também não me submeteria à exposição pública excessiva de tempos recentes, da qual me arrependo sobretudo por haver exposto igualmente minha família e meus amigos a uma curiosidade indesejada.
O orgulho de erguer do nada tantas empresas em tempo tão curto me colocou no centro do palco e eu me vi como o porta-voz de um novo empreendedor, que não tem vergonha de expor suas conquistas e mostrar que é possível gerar riqueza e ao mesmo tempo contribuir com o desenvolvimento do país. Tenho consciência de que fui um símbolo para as pessoas, a representação de um Brasil que prospera, que dá certo e está preparado para desempenhar um papel de preponderância global. A destruição de valor dos meus negócios colocou por terra talvez o sonho de muita gente que acreditou na possibilidade de partir do zero e se tornar um empreendedor de sucesso. Espero que elas procurem enxergar o que deu certo em minha trajetória e peço que esperem alguns anos para uma avaliação mais definitiva do que terei sido capaz de construir com o apoio dos que acreditaram e dos que ainda acreditam em mim. Houve muitos acertos e eles ficarão mais evidentes em tempo não tão longo. Não me refiro apenas aos negócios propriamente ditos. Nestes últimos cinco anos, apoiei causas de naturezas diversas, que me levaram a investir centenas de milhões de reais próprios em projetos de interesse público e social ou mesmo de caráter humanitário, principalmente na Cidade do Rio de Janeiro, o que hoje é esquecido por muitos. Isso eu faria e farei novamente se estiver a meu alcance.
Nos últimos meses, meu obituário empresarial tem ocupado as páginas de blogs, jornais e revistas. Só posso dizer que me vejo muito longe deste Eike aposentado. Tenho 57 anos e muita energia para arregaçar mangas e tirar do papel novos projetos. Sou um empreendedor brasileiro, acredito no que faço, amo meu país. A cada dia, minha cabeça fervilha com ideias novas, que nascem do nada e tomam forma aos poucos. Eu me alimento desta capacidade de sonhar e de realizar. Empreender está no meu sangue, no meu DNA. É minha fonte inesgotável de energia e de vida.
— Honrarei todos os meus compromissos. Não deixarei de pagar um único centavo de cada dívida que contraí.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/o-brasil-como-prioridade-ontem-hoje-sempre-9095456#ixzz2ZVVZQuuV 
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