domingo, 17 de novembro de 2013

Celso Daniel e Toninho, os pesadelos do PT

sábado, 16 de novembro de 2013

Imagem: Epitácio Pessoa / Estadão














Véspera da eleição de segundo turno presidencial que será vencida por Dilma
 Rousseff. Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio
 Lula da Silva, chega ao Cemitério São Miguel, em Santo André, São Paulo, na
 manhã de 30 de outubro de 2010. Deposita flores no túmulo do ex-prefeito
Celso Daniel, assassinado há mais de oito anos antes, em situação nunca
esclarecida. "Era para ser ele (o sucessor de Lula)", se limita a dizer Carvalho
 na saída do cemitério. 

O hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência foi amigo e secretário de
Celso Daniel. Os irmãos de Celso Daniel, porém, responsabilizam Carvalho e
 o partido pela morte do petista. Afirmam que o crime foi político e causado por
 um sombrio esquema de desvios de recursos de prefeituras para financiamento
de campanhas eleitorais. Para a família do prefeito assassinado, Celso Daniel
havia descoberto o esquema de desvio de recursos e estava disposto a denunciá-lo.
 Essa teria sido a razão de sua morte. Carvalho e a cúpula petista sustentam que se
tratou de crime comum e negam o esquema de caixa dois.

Cotado para o ministério do primeiro mandato de Lula, Celso Daniel foi morto
com 13 tiros na noite de 18 de janeiro de 2002. As investigações oficiais não são
 conclusivas quanto aos motivos do assassinato. A Polícia Civil destaca que o prefeito
 foi confundido por criminosos de uma favela que pretendiam sequestrar um comerciante.
O Ministério Público avalia que o caso teve motivação política e denunciou o empresário
Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, ex-segurança que estava no carro com o prefeito,
como mandante do crime. Até o momento, polícia e MP não apresentaram argumentos
definitivos.

Sombra, o ex-secretário da prefeitura Klinger Luiz Oliveira Souza e o empresário Ronan
Maria Pinto são investigados por suposto esquema de cobrança de propina em Santo André.
O MP afirma que Sombra decidiu matar o prefeito após Celso Daniel e dirigentes do PT
 descobrirem o esquema montado pelo grupo. O ex-segurança e Celso Daniel tinham saído
de uma churrascaria nos Jardins, em São Paulo, numa Mitsubishi Pajero, quando foram
perseguidos e cercados pelos criminosos que estavam em três carros, na zona sul da cidade.
 O prefeito foi retirado do veículo. O corpo apareceu três dias depois, com marcas de tortura
e tiros, numa estrada próxima à Rodovia Régis Bittencourt.

Adversário do PT, Bruno Daniel, irmão de Celso, acusou a direção nacional do partido de
 montar um outro esquema de desvio de recursos, que abrangeria as prefeituras paulistas
 administradas pela legenda para garantir recursos às suas ações. Bruno e Celso não se falavam.
Não se apresentou um elo entre esse suposto esquema e o assassinato. A Polícia Federal não
 entrou na investigação. Dirigentes petistas nunca esconderam o temor pela politização do caso
e a manipulação de fatos com interesses eleitorais.

Campinas. Outro caso com características de crime de mando que teve versões conflitantes
 é a morte de Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, prefeito de Campinas, em 2001.
A polícia afirma que ele foi morto num assalto. A família e os amigos rejeitam a versão.
O assassinato de Toninho tem contornos de crime político pela sequência de mortes.
Numa operação frustrada para prender supostos matadores de Toninho, foram mortos numa
operação policial em Caraguatatuba, ainda em 2001, quatro suspeitos.

Em razão das divergências acentuadas entre as versões da polícia e do MP, as mortes
 de Celso Daniel e Toninho do PT não estão na lista de assassinatos políticos deste caderno.
 A morte do prefeito de Monte Alto, Gilberto Morgado, do PT, em 2006, encontrado sem
vida em frente a um flat na Avenida Rebouças, em São Paulo, também não consta da lista.
Morgado tinha feito denúncias contra a empresa que recolhia o lixo em Monte Alto.
A polícia, no entanto, concluiu que o prefeito se jogou do 23.º andar.

Leonencio Nossa
O Estado de S.Paulo

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