Um dos representantes do grupo que organizou o protesto que terminou em vandalismo em frente à Prefeitura de Porto Alegre na noite de quarta-feira (27) , o estudante Matheus Gomes disse que o tumulto foi uma "reação espontânea" do movimento. O grupo protestava contra o aumento das passagens de ônibus de Porto Alegre. O novo valor de R$ 3,05 entrou em vigor na segunda-feira (25).
Segundo a Brigada Militar, o tumulto começou quanto um grupo de manifestantes tentou invadir a prefeitura. Eles foram contidos pelos policiais e começaram a reagir, arremessando pedras, pedaços de madeira, bolas de gude, tinta e outros objetos contra o prédio. Janelas foram quebradas e algumas pessoas, atingidas. As paredes do prédio também foram pichadas.
"Foi uma reação espontânea da juventude, uma reação de quem não está sendo ouvido pela prefeitura, que está tendo seu direito de ir e vir prejudicado pelo aumento das passagens.  Não foi uma ação organizada, pensada do movimento", disse Gomes, coordenador do Diretório Central dos Estudantes da UFRGS em entrevista à Rádio Gaúcha.
De acordo com o relato de testemunhas, pelo menos três pessoas ficaram feridas: dois membros da Guarda Municipal e um manifestante, que teria sido encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). Uma manifestante que conseguiu ingressar dentro do Paço Municipal acabou presa, segundo a prefeitura.
"Nossa pauta é muito legítima, é um anseio da população. Começamos nosso movimento desde o mês de janeiro para dialogar com a prefeitura. O prefeito Fortunati em momento algum teve intenção de dialogar, virou as costas para o DCE na UFRGS", afirmou o estudante.
O secretário de Governança de Porto Alegre, Cézar Busatto, foi atingido com tinta pelos manifestantes. Na manhã desta quinta-feira (28), ele voltou a falar sobre o assunto. "Não deu nem tempo de iniciar diálogo porque esses manufestantes se dirigiram para a frente do Paço, alguns deles ultrapassaram as cordas de isolamento com cajados, com paus e pedras. Alguns líderes chamaram os demais e eles, uma turba enfurecida, começaram a subir as escadas e não deram chance nenhuma de conversar", disse à Rádio Gaúcha.
O secretário ainda comentou a declaração do coordenador do DCE. "Não tem nenhuma espontaneinade nisso. Tinha líderes com cajados, com paus, com pedras prontos para a guerra. Alguns deles estavam inclusive mascarados, dando pontapés, nos agredindo", disse.
A manifestação, organizada nas redes sociais, já era prevista e sucedeu uma série de outras semelhantes. Na segunda-feira (25), um grupo bloqueou a Avenida Ipiranga, em frente à Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS), por mais de três horas. Na ocasião, também houve princípio de tumulto entre os manifestantes e a Brigada Militar. O grupo promete novo protesto para segunda-feira (1).

manifestantes atiraram objetos contra o prédio da prefeitura de Porto Alegre