quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Mentira do Apartidarismo – Gene Sharp chegou ao Brasil

70 cidades NASRUAS Contra Corrupção – Gene Sharp chegou ao Brasil


Carta enviada para mim por Carla Zambelli.

Completando 1 ano de manifestações pelo Brasil, o NasRuas e outros movimentos de combate à corrupção sairão em passeata pela 7ª vez.

70 cidades até o momento estão confirmadas, até ontem tínhamos mais de 50 mil pessoas confirmadas em nosso evento nacional, neste link abaixo:
Que simplesmente DESAPARECEU do Facebook às 23h de ontem, 04/09/12.

Lançamos novo evento às 01h30 de hoje (05/09/12) com o seguinte link:
Somando todos os movimentos, são esperadas mais de 300 mil pessoas por todo o país, com as seguintes bandeiras:

1. Justiça no Mensalão

2. Fim do Voto Secreto Parlamentar

3. Que os senadores membros da comissão de educação aprovem o Projeto de Lei do Senado Nº 02/2012 que “Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”, acrescentando como objetivo do ensino fundamental obrigatório o exercício da cidadania e a compreensão dos valores morais e éticos em que se fundamentam a sociedade; determina como diretriz do currículo do ensino médio a formação ética, social e política do cidadão; inclui como disciplina obrigatória em todas as séries do ensino médio a “Ética Social e Política”;

4. Que a Ministra Eliana Calmon seja nomeada Ministra da Justiça;

5. Que os futuros ministros do STF estejam desvinculados da máquina estatal, partidos políticos e dos interesses privados.

A fundadora do movimento NasRuas (Carla Zambelli) que conta com mais de 73 mil membros por todo o Brasil, presente em 75 cidades, e o fundador do movimento Revoltados ON LINE (Marcello Reis), que atualmente atinge com suas publicações mais de 7 milhões de pessoas no Facebook, estarão em Brasília no dia 06 de setembro,acampados em frente à Esplanada dos Ministérios para que nossas reivindicações sejam atendidas, além disso, participarão no dia seguinte de passeata juntamente com o MBCC, um dos organizadores locais.

Comentários

Preliminarmente, aceita-se que uma passeata tenha UM OBJETIVO, pois é um movimento de massa para DEMANDAR UMA NECESSIDADE da população ou de um GRUPO COM INTERESSE ESPECÍFICO.

Como é o caso do NasRuas, que é o de apoiar o registro do Partido dos Revoltados On Line - PROL (que já está negociando a mudança do nome sem perder a sigla) desde que eu abri o debate sobre a bobagem de ser um revoltado ser a razão para se fundar um partido político, até ser excluído dos grupos justamente por ter aberto o debate – e assim, “oferecer” aos “seguidores” a “opção” de apoiar um partido político para FAZER AS MUDANÇAS das leis que estão nos pedidos abaixo.

Assim, nada mais FÁCIL do que APOIAR O REGISTRO DO PROL, já que o partido está, literalmente, “em casa”.

Mas uma passeata ter DIVERSOS OBJETIVOS é mais parecido com uma Escola de Samba Política do que uma passeata política.

Por isto deixa de ser uma passeata para ser uma PALHASSEATA.

“1. Justiça no Mensalão”

É uma ação de Estado, um julgamento no STF - cujo mérito não está incluído nas “demandas” – porque uma Côrte Constitucional julgaria crimes comuns? – e que, é razoável supor-se, deveria ser parte das demandas uma vez que antecede a questão demandada.

Mas falar CONTRA A CORRUPÇÃO é um motivo muito fácil de vender e convencer pessoas a segurar bandeiras – de outros, não suas, pois não são identificadas por serem apartidárias – e ruminar palavras de (des)ordem que não têm significado real e apenas fazem as mentes ficarem alienadas das questões verdadeiras.

“2. Fim do Voto Secreto Parlamentar”

Esta demanda é a prova que não há apartidarismo, uma vez que o voto parlamentar É O VOTO DO PARTIDO POLÍTICO.

O discurso do apartidarismo é a fumaça que impede as pessoas de verem que os partidos políticos ESTÃO DENTRO DO MOVIMENTO INCÓGNITOS, pois é PROIBIDO IDENTIFICAR SEU PARTIDO dentro de um movimento “apartidário”.

Assim, os membros dos partidos políticos dentro do “movimento” estão livres de pressões para gestionar junto às “lideranças do movimento” para levar o discurso e as demandas de encontro às agendas dos partidos majoritários dentro do “movimento” sem que qualquer outra pessoa saiba do que está ocorrendo.


“3. Que os senadores membros da comissão de educação aprovem o Projeto de Lei do Senado Nº 02/2012 que “Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”, acrescentando como objetivo do ensino fundamental obrigatório o exercício da cidadania e a compreensão dos valores morais e éticos em que se fundamentam a sociedade; determina como diretriz do currículo do ensino médio a formação ética, social e política do cidadão; inclui como disciplina obrigatória em todas as séries do ensino médio a “Ética Social e Política””

Alterar a Lei que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional” e acrescentar um novo OBJETIVO ”do ensino fundamental obrigatório o exercício da cidadania e a compreensão dos valores morais e éticos em que se fundamentam a sociedade” é mais um destes re-discursos LIBERAIS – em que marxistas e fascistas se apropriam do discurso LIBERAL torcendo-o para atender aos interesses de grupos menores que clamam falar em “nome do povo”.

O ensino fundamental é o ensino de CRIANÇAS e incluir disciplinas que são ministradas por marxistas significa que os comunistas e os fascistas e religiosos estão assumindo A POSSE DE SEUS FILHOS para ensinar o QUE ELES E SEUS PARTIDOS NÃO-IDENTIFICADOS no “movimento” estão PLANTANDO NOS OBJETIVOS do “movimento”, que vocês PENSAM que estão defendendo.

Os comunistas e fascistas e os religiosos NÃO DEFENDEM O DIREITO DAS CRIANÇAS DE NÃO SEREM ADESTRADAS POR NENHUMA IDEOLOGIA OU RELIGIÃO ATÉ A IDADE ADULTA, quando serão capazes de decidir por SI PRÓPRIOS a crena e a ideologia que seguirão.

Porquê?

Porque assim PERDEM O CONTROLE SOBRE AS CRIANÇAS, SEUS FILHOS.

“determina como diretriz do currículo do ensino médio a formação ética, social e política do cidadão”

Como ensinar um CIDADÃO DE 8 ANOS SOBRE ÉTICA social e política?

É ÓBVIO que se trata de PURO CONTROLE SOCIAL, tal como foi feito pela URSS na Rússia e Leste Europeu e tal como é feito hoje na China e em Cuba.

“4. Que a Ministra Eliana Calmon seja nomeada Ministra da Justiça.”

Aqui fica MAIS DO QUE EVIDENTE que se trata de um complô marxista, pois a Min. Calmon posou para fotografia fazendo PUBLICIDADE do NasRuas com uma camiseta com o logo do grupo.

É óbvio que a Ministra não tem mais – e perdeu descaradamente – A ISENÇÃO para julgar ao apoiar UM “movimento social”, ipso factu, RETIRANDO APOIO aos demais.

Aliás, as a “liderança” do NasRuas tem íntimas ligações com o Partido Nacional-socialista dos Trabalhadores – PT e senadores dos partidos da BASE DO GOVERNO de corruPTos – que o NasRuas diz combater – fazendo PROPAGANDA de tais políticos – o caso mais claro é o do senador que propõe o projeto de lei demandado pelo grupo – fazendo parecer aos seus seguidores que se trata, realmente, de uma ação APARTIDÁRIA.

Além disto tudo, a demanda “apartidária” do grupo é para o Poder Executivo, que é quem nomeia Ministros de Estado.

O que significa que o grupo não tem nenhum tipo de organização institucional – por não ser UM PARTIDO e por mentir, descaradamente, que é APARTIDÁRIO – pois faz EXIGÊNCIAS para o Legislativo E para o Executivo numa mesma PALHASSEATA.



“5. Que os futuros ministros do STF estejam desvinculados da máquina estatal, partidos políticos e dos interesses privados.”

De todas as demandas comunistas e fascistas esta é a mais acabada de todas.

O STF é uma CÔRTE POLÍTICA, por isto mesmo tem seus membros escolhidos pelo Chefe do Executivo.

É onde a leitura da legislação e o julgamento de questões mais intestinas levantadas no seio da sociedade são julgadas à luz da CONSTITUIÇÃO FEDERAL e de sua INTERPRETAÇÃO, por isto mesmo POLÍTICA.

Pois a Constituição Federal é um DOCUMENTO POLÍTICO.

O êrro que está implícito na demanda e que não é ressaltado porque denunciaria as reais intenções do grupo – a instalação de um regime político SEM PARTIDOS POLÍTICOS – é o significado de APARTIDÁRIO – é que não haveria a menor necessidade de uma côrte constitucional se não houverem partidos políticos, pois sem os partidos não haveria uma Constituição Federal, pois não haveria REPRESENTANTES DO POVO para serem federados

Para ser indicado para o STF e NÃO SER POLÍTICO, NÃO SER PRIVADO E NÃO SER ESTATAL TEM DE SER UM ANJO – assumindo que todas as religiões tenham os mesmos anjos ou teriam o “direito” de reivindicar seus próprios indicados para o STF.

Esta reivindicação final é tão infantil, pueril e impossível de ser atendida que mostra claramente que o “movimento” não tem nada de social, é meramente uma maneira de enganar as pessoas para conseguir as mais de 500.000 assinaturas que são necessárias para fazer o REGISTRO DO PROL noTSE.

O quê não está claramente dito aos seguidores? 

Que existe uma mente por trás do “movimento” que não aparece ou que se esconde muito bem, embora apareça, para que os métodos usados não sejam de conhecimento dos “seguidores”, que iriam descobrir que estão sendo usados para promover a derrubada de um govêrno eleito pelo povo mas que os “líderes” do NasRuas e do PROL não gostam: o PT.

Pode ser o Manual do Pacifascismo do Gene Sharp, ”revolucionários do mundo inteiro e, mais recentemente, do Egito, encontram em um curto porém ambicioso manual lançado em 1993, na Tailândia, a convergência na sua luta pela liberdade” conforme citação.

Usando – aparentemente, pois não posso afirmar com certeza uma vez que me expulsaram de todos os NasRuas e do PROL e nenhum deles debate comigo – o Manual “Da Ditadura À Democracia“, de Gene Sharp, escrito para DERRUBAR GOVERNOS TIRÂNICOS, NasRuas e PROL querem o statusde “revolucionários” no Brasil, onde um governo LEGÍTIMO E LEGAL governa o povo e o País, embora todos saibamos AGORA o que poucos sabiam há mais de 25 anos: são todos corruPTos.

Gene Sharp disse que “o fato de não haver um líder, um mahatma ou um suposto santo para liderar o movimento egípcio é, provavelmente, uma coisa boa. Significa que não existe ninguém que possa trair ou entregar o movimento. Significa que as pessoas assumiram a responsabilidade por aquilo que fizeram. Deve ter havido um tipo informal de liderança, mas essa é a prova de que não são necessários líderes carismáticos para algum movimento ser bem-sucedido.”

Se você considerar que existe algo de muito mal-explicado na frase “o fato de não haver um líder … não existe ninguém que possa trair ou entregar o movimento. Significa que as pessoas assumiram a responsabilidade por aquilo que fizeram” então os “lideres” que se escondem – se estão DERRUBANDO UM GOVERNO TIRÂNICO é ÓBVIO que existem LÍDERES e é ÓBVIO que devem ser SECRETOS – “convenceram” as pessoas a “assumiram a responsabilidade por aquilo que fizeram”, isto é, DERRUBAR UM GOVERNO TIRÂNICO.

Em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/02/110217_lucasmendes_tp.shtml temos a palavra de Gene Sharp sobre como derrubar governos tirânicos: “As ditaduras existem porque o povo consente”.

No livro ele dá uma receita com 198 táticas de resistência pacífica.

“O importante é parar a máquina do governo. Se os soldados não dispararem, se houver um curto circuito nas comunicações e o sistema de transporte parar, os ditadores poderão dar ordens, mas não acontecerá nada”.

Então não tem ninguém APARTIDÁRIO aqui, é um movimento revolucionário, com líderes secretos e terrorista, que usa da manifestação pacífica para violar o direito da MAIORIA DO POVO BRASILIANO QUE ELEGEU OS corruPTos.

Se estes “líderes” são TÃO BONS porque não CONVENCEM AS MESMAS PESSOAS A VOTAR EM PESSOAS ÍNTEGRAS E HONESTAS ao invés de votar em ladrão?

No entanto, ao invés de usar o sistema democrático para convencer as pessoas que foi um erro terem escolhido trabalhadores para fazer o trabalho de profissionais, querem DERRUBAR O GOVERNO ELEITO.

E se conseguirem – já que os seus “seguidores” são, em grande quantidade, as MESMAS PESSOAS QUE ELEGERAM os trabalhadores – o que nos garante que “gente” assim vai nos REPRESENTAR quando assumir postos de governo?

E porque gente assim – que é APARTIDÁRIA – e promove e apóia movimentos APARTIDÁRIOS FUNDOU UM PARTIDO DE REVOLTADOS – porque não com políticos, como qualquer partido?

Estas, talvez mais de 70.000 pessoas, poderiam ASSINAR UMA CARTA DE APOIAMENTO DE FUNDAÇÃO de um partido político e concorrerem.

Quem melhor para representar você do que você?

Mas os “líderes” sabem que você não vai fazer nada se tiver de se identificar como “político” assim como sabem que se usarem as bandeiras do APARTIDARISMO fazem parecer “bonzinho”, o “movimento social” deles.

No fundo é uma questão de mercado, de consumidores e de vendedores.

Eles têm um produto que vende – APARTIDARISMO – e os consumidores deles não querem pagar pelo consumo.

… mamão com açúcar …

Mas se gente assim é candidata por um PARTIDO POLÍTICO em um movimento APARTIDÁRIO, então o que nos espera se eles conseguirem chegar lá?


Creio que iremos sentir saudades dos corruPTos.

by - Márcio Carneiro

domingo, 16 de setembro de 2012

Lula e PT fogem da imprensa.

Ao chegar ao Centro de Tradições Nordestinas para almoçar com o candidato do PT à Prefeitura paulistana, Fernando Haddad, e governadores da base governista, entre eles Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, Lula, que foi citado pelo empresário Marcos Valério, em reportagem da revista Veja, como uma pessoa que sabia do esquema do mensalão, fugiu da imprensa. Protegido pelos seguranças, se encaminhou diretamente ao camarote destinado às autoridades. Questionado sobre a reportagem, o presidente do PT, Rui Falcão, também disse que não tinha nada a declarar. 
by -  Estadão

O vídeo editado onde Lula fala do STF e reconhece a existência do Mensalão.




Ontem, postamos o vídeo inteiro. O Sharp Random editou os 10 minutos onde Lula fala o quanto foi difícil encontrar um negro à altura do STF, que Lewandowski foi indicado pelos sindicatos e, finalmente, que o novo ministro terá a grande responsabilidade de julgar o...o...o....o Mensalão! Na sua conversa com a imprensa, Lula sempre negou a existência do Mensalão. Na sua coletiva para a esgotosfera, ele reconhece que houve, com todas as letras.



E neste abaixo, o ponto certo, onde Lula diz que o novo 
ministro terá muita responsabilidade, muita! 





by - CoroneLearks

Com 62% das obras finalizadas, refinaria de Lula custa dez vezes mais. E Chávez não botou nenhum tostão na obra.

Foi perfeita a armadilha montada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a plena concordância da diretoria anterior da estatal, para tornar a Petrobrás refém dos interesses políticos e das irresponsabilidades administrativas do presidente venezuelano, Hugo Chávez, por meio da associação - por enquanto apenas no discurso político dos dois governos - da empresa brasileira com a estatal venezuelana de petróleo PDVSA.

Para alimentar seu delírio megalomaníaco de se transformar em grande líder político regional, o ex-presidente não hesitou em utilizar recursos do Estado brasileiro para auxiliar governantes que poderiam fazer parte do grupo que pretendia liderar, como os da Venezuela, Equador, Paraguai (na época governada por Fernando Lugo) e Bolívia. Do ponto de vista político, o projeto de liderança do ex-presidente pode ter- lhe rendido algumas vantagens. Do lado econômico, porém, além de perdas para empresas brasileiras prejudicadas por atos lesivos aos interesses do País praticados por governos chefiados por supostos aliados de Lula, o projeto de liderança política regional do ex-presidente está tendo consequências danosas para a Petrobrás.

O acordo de associação entre a Petrobrás (com 60%) e a PDVSA (com 40%) para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foi assinado por Lula e Hugo Chávez em 2005. A refinaria foi projetada para processar óleo venezuelano e óleo do Campo de Marlim, na Bacia de Campos, em partes iguais. O fato de, durante décadas, a Petrobrás não ter ampliado sua capacidade de refino, tornou a obra urgente.

Iniciada em 2007, a construção foi orçada em R$ 4,75 bilhões. Mas, devido a atraso e a estudos incompletos, a obra foi ficando cada vez mais cara e a previsão de custo mais recente já alcança US$ 20,3 bilhões, ou cerca de R$ 41 bilhões, quase dez vezes a estimativa inicial. Com previsão de inauguração em 2014, a refinaria está com 62% das obras executadas. Mas a Venezuela ainda não pôs um centavo na obra, o que demonstra desinteresse e desrespeito ao acordo de 2005.

Mesmo sem garantias de que a sócia cumpriria sua parte, a Petrobrás, na gestão anterior chefiada por José Sérgio Gabrielli, comprou praticamente todos os equipamentos necessários para o refino do petróleo venezuelano, com teor de enxofre bem mais alto do que o óleo de Marlim. A explicação dada pela empresa para a antecipação da compra desses equipamentos foi a necessidade de "garantir prazos em função do aquecimento do mercado fornecedor de bens e serviços na ocasião". Quaisquer que tenham sido as razões, o certo é que essa antecipação contribuiu para encarecer a obra.

Isso significa que, com ou sem a parceria da PDVSA, a Refinaria Abreu e Lima utilizará metade de sua capacidade instalada para processar petróleo com alto teor de enxofre. Se não obtiver esse óleo por meio da parceria, terá de comprá-lo no mercado externo, onde uma das únicas fornecedoras é a própria PDVSA, que certamente fornecerá o produto a preços de mercado, sem nenhuma vantagem. A Petrobrás está sendo refém da PDVSA, que continua a afirmar sua intenção de cumprir sua parte na sociedade na construção da refinaria, e, quando esta iniciar suas operações, continuará a ser, pois dependerá do petróleo a ser fornecido por ela.

Sem poder salvar a empresa da armadilha criada por Lula ao associá-la com a PDVSA, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, diz-se disposta a conceder novos prazos para a venezuelana honrar seus compromissos. "Eles precisam fazer parte desse projeto", disse no Senado. Tendo a aventura lulista avançado tanto, a solução menos ruim talvez seja, de fato, manter a PDVSA como sócia.

A estatal venezuelana vem adiando seguidamente a apresentação das garantias reais exigidas pelo BNDES para a concessão de um financiamento de US$ 4 bilhões que lhe permitiria cumprir parcialmente seus compromissos na sociedade. O novo prazo termina em novembro, mas, mais uma vez, a PDVSA poderá se valer da notória dependência da Refinaria Abreu e Lima do seu petróleo para continuar ganhando tempo.

by - Estadão

Mensalão: STF acredita que o esquema foi maior do que está sendo julgado.

Ministros do Supremo Tribunal Federal afirmaram ontem que as declarações atribuídas ao empresário Marcos Valério podem, sim, complicar a situação do ex-ministro José Dirceu, apontado pela Procuradoria-Geral da República como o principal réu do processo do mensalão. A partir de amanhã, o Supremo começa a julgar se Dirceu deve ser condenado por corrupção ativa por envolvimento na compra de apoio político de partidos da base aliada no início do governo Lula. Segundo declarações atribuídas a Valério pela reportagem da revista Veja, Lula "chefiava o esquema" do mensalão e Dirceu o "comandava".

Os magistrados ouvidos pela reportagem disseram que, do ponto de vista técnico, não há influência na análise da causa, uma vez que o processo já foi todo instruído e está em fase de julgamento. Mas as afirmações podem ajudar a fortalecer o convencimento subjetivo dos ministros pela culpa de Dirceu.
"Claro que os integrantes do tribunal são pessoas que percebem o contexto e, muito embora tenhamos que formar o nosso convencimento a partir da prova, evidentemente não podemos dizer que esse dado é neutro, não tenha a menor influência", afirmou o ministro Marco Aurélio Mello. Mas faz uma ressalva ao afirmar que somente com as afirmações de Valério não vale como prova para uma condenação. Isso porque o empresário é corréu na ação penal. "No processo, não podemos lançar essas declarações para uma decisão condenatória", destacou.

Um ministro, que se manifestou reservadamente, concorda com a avaliação feita por Valério de que o esquema era muito maior do que o que está em julgamento no Supremo. "O que me parece evidente é que o que está no Supremo é um fragmento do esquema", afirmou o ministro. Ele lembrou que apurações realizadas na CPI dos Correios - que investigou o mensalão - chegou a apontar que as empresas de Valério movimentaram R$ 1 bilhão.

O magistrado disse que, mesmo apreciando apenas com base no que está no processo, as operações feitas pelo PT e pelas empresas de Valério com o Banco Rural não foram realizadas apenas pelo ex-presidente do PT José Genoino e pelo ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. "É impossível que não tenha tido um aval superior, de gente dentro do governo", observou.

Outro ministro, também reservadamente, disse concordar que as declarações podem influenciar o convencimento do colegiado. "Depende da predisposição de cada magistrado. Agora, do ponto de vista objetivo, como prova, não vale. Não foi produzida em juízo, sob o crivo do contraditório", destacou. O magistrado disse que, na forma que analisou o processo, ele não se vale de entrevistas ou de contextos para julgar. "O julgador se escora na conduta individual de cada réu e no conjunto da obra." Ele disse que tem feito esta análise para o envolvimento de Dirceu.

Ministros do Supremo Tribunal Federal disseram ao Estado que cabe ao Ministério Público Federal analisar se as afirmações atribuídas ao empresário Marcos Valério precisam ser investigadas e se é o caso de apurar o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. Ao sair da Presidência, Lula deixou de ter foro privilegiado e, com isso, não cabe ao Supremo Tribunal Federal, que julga o processo do mensalão, interferir na questão. "Em tese, não fica afastada a possibilidade de surgir um inquérito", disse o ministro Marco Aurélio Mello. "A palavra está com a procuradoria", afirmou outro ministro. 

by - Estadão

O pagador de contas do Lula nega que tenha conhecido Marcos Valério antes do Mensalão. Depois, é outra história.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Paulo Okamotto, o pagador de contas de Lula, não nega que conheça Marcos Valério e que tenha estado com ele nos últimos tempos, como afirma a Veja. Diz a revista: 

“Eu não falo com todo mundo no PT. O meu contato com o PT era o Paulo Okamotto”, disse Valério em uma conversa reservada dias atrás. É o próprio Valério quem explica a missão de Okamotto: “O papel dele era tentar me acalmar”. O empresário conta que conheceu o Japonês, como o petista é chamado, no ápice do escândalo. Valério diz que, na véspera de seu primeiro depoimento à CPI que investigava o mensalão, Okamotto o procurou. “A conversa foi na casa de uma funcionária minha. Era para dizer o que eu não devia falar na CPI”, relembra. O pedido era óbvio. Okamotto queria evitar que Valério implicasse Lula no escândalo. Deu certo durante muito tempo. Em troca do silêncio de Valério, o PT, por intermédio de Okamotto, prometia dinheiro e proteção. A relação se tornaria duradoura, mas nunca foi pacífica. Em momentos de dificuldade, Okamotto era sempre procurado. Quando Valério foi preso pela primeira vez, sua mulher viajou a São Paulo com a filha para falar com Okamotto. Renilda Santiago queria que o assessor de Lula desse um jeito de tirar seu marido da cadeia. Disse que ele estava preso injustamente e que o PT precisava resolver a situação. A reação de Okamotto causa revolta em Valério até hoje. “Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi correndo para o banheiro, chorando.”

Agora leiam, na entrevista da Folha, como ele não nega em nenhum momento qualquer coisa publicada na revista ou qualquer declaração de Marcos Valério.

Folha - Marcos Valério, segundo a revista "Veja", disse que o sr. o procurou para que ele não dissesse que Lula sabia do mensalão.
Paulo Okamotto - Vê se faz sentido o que ele está falando. As pessoas podem falar o que quiserem. Vou ficar discutindo coisa maluca? Eu o procurei, dei safanão na mulher dele... Que negócio maluco, né? [leia ao lado sobre as acusações de Valério] Vou discutir com maluco?

( Okamotto não nega as acusações. Apenas tenta desqualificar Marcos Valério.)

O sr. nunca esteve em Belo Horizonte para pedir a Marcos Valério que não falasse de Lula nem do mensalão?
Eu não sei nada de mensalão. Se tem mensalão, se o dinheiro é emprestado, como foi conseguido e quem pediu para arrumar o dinheiro, é ele quem sabe. Eu nunca pedi, nunca tive negócios com ele. 

( Okamotto nega que tenha tido negócios com Marcos Valério, mas não nega que tenha estado com ele.)

O sr. tinha relações com Valério, conversava, frequentava a casa?
Nunca. Até o advento do chamado mensalão, da denúncia do [ex-deputado] Roberto Jefferson [PTB-RJ], eu nunca vi o Valério nem mais gordo, nem mais magro, nem cabeludo, nem mais careca. 

( Vejam que interessante. Okamotto nega que tenha visto Marcos Valério antes do "advento do Mensalão". A resposta deixa em aberto os encontros ocorridos depois.)

O sr. veio a saber da existência de Valério quando Roberto Jefferson disse que ele existia, em 2005?
Depois que a imprensa começou a divulgar a figura dele foi que eu o conheci. 

( Aqui uma declaração carregada de duplo sentido. Depois que a imprensa noticiou o fato é que ele conheceu Marcos Valério. Toda a entrevista permite que, mais à frente, Okamotto possa dizer que esteve com Marcos Valério, se isto for provado documentalmente. O japonês que carregava dinheiro em mala de Brasilia para São Bernardo do Campo, para abastecer o bolso do Lula, continua sendo muito esperto.)

by - Folha de São Paulo

Agora são dois a dizer que o chefe do Mensalão era Lula. Primeiro, foi José Dirceu. Agora é Marcos Valério.

José Dirceu disse. tempos atrás: "tudo é do conhecimento de Lula". Agora Marcos Valério confirma: "não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos". É por isso que Lula, diretamente, não vai desqualificar Marcos Valério, como é do seu feitio com adversários políticos. Vai ficar com o biquinho calado, bem quietinho no seu canto. Vai apenas mandar que interlocutores falem por ele. E o PT, por sua vez, não vai dizer nada contra Marcos Valério. Vai preferir atacar a revista Veja, em vez de fazer óbvio: buscar uma negativa de própria voz ou próprio punho de Marcos Valério. Lula é o chefe do Mensalão, segundo os seus dois maiores operadores. Só não caiu pela covardia da oposição, que preferiu "deixá-lo sangrar". Um erro de consequências funestas para a política brasileira. Com os cofres abarrotados de dinheiro frio, extorquido de empresas e de aposentados via comissões em empréstimos consignados, o PT montou a máquina populista que aí está. Um grave erro. Um erro que matou a oposição no Brasil.

by - CoronelLeaks

Marta e a falta de decoro ministerial.

Uma ministra de Estado pode atacar, ofender e agredir adversários políticos, como Marta Suplicy tem feito quando participa de eventos da campanha eleitoral paulistana? Não seria falta de decoro ministerial? Depois de receber email em que seu suplente é chamado e "evangélico e homofóbico", de agredir José Serra, ontem Marta abriu a sua famosa cloaca para atacar Russomanno. Vejam abaixo notícia da Folha de São Paulo.

Dois dias depois de assumir um ministério por entrar na campanha de Fernando Haddad (PT), a ex-prefeita Marta Suplicy tomou a linha de frente dos ataque aos adversários e afirmou que Celso Russomanno (PRB) faz "pilantragem" para atrair votos. Em palanque com o candidato e com o ex-presidente Lula, ela disse que o rival é "lobo em pele de cordeiro": "Vocês têm que entender que é pilantragem. Na TV a imagem é linda, mas não é assim. Ele faz comércio com a angústia do povo, com a infelicidade, com a dificuldade."

Até o meio do ano, Russomanno comandava um programa de defesa do consumidor na TV Record, ligada à Igreja Universal e ao PRB. O candidato lidera as pesquisas com 31% das intenções de voto contra 16% de Haddad. Ele conta com votos da periferia, onde o PT historicamente leva vantagem. Ontem, Haddad, Marta e Lula participaram de dois comícios no Capão Redondo e na Cidade Dutra, extremo sul da capital. Foram os dois primeiros comícios da campanha de Haddad com a dupla. Lula, que também discursou, evitou ataques a Russomanno no primeiro ato, mas ensaiou uma crítica no evento seguinte. Logo depois de dizer que "na TV parece bonzinho", alertou que "há 500 anos a gente é enganado".

José Serra (PSDB) foi alvo nos dois atos. No primeiro, Lula disse que "ele anda muito agressivo". "A gente depois dos 60 não tem que ter agressividade, tem que ficar mais tranquilo porque pode morrer de enfarto". No segundo, disse que o tucano "tomou na cabeça" ao ser derrotado por Dilma em 2010. Haddad foi o último a discursar. Citou realizações do governo federal, como as universidades, e atacou Serra. "Ele teve a petulância de perguntar o que que a nossa presidenta tem a ver com São Paulo, por que ela está metendo o bico aqui. Eu respondo: o bico ela não vai meter porque ela não é tucana, mas tudo o que for de direito do povo trabalhador dessa cidade vai vir para São Paulo."

O tucano promoveu ontem um ato "pela educação municipal". No palanque, atacou a gestão de Haddad no Ministério da Educação e disse que o petista apresenta um legado "espuma e esgoto". "O candidato do PT prometeu seis mil creches e entregou menos de 300. Ou seja, são creches de saliva. As universidades federais são de saliva, espuma e esgoto. Veja o que aconteceu em Guarulhos, os alunos perderam o ano. O sistema de ensino superior federal teve a maior greve da sua história", disse.

by - Folha de São Paulo

O vídeo que mostra o momento histórico em que Lula, o "Chefe", fala do STF e reconhece que o Mensalão existiu.

Vejam como são as coisas. Quis o destino que Lula, que sempre negou o Mensalão, reconhecesse a existência do mesmo em uma entrevista dada a ninguém mais, ninguém menos do que os ditos"blogueiros progressistas". E sabem como Lula reconheceu a existência do Mensalão? Falando sobre as indicações ao STF e, especialmente, a indicação de Toffoli, que ele faria dias depois. E sobre os laços de Lewandowski com Dona Marisa e a confissão de que a indicação do seu nome foi feita pelos sindicatos. Era dezembro de 2010. Assistam, abaixo, de forma completa, a partir de 1 hora e 20 minutos. E, principalmente, quando o vídeo marca 1 hora e 27 minutos. Mas também vale a pena assistir a parte em que Lula diz que o que mais lhe magoa é acusação sem prova. Isso a partir de 1 hora e 29 minutos. Será que ele vai pedir desculpas ao país por ter negado que o Mensalão existiu, já que o STF está provando e condenando gente que ele defendeu? Bem, assistam! E quis o destino que a entrevista fosse dada justamente para aquele grupo que ele organizou para mentir, caluniar e empestar a internet: os"blogueiros progressistas".





by - CoronelLeaks

Denúncia da Veja: Serra quer que Lula se manifeste.

Depois da publicação de declarações atribuídas ao empresário Marcos Valério sobre o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão, o candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, afirmou ser"oportuno" que Lula se manifeste sobre as acusações que teriam sido feitas por Valério. 

"Ele (Lula) já devia satisfações ao País porque, primeiro reconheceu que havia o mensalão, depois disse que não havia e o Supremo diz que havia. Sem dúvida nenhuma, seria oportuno se ele se manifestasse sobre isso", disse o tucano."Agora, há mais elementos, elementos novos que já se anunciavam e que devem ser investigados".

Valério desmascara Lula: o presidente chefiava o Mensalão de dentro do Planalto.

O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo (Cristiano Mariz) Dos 37 réus do mensalão, o empresário Marcos Valério é o único que não tem um átimo de dúvida sobre o seu futuro. Na semana passada, o publicitário foi condenado por lavagem de dinheiro, crime que acarreta pena mínima de três anos de prisão. Computadas punições pelos crimes de corrupção ativa e peculato, já decididas, mais evasão de divisas e formação de quadrilha, ainda por julgar a sentença de Marcos Valério pode passar de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.

Apontado como responsável pela engenharia financeira que possibilitou ao PT montar o maior esquema de corrupção da história, Valério enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com o partido. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade por crimes que não praticou sozinho e manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Procuradoria-Geral da República, de penas mais brandas. Valério guarda segredos tão estarrecedores sobre o mensalão que ele não consegue mais guardar só para si - mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos a quem ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel.


Feita com base em revelações de parentes, amigos e associados, a reportagem de capa de VEJA desta semana reabre de forma incontornável a questão da participação do ex-presidente Lula no mensalão. "Lula era o chefe", vem repetindo Valério com mais frequência e amargura agora que já foi condenado pelo STF. Assinada pelo editor Rodrigo Rangel, da sucursal de Brasília, a reportagem tem cinco capítulos - e o primeiro deles pode ser lido abaixo:

"O CAIXA DO PT FOI DE 350 MILHÕES DE REAIS"

A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. Valério diz que pelas arcas do esquema passaram pelo menos 350 milhões de reais. "Da SMP&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior.

O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA", afirma o empresário. Esse caixa paralelo, conta ele, era abastecido com dinheiro oriundo de operações tão heterodoxas quanto os empréstimos fictícios tomados por suas empresas para pagar políticos aliados do PT. Havia doações diretas diante da perspectiva de obter facilidades no governo. "Muitas empresas davam via empréstimos, outras não." O fiador dessas operações, garante Valério, era o próprio presidente da República.

Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.

O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: "Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava". Valério diz que, graças a sua proximidade com a cúpula petista no auge do esquema, em 2003 e 2004, teve acesso à contabilidade real. Ele conta que a entrada e a saída de recursos foram registradas minuciosamente em um livro guardado a sete chaves por Delúbio.

Pelo seu relato, o restante do dinheiro desse fundão teve destino semelhante ao dos 55 milhões de reais obtidos por meio dos empréstimos fraudulentos tomados pela DNA e pela SMP&B. Foram usados para remunerar correligionários e aliados. Os valores calculados por Valério delineiam um caixa clandestino sem paralelo na política. Ele fala em valores dez vezes maiores que a arrecadação declarada da campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2002. 

by  - Veja

Vocês já viram a capa da revista VEJA?


A reportagem traz informações estarrecedoras. O publicitário Marcos Valério sabe que vai para a cadeia — e não será por pouco tempo. E está, obviamente, infeliz e revoltado. Acha que será o principal punido de uma cadeia criminosa que tinha, segundo ele, na chefia, ninguém menos do que Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República — aquele mesmo que, ao encerrar o segundo mandato, assegurou que iria investigar quem havia inventado essa história de mensalão, “uma mentira”… Reportagem de capa de Policarpo Júnior, na VEJA desta semana, revela, agora, um Marcos Valério amargo e, como se vê, propenso a falar o que sabe — o que tem feito com alguns amigos.

Só que ele está com medo de morrer. Tem certeza de que será assassinado se falar tudo o que sabe. Acho, no entanto, que ele deveria fazê-lo. Os que podem estar interessados na sua morte temem justamente o que ele não contou — e a melhor maneira de preservar o segredo é eliminando-o. Que peça proteção formal ao Estado e preste um serviço aos brasileiros.

Na sessão de quinta-feira do Supremo, num dia em que não temeu em nenhum momento o ridículo, o ministro Dias Toffoli — que vinha tendo uma boa atuação até o julgamento do mensalão (ele decida o que fazer de sua biografia!) — ensaiou uma distinção politicamente pornográfica entre “o valerioduto” (cuja existência ele admitiu, tanto que condenou o empresário) e o “mensalão como chama a imprensa”… Ficou claro que o ministro acha que são coisas distintas, como se o empresário tivesse delinquido, sei lá, apenas por interesse pessoal. A verdade, assegura Valério, é bem outra. Abaixo, seguem trechos da reportagem de VEJA. Reputo como o texto jornalístico mais explosivo publicado no Brasil desde a entrevista de Pedro Collor às Páginas Amarelas da VEJA. Abaixo, uma síntese das nove páginas.


“O CAIXA DO PT FOI DE R$ 350 MILHÕES”
A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. (…) “Da SM P&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA”.
(…)

LULA ERA O CHEFE DO ESQUEMA, COM JOSÉ DIRCEU
Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: “Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava”.
(…)

VALÉRIO SE ENCONTROU COM LULA NO PALÁCIO DO PLANALTO VÁRIAS VEZES
A narrativa de Valério coloca Lula não apenas como sabedor do que se passava, mas no comando da operação. Valério não esconde que se encontrou com Lula diversas vezes no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do Zé ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. O Zé é o ex-ministro José Dirceu, cujo gabinete ficava no 4º andar do Palácio do Planalto, um andar acima do gabinete presidencial. (…) Marcos Valério reafirma que Dirceu não pode nem deve ser absolvido pelo Supremo Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos”, disse, na semana passada, em Belo Horizonte. Indagado, o ex-presidente não respondeu.
(…)

PAULO OKAMOTTO, ESCALADO PARA SILENCIAR VALÉRIO, TERIA AGREIDO FISICAMENTE A MULHER DO PUBLICITÁRIO
“Eu não falo com todo mundo no PT. O meu contato com o PT era o Paulo Okamotto”, disse Valério em uma conversa reservada dias atrás. É o próprio Valério quem explica a missão de Okamotto: “O papel dele era tentar me acalmar”. O empresário conta que conheceu o Japonês, como o petista é chamado, no ápice do escândalo. Valério diz que, na véspera de seu primeiro depoimento à CPI que investigava o mensalão, Okamotto o procurou. “A conversa foi na casa de uma funcionária minha. Era para dizer o que eu não devia falar na CPI”, relembra. O pedido era óbvio. Okamotto queria evitar que Valério implicasse Lula no escândalo. Deu certo durante muito tempo. Em troca do silêncio de Valério, o PT, por intermédio de Okamotto, prometia dinheiro e proteção. A relação se tornaria duradoura, mas nunca foi pacífica. Em momentos de dificuldade, Okamotto era sempre procurado. Quando Valério foi preso pela primeira vez, sua mulher viajou a São Paulo com a filha para falar com Okamotto. Renilda Santiago queria que o assessor de Lula desse um jeito de tirar seu marido da cadeia. Disse que ele estava preso injustamente e que o PT precisava resolver a situação. A reação de Okamotto causa revolta em Valério até hoje. “Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi correndo para o banheiro, chorando.”

O PT PROMETEU A VALÉRIO QUE RETARDARIA AO MÁXIMO O JULGAMENTO NO STF
O empresário jura que nunca recebeu nada do PT. Já a promessa de proteção, segundo Valério, girava em torno de um esforço que o partido faria para retardar o julgamento do mensalão no Supremo e, em último caso, tentar amenizar a sua pena. “Prometeram não exatamente absolver, mas diziam: ‘Vamos segurar, vamos isso, vamos aquilo’… Amenizar”, conta. Por muito tempo, Marcos Valério acreditou que daria certo. Procurado, Okamotto não se pronunciou.


“O DELÚBIO DORMIA NO PALÁCIO DA ALVORADA”
Nos tempos em que gozava da intimidade do poder em Brasília, Marcos Valério diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do mensalão transitavam no coração do governo Lula antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país. Valério lembra das vezes em que Delúbio Soares, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro servia de pernoite para o ex-tesoureiro petista. “O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro.” O operador do mensalão deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada. Sobre sua aproximação com o PT, Valério conta que, diferentemente do que os petistas dizem há sete anos, ele conheceu Delúbio durante a campanha de 2002. Quem apresentou a ele o petista foi Cristiano Paz, seu ex-sócio, que intermediava uma doação à campanha de Lula.
(…)

EMPRÉSTIMOS DO RURAL FORAM FEITOS COM AVAL DE LULA E DIRCEU
“O banco ia emprestar dinheiro para uma agência quebrada?” Os ministros do STF já consideraram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro — com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores — não foi um favor a ele, mas ao governo Lula. “Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e pediu: ‘Me empresta aí 30 milhões de reais pra eu dar pro PT’? O que um dono de banco ia responder?” Valério se lembra sempre de José Augusto Dumont, então presidente do Rural. “O Zé Augusto, que não era bobo, falou assim: ‘Pra você eu não empresto’. Eu respondi: ‘Vai lá e conversa com o Delúbio’. ”A partir daí a solução foi encaminhada. Os empréstimos, diz Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. “Se você é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?”

by - Veja

Mensalão: hora e vez do chefe da quadrilha.

Se o relator do processo do mensalão mantiver a mesma estrutura do voto pelo qual aceitou a denúncia em 2007, os ministros do Supremo Tribunal Federal começarão a julgar na segunda o capítulo em que consta a primeira acusação contra o ex-ministro José Dirceu (PT-SP). Será o quarto, dos sete itens da denúncia, que trata da compra do apoio de parlamentares em benefício do governo Lula, entre 2003 e 2004. 

Neste item, Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente da sigla José Genoino são acusados de corrupção ativa, cuja pena prevista oscila de dois a 12 anos de reclusão. Dirceu é ainda acusado de formação de quadrilha, que deve ser o último tópico do julgamento. Na semana passada, o relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa confirmou que fará a leitura do capítulo sobre a compra de parlamentares de uma única vez. O item contém acusações contra parlamentares do PP, do PL, do PTB, do PMDB e, por fim, do PT, nas figuras de Dirceu, Delúbio e Genoino.

Até a confirmação de Barbosa havia a possibilidade de ele fazer um novo fatiamento dentro do capítulo, colocando à votação das acusações divididas por partido. O relator já antecipou que levará no mínimo uma sessão e meia para ler o seu voto inteiro nesse tópico. No final da sessão de anteontem, ele afirmou: "O próximo item é um item muito grande. Nós certamente não o venceremos na próxima semana se não fizermos uma sessão extra". 

Dificilmente o STF conseguirá repetir o ocorrido nesta semana, que foi concluir um tópico inteiro em apenas três sessões. Os ministros deverão discutir na segunda a realização de sessões extras para acelerar o julgamento. Caso o STF mantenha o atual ritmo, o destino dos 37 réus corre o risco de só ter um desfecho em novembro, após o segundo turno das eleições, marcado para 28 de outubro. No plenário Barbosa advertiu: "Pelos cálculos que venho fazendo, vamos avançar e muito no mês de outubro". O STF tem feito três reuniões por semana para tratar do processo. Alguns ministros defendem que a sessão adicional ocorra às quartas pela manhã, mas há resistências.

by - Folha de São Paulo

Juíza condena filho de Lula na ação contra a Revista Veja

A Ação foi movida pelo filho de Lula, Fábio Luis Lula da Silva, contra a revista Veja, pedindo indenização por danos morais pela matéria publicada, a respeito do seu enriquecimento milagroso e também sobre a frase dita pelo ex-presidente “Meu filho é o Ronaldo dos negócios”.
Parabéns à Drª Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira, MMª Juíza de Direito Auxiliar prolatora da sentença na ação movida por Lullinha contra a Revista Veja. Veja um trecho de sua sentença: “…O autor (Lulinha) precisa compreender que é de interesse de toda a população brasileira saber como o filho do Presidente da República obteve tamanha ascensão coincidente ao mandato de seu pai. E há de concordar que uma imprensa livre para investigar tais fatos é fator essencial para que vivamos num Estado Democrático de Direito, ideal outrora defendido por tantos que, agora, ao que se vê, parecem se incomodar com ele.”
Por Andre Murad.

Para Relembrar...
Fábio Luís, o Lulinha, montou a Gamecorp com dinheiro da Telemare levantou suspeitas de favorecimento.


"Não é a primeira vez que um filho de Lula enfrenta questionamentos sobre supostos favorecimentos indevidos. Em 2004, a Telemar (atual Oi) pagou R$ 5 milhõespara virar sócia da Gamecorp, empresa especializada em produzir programas de TV sobre jogos eletrônicos, fundada pelo biológo Fábio Luís da Silva, o Lulinha. Depois, a Telemar investiu outros R$ 5 milhões na sociedade com Lulinha. A Gamecorp era reconhecida como uma empresa promissora, mas o negócio levantou a suspeita de que a intenção da Telemar era se aproximar de Lula, já que muitas decisões importantes do setor de telefonia passam por suas mãos. Além disso, parte do capital da Telemar era do BNDES, uma instituição pública. Por esse motivo, dizem os críticos, o investimento na empresa de Lulinha seria imoral.

OPERAÇÃO INTRINCADAMetade dos 5 milhões de reais que a Telemar injetou na empresa de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e Kalil Bittar veio por meio de uma operação de emissão de debêntures. Para especialistas, o grau de complexidade revelado na operação só tem uma justificativa: a Gamecorp e a Telemar não queriam que sua sociedade viesse a público.

Fábio Luís Lula da Silva, na época com 30 anos, um dos cinco filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego. Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos trabalhos na área (como uma monitoria no Zoológico de São Paulo, por exemplo), todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida, dava aulas de inglês e informática. Em dezembro de 2003, essa situação mudou. Fábio Luís começou uma carreira numa área que nada tem a ver com drosófilas ou pteridófitas: a do milionário mercado das agências de publicidade. Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de propaganda (pelo menos no papel), produzem um programa de games para TV. Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais. Individualmente, de acordo com sua participação societária, Fábio Luís tem 625.000 reais em ações – mais do que os 422.000 reais que seu pai presidente amealhou ao longo de toda a vida, segundo a declaração de bens que apresentou em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral. Melhor que tudo: nessa fulgurante trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país. Com base em documentos obtidos em cartórios de São Paulo, e em entrevistas com profissionais do setor, VEJA reconstituiu a história empresarial que segue.

No fim de 2003, Fábio Luís abriu em São Paulo a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital. Trata-se de uma companhia da área de publicidade e propaganda, que detém a licença para reproduzir o conteúdo do canal americano G4, especializado em games. O negócio foi feito em sociedade com os irmãos Kalil Bittare Fernando Bittar, filhos de um velho amigo de Lula, Jacó Bittar. Para quem não se lembra, Bittar é um ex-prefeito de Campinas, no interior de São Paulo, que foi um, digamos, pioneiro no PT. Ele terminou o mandato em 1992 alvejado por denúncias de corrupção e atualmente responde a pelo menos oito processos na Justiça. A G4 nasceu pequena, com um capital social inicial de 100.000 reais. Fábio entrou com 50.000 reais e os Bittar, que já atuavam no mercado havia doze anos, com 25.000 reais cada um. Mas nenhum deles precisou tirar dinheiro do bolso para montar a sociedade. "Esse capital será integralizado ao longo do ano", disse Kalil Bittar aVEJA. Fábio, apesar de ser o sócio majoritário da G4, preferiu não dar entrevista. Bittar, perguntado sobre a função do sócio na empreitada, respondeu: "O Fábio detona nos games, conhece todos".

O que se viu a partir da criação da G4 foi uma surpreendente ascensão. Em outubro do ano passado, no espaço de dez meses, a G4 – associada a outra empresa que atua no setor de propaganda, a Espaço Digital – montou uma nova firma, a BR4, bem mais robusta e ambiciosa que a primeira. Descrita no contrato social como uma holding (ou seja, uma companhia que tem por finalidade deter participação acionária em outras empresas), a BR4 possui um capital de 2,7 milhões de reais. Esse valor foi integralizado, em moeda corrente, menos de dois meses após a formação da companhia. E com quem os sócios da G4 e da Espaço Digital conseguiram essa bolada para montar o negócio? Com a Telemar, que, embora a essa altura ainda não participasse da sociedade, brindou Fábio e sua turma com a dinheirama, a título de "exclusividade no fechamento do contrato", como explica Leonardo Badra Eid, da Espaço Digital.

O ânimo empreendedor do biólogo Fábio, do químico Kalil Bittar e do empresário Fernando Bittar (nenhum dos três estudou publicidade) não parou por aí. Em outubro do ano passado, o grupo criou uma outra empresa a partir da BR4, a Gamecorp Sociedade Anônima. Foi seu grande salto. Ao capital de 2,7 milhões de reais (o montante injetado pela Telemar, acrescido de 1 000 reais), o grupo colocou outros 2,5 milhões de reais, obtidos por meio de uma operação de emissão de debêntures. Esse tipo de operação é uma espécie de empréstimo que a companhia toma no mercado. Ela oferece os papéis com a promessa de pagamento de juros, após o resgate dos títulos, e investidores que considerarem o negócio interessante os adquirem (existe ainda a possibilidade de ninguém se interessar pelo negócio e os papéis encalharem). As debêntures podem ser de dois tipos: conversíveis em ações e não conversíveis. A diferença entre as duas é que as primeiras possibilitam àqueles que as adquirem ter, no futuro, participação acionária na empresa que emitiu os papéis. Foi o tipo escolhido pela companhia do filho de Lula. Em todo o processo, a Gamecorp contou com a assessoria do escritório de auditoria Trevisan Service – dirigido pelo consultor Antoninho Marmo Trevisan, amigão do presidente Lula.

Ao contrário do que se poderia esperar no caso de uma empresa recentemente constituída e desconhecida no mercado, a receptividade aos papéis da Gamecorp foi mais do que boa: foi sensacional. Segundo afirmam os sócios da companhia, pelo menos dois gigantes da telefonia disputaram as debêntures. No dia 6 de janeiro, elas foram adquiridas pela Telemar. No dia 31 do mesmo mês, ou seja, apenas 25 dias depois da aquisição das debêntures, a Telemar converteu os papéis em ações. Ou seja, tornou-se, dessa maneira, sócia da empresa do filho de Lula. Isso não é uma prática usual no mercado. Em geral, o período entre a emissão das debêntures e a decisão de convertê-las em ações é muito maior. O processo indica que a Telemar, desde o início, não tinha a intenção de "emprestar" dinheiro à Gamecorp, e sim tornar-se sua sócia. Ocorre que a empresa poderia ter obtido o mesmo resultado por meio de um caminho muitíssimo mais simples: comprando diretamente ações da Gamecorp. E por que não fez isso? Para responder a essa pergunta, VEJA ouviu três profissionais habituados a lidar com operações societárias de alta complexidade. Os três afirmaram a mesma coisa: o único motivo que explicaria a adoção de um processo tão intrincado seria a intenção de manter em sigilo o nome da Telemar na sociedade com a Gamecorp. 

Alguns detalhes reforçam essa tese. O primeiro é o fato de que, embora toda a documentação referente à criação das empresas de Fábio seja pública e esteja registrada em cartório, justamente os papéis relativos à subscrição das debêntures – que tornariam possível a identificação do comprador dos títulos – estavam indisponíveis. Ficaram arquivados na sede da companhia. O segundo detalhe é mais curioso. Toda assinatura de contrato requer testemunhas. Por questões práticas, elas, muito freqüentemente, são arregimentadas ou entre pessoas que estão casualmente no local ou entre os próprios advogados das partes. No caso da assinatura do contrato que tornou a Telemar sócia da empresa do filho do presidente Lula, é evidente que houve um cuidado especial na escolha das testemunhas. Os escolhidos para presenciar o evento não foram nem desconhecidos nem advogados, mas duas funcionárias de extrema confiança do Eskenazi Pernidji Advogados, o escritório com sede no Rio de Janeiro que representou a Telemar. Simone de Oliveira Neto e Fabini Martins Bussi vieram do Rio para São Paulo especialmente para cumprir a tarefa. Fabini goza de tamanha confiança da parte de seus chefes que – embora sem posses aparentes e morando na cidade de Duque de Caxias, uma das mais pobres da região metropolitana do Rio de Janeiro – chegou a constar como diretora de uma off-shore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, representada no Brasil por Sérgio Isidoro Eskenazi Pernidji, titular do escritório. É, sem dúvida, pessoa discretíssima.

Todos esses detalhes corroboram a tese dos especialistas ouvidos por VEJA: a de que não interessava nem à Gamecorp nem à Telemar que a nova sociedade fosse de conhecimento público. E por que razão quereriam os sócios manter a participação da telefonia em sigilo? Simples: a Telemar é uma companhia de mercado, mas tem dinheiro público na composição de seu capital – e não teria sido fácil explicar o investimento na empresa de um filho do presidente da República. Um dos principais acionistas da Telemar é o BNDES, com 25% do capital. Outros 19% pertencem a fundos de pensão, alguns deles de empresas públicas, como a Previ (caixa previdenciária dos funcionários do Banco do Brasil) e a Petros (ligada à Petrobras). Há ainda participação da Brasilcap e da Brasilveículos, companhias ligadas ao Banco do Brasil. Outro fator complica ainda mais a negociação: a Telemar é uma empresa concessionária de serviços públicos. Ou seja, suas operações dependem de concessão do governo federal. Companhias nessa condição têm sua relação com o governo regida por severas restrições. Elas também não podem fazer doações para campanhas de partidos políticos. Isso serve para evitar que futuros servidores públicos se sintam em dívida com elas. Sendo Lula o principal servidor público do país, configura, no mínimo, uma impropriedade que uma empresa concessionária de serviços públicos injete uma bolada de dinheiro na empresa de seu filho.

A Telemar, por meio de um executivo que pediu para não ser identificado, diz que só tomou conhecimento de que a Gamecorp pertencia ao filho do presidente "no dia da assinatura do contrato". A assessoria de imprensa da companhia de telefonia informa que, a exemplo do investimento feito na empresa de Fábio, realizou diversos outros em áreas afins, como a compra das rádios Oi. Reconhece, no entanto, que nenhum desses outros investimentos foi revestido de segredo ou envolveu subscrição de debêntures resultando em participação societária. Reconhece também que o negócio com a Gamecorp foi uma "operação diferenciada". É compreensível que uma empresa de telefonia se interesse em fazer investimentos que tragam como retorno a produção de conteúdo na área digital. Não é a especialidade da Gamecorp. A companhia não produz tecnologia, não cria jogos nem tem experiência nessa área.

Outra questão intrigante ronda as empresas ligadas a Fábio. Até dois anos atrás, a Espaço Digital – que formalmente não tem Fábio entre seus diretores, mas está associada à G4 na Gamecorp – ocupava o mesmo andar da agência de publicidade Matisse em um prédio de escritórios no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A Matisse, que originalmente é de Campinas, terra dos irmãos Bittar, era uma empresa de pequeno porte até conquistar, para surpresa do mercado publicitário, a milionária conta da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom), ligada à Presidência da República. Só no ano passado, a Matisse recebeu 10,3 milhões de reais do governo federal. "Foi uma vizinhança meramente casual", diz Luiz Flávio Guimarães, diretor de produção da Matisse, denotando nervosismo. Ele afirma que, à exceção "de um trabalhinho insignificante para uma empresa privada", a Matisse nunca usou os serviços da Espaço Digital.

Não é a primeira vez que o envolvimento de filhos de presidentes da República com empresas públicas e privadas causa constrangimento.

Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2000, chegou a ser investigado pela Abin em virtude de denúncias de que teria usado a influência do pai para beneficiar a empresa de gás industrial White Martins. A acusação se mostrou infundada, mas os hábitos de vida do filho de FHC – considerados incompatíveis com seus rendimentos –, sua passagem como diretor de uma ONG sustentada por empresas públicas e privadas e seu trânsito fácil por Brasília deixaram um mal-estar no ar. Em 2003, os americanos experimentaram sensação semelhante diante da notícia de que Chelsea Clinton, filha do já ex-presidente Bill Clinton, havia sido contratada pelo escritório McKinsey, especializado em consultoria econômica para empresas, por um salário anual inicial de 100.000 dólares.

by - Aurélio Stupp

Sabe a redução da Tarifa de Energia? A Dilma te fez de trouxa!


Não sou anti-petista! Sou contra PilanTras! No Dia da Independência, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que acha que todos os brasileiros são idiotas e que a dependência da mentira não é um vício exclusivo de seu antecessor. Veja o vídeo divulgado pelo site Implicante. Fomos presenteados pelo governo com parte do dinheiro que nos roubaram com a cumplicidade do governo.

Forbes: Fortuna pessoal de Lula é estimada em 2 Bilhões de dólares!



Esta é a história do operário que se tornou prefidente e do presidente que se tornou milionário sem nunca ter cumprido as etapas clássicas do enriquecimento. Esta é a história que os inteliquituais gostam de vociferar quanto a luta de classes! Retirado do blog Aposentado Labutando do meu amigo Aurélio Stupp:


"O ex-presidente Lula é um suposto e exemplar caso desse milagre financeiro, tendo-se como base as denúncias recorrentes já feitas pela mídia. Conforme amplamente noticiado em algumas ocasiões uma conceituada revista – a Forbes? trouxe à tona esse tema, reputando a Lula a posse de uma fortuna pessoal estimada em mais deR$ 2 bilhões de dólares, devendo-se ressaltar que a primeira denúncia ocorreu ao que tudo indica em 2006, o que nos leva a concluir que a ?inteligência financeira do ex-presidente? já deve ter mais que dobrado esse valor, na falta de uma contestação formal e legal do ex-presidente contra a revista.


Estamos diante de um suposto caso em que o silêncio pode ser a melhor defesa para não mexer na panela apodrecida dos podres Poderes da República, evitando as consequências legais pertinentes e o inevitável desgaste perante a opinião pública. Nesta semana a divulgação pelo Wikileaks de suspeitas – também já feitas anteriormente – de subornos envolvendo o ex-presidente nas relações de compras feitas pelo desgoverno brasileiro em relação a processos de licitações passados, ou em andamento, nos conduz, novamente e, necessariamente, a uma pergunta não respondida: como se explica o vertiginoso crescimento do patrimônio pessoal e familiar da família Lula? O que devem estar pensando os milhares de contribuintes que têm suas declarações de renda rejeitadas e são legalmente, todos os anos, obrigados a dar as devidas satisfações à Receita Federal sobre crescimentos patrimoniais tecnicamente inexplicáveis, mas de valor expressivamente menor do que o associado ao patrimônio pessoal e familiar do ex-presidente? A resposta é simples e direta: tudo isso nos parece ser uma grande e redundante sacanagem com todos aqueles que trabalham fora do setor público – durante mais de cinco meses por ano – para ajudar a sustentar aquilo que a sociedade já está se acostumando a chamar de covil de bandidos.

A pergunta que fica no ar é sobre que atitudes deveriam e devem tomar o Ministério Público, a Receita Federal, O Tribunal de Contas e a Polícia Federal diante de supostas e escandalosas evidências de enriquecimento ilícito de alguém que ficou durante dois mandatos consecutivos no cargo de Presidente da República? Na falta de atitudes investigativas ou consequências legais, como sempre, a mensagem que o poder público passa para a sociedade é de uma grotesca e sistemática impunidade protetora de todos, ou quase todos, que pactuam com a transformação do país em um Paraíso de Patifes.

No Brasil, cada vez mais, a corrupção compensa e as eventuais punições já viraram brincadeira que nossa sociedade, no cerne dos seus núcleos de poder públicos e privados aprendeu: a impunidade a leva a se nivelar por baixo aceitando que roubar o contribuinte já se tornou um ato politicamente correto para que o projeto de poder do PT "um Regime Civil Fascista fundamentado no suborno e em um assistencialismo comprador de votos" siga inexoravelmente avante. A omissão do Poder Público diante da absurda degeneração moral das relações públicas e privadas somente nos deixa uma alternativa de qualificação: estamos diante do Poder Público mais safado e sem vergonha de nossa história. A propósito quem roubou o crucifixo do gabinete presidencial no final do desgoverno Lula?"

by - Geraldo Almendra

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