sábado, 21 de abril de 2012






by Prosa e Politica

Se conversar com o Papa não te faz santo, conversar com bicheiro te transforma em bandido?


Essa tentativa de envolver a revista Veja com o criminoso Carlinhos Cachoeira beira ao ridículo. Imaginar que um bom jornalista só possua fontes idôneas é ignorância ou má fé. Se imaginarmos que um crime foi cometido em uma licitação, por exemplo, quem será a melhor fonte, aquela que conheceu de perto o crime ou o vigário mais próximo.
Não existe patriotismo dessas fontes, imaginar isso seria ingenuidade de quem as obtêm. Quem denuncia e “é parte interessada” quer tumultuar o processo ou se vingar de um desafeto. Como foi muito bem descrito pelo Barão de Itararé, para essas fontes, “negociata é todo bom negócio para o qual eles não foram convidados”.
Mas ele deve deixar de obter a informação simplesmente pela má reputação da sua fonte? Que venham a mim essas fontes!
Um ano e pouco atrás estava em São Paulo a passeio, e recebi a ligação de um respeitado jornalista daquela cidade. Em meio à escândalos que brotavam na imprensa nacional – e Mato Grosso nos últimos tempos esteve presente em muitos, quando não foi o epicentro -, nos encontramos para conversar sobre um daqueles escândalos, quando uma fonte daqui de Mato Grosso me ligou. Queria passar informações em off sobre um processo licitatório. Lógico que a fonte não era um patriota caçador de ilegalidades. Era um empresário revoltado por não ter conseguido espaço no esquema. E seu depoimento nos foi muito útil.
Em meio a conversas também sobre amenidades, meu amigo jornalista me dizia que tinha consciência que muitas das informações que recebia tinha interesse por trás, mas se via mais relevância para a sociedade, utilizava isso para escrever suas matérias.
Quer dizer, nenhum jornalista de respeito possui apenas fontes honestas, probas ou honradas. Ele deve obter a informação de onde ela surge, e saber se a transmissão dela causará um bem aos cidadãos, independente de ser útil ou não à fonte.
Neste momento em que a imprensa independente e atuante prestas serviço à sociedade desvelando os ilícitos que membros do poder querem que permaneça oculto, esse texto (leia abaixo) de Eurípedes Alcântara, diretor de Redação da Veja é interessante como uma aula aos jornalistas que se iniciam na profissão e pretendam nortear sua vida profissional com ética e independência.

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